O
levantamento revela ainda que “não é possível descartar movimentos mais
fortes de depreciação da taxa de câmbio real ao longo de 2014 com uma
eventual depreciação para além do equilíbrio da moeda brasileira".
A
taxa de câmbio real do Brasil chegou muito perto do câmbio de
equilíbrio ao fim de 2013. No entanto, a taxa mais depreciada lança um
novo desafio para a formulação de uma política macroeconômica que
concilie a aceleração da economia e uma possível pressão sobre a
inflação. Estas são algumas conclusões de pesquisa realizada pelo Centro
de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo (FGV/EESP)
e divulgada hoje no jornal Valor Econômico.
Segundo o estudo, a taxa de câmbio real ficou 13,4% valorizada em
2013, levando em conta a média anual, em relação a um câmbio de
equilíbrio frente a uma cesta de moedas relacionadas aos principais
parceiros comerciais do país. O desalinhamento médio de 2013 ficou muito
próximo ao de 2012 – ano para o qual o mesmo cálculo indica câmbio
médio anual valorizado em 14,2%. Os dados mensais, porém, mostram taxa
mais próxima do equilíbrio ao fim de 2013, por conta de uma depreciação
maior concentrada nos últimos meses do ano.
O levantamento aponta ainda que “não é possível descartar movimentos
mais fortes de depreciação da taxa de câmbio real ao longo de 2014 com
uma eventual depreciação para além do equilíbrio da moeda brasileira".
De acordo com o coordenador do centro, Emerson Fernandes Marçal, há
ainda necessidade de um ajustamento na evolução dos preços relativos
entre os setores produtores de bens comercializáveis internacionalmente e
os de bens não comercializáveis: ao contrário do que vem acontecendo
nos últimos anos, os preços dos primeiros precisam ter variação maior
que a dos não comercializáveis, a fim de amenizar a pressão sobre lucros
e permitir às empresas investimento em produção e expansão.
Já com relação à economia doméstica, Marçal lança um alerta para o
risco da desvalorização do câmbio real representar mais uma restrição à
política de controle da inflação.
O que é taxa de equilíbrio?
Do ponto de vista do comércio e da produção de um país, a taxa de
equilíbrio pode ser entendida como aquela que é neutra para
exportadores, importadores e produtores domésticos, e que não favorece
uma parte em detrimento de outras.
Clique e saiba mais sobre o estudo da FGV/EESP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário