domingo, 23 de fevereiro de 2014

Cães e gatos já podem tirar passaporte


 

A partir de agora, cães e gatos têm direito a passaporte para viajar pelo Brasil e para outros países. A iniciativa foi tomada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por causa do aumento no número de passageiros que viajam com seus pets.

A expedição do documento é opcional, gratuita, será feita em português, inglês e espanhol e terá validade para todo território nacional e países que o reconheçam como equivalente ao certificado sanitário de origem.

No passaporte do pet deverão constar informações sobre o animal, dados de vacinação e exame clínico realizado por veterinário. Nome completo e endereço do proprietário também são necessários. A foto do pet não será obrigatória, porém o dono poderá fornecer um retrato em tamanho 5x7.

Documentos necessários - Para obter o documento, o dono deve apresentar atestado de saúde e carteira de vacinação do animal. A solicitação do passaporte deverá ser feita em uma das unidades do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), localizadas em aeroportos, portos, postos de fronteira e alfândegas.

A emissão do documento só é realizada após o implante de um microchip – dispositivo de identificação eletrônica - sob a pele do animal, método já utilizado na União Europeia. Informações do dispositivo - código, data de aplicação e localização do microchip – constarão no passaporte.

Cuidados de véspera - Antes do embarque, o dono precisará solicitar que um veterinário registre no passaporte informações sobre a saúde do animal, como dados de vacinação, tratamentos, exames e análises exigidos pelo país de destino - todos os exames e comprovantes deverão ser expedidos em um prazo de até dez dias antes da viagem. Em seguida, o passageiro terá que validar as novas informações em uma unidade do Vigiagro.

VENEZUELA



Folha de S. Paulo - Pequena diplomacia / Editorial
Na terça-feira, a estudante brasileira Emiliane Coimbra, 21, foi detida em Puerto Ayacucho, Venezuela. Passou a noite num quartel, foi indiciada e não pode deixar o município até ser julgada. Seu crime: portar um cartaz com os dizeres "Abaixo Maduro; abaixo a escassez e abaixo a violência".

A crer no comunicado oficial do Mercosul, divulgado no domingo passado, ela e milhares de outros manifestantes naquele país realizam "ações criminais" e "querem disseminar a intolerância e o ódio".

O texto não faz mais que ecoar palavras usadas pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, contra seus opositores. Apesar disso, o governo brasileiro o subscreveu, como se fosse um abaixo-assinado, e não um documento diplomático.

Há grande contraste com declarações de outros organismos regionais, como a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Formada por 33 países, a entidade não demoniza os protestos e defende os direitos humanos, a "institucionalidade democrática, o respeito à lei e à informação fidedigna e veraz".

Logo se vê que o governo Dilma Rousseff não está interessado em se destacar como facilitador do diálogo no país vizinho, e menos ainda como freio à escalada autoritária de Maduro. Contenta-se com o apoio incondicional ao aliado.

Seria o caso de lembrar à diplomacia brasileira que vigora, no Mercosul, uma cláusula estabelecendo a plena vigência das instituições democráticas como condição para integração entre as partes.

Na Venezuela, contudo, Leopoldo López, um líder da oposição, é acusado de golpismo por fomentar atos contra Maduro; a sede de seu partido, Voluntad Popular, foi invadida pela polícia, e grupos paramilitares perseguem manifestantes e jornalistas nas ruas.

Tais abusos se desenrolam em meio a um blecaute informativo imposto pelo governo, que proibiu a transmissão de protestos e até expulsou o canal de TV CNN.

Anteontem, o International Crisis Group, que assessora entidades como ONU e União Europeia, exortou o Brasil a "ser mais ativo em insistir numa solução política".

Além da afinidade ideológica do PT com o chavismo, há um motivo pragmático para a cumplicidade do Planalto. A Venezuela tornou-se importante parceiro comercial do Brasil --o saldo com o vizinho caribenho em 2013, US$ 3,7 bilhões, foi maior do que o alcançado com a Argentina, US$ 3,2 bilhões.

Interesses dessa natureza, entretanto, não escondem as crescentes arbitrariedades de Nicolás Maduro. Ao manter alinhamento automático com a Venezuela, a diplomacia brasileira se apequena.

Metade da produção da Petrobrás na Bacia de Campos é de água

Para cada barril de petróleo extraído na principal produtora do país, sai um barril de água

23 de fevereiro de 2014 | 2h 07

Sabrina Valle - O Estado de S.Paulo
 
RIO - A Petrobrás enfrenta uma perda de produtividade cada vez maior na Bacia de Campos, que responde por quase 80% da produção de petróleo do País. Na média, a estatal tem tirado um barril de água para cada barril de petróleo extraído. A queda na produtividade tem sido tão grande que anula os resultados excepcionais do pré-sal, fazendo a produção total da empresa estagnar e até cair.

A quantidade de água nas plataformas já passa de 1,5 milhão de barris por dia, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O motivo seria o pouco investimento em novos poços, declínio natural e má gestão dos reservatórios, segundo fontes e geólogos.

"Algo muito sério está acontecendo na Bacia de Campos", disse o geólogo Pedro Zalán, da consultoria Zag. Ele atribui a queda primordialmente à falta de investimentos em novos poços e de injeção de água, com a Petrobrás desviando suas sondas e esforços para a área do pré-sal. O declínio natural de campos antigos (maduros) e a má gestão de reservatórios viriam a seguir, nesta ordem, disse.

Já o geólogo e consultor John Forman diz que o excesso de água também é efeito da corrida da companhia pela autossuficiência. "Forçar a produção tem consequências", disse. Forman explica que o ritmo de produção mais intenso que o adequado faz a água naturalmente contida dentro do reservatório subir mais rapidamente, reduzindo o potencial total de extração de óleo. "Possivelmente seria produzido mais óleo hoje se não tivessem acelerado a produção lá atrás", disse.

O analista do HSBC Luiz Carvalho chamou a atenção para o fenômeno em seu último relatório. A Petrobrás chegou a informar em agosto que a produção de água foi maior do que a de óleo, a primeira vez que isso aconteceu. "Para nós é uma clara preocupação", disse. "Seguindo uma tendência dos últimos seis meses, o excesso de produção de água como um subproduto se tornou um sério problema na Bacia de Campos."


Atraso. 

O atraso no cronograma de entrada em funcionamento de plataformas também contribui para a redução da produção em Campos. Em qualquer lugar, os campos têm um declínio natural. Para manter a produção estável, é necessário acionar novos poços de forma a compensar a queda nos antigos. Para elevar a produção, é preciso ir além da simples compensação. "A Petrobrás está produzindo quase 400 mil barris por dia no pré-sal e, mesmo assim, a produção total está estagnada. Tem até ligeiro declínio. Isso preocupa", disse Zalán. 

A Petrobrás trabalha com uma taxa de declínio de 12% ao ano, segundo o HSBC. Mas o banco calcula que o declínio tenha ficado em 19% em 2011 e 2012, melhorando para 16% em 2013. "Nos últimos oito anos, a produção de água aumentou de 610 mil barris/dia para 1,592 milhão. Já a produção de petróleo passou de 1,174 milhão barris/dia para 1,592 milhão barris/dia", disse Carvalho.

Não fosse o pré-sal, onde quase mensalmente são anunciados recordes de extração e praticamente não há produção de água, os números da Petrobrás seriam bem piores. 


"Declínio padrão". 


Por intermédio de nota, a Petrobrás informou que declínio natural da produção dos seus campos na Bacia de Campos está abaixo de 10% nos últimos dois anos, Para a empresa, esse porcentual de declínio é inferior ao padrão mundial de referência. 

A nota da Petrobrás afirma ainda que as características dos reservatórios de Campos exigem a injeção de elevados volumes de água para aumentar o seu respectivo fator de recuperação. O grande volume de água produzida resulta, portanto, do processo padrão, segundo a empresa.

NOVOS IMIGRANTES OCUPAM CIDADES DO INTERIOR PAULISTA

Movimentação reflete inserção de pequenas e médias cidades no mercado internacional. Perfil inclui trabalhadores especializados e intensa mobilidade.

Os novos grupos de imigrantes que chegam ao Estado de São Paulo começam a se fixar não só na capital, mas preenchem postos de trabalho em vagas criadas pela internacionalização de pequenas e médias cidades do interior. Além disso, eles tomam antigos postos ocupados pelos migrantes internos provenientes do Nordeste, cada vez mais raros por conta do desenvolvimento da região nos últimos anos.

A distribuição destes grupos no Estado compõe parte do Atlas Temático do Observatório das Migrações em São Paulo, lançado em dezembro pelo Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Unicamp. A análise inclui quem nasceu fora do Brasil e vive em São Paulo, sem contabilizar as novas gerações nascidas no País.

O Atlas aborda uma série de movimentos migratórios nacionais e internacionais, além do fenômeno da emigração, do mapeamento da população indígena e dados de economia, politicas públicas, e população e taxas de crescimento no Estado. Na análise sobre os fluxos internacionais, o estudo se divide em duas linhas, uma é a comparação histórica da distribuição de grupos que chegaram na virada do século 18 para o 19 e outra que mostra a ocupação em 2010 pelos grupos mais recentes, que começaram a chegar em meados do século 20 e ganharam novos contornos nas últimas décadas.

Bolivianos, paraguaios, chineses e coreanos estão entre os grupos mais numerosos do novo perfil de imigrante. Há representantes destas nacionalidades no Estado desde as décadas de 1940 e 1950, mas atualmente possuem um novo perfil. Hoje são trabalhadores especializados que não necessariamente criam raízes no País, optando por seguir o fluxo da demanda de um determinado setor.

“Eles estão ora em Americana, ora em São Paulo, ora na Argentina, ora na região metropolitana, ora de novo na Bolívia. Depende de onde o capital internacional está alocando recurso”, conta a coordenadora do estudo, Rosana Baeninger. “Essa mobilidade tem a ver com a dinâmica de nichos econômicos e com o mercado internacional.”

Para além das tradicionais confecções do Brás, podemos encontrar parte dos 22,6 mil imigrantes bolivianos de São Paulo trabalhando no setor têxtil de Americana e no pólo de produção de jeans de Indaiatuba. Os cerca de 4,2 mil paraguaios que vivem no Estado seguem caminho parecido.

“A rede para a construção do nicho econômico é uma rede de capital internacional. O empresário deixa de usar insumo de Americana, por exemplo, para importar da China. A isso soma-se a mão-de-obra que, para ajudar a a manter a lucratividade, precisa não demandar direitos trabalhistas.” diz Baeninger.

O custo é baixo, mas os empregados são qualificados para as funções no setor em que atuam e com experiência de trabalho. “Eles têm uma rede que vai movimentando também esse grupo, ligado a um nicho econômico. Tudo tem uma lógica com a qual vamos conviver nesses espaços, com uma rotatividades enorme de imigrantes. Alguns ficam, formam família aqui e a rede migratória vai se ampliando.”

O alto custo de vida em São Paulo é um dos fatores que impulsiona a interiorização. “A chegada pode ser na metrópole, mas com as redes que vão se tecendo e as mudanças na economia, eles podem ir pro interior e seguir na mesma atividade.”

Os coreanos, por exemplo, foram atraídos pelo negócio de joias e semijoias e se fixaram principalmente na região de Limeira, pólo de distribuição para a capital. Os chineses, que são cerca de 9,3 mil em todo o Estado, se dedicam ao comércio de baixo custo (como as lojas populares que vendem tudo a R$ 1,99) nas cidades de Campinas, Jundiaí e Ribeirão Preto.

O perfil abrange não só pequenos comerciantes, mas também estrangeiros altamente qualificados, como os executivos de grandes empresas que se concentram em São Paulo, Campinas e São José dos Campos. “O século 21 nos anuncia tanto na metrópole, como no interior, fluxos que mesclam alta e baixa qualificação e que não necessariamente ficam por aqui”, detalha Baeninger.


Antigos imigrantes


O movimento dos novos grupos de imigrantes é contrário ao das levas de estrangeiros que chegaram a São Paulo no início do século, incentivadas por meio de acordos entre governos a ocupar o território do Estado e substituir a mão-de-obra escrava durante a expansão cafeeira. Entre as levas mais numerosas, estavam as de italianos, portugueses, japoneses e espanhóis. O Atlas compara a distribuição geográfica destes grupos no final do primeiro período migratório, em 1920, com os dados do Censo de 2010. Os italianos formaram o grupo mais expressivo, com 398.797 imigrantes. Hoje são 15.388.

Ao contrário dos grupos de latinos, que a partir da capital, seguiram para o interior, a imigração mais antiga, que ocupava todo o interior, passou a se concentrar nas proximidades da região metropolitana e próximos às plantas de empresas internacionais das regiões de Piracicaba ou Sorocaba, por exemplo.

Os grupos de novos imigrantes também receberam incentivos, mas já em meados do século 20. Grupos de chineses chegaram ao país nos anos 1940, para trabalhar em colônias agrícolas do oeste do Estado. A empreitada não deu certo e os imigrantes passaram a investir nas hoje tradicionais pastelarias. Nos anos 1950, um acordo entre Brasil e Bolívia favoreceu a vinda de estudantes de medicina. A partir destas primeiras movimentações, formou-se a rede migratória que favorece a mobilidade dos grupos atuais.

Como é baseado nos dados do Censo de 2010, o mapa não registra, por exemplo, a recente movimentação de haitianos a partir de 2012. Com o desenvolvimento do Nordeste e a redução do fluxo migratório da região em direção a São Paulo, a alternativa das grandes empreitaras foi buscar os haitianos no Acre para trabalhar na construção civil de Campinas, Jundiaí e Limeira. Eles também são encontrados na indústria de calçados de Franca. A estimativa é que cerca de cem imigrantes do Haiti tenham se deslocado para cada uma destas cidades.


(Último Segundo – 21/02/2014)

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Nova regra do passaporte dificulta embarque de brasileiros para a Europa


Acordo entre 26 países do continente exige documento com, no mínimo, três meses de validade 

Do R7*
PF: há reclamações de passageiros devido ao passaporte todo dia Wilton Junior/03.10.2010/Estadão Conteúdo

Uma norma que passou a valer em julho de 2013 está pegando de surpresa muitos brasileiros com viagens marcadas para a Europa. O novo acordo tem como base o tratado de Schengen, que regulariza a circulação de turistas em 26 países europeus. 

A nova regra impede de sair do Brasil os passageiros que não tiverem passaporte com validade mínima de três meses depois do retorno previsto para o Brasil.

Por exemplo, se o viajante pretende ficar 20 dias no seu destino, no momento do embarque o passaporte deve ter validade de três meses e 20 dias. No caso de uma viagem de um mês, a validade mínima é de quatro meses.

De acordo com a Polícia Federal do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, não existe um registro com o número de brasileiros que foram impedidos de embarcar nessas condições, mas o órgão afirma que esses casos acontecem diariamente.


Os países que fazem parte do tratado de Schengen são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Suécia e Suíça.


Novo passaporte


Para evitar imprevistos com o documento, é importante pedir um novo passaporte antes do vencimento do atual. O primeiro passo para o processo é o preenchimento do formulário eletrônico de solicitação no site da Polícia Federal.

Após o cadastro, a GRU (Guia de Recolhimento da União) será emitida e o boleto deverá ser pago antes da data de vencimento — o valor é de R$ 156,07.

O próximo passo é comparecer ao posto do Departamento de Polícia Federal, escolhido no momento do pedido do passaporte, com o comprovante de pagamento, protocolo de solicitação e documentos originais. É fundamental levar o passaporte antigo, mesmo que ele ainda esteja dentro do prazo de validade.

Segundo informações da PF, o prazo de entrega do documento é de até seis dias úteis e o processo pode ser acompanhado por meio do site.


*Colaborou Naiara Araújo, estagiária do R7

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Brasil está entre os mercados emergentes mais afetados pela instabilidade econômica global


20 de fevereiro de 2014

moeda 

Brasília (DF) – O Brasil apareceu como um dos mercados emergentes mais afetados pela instabilidade financeira global, no relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado na quarta-feira (19). A análise reiterou a tese apresentada semana passada pelo Banco Central Americano (Fed), que classificou o país como o 2º país mais vulnerável, logo após a Turquia.

O deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB-GO), da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, disse que o resultado é reflexo de uma política macroeconômica “equivocada”, “centrada no combate à inflação e no incentivo ao consumo como instrumento de crescimento econômico”.

O relatório preparado para o encontro do G-20, grupo das 20 maiores economias do planeta, que começa hoje em Sydney, na Austrália, mostrou que a atividade econômica brasileira “perdeu fôlego” no terceiro trimestre de 2013, com a queda no investimento e uma piora na confiança das empresas. As informações são da reportagem publicada nesta quinta-feira (20), no jornal Correio Braziliense


Razões


As avaliações do FMI e do Fed levaram em conta o “insucesso” do governo em controlar a inflação, o “expressivo” déficit em transações correntes (US$ 81 bilhões no ano passado), e a crescente desconfiança de empresas com a política econômica.

“Nós estamos vendo a grande volatilidade da economia brasileira. Ora os juros descem, ora os juros sobem. A inconstância do déficit da balança comercial assusta. É um grande processo de desindustrialização”, apontou o deputado.


Equívocos


Em discurso feito na última terça-feira (18), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou de “equívoco” as avaliações que apontaram o país como um dos mais vulneráveis à crise externa. Mantega garantiu também a “solidez fiscal” e baixa no endividamento de curto prazo.

Valdivino lembrou que o Brasil precisa de políticas “mais protecionistas em relação ao mercado com o intuito de garantir emprego a todo e qualquer brasileiro”.

Segundo ele, a política econômica “deveria estar centrada no fortalecimento do mercado interno e do processo produtivo”. “Com esse incentivo, o nosso frágil sistema financeiro se fortaleceria naturalmente”, reiterou.

Cristina pede respeito à democracia e à paz na Venezuela


"Não se trata só da Venezuela, pedimos o mesmo quando a democracia esteve em perigo na Bolívia e no Equador", acrescentou a presidente argentina

Diego Giudice/Bloomberg
Cristina Kirchner, presidente da Argentina
Cristina Kirchner: "Se alguém perdeu uma eleição, terá outra oportunidade. Mas não se pode por em risco um país e uma região declarada pela Celac como uma região de paz"

A presidente argentina, Cristina Kirchner, pediu que a vontade do povo, expressa em eleições democráticas, seja respeitada, ao comentar nesta sexta-feira a situação da Venezuela.

"Estendemos nossa mão em solidariedade a todo o povo venezuelano, lembrando que não existe nada mais importante para todos, independentemente de como pensem ou votem, do que o respeito à democracia e à paz”, afirmou, em um ato público na periferia sul de Buenos Aires, diante de milhares de partidários.

"Não se trata só da Venezuela, pedimos o mesmo quando a democracia esteve em perigo na Bolívia e no Equador", acrescentou.

Na Venezuela, a oposição convocou para sábado uma manifestação para exigir o fim das milícias chavistas, com quem o governo nega vínculos, como parte da onda de protestos que toma conta do país há três semanas e que já deixou cinco mortos.

"Se alguém perdeu uma eleição, terá outra oportunidade. Mas não se pode por em risco um país e uma região declarada pela Celac como uma região de paz", declarou ela, referindo-se à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

Kirchner manteve uma sólida amizade política e pessoal com o líder venezuelano Hugo Chávez, falecido em 2013, e manteve a boa relação com seu sucessor, Nicolás Maduro.