Ensino de música atrai estrangeiros de vários países.
Não é preciso entrar em muitas salas do prédio da Faculdade Fesp, que
sedia os cursos da segunda fase da Oficina de Música de Curitiba, para
encontrar alunos de fora do Brasil. Eles vieram às dezenas da Argentina,
Uruguai e Venezuela; e o cadastro do festival ainda registra inscritos
da Holanda, Inglaterra, Islândia e Itália.
Assim como na fase erudita, os alunos desta segunda etapa buscam, em
geral, a profissionalização e são atraídos por professores renomados.
Mas, para os estrangeiros, a Oficina também é uma oportunidade de
mergulhar na música brasileira, conforme explica o professor de saxofone
Pedrinho Figueiredo.
“Temos uma linguagem brasileira, uma forma de tocar que é distinta,
diferente, e essa troca é muito legal”, explica o saxofonista.
O bandolinista venezuelano Román Otero, que veio à Oficina pela
primeira vez, por meio de uma seleção da Fundación Festival
Internacional de Jazz Barquisimeto, conta que tem um grupo de choro em
Caracas. As aulas com Izaías Bueno de Almeida são uma chance de ir
direto à fonte no estilo que toca. “Chegar aqui e escutar autenticamente
o choro e amúsica brasileira mudou muito minha perspectiva”, diz o
instrumentista.
O aluno de trompete Joaquin Mujica é outro adepto do choro fora do
país. Integrante do grupo La Chorona Uruguay, de Montevidéu, o músico
está na Oficina pela segunda vez. “Gosto muito da música brasileira. No
Uruguai, não tem música brasileira e tampouco outros gêneros populares
no ensino universitário. É preciso ir até o Brasil e a Argentina para
ter aulas de música popular”, explica Mujica.
Também vinda do Uruguai, Elena Ciavaglia destaca a importância do
intercâmbio cultural vivido pelos alunos no festival. “Gosto de vir por
tudo em que implica a Oficina – conhecer pessoas e conhecer mais a
música brasileira, que é muito importante no Uruguai”, diz.
Acordeonista de um grupo de forró radicado em Karlsruhe, no sul da
Alemanha, o brasileiro Alex Almeida conta que o interesse dos estudantes
de música pelo Brasil também é claro na Europa, onde há oferta escassa
de ensino neste segmento. “A música brasileira está na moda”, diz.
(Gazeta do Povo – 23/01/2014)
Nenhum comentário:
Postar um comentário