segunda-feira, 10 de março de 2014

Produtividade baixa impede que Brasil cresça mais

Estudo aponta que, sem efeito negativo da produtividade, expansão das riquezas do País teria sido 45% maior nas últimas duas décadas

10 de março de 2014 | 2h 08

Fernando Scheller - O Estado de S.Paulo
 
A produtividade teve efeito negativo no crescimento brasileiro nas últimas duas décadas. Um estudo da consultoria McKinsey & Company mostra que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1990 e 2010 poderia ter sido 45% maior não fosse o efeito negativo da produtividade, que puxou o resultado para baixo em 1,4 ponto porcentual.

As expansões registradas na força de trabalho, no nível de educação da população, no fornecimento de energia e no investimento em capital fixo somaram 4,5% ao ano no período (veja gráfico acima). Se a produtividade tivesse avançado o suficiente para pelo menos ter efeito nulo, a expansão média do PIB teria ficado em 4,5%, e não em 3,1%, afirma Camilo Martins, sócio da McKinsey.

A produtividade do trabalhador brasileiro cresceu, em média, 1% ao ano ao longo dos últimos 25 anos, nos cálculos da McKinsey. É um resultado muito inferior ao registrado por outros países em desenvolvimento, incluindo nações latino-americanas como Peru e Chile, e abaixo do avanço dos Estados Unidos, que opera historicamente em níveis muito mais elevados do que os brasileiros.

Segundo estudo da consultoria, o valor gerado pelo trabalhador americano por hora de trabalho está próximo de US$ 35, enquanto a contribuição do brasileiro é de cerca de US$ 5. Com a forte evolução da produtividade peruana - que foi mais três vezes superior à brasileira, entre 1988 e 2012 -, a produção do trabalhador do país em dólar encostou no resultado nacional.

A preocupação com a produtividade passará a ser vital para o Brasil nas próximas décadas, segundo Henrique Teixeira, sócio da McKinsey. Com a redução da expansão demográfica, o País deverá passar pelo mesmo processo de nações desenvolvidas: uma parcela cada vez maior da expansão do PIB dependerá dos ganhos de produtividade.

Hoje, de acordo com a McKinsey, cerca de 70% do crescimento do PIB americano já depende de ganhos de escala. Na Europa, a totalidade do crescimento está ligada ao fator produtividade. Isso ajuda a explicar porque países mais produtivos, como a Alemanha, crescem mais do que outros menos eficientes, como Itália e Espanha.


Dificuldades


Entre os entraves à produtividade brasileira, Teixeira destaca a infraestrutura, em especial a logística. "O investimento necessário nessa área é de US$ 600 bilhões. E isso para que tenhamos uma estrutura comparável à do Chile e de outros países latino-americanos", afirma. 

Para o sócio da McKinsey, quanto mais rápido andar o processo de privatização já em curso de portos, aeroportos e ferrovias, mais rapidamente o Brasil conseguirá reduzir essa desvantagem.

Teixeira lembra que a estratégia de repasse de investimentos à iniciativa privada deu certo no passado. Ele diz que, apesar dos problemas que persistem, o setor de telecomunicações é um exemplo positivo. "Houve um crescimento de 3.600% desde 1998. É um resultado forte." 

A dificuldade em tirar projetos de infraestrutura do papel evidencia, na opinião do consultor econômico Raul Velloso, ex-secretário de assuntos econômicos do Ministério do Planejamento, que o governo brasileiro "desaprendeu" a investir. É por isso que Velloso considera as recentes concessões de projetos à iniciativa privada como um passo na direção certa.

"O governo teve muitos problemas na área de gestão e, como usa 75% do orçamento para pagar salários e benefícios sociais, também não tem dinheiro para investir", diz o consultor. "O setor privado tem dinheiro, porque investidores do mundo inteiro têm interesse em bons projetos de infraestrutura."

Segundo os cálculos de Renato Pavan, presidente da consultoria Macrologística, o custo logístico do Brasil - que inclui os gastos com transporte, estoque e armazenagem - é de 12,5% do PIB. "O custo da logística no Brasil é 40% mais caro do que o americano, que está em 8% do PIB", diz o especialista.

Para o curto prazo, porém, não há solução à vista. E a safra recorde prevista para este ano só deve agravar a situação. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o valor do frete praticamente dobrou desde 2009. No início de fevereiro, o custo de transporte por tonelada entre a cidade de Sorriso (MT) e o Porto de Santos chegou a R$ 300 - um recorde para o mês.

domingo, 9 de março de 2014

População confia em jornais, mas só 6% leem diariamente, diz pesquisa


Por Bruno Peres | Valor
 
BRASÍLIA  -  (Atualizada às 17h13) A televisão continua sendo o meio de comunicação mais utilizado pela população brasileira, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), segundo a qual 65% dos brasileiros estão expostos diariamente ao meio televisivo, com uma média diária de 3h30 de uso. Os jornais são o veículo mais confiável, mas a internet é o meio de comunicação que mais cresce, de acordo com o levantamento.

Gero Breloer/AP

Os dados fazem parte da primeira edição da “Pesquisa Brasileira de Mídia” encomendada pela Secom ao Ibope com o objetivo de identificar os hábitos de consumo de mídia pela população brasileira e subsidiar a elaboração da política de comunicação social e divulgação das atividades do Executivo.

A pesquisa foi feita entre outubro e novembro de 2013, nos 26 Estados e no Distrito Federal e tem margem de erro máxima estimada em 1 ponto percentual.

Depois da TV, a internet se tornou o meio mais utilizado pela população, com audiência diária de 26% da amostra e tempo médio de exposição de 3h40m. Na sequência em acesso diário vem o rádio, com audiência de 21% e tempo médio de exposição de 3 horas.

A pesquisa diz que 31% dos lares brasileiros são atendidos por um serviço pago de TV, enquanto a TV aberta está presente em 91% dos domicílios brasileiros. Entre os entrevistados, 24% afirmam ter ambas as formas de acesso, havendo correlação entre renda e acesso à TV paga. A antena parabólica está presente nos lares de 37%, sendo mais comum no interior do país.

Os dados do levantamento mostram que a maioria dos brasileiros (75%) não costuma ler jornal impresso, enquanto 6% da população tem o hábito de leitura diária de jornais, com média de 1h05m dedicada à leitura. Notícias locais (33%), esportes (25%) e notícias de âmbito nacional (21%) são os assuntos  de maior interesse dos leitores entrevistados.

Revistas impressas - semanais - são consumidas por 7% dos entrevistados, que afirmam ler publicações uma vez por semana ou mais. O total de leitores diários de revistas representa 1%.

Ao questionar o nível de confiança dos entrevistados na mídia em geral, as notícias veiculadas em jornais impressos são as que apresentam maior índice (53% dos leitores dizem confiar sempre ou muitas vezes), seguidas das notícias veiculadas por rádio e TV, tecnicamente empatadas (50% e 49% respectivamente). Propagandas veiculadas por jornais impressos apresentam maior nível de confiança entre os usuários (47%), seguidas por anúncios de rádio e TV (ambos com 42%) e de revistas impressas (36%).


Internet


A pesquisa afirma que a internet é o meio de comunicação cuja utilização mais cresce entre os brasileiros, embora o levantamento não apresente perguntas referentes a migração de plataforma por parte de usuários de veículos de comunicação. A pesquisa aponta que 53% dos entrevistados nunca usam ou não costumam usar a internet, enquanto 26% dos entrevistados fazem uso diário da rede mundial de computadores, com uma média diária de uso de 3h40m.

A segmentação dos resultados de frequência de uso mostra que o hábito de acessar a internet é mais comum na população mais jovem, nos maiores centros urbanos e nos estratos de maior renda e escolaridade. A pesquisa destaca o peso das redes sociais - em especial o Facebook - entre os acessos diários e os sites mais são citados por usuários como fonte de informação.

Com menor nível de confiança entre os entrevistados estão notícias publicadas por blogs - apenas 22% dos pesquisados confiam sempre ou muitas vezes nesse tipo de conteúdo -, seguidas de notícias de redes sociais (24%) e de sites (28%). O índice de confiança de anúncios de blogs é de 19%.


Tendências


Na avaliação da Secom, cabe ao governo estar atento a tendências de consumo de mídia nos próximos anos, tendo em vista a adesão aos meios digitais de comunicação, “procurando sempre a maior qualidade na sua comunicação, de forma técnica e transparente”.

A intenção do governo é repetir anualmente a pesquisa para “descrever as mudanças tecnológicas e comportamentais que afetam a utilização dos meios de comunicação”.

O documento foi apresentado no Palácio do Planalto pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann. De acordo com a Secom, a pesquisa custou R$ 2,4 milhões e foi realizada pelo Ibope por meio de licitação.

A abrangência nacional da pesquisa é destacada pela Secom. O levantamento foi elaborado entre agosto e outubro do ano passado, com a participação de especialistas e acadêmicos em pesquisas de opinião pública, e contemplou 75 perguntas feitas a 18.312 brasileiros, em 848 municípios.

A Secom destacou no documento que estudos semelhantes comumente difundidos no setor privado “privilegiam ou limitam” as amostras aos grandes centros urbanos, o que, na avaliação da pasta, “reduz ou até mesmo elimina” a presença do interior do país.

“No setor público, entretanto, a natureza da relação entre governos e cidadãos exige uma comunicação para todos, e não apenas com brasileiros-consumidores”, diz o documento, cuja íntegra está disponível na página da Secom na internet.

Uma balança à deriva, sem tapar o sol com a peneira


Por Denise Neumann | De São Paulo
 
 
Aaron McKenzie Fraser/Bloomberg

O Ministério do Desenvolvimento (Mdic) tenta tapar o sol com a peneira ao creditar à Copa do Mundo e ao aumento da importação de televisores e outros eletroeletrônicos parte expressiva da piora do resultado da balança comercial nos dois primeiros meses deste ano.

O aumento na importação de todo segmento de máquinas e aparelhos de uso doméstico somou US$ 378 milhões em relação aos valores gastos com os mesmos bens no primeiro bimestre do ano passado, mas outros movimentos na balança comercial foram muito mais significativos e dentro desse grupo não existem só televisores e peças.

O primeiro bimestre fechou com um déficit de US$ 6,1 bilhões. Ele resulta de vários problemas e a Copa não merece essa culpa. Muito mais preocupante que os milhões (temporários) gastos com televisores são o aumento na importação de petróleo (US$ 370 milhões a mais no bimestre, quando se esperava recuperação da produção doméstica e queda nas compras externas) e as perdas em alguns itens da pauta de exportações, como milho (menos US$ 700 milhões), açúcar (menos US$ 420 milhões considerando bruto e refinado), automóveis (queda de US$ 200 milhões), entre outros.

No início do ano passado, quando a balança comercial acumulou um déficit de US$ 5,3 bilhões, a balança de petróleo e derivados, sozinha, registrou um resultado negativo de US$ 4,6 bilhões (87% do total), resultado inflado ainda por registros atrasados na importação, dizia-se na época. Ou seja, todo o resto do comércio exterior teve um resultado negativo de US$ 700 milhões.

Nesse ano, o déficit na balança de petróleo e derivados diminuiu, mas mesmo sem registros atrasados ele ainda foi de US$ 3,6 bilhões, passando a representar 59% do déficit total. Ou seja, mesmo com a melhora relativa nesse grupo, o resto da balança ampliou seu déficit para US$ 2,5 bilhões. É essa piora que precisa ser analisada e entendida.

O crescimento do déficit vem de vários lados, como a menor exportação para vários destinos importantes (União Europeia e América Latina, por exemplo), o preço menor de exportação de commodities importantes (em fevereiro a soja foi embarcada por um preço 7,7% menor que o de fevereiro do ano passado) e um aumento ainda expressivo na importação de bens intermediários.

Tanto a perda de dinamismo para mercados onde vendemos manufaturados (como os vizinhos latinos) como o aumento da importação de intermediários mostra que o câmbio ainda está fazendo pouco efeito, apesar de rodar na casa de R$ 2,30 há cinco meses, mais ou menos. É na pulverização do aumento das importações e da fragilidade das exportações que mora o perigo.

Brasil precisa fazer mais contra suborno, diz câmara internacional


 
 
 
Por Assis Moreira | Valor
 
GENEBRA  -  O Brasil é um dos países do G-20 que mais precisam combater as práticas de suborno, sinaliza a Câmara de Comércio Internacional (CCI) em avaliação publicada nesta sexta-feira.

A entidade que representa milhares de empresas globalmente aponta progressos nas implementação de medidas anunciadas pelo G-20, que reúne as maiores economias do mundo, e vê oportunidades de negócios surgirem, por exemplo com a redução de barreiras protecionistas no comércio e investimentos.

Mas a CCI nota que, mesmo com a melhora na atitude dos governos nos compromissos sobre corrupção, ainda é preciso muito para combater o “custo extra” dessas práticas. “Suborno mina a concorrência no mercado”, diz a entidade.

Com base em levantamento da Transparência Internacional, a CCI destaca que, do G-20, apenas Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido implementam ativamente a convenção antissuborno da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) .

Outros seis signatários - Brasil, Japão, Rússia, Turquia, México e Coreia do Sul - fizeram pouco com relação as empresas e empresários responsáveis por subornar governos estrangeiros, avalia a CCI.

Países do G-20, sob a presidência da Austrália neste ano, têm planos de assumir novos compromissos contra a corrupção, no encontro de cúpula de novembro.

De acordo com a Austrália, os países em desenvolvimento perdem US$ 950 bilhões por ano com a saída ilícita de recursos de suas economias, incluindo crime organizado, corrupção e sonegação.

Além disso, o custo de subornos globalmente é estimado em US$ 1 trilhão anualmente. O custo é maior do que o PIB de qualquer uma das 180 economias que não fazem parte do G-20.

Confecção é acusada de usar peruanos em condição análoga à escravidão


Por Folhapress
 
Dario Pignatelli/Bloomberg

SÃO PAULO  -  O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interditou na tarde de ontem, sexta-feira, uma confecção no bairro Cangaíba, zona leste de São Paulo, após constatar que ao menos 17 peruanos trabalhavam em condições análogas à escravidão. 

Os imigrantes faziam jornadas acima de 14 horas, sem descanso semanal, com vigilância ostensiva por câmeras e tinham os documentos retidos pelos donos da oficina, que também eram peruanos, segundo o Ministério. 

A denúncia foi feita pelo Consulado do Peru em São Paulo à Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania, após um funcionário que fugira da empresa SNP Moruco ME relatar agressões no local. 

Segundo o chefe da Seção de Fiscalização do Trabalho do MTE, Marco Antônio Melchior, os peruanos tinham entre 18 e 30 anos e ganhavam R$ 2,30 por cada peça confeccionada. “É um valor ínfimo, já que vimos aqui que as peças valem ao menos R$ 100 nas lojas”, disse Melchior. 

Todos estavam com a documentação irregular e moravam em uma casa ao lado da confecção. Alguns haviam chegado ao local há pelo menos três meses com a passagem paga pelos donos da oficina. 

“O mais grave é que eles tiveram os documentos retidos, o que caracteriza a proibição do direito de ir e vir”, afirmou Melchior. “Também constatamos jornadas excessivas de trabalho com a condição de servidão por dívida, já que os donos custearam a vinda deles para São Paulo e eles ficaram devendo esse dinheiro”. 

A reportagem acompanhou parte da operação e conversou com alguns dos trabalhadores que não quiseram se identificar. Duas jovens, de 20 e 19 anos, disseram que foram aliciadas ainda no Peru para trabalharem no local. 

“As condições não são boas, mas eu preciso do dinheiro”, disse uma peruana de 19 anos. “A gente não pode sair, só trabalhar”, disse outra de 20 anos. 

Segundo Fabiana Severo, da Defensoria Pública Federal, os estrangeiros que são encontrados nessa situação, por medo, raramente fazem denúncia. 

Gumercindo Gierba, um dos donos da SNP Moruco ME, negou que haja trabalho escravo no local. Disse às autoridades que os trabalhadores foram contratados em São Paulo, após baterem na porta da confecção pedindo emprego. 


Marcas 


De acordo com Melchior, as marcas Schutz, Unique Chic, Hit e Forma Fashion estavam nas etiquetas das peças confeccionadas pelos peruanos. Elas serão acionadas pelo órgão. 

O diretor da marca Unique Chic, Matheo Kim, disse à reportagem que trabalha honestamente e na legalidade. Afirma que a empresa interditada, que presta serviços à marca, garantiu com documentos que todos os funcionários da confecção trabalhavam conforme a lei. 

Com loja na rua Oscar Freire, região nobre de São Paulo, a Schutz não respondeu até o fechamento desta edição. 

A reportagem tentou contato com a Fama Fashion por telefone e redes sociais, sem êxito. A Hit não foi localizada. 

Os peruanos foram encaminhados ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para registro de depoimento. Na próxima semana, serão convocados para acerto trabalhista com a confecção e será decidido se eles voltarão ao Peru ou se a situação será regularizada para que permaneçam no país. 

A operação realizada ontem foi articulada pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Defensoria Pública Federal, Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania, Consulado do Peru e Polícia Civil.

ONU revisa situação da mulher no mundo a partir de amanhã


Atividades serão inauguradas com um encontro com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon

Dreamstime
Mulher pulando feliz
Apesar dos avanços, as mulheres e as meninas enfrentam novas e mais complexas dificuldades

Nações Unidas - A Organização das Nações Unidas promove a partir de amanhã a 58ª sessão da Comissão do Estatuto Jurídico e Social da Mulher, na qual analisará a situação de mulheres e meninas no mundo e, especialmente, os avanços conquistados no marco dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

As atividades serão inauguradas com um encontro com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e continuarão com uma discussão geral com as delegações nacionais, muitas das quais representadas em nível ministerial.

A sessão, que vai até o dia 21, servirá para analisar o cumprimento dos Objetivos do Milênio no âmbito da mulher, onde o progresso está sendo 'lento' e 'desigual', segundo avançou a semana passada a diretora-executiva de ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.

Apesar dos avanços, as mulheres e as meninas 'enfrentam novas e mais complexas dificuldades' e em muitos aspectos suas condições 'seguem sendo precárias', afirmou Mlambo-Ngcuka em entrevista coletiva prévia ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no sábado.

Essa situação aparece refletida na minuta de conclusões preparado para a sessão da Comissão do Estatuto Jurídico e Social da Mulher, no qual se alerta especialmente da falta de progressos no caso dos grupos de mulheres e meninas em situações mais desfavorecidas.

Como aspecto positivo, assinala o progresso conquistado na escolarização primária das meninas, embora lembre que continua havendo uma forte desigualdade nos estudos superiores e uma 'brecha de gênero significativa' no âmbito econômico.

O documento propõe medidas específicas para acabar com a discriminação dos grupos de meninas e mulheres em situações mais difíceis e ações para melhorar sua situação em todos os âmbitos.

Várias vozes, entre elas a do próprio Ban e a da ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton, pediram nos últimos dias situar o progresso da mulher como prioridade da nova agenda global de desenvolvimento após 2015.

'Quanto mais dados temos, mais claro fica que o que sabíamos em nossos corações era certo: quando as mulheres prosperam, as sociedades prosperam', disse Hillary na sede da ONU.

Google envia carta ao governo e diz ter pago R$ 733 milhões em imposto


Empresa diz que ministro pôs em dúvida recolhimento de imposto no país.
Ministério das Comunicações diz ter recebido carta e que valor é 'expressivo'.

Do G1, em São Paulo

O Google enviou uma carta ao gabinete do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em que diz ter pago R$ 733 milhões em impostos no ano passado, segundo comunicado da empresa.

No próprio documento, a empresa diz ter escrito ao governo porque reportagens publicadas "nos principais jornais brasileiros, algumas inclusive com citações atribuídas a V. Sa. (o ministro), levantaram dúvidas sobre o recolhimento de impostos por parte da operação do Google no Brasil".

A carta, assinada pelo diretor geral do Google no Brasil, diz que todas as operações de venda feitas no Brasil são faturadas no país e que as informações de recolhimento de tributos são registradas junto às autoridades federal, estadual e municipal.

A empresa diz já ter aberto o sigilo fiscal por questionamentos anteriores e ter divulgado o pagamento de R$ 540 milhões em 2012.

Procurado pelo G1, o ministério disse que o ministro Paulo Bernardo recebeu a carta enviada pelo Google e também falou ao telefone com o presidente da companhia, Fabio Coelho. "Na conversa, o ministro constatou que o montante de impostos pagos pelo Google Brasil é expressivo, embora esse seja um assunto da alçada da Receita Federal", disse o ministério, por meio da assessoria de imprensa.