terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Abílio Diniz recusa convite para pasta de desenvolvimento

Rodrigo Constantino


Fonte: GLOBO

É, pelo visto está difícil o governo conseguir um “cavalo de Tróia” para enganar o mercado. Parece que finalmente os empresários acordaram! Mesmo os mais próximos do governo… Vejam notícia do GLOBO:

O empresário Abílio Diniz, presidente do conselho administrativo da BRF, foi convidado pelo Palácio do Planalto para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no lugar de Fernando Pimentel, que deixará o cargo para se candidatar ao governo de Minas Gerais. Segundo fontes, o nome de Diniz surgiu há cerca de duas semanas, como alternativa a Josué Gomes da Silva, filho caçula do falecido vice-presidente José Alencar, que recusara o convite para assumir a pasta.

Diniz confirmou a pessoas próximas ter recebido o convite. E disse ter ficado lisonjeado com a lembrança de seu nome. Mas explicou que não aceitaria o convite por considerar que, neste momento, pode “colaborar mais com o país” ficando na iniciativa privada.

A substituição do novo titular do MDIC tem sido um desafio para a presidente Dilma Rousseff. Além de Abílio Diniz e Josué Gomes da Silva, também disseram não o atual ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif, e o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. 

Que dureza, dona Dilma! Aceita um Dreher? Pelo visto não será tarefa trivial acalmar o mercado apenas no gogó e com algum troféu no ministério. Após tanta burrada e intervenção, a turma está como São Tomé: quer ver para crer. Ninguém tem coragem – ou insanidade – para se expor dessa maneira e virar bucha de canhão. Credibilidade é algo que se leva anos para construir, mas dias para destruir.

Como não sou da turma do “quanto pior, melhor”, vou tentar colaborar. Eis dois nomes de empresários que provavelmente aceitariam o convite: Benjamin Steinbruch e Eike Batista. O primeiro, pois basta ler seus artigos na Folha para ver como aplaude seu governo incompetente; o segundo porque deve (ou deveria) ter um sentimento de gratidão por toda a ajuda que recebeu do BNDES no governo do PT.

Só acho que nenhum dos dois nomes serviria para acalmar o mercado. Mas isso já é outra história…

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

"MAIS MÉDICOS" É ILEGAL E DESVIRTUA RELAÇÕES TRABALHISTAS, SEGUNDO PROCURADOR DO TRABALHO QUE OUVIU MÉDICA CUBANA.

A médica Ramona Rodriguez
Após tomar o depoimento da médica cubana Ramona Rodriguez nesta segunda-feira, o procurador do Trabalho Sebastião Caixeta afirmou que o programa federal Mais Médicos “sacrifica” as relações de trabalho e foi “desvirtuado” para suprimir a falta de profissionais nos rincões do país.
 
A lei que criou o Mais Médicos, sancionada em outubro do ano passado, carrega a bandeira de profissionalização dos participantes, o que justificaria a ausência de direitos trabalhistas e a remuneração em formato de bolsa. Diz a lei: “O programa visa aprimorar a formação médica no país e proporcionar maior experiência no campo de prática médica durante o processo de formação”.

Para o procurador, apesar de tentar afastar as relações trabalhistas, o Mais Médicos tem todas as características de um emprego formal. “O que nós constatamos é que ao se suprimir a necessidade de médicos no país, há o desvirtuamento genuíno das condições de trabalho”, disse Caixeta. “Esse projeto está sendo implementado de maneira a sacrificar outros valores constitucionais que também são caros, como os da relação de trabalho."
 
Ramona, que há uma semana abandonou o programa federal, afirmou ao procurador que, apesar de integrar o programa desde outubro, somente em meados de janeiro foi submetida a um curso de especialização – em duas sextas-feiras. Ramona disse ainda desconhecer o médico responsável pela “supervisão profissional”, conforme previsto em lei. Para Caixeta, o fato de ter passado por um curso não descaracteriza a relação trabalhista, já que a médica trabalhava oito horas por dia, com pausa de duas horas para almoço.
 
O depoimento de Ramona integrará inquérito civil público instaurado em agosto do ano passado pelo Ministério Público do Trabalho. O procurador vai pedir ao governo federal a correção das ilegalidades do programa, como a diferença salarial entre os cubanos e demais participantes e a falta de garantias trabalhistas – férias e 13º salário. Enquanto todos os participantes recebem 10.000 reais mensais, os cubanos ganham cerca de 1.000 reais (400 dólares).
 
Caixeta afirma ter tentado acesso ao contrato entre cubanos e a Organização Panamericana de Saúde (Opas) – órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS) que, segundo o governo brasileiro, intermediou a vinda dos profissionais de Cuba -, mas que não conseguiu. A Opas alega que há uma “cláusula de confidencialidade exigida pelo governo de Cuba”.
 

12 notícias de marketing que você talvez não tenha visto


As 50 maiores agências publicitárias do Brasil e uma campanha improvável do saquê Jun Daiti estão entre os destaques da semana


Reprodução/Youtube/Jun Daiti
E o Tchan em campanha do saque Jun Daiti
É o Tchan em campanha do saquê Jun Daiti: uma versão menos barulhenta de seus sucessos, em nome das boas conversas
 
Campanha. "Eles já te pediram para segurar o tchan, para amarrar o tchan, e agora vieram te pedir desculpas". A improvável introdução apresenta a nova campanha da marca nacional de saquê Jun Daiti, da fabricante Diageo.

Humor. O canal de vídeos de humor no YouTube Porta dos Fundos publicou um novo vídeo que faz alusão aos personagens do Blue Man Group, conhecidos como garotos-propaganda da operadora TIM. Apesar de não citar a marca, o personagem passa por problemas de linha e conexão.

Ranking. A Young & Rubicam continua a liderar o ranking das maiores agências de publicidade brasileiras, diz o Ibope Monitor. A lista traz o investimento dos anunciantes atendidos pelas respectivas empresas em 2013. Confira nossas 50 maiores agências.

Raul. Em parceria, Vivo e Samsung apresentaram o filme inédito Metamorfose Ambulante, uma homenagem especial aos 25 anos sem Raul Seixas, com criação da agência Africa.

Futebol. A Nike, apoiadora da CBF, anunciou o lançamento de camisas amarelo-canarinho para os principais clubes que patrocina no Brasil no ano da Copa do Mundo.  Corinthians, Santos, Internacional, Bahia e Coritiba ganharam novos uniformes, fornecidos pela empresa. 

Viral. Andou vendo por aí um vídeo em que o apresentador Amaury Jr. tornou-se um inverosímil rapper? Pois quem está por trás da iniciativa é a Negresco, que criou esse viral para a sua campanha Desenrola. A ação virou meme e mostra estratégia pós-chegada da Oreo no Brasil. 

up! . Na noite desta sexta-feira, a Volkswagen estreou na TV aberta o primeiro comercial do seu novo lançamento, o modelo compacto up!, maior aposta da montadora no Brasil em 2014.

Coca. Um comercial multiétnico da Coca-Cola exibido no Super Bowl não agradou alguns americanos. O vídeo focou a diversidade e gerou protestos de parte dos internautas nas redes sociais. 

Bancos. O Wells Fargo, dos Estados Unidos, é o banco com maior valor de marca do mundo em 2014, avaliado em 30 bilhões de dólares. Confira as marcas de bancos mais valiosas do mundo em 2014.

Anunciantes. A Unilever se consolidou em 2013 como a maior anunciante do Brasil, à frente da Casas Bahia, que figurou no topo deste ranking por 11 anos consecutivos. Entre 2012 e 2013, a multinacional anglo-holandesa aumentou em 50% o investimento em publicidade

Honda revela a beleza interior dos objetos


Criação é da Wieden+Kennedy de Londres

Amanda de Almeida, de
Reprodução/YouTube/Honda
Trecho de comercial da Honda
Trecho de comercial da Honda: ideia é mostrar que a verdadeira beleza está muito além da superfície e do óbvio, lembrando que a função também importa

São Paulo - No ano passado, a Honda mostrou o que a curiosidade é capaz de fazer em Hands. Agora, a montadora, junto com a Wieden+Kennedy de Londres, acrescenta mais um item ao seu histórico de boas campanhas com Inner Beauty. Ainda movidos pela curiosidade, o comercial feito para o Civic Tourer revela a beleza interior de diversos objetos – entre eles, é claro, o novo modelo da montadora.

Neste filme, que contou com produção da Nexus, a ideia é mostrar que a verdadeira beleza está muito além da superfície e do óbvio, lembrando que a função também importa. Isso é traduzido em uma viagem através de objetos como uma bola de golfe, um robô de brinquedo, uma máquina fotográfica, um amplificador…

Dá vontade de assistir várias vezes, só para notar um novo detalhe a cada play.

Vídeo:  http://www.youtube.com/watch?v=mhBc1MprPHs

O que Pedro Passos disse que irritou o governo


Presidente do IED e sócio da Natura criticou duramente a falta de clareza da política econômica do governo Dilma. Para ministro, críticas são "eleitoreiras"


Germano Lüders/EXAME.com
Pedro Passos, do Iedi
Pedro Passos, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial)

São Paulo - Presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e fundador e sócio da Natura, Pedro Passos não poupa críticas ao governo.

"O ambiente econômico está muito prejudicado no país. A taxa de investimento é muito baixa, o clima de confiança não existe, acabou. Falta direção", disse ele em entrevista publicada neste domingo pelo jornal O Estado de São Paulo.

Para Passos, "as decisões e as metas de política econômica não são claras" e "é preciso reconhecer que o modelo se esgotou e que precisamos lançar outro".

Ele criticou os incentivos pontuais para a indústria automobilística e da linha branca e cobrou mais definição das políticas fiscais e de combate à inflação, além de um aprofundamento maior das concessões.

A necessidade de maior abertura comercial para favorecer a indústria e estimular a produtividade foi um dos temas mais abordados pela entrevista.

Para Passos, o país é refém do Mercosul e falta clareza e agressividade na estratégia brasileira em relação ao comércio internacional.

"Não defendemos uma abertura irresponsável, mas um compromisso ao longo do tempo (...). Não podemos ser ingênuos de entregar setores inteiros sem saber negociar. O Brasil pode ser um país mais integrado, mas é preciso ter um plano, dar uma direção", diz.


Resposta


A resposta ficou a cargo do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, que deixa o cargo esta semana para concorrer ao governo de Minas Gerais. 

Em declaração ao Estadão, ele não respondeu a nenhuma crítica em específico: "Não é o caso de respondê-las, porque elas não foram feitas no âmbito do debate. Ele não quer contribuir com o debate econômico."

De acordo com Pimentel, a razão para as declarações é eleitoral: "A agressividade dele não me surpreende. A Natura hoje tem uma posição partidária, de apoio a uma candidatura de oposição ao governo."
Guilherme Leal, outro dos fundadores da Natura, foi candidato à vice-presidência nas eleições de 2010 na chapa de Marina Silva.

Depois de deixar o PV, Marina fez uma tentativa frustrada de fundar um novo partido, a Rede. Ela deve voltar a ser candidata nas eleições deste ano, agora como vice de Eduardo Campos (PSB).  

Mulheres são maioria entre os novos empreendedores


Segundo o Sebrae, 52% dos empresários com menos de três anos e meio de atividade são do sexo feminino

Alessandra Pires, da
Grancesco Corticcha/Getty Images
Mulher empreendedora
Mulher empreendedora: apenas no Nordeste as mulheres ainda não ultrapassaram os homens, mas estão quase lá, com aproximadamente 49% de participação entre os novos empresários
 
Brasília - As mulheres estão comandando a abertura de novos negócios no país. Dados revelados pelo Sebrae a partir da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostram que 52% dos novos empreendedores – aqueles com menos de três anos e meio de atividade – são mulheres. A força empreendedora feminina é maioria em quatro das cinco regiões brasileiras. Apenas no Nordeste elas ainda não ultrapassaram os homens, mas estão quase lá, com aproximadamente 49% de participação entre os novos empresários.

“A cada ano, o perfil do empreendedor brasileiro se torna mais feminino e mais escolarizado”, destaca o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “As mulheres estão investindo em qualificação, buscam acesso às informações, não permitem amadorismo”, afirma. Prova disso é o índice de escolaridade: 49% dos donos de novos negócios – em que as mulheres são maioria – têm pelo menos o segundo grau completo. Já entre os donos de negócios estabelecidos (com mais de três anos e meio de atividade), – em que os homens são maioria – esse índice é de 41%.

A pesquisa GEM aponta ainda que 66% das mulheres iniciam uma empresa após identificar uma oportunidade de mercado. “Elas estão deixando de empreender apenas para complementar a renda da família ou por consequência de um passatempo”, reforça o presidente do Sebrae. Mesmo em um cenário praticamente de pleno emprego, em todas as regiões do país a maioria das mulheres que conduzem suas próprias empresas são movidas pela oportunidade e não pela falta de alternativas.

Boa parte desse resultado pode ser creditado à força do mercado interno brasileiro, fortalecido pela expansão da classe média. Mas, o fator determinante para o aumento do número de mulheres que empreendem é a flexibilidade para administrar o próprio tempo: gerenciar a própria empresa permite que elas consigam dividir o trabalho com outras atividades da vida familiar. “Isso não quer dizer que elas trabalhem menos, mas ganham autonomia para escolher seus horários”, completa Barretto.

A pesquisa GEM, uma iniciativa da London Business School e Babson College, é feita em 68 países, cobrindo 75% da população global e 89% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. No Brasil, ela é patrocinada pelo Sebrae e realizada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foram entrevistadas 10 mil pessoas de 18 a 64 anos, de todas as regiões, e 85 especialistas em empreendedorismo. Entre os ouvidos pela GEM estão desde pessoas que estão se preparando para iniciar um empreendimento até os que já estão estabelecidos no mercado.

Médica cubana presta depoimento ao Ministério Público


Após o depoimento da médica, procurador disse que o inquérito do MPT sobre o programa aguarda inspeções dos procuradores nos estados para conclusão

Débora Álvares, do
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A médica cubana Ramona Matos Rodrigues, que abandonou o Programa Mais Médicos, durante entrevista coletiva
Médica Ramona Rodrigues: ponto do depoimento que foi novidade para o Ministério Público diz respeito à autorização necessária aos médicos para sair da cidade onde trabalham

Brasília - A médica cubana Ramona Matos Rodrigues, que deixou o Programa Mais Médicos na semana passada e pediu asilo ao Brasil, disse nesta segunda-feira, 10, em depoimento ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que fez curso pela internet nas duas últimas semanas antes de se desligar do programa.

Para o procurador Sebastião Caixeta, ainda que haja um curso de especialização semanal, o vínculo trabalhista se mantém. 

"Quando da edição da Medida Provisória que criou o programa Mais Médicos, o governo brasileiro alegou que traria os profissionais para cursos de especialização. No entanto, o que se verifica é um vínculo trabalhista claro", disse.

Após o depoimento da médica, o procurador disse que o inquérito do MPT sobre o programa aguarda inspeções dos procuradores nos estados para conclusão. Ele ressaltou ainda não ter informações do valor já repassado à Cuba referente aos salários dos profissionais que vieram para o Brasil.

Um ponto do depoimento de Ramona que também foi novidade para o Ministério Público diz respeito à autorização necessária aos médicos para sair da cidade onde trabalham. 

"Para sair de Pacajá (PA), tinha que pedir uma autorização. O contrato também traz um termo de confidencialidade que proíbe relacionamentos com não cubanos", contou a médica no depoimento. 

"A autorização para sair não era um assunto que vinha sendo tratado, mas todo cidadão deve ter esse direito preservado (de ir e vir)", afirmou o procurador.

Caixeta voltou a ressaltar que o inquérito leva à conclusão de que a legislação brasileira tem sido violada com o programa. Além do não cumprimento dos direitos trabalhistas a todos os profissionais, a situação dos médicos cubanos é considerada pelo Ministério Público como discriminatória.