Flexibilidade de horário, informalidade no vestuário, políticas antiestresse e ambiente menos hierárquico. Os escritórios de Direito mudaram para atrair e reter profissionais com perfil colaborativo e empreendedor
Giovanni Falcetta, do Aidar SBZ: sala com TV e videogame para relaxar no expediente
São Paulo - Quando compareceu à entrevista de emprego
em um escritório concorrente do seu, o advogado Giovanni Falcetta, de
33 anos, pensou ter se enganado de endereço. As mesas de trabalho eram
separadas por baias de vidro e todos trabalhavam no mesmo ambiente.
Seus prováveis futuros colegas estavam vestidos sem formalidade e
alguns conversavam animadamente em rodas de bate-papo. Giovanni foi
recebido pessoalmente por um dos sócios do escritório e, em seguida,
apresentado à sala de descompressão, local dotado de televisor, video
game e sofás confortáveis para quem quiser se desestressar durante o
expediente.
Expediente, aliás, que poderia ser cumprido em home office, se
necessário. Acostumado ao clima formal de escritórios tradicionais de
São Paulo, o advogado estranhou a proposta, mas não pensou duas vezes
para aceitá-la. "Eu queria mais qualidade de vida e um ambiente menos competitivo, mais acolhedor", diz.
Falcetta foi contratado pelo Aidar SBZ, criado há dois anos, que
ilustra a tendência dos novos escritórios de advocacia de trocar o ar
sisudo da área por ambientes despojados, com políticas de RH mais
atraentes para os jovens profissionais.
Segundo Carlos Ferreira, sócio da consultoria de recolocação 4Hunter,
especializada nas áreas jurídica e financeira, as mudanças na economia e
o aumento do mercado de trabalho na área jurídica — com o consequente
aumento da concorrência pelos melhores profissionais — impulsionaram as
transformações no perfil dos escritórios de advocacia.
"Para se destacar, os escritórios mais novos (muitos deles resultantes
de cisões de bancas tradicionais) oferecem políticas de remuneração mais
atraentes, flexibilidade de horário e de vestuário, treinamento e mais
qualidade de vida. E em troca querem um profissional criativo, proativo,
capaz de trazer e fidelizar seus clientes. Além, é claro, de ser muito
bons na parte técnica" diz Carlos.
Para atrair talentos com esse perfil, o KLA aposta num ambiente menos
hierárquico: "Não existe chefe ou subordinado. Todos são iguais — apenas
em níveis diferentes de experiência. E temos um plano de carreira bem
estruturado: conforme o tempo de casa, crescem o custo do honorário do
advogado e sua participação nos lucros", diz Fernando Koury Lopes, do
escritório KLA.
No Stocche Forbes, fundado há menos de um ano por advogados oriundos de
escritórios tradicionais do país, as mudanças na política de
remuneração também ajudam a conquistar os jovens talentos. "A
remuneração é fixa, os bônus são ilimitados e o cálculo dos honorários é
feito sobre a hora média de todos os advogados, o que evita a
competição interna", diz Rafael Pássaro, sócio do Stocche Forbes.
"Fazemos reuniões mensais com todos — dos estagiários aos sócios — e abrimos os números. Queremos que cada umse sinta dono do negócio", completa.
No caso do advogado Pedro Brito, de 26 anos, que trocou um dos maiores escritórios do país pelo Souza, Schneider, Pugliese e Sztokfisz Advogados (SSPS), criado há seis anos, o que pesou foi a política de desenvolvimento de pessoas do novo emprego.
"Nos grandes escritórios, você só vê os sócios na festa de fim de ano. Aqui, você aprende diretamente com eles", explica. "Damos cursos de comunicação, expressão e, claro, da área jurídica", diz Henrique Philip Schneider, sócio- fundador do SSPS, que incentiva os profissionais a atuarem em casos de diversas especialidades.
"Também estimulamos experiências no exterior. No momento, temos uma advogada estagiando nos Estados Unidos e outro fazendo mestrado na Holanda", diz.
As inovações promovidas pelos novos concorrentes já influenciam o ambiente de trabalho dos escritórios mais tradicionais, como Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, que conta com um "fun foor": um andar com mesa de sinuca, televisor, videogame, manicure e massagem.
"É possível ser um escritório grande, com mais de 700 profissionais, e ser moderno, com profissionais criativos, proativos, engajados e satisfeitos com o trabalho", diz Mario Esequiel, diretor administrativo. Sinal de que as mudanças no jeito de trabalhar dos escritórios vieram para ficar.
"Fazemos reuniões mensais com todos — dos estagiários aos sócios — e abrimos os números. Queremos que cada umse sinta dono do negócio", completa.
No caso do advogado Pedro Brito, de 26 anos, que trocou um dos maiores escritórios do país pelo Souza, Schneider, Pugliese e Sztokfisz Advogados (SSPS), criado há seis anos, o que pesou foi a política de desenvolvimento de pessoas do novo emprego.
"Nos grandes escritórios, você só vê os sócios na festa de fim de ano. Aqui, você aprende diretamente com eles", explica. "Damos cursos de comunicação, expressão e, claro, da área jurídica", diz Henrique Philip Schneider, sócio- fundador do SSPS, que incentiva os profissionais a atuarem em casos de diversas especialidades.
"Também estimulamos experiências no exterior. No momento, temos uma advogada estagiando nos Estados Unidos e outro fazendo mestrado na Holanda", diz.
As inovações promovidas pelos novos concorrentes já influenciam o ambiente de trabalho dos escritórios mais tradicionais, como Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, que conta com um "fun foor": um andar com mesa de sinuca, televisor, videogame, manicure e massagem.
"É possível ser um escritório grande, com mais de 700 profissionais, e ser moderno, com profissionais criativos, proativos, engajados e satisfeitos com o trabalho", diz Mario Esequiel, diretor administrativo. Sinal de que as mudanças no jeito de trabalhar dos escritórios vieram para ficar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário