domingo, 26 de janeiro de 2014

Paralisação de seis horas atinge cerca de 13 portos


Por Fernanda Pires | Especial para o Valor
 
Dado Galdieri/Bloomberg

SANTOS  -  Dos 23 portos anunciados que adeririam à paralisação de seis horas, na manhã e tarde desta sexta-feira, 24, “entre 12 e 13” de fato suspenderam as atividades administrativas, disse a Federação Nacional dos Portuários (FNP), que organizou o movimento. “Cada sindicato tem sua assembleia, estamos a mil quilômetros do porto mais próximo, foi a informação que nos chegou”, disse o diretor de administração e finanças da FNP, que fica em Brasília, José Renato Inácio de Rosa.

A FNP anunciou que os trabalhadores portuários das companhias docas paralisariam as atividades, hoje, das 7 horas às 13 horas. Eles reivindicam a implantação do plano de cargos, carreira e salários nas estatais, uma solução para a dívida bilionária do Portus — o fundo de previdência complementar da categoria — e a garantia de que a guarda portuária não será privatizada.

A estimativa era de que oito mil profissionais cruzassem os braços nesta sexta. Eles não atuam diretamente na movimentação de cargas, mas em funções administrativas, como a permissão para atracação e desatracação de navios e o controle de acesso de pessoas e veículos ao cais.

Na maior administradora portuária, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), não houve interrupção dos trabalhos. Segundo a assessoria de imprensa da estatal, a Codesp já tem um plano de cargos e salários e não houve tempo legal para dar publicidade ao ato.

Houve suspensão dos trabalhos nas administrações portuárias do Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Pará, informou a FNP.

Segundo o sindicalista, está mantida uma paralisação por 24 horas na quinta, 30, e, foi marcada, para o dia 4, uma reunião na FNP. Caso os portuários não consigam estabelecer um cronograma de ação com o governo, até lá, há a possibilidade de deflagrar greve por tempo indeterminado.
O ponto mais nevrálgico das reivindicações é a dívida do Portus. Desde agosto de 2011, o fundo de pensão complementar está sob intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e tem visto suas reservas minguarem. O Portus se diz credor de uma dívida de quase R$ 4 bilhões que seria fruto da inadimplência das patrocinadoras (as companhias docas) e da União, como sucessora da extinta Portobrás (antiga estatal federal).
A intervenção já foi renovada seis vezes e vence em 31 de janeiro. Segundo a FNP, o Portus atende 11 mil portuários ativos e pensionistas. Considerando os dependentes, são mais de 30 mil pessoas.

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