DAVOS, Suíça, 23 Jan (Reuters) - Empresas multinacionais estão se
tornando mais seletivas sobre investimentos em mercados emergentes,
conforme o crescimento em desaceleração nestas economias e uma
recuperação nos países desenvolvidos do Ocidente tiram um pouco do
brilho daquela que era vista como uma aposta estratégica certeira.
Executivos em Davos disseram que permanecem comprometidos a aproveitar
as ascendentes classes médias de Xangai a Lagos, mas alguns estão
recuando e realocando recursos de regiões particularmente difíceis e com
baixas margens.
"Era uma corrida por ouro. Agora a corrida
acabou," disse Jeff Joerres, presidente-executivo da empresa de recursos
humanos Manpower Group, cujos clientes incluem muitas das principais
companhias internacionais.
O novo humor segue uma importante
alteração no equilíbrio entre os principais motores de crescimento
econômico no mundo, com economias desenvolvidas, lideradas pelos Estados
Unidos, retomando seus lugares como principal motor de produção global
em 2014.
Os mercados emergentes ainda crescerão a taxas maiores
que os mercados desenvolvidos este ano, mas a diferença entre as taxas
será a menor desde 2002.
O equilíbrio entre economias emergentes
e desenvolvidas é um tópico central no encontro anual do Fórum
Econômico Mundial nos Alpes suíços, como salientado por uma sessão nesta
quinta-feira intitulada "BRICs em crise de meia-idade?".
As
taxas de crescimento do Brasil, da Rússia, da Índia e da China são a
metade do que eram antes da crise financeira, e as companhias estão
agora analisando com muita atenção alternativas às "quatro grandes".
Um executivo sênior de uma empresa de tecnologia norte-americana, que
não quis ser identificado, disse que sua empresa estava enfrentando
tempos especialmente difíceis no Brasil, com grandes incertezas também
na Rússia, levando a companhia a olhar para outros locais para destinar
recursos.
De fato, 60% das empresas agora esperam realocar os
investimentos feitos nos países do BRIC para outros mercados com
crescimento mais acelerado, segundo uma pesquisa da Accenture com mais
de 1.000 executivos.
(Por Ben Hirschler, Alessandra Galloni e Paul Carrel)
Nenhum comentário:
Postar um comentário