quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

FGV/EESP aponta que taxa de câmbio apresenta desafios para o país

O levantamento revela ainda que “não é possível descartar movimentos mais fortes de depreciação da taxa de câmbio real ao longo de 2014 com uma eventual depreciação para além do equilíbrio da moeda brasileira".
A taxa de câmbio real do Brasil chegou muito perto do câmbio de equilíbrio ao fim de 2013. No entanto, a taxa mais depreciada lança um novo desafio para a formulação de uma política macroeconômica que concilie a aceleração da economia e uma possível pressão sobre a inflação. Estas são algumas conclusões de pesquisa realizada pelo Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo (FGV/EESP) e divulgada hoje no jornal Valor Econômico.

Segundo o estudo, a taxa de câmbio real ficou 13,4% valorizada em 2013, levando em conta a média anual, em relação a um câmbio de equilíbrio frente a uma cesta de moedas relacionadas aos principais parceiros comerciais do país. O desalinhamento médio de 2013 ficou muito próximo ao de 2012 – ano para o qual o mesmo cálculo indica câmbio médio anual valorizado em 14,2%. Os dados mensais, porém, mostram taxa mais próxima do equilíbrio ao fim de 2013, por conta de uma depreciação maior concentrada nos últimos meses do ano.

O levantamento aponta ainda que “não é possível descartar movimentos mais fortes de depreciação da taxa de câmbio real ao longo de 2014 com uma eventual depreciação para além do equilíbrio da moeda brasileira". De acordo com o coordenador do centro, Emerson Fernandes Marçal, há ainda necessidade de um ajustamento na evolução dos preços relativos entre os setores produtores de bens comercializáveis internacionalmente e os de bens não comercializáveis: ao contrário do que vem acontecendo nos últimos anos, os preços dos primeiros precisam ter variação maior que a dos não comercializáveis, a fim de amenizar a pressão sobre lucros e permitir às empresas investimento em produção e expansão.

Já com relação à economia doméstica, Marçal lança um alerta para o risco da desvalorização do câmbio real representar mais uma restrição à política de controle da inflação.

O que é taxa de equilíbrio?

Do ponto de vista do comércio e da produção de um país, a taxa de equilíbrio pode ser entendida como aquela que é neutra para exportadores, importadores e produtores domésticos, e que não favorece uma parte em detrimento de outras.

Clique e saiba mais sobre o estudo da FGV/EESP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário