Para Cuba, o crédito é bem vindo, já que a Venezuela ameaça reduzir sua ajuda
O governo brasileiro está oferecendo cerca de US$ 500 milhões de
crédito por ano (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) para Cuba comprar
produtos e serviços brasileiros.
Controle cubano
Não é fácil fazer negócios em Cuba. A Fanavid, que fabrica vidros automotivos, anunciou a implantação de uma fábrica em 2009, mas o projeto não saiu do papel.
Um dos motivos, segundo fontes que acompanham o processo, é a dificuldade de financiamento, que seria de cerca de US$ 60 milhões, dado que o governo cubano exige o controle da operação.
Uma das incursões mais antigas do Brasil no mercado cubano é Brascuba, joint-venture da Souza Cruz com a cubana Tabacuba, desde 1995.
A trading Surimpex também é veterana: está em Cuba desde 1992. É sócia da estatal cubana Alimport, que importa a maioria dos alimentos consumidos na ilha.
"Cuba não é para principiantes", diz Ericka de Oliveira, assistente de exportação da Surimpex há 16 anos. Na maior parte dos casos, eles compram dos fornecedores à vista e aí vendem para Cuba.
No caso de cortes de frango da Brasil Foods e da JBS, usam crédito do BB. Agora vão começar a usar a linha do Mais Alimentos.
Já a Odebrecht, além do porto, tem outros dois grandes projetos na ilha, ambos aguardando a aprovação de financiamento do BNDES: a ampliação do aeroporto de Havana, no valor de US$ 200 milhões (para o qual o governo cubano pede financiamento de US$ 150 milhões do BNDES) e a parceria com o governo cubano para produção de etanol (US$ 120 milhões).
Exportações
O Brasil já é o segundo maior exportador para Cuba, excluindo-se o petróleo venezuelano: China (42%), Brasil (16%) e Canadá (15%). Os principais produtos vendidos ao país são óleo de soja, milho, frango, arroz, carne e café.
"As empresas brasileiras já vão estar lá quando abrirem de vez o mercado e houver muita concorrência", diz Tatiana Porto, diretora da Apex.
O Brasil é o quarto maior importador de Cuba e compra principalmente medicamentos e vacinas.
Segundo levantamento feito pela reportagem, o governo brasileiro
desembolsou US$ 152,7 milhões pelo BNDES até setembro de 2013 (foram US$
220,58 milhões em todo o ano de 2012), mais US$ 221,2 milhões pelo
Banco do Brasil.
Disponibilizou ainda uma linha anual de US$ 70 milhões do programa Mais
Alimentos Internacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para
a compra de implementos agrícolas brasileiros.
O foco brasileiro em Cuba se traduz nos números –no ano passado, o país
de 11 milhões de habitantes, mesma população do Rio Grande do Sul, foi o
terceiro maior destino de financiamentos do BNDES para exportação de
bens e serviços brasileiros.
Recebeu mais recursos do que o Peru, país com PIB de US$ 196 bilhões, quase três vezes maior que o cubano.
O BB não forneceu dados para essa comparação.
Para Cuba, o crédito brasileiro é muito bem vindo, ainda mais agora que
a Venezuela ameaça reduzir sua ajuda, por causa de seus próprios
problemas econômicos.
O projeto brasileiro de maior visibilidade em Cuba é o porto de Mariel,
a 45 quilômetros de Havana. Está sendo construído pela Odebrecht, com
um investimento de US$ 957 milhões, sendo US$ 682 milhões financiados
pelo BNDES (liberados ao longo de vários anos).
A primeira fase da construção será inaugurada hoje pela presidente
Dilma Rousseff, na companhia de Raúl Castro. Ela chegou ontem ao país.
São mais de 300 as empresas brasileiras que têm negócios em Cuba ou se
fixaram na ilha. Grande parte usa recursos do BB ou BNDES. Muitas são
fornecedoras do porto.
"Há cinco, seis anos atrás, era muito difícil apresentar um projeto de
Cuba no Brasil", diz Hipólito Gaspar, gerente da Apex (agência
brasileira de promoção das exportações) em Cuba.
"Agora existe uma determinação do governo cubano de não haver atrasos nos pagamentos".
No passado, algumas empresas sofreram com atrasos, como a JBS.
"Cuba não tem um centavo de inadimplência com o Brasil hoje", diz o embaixador do Brasil em Cuba, Cesário Melantonio Neto.
Controle cubano
Não é fácil fazer negócios em Cuba. A Fanavid, que fabrica vidros automotivos, anunciou a implantação de uma fábrica em 2009, mas o projeto não saiu do papel.
Um dos motivos, segundo fontes que acompanham o processo, é a dificuldade de financiamento, que seria de cerca de US$ 60 milhões, dado que o governo cubano exige o controle da operação.
Uma das incursões mais antigas do Brasil no mercado cubano é Brascuba, joint-venture da Souza Cruz com a cubana Tabacuba, desde 1995.
A trading Surimpex também é veterana: está em Cuba desde 1992. É sócia da estatal cubana Alimport, que importa a maioria dos alimentos consumidos na ilha.
"Cuba não é para principiantes", diz Ericka de Oliveira, assistente de exportação da Surimpex há 16 anos. Na maior parte dos casos, eles compram dos fornecedores à vista e aí vendem para Cuba.
No caso de cortes de frango da Brasil Foods e da JBS, usam crédito do BB. Agora vão começar a usar a linha do Mais Alimentos.
Já a Odebrecht, além do porto, tem outros dois grandes projetos na ilha, ambos aguardando a aprovação de financiamento do BNDES: a ampliação do aeroporto de Havana, no valor de US$ 200 milhões (para o qual o governo cubano pede financiamento de US$ 150 milhões do BNDES) e a parceria com o governo cubano para produção de etanol (US$ 120 milhões).
Exportações
O Brasil já é o segundo maior exportador para Cuba, excluindo-se o petróleo venezuelano: China (42%), Brasil (16%) e Canadá (15%). Os principais produtos vendidos ao país são óleo de soja, milho, frango, arroz, carne e café.
"As empresas brasileiras já vão estar lá quando abrirem de vez o mercado e houver muita concorrência", diz Tatiana Porto, diretora da Apex.
O Brasil é o quarto maior importador de Cuba e compra principalmente medicamentos e vacinas.
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