SÃO PAULO - Os
investidores estrangeiros que aplicaram recursos no Brasil assistiram a
uma destruição de valor de seus ativos em uma "escala colossal" nos
últimos três anos. É o que conclui o jornal britânico Financial Times
após análise de dados do Banco Central brasileiro.
O subeditor de mercados emergentes do jornal, Jonathan Wheatley, diz em seu artigo que esses investidores sofreram uma destruição de patrimônio de mais de US$ 284 bilhões entre janeiro de 2011 e novembro de 2013. Para chegar ao número, considerou o fluxo de entrada de dólares para investimento direto e em ativos financeiros, que foi de mais de US$ 260 bilhões, e a perda de valor dos ativos em posse desses investidores. No mesmo intervalo, o valor dos ativos caiu de US$ 1,351 trilhão para US$ 1,327 trilhão - ou seja, não só esse estoque não refletiu a entrada dos US$ 260 bilhões, como ainda diminuiu em US$ 24 bilhões. Assim, a destruição de valor seria de mais de US$ 284 bilhões.
O texto lembra que o Brasil foi um paraíso para os investidores em anos anteriores - como 2009, quando, pelo mesmo raciocínio, as aplicações feitas pelos estrangeiros viram uma geração de valor de US$ 190 bilhões. Mas diz que o cenário se inverteu nos últimos três anos, influenciado pelos efeitos da crise global sobre os mercados emergentes e pela maior intervenção do estado na economia brasileira.
Ouvido pela reportagem do FT, o chefe de Mercados Emergentes do Citi, David Lubin, diz que o Brasil é um quebra-cabeças em alguns aspectos. Para ele, as contas externas (que podem indicar a vulnerabilidade de um país) estão sob controle, com elevadas reservas internacionais e financiamento por investimento direto. No entanto, os investidores teriam dificuldade em confiar no modelo de crescimento brasileiro. O FT cita como razão para essa cautela o papel crescente do Estado na economia. Lembra que os bancos públicos - e não os privados - têm fornecido a maior fatia do crédito e que a Petrobras tem papel decisivo na exploração das reservas do pré-sal.
Já John-Paul Smith, estrategista do Deutsche Bank, avalia que os ativos brasileiros se aproximam da situação de estar "tão ruim, que ficam bons". Ele recomenda aos investidores monitorar a governança corporativa no país e a relação do empresariado com o governo.
O subeditor de mercados emergentes do jornal, Jonathan Wheatley, diz em seu artigo que esses investidores sofreram uma destruição de patrimônio de mais de US$ 284 bilhões entre janeiro de 2011 e novembro de 2013. Para chegar ao número, considerou o fluxo de entrada de dólares para investimento direto e em ativos financeiros, que foi de mais de US$ 260 bilhões, e a perda de valor dos ativos em posse desses investidores. No mesmo intervalo, o valor dos ativos caiu de US$ 1,351 trilhão para US$ 1,327 trilhão - ou seja, não só esse estoque não refletiu a entrada dos US$ 260 bilhões, como ainda diminuiu em US$ 24 bilhões. Assim, a destruição de valor seria de mais de US$ 284 bilhões.
O texto lembra que o Brasil foi um paraíso para os investidores em anos anteriores - como 2009, quando, pelo mesmo raciocínio, as aplicações feitas pelos estrangeiros viram uma geração de valor de US$ 190 bilhões. Mas diz que o cenário se inverteu nos últimos três anos, influenciado pelos efeitos da crise global sobre os mercados emergentes e pela maior intervenção do estado na economia brasileira.
Ouvido pela reportagem do FT, o chefe de Mercados Emergentes do Citi, David Lubin, diz que o Brasil é um quebra-cabeças em alguns aspectos. Para ele, as contas externas (que podem indicar a vulnerabilidade de um país) estão sob controle, com elevadas reservas internacionais e financiamento por investimento direto. No entanto, os investidores teriam dificuldade em confiar no modelo de crescimento brasileiro. O FT cita como razão para essa cautela o papel crescente do Estado na economia. Lembra que os bancos públicos - e não os privados - têm fornecido a maior fatia do crédito e que a Petrobras tem papel decisivo na exploração das reservas do pré-sal.
Já John-Paul Smith, estrategista do Deutsche Bank, avalia que os ativos brasileiros se aproximam da situação de estar "tão ruim, que ficam bons". Ele recomenda aos investidores monitorar a governança corporativa no país e a relação do empresariado com o governo.
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