Ao lado do ditador cubano, Raúl Castro, a presidente Dilma Rousseff
anunciou nesta segunda-feira um investimento adicional de US$ 290
milhões (R$ 701 milhões) na zona econômica especial do porto de Mariel,
dos quais 85% virão de crédito do BNDES e os restantes 15% serão a
contrapartida do governo cubano.
"O Brasil quer se tornar parceiro econômico de primeira ordem de Cuba",
disse Dilma. Raúl agradeceu à presidente "por ajudar neste projeto
transcendental para a economia nacional".
A Folha apurou que o financiamento anunciado por Dilma ainda não
havia dado entrada no BNDES e está sob negociação em nível ministerial. O
crédito seria para a retroárea do porto, como pátios de estocagem. Em
nota, o PSDB cobrou transparência sobre a operação.
Dilma em Cuba
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O presidente cubano, Raúl Castro e Dilma Rousseff apertam as mãos durante a inauguração do porto de Mariel
O Brasil já fornecera um crédito de US$ 802 milhões (R$ 1,92 bilhão)
para a construção do porto de US$ 957 milhões, inaugurado nesta segunda
por Dilma.
Dos US$ 802 milhões iniciais, US$ 682 milhões (R$ 1,63 bilhão) foram
entregues à Odebrecht, que lidera as obras, e outros US$ 120 milhões (R$
288 milhões) a outras empresas brasileiras.
Em seu discurso, Dilma afirmou que Cuba sofre "um embargo econômico
injusto". Ela também comemorou a reintegração do país a organismos
internacionais: "Somente com Cuba nossa região estará completa."
O embargo dos EUA a Cuba vigora desde os anos 1960. Dentre as medidas,
proíbe a venda de produtos com mais de 10% de componentes americanos
para a ilha.
Dilma afirmou ainda que já há empresas brasileiras interessadas em
investir na zona econômica especial. No fim de março, a Apex (Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) vai levar a Cuba
uma missão de empresários interessados em investir.
Segundo a Folha antecipou, a Odebrecht estuda instalar uma
fábrica de transformação de plásticos no local. O porto de Havana está
transferindo suas atividades para Mariel e passará por revitalização,
nos moldes de Puerto Madero, em Buenos Aires.
De Mariel, que fica a 45 km de Havana, Dilma seguiu para o Palácio da
Revolução, sede do governo cubano. No almoço, ela e Raúl comeram perna
de cabrito recheada com queijo feta e aspargos, além de musse de maçã
com merengue.
MAIS MÉDICOS
Dilma agradeceu ao governo e ao povo cubano pelo programa Mais Médicos
que disse ser "amplamente aprovado" pela população brasileira. Hoje
haverá uma cerimônia para marcar o embarque de mais 2.000 médicos
cubanos ao Brasil nesta semana.
Segundo Dilma, o Brasil "acredita e aposta no potencial econômico e social de Cuba".
"Mesmo submetida a um injusto embargo econômico, Cuba será um dos três
maiores volumes de comércio do Caribe, desempenho que aumentará
substancialmente, com a entrada em funcionamento do porto e da zona
especial de desenvolvimento de Mariel", disse Dilma.
As gruas do porto estavam enfeitadas com bandeiras do Brasil e de Cuba. O
porto terá capacidade inicial de 1 milhão de contêineres por ano e
quando estiver concluído serão 3 milhões, com capacidade para receber
navios Super Pós Panamax.
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