BRASÍLIA - (Atualizada às 17h13)
A televisão continua sendo o meio de comunicação mais utilizado pela
população brasileira, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira
pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), segundo a
qual 65% dos brasileiros estão expostos diariamente ao meio televisivo,
com uma média diária de 3h30 de uso. Os jornais são o veículo mais
confiável, mas a internet é o meio de comunicação que mais cresce, de
acordo com o levantamento.
Os dados fazem parte da primeira edição da “Pesquisa Brasileira de
Mídia” encomendada pela Secom ao Ibope com o objetivo de identificar os
hábitos de consumo de mídia pela população brasileira e subsidiar a
elaboração da política de comunicação social e divulgação das atividades
do Executivo.
A pesquisa foi feita entre outubro e novembro de 2013, nos 26 Estados
e no Distrito Federal e tem margem de erro máxima estimada em 1 ponto
percentual.
Depois da TV, a internet se tornou o meio mais utilizado pela
população, com audiência diária de 26% da amostra e tempo médio de
exposição de 3h40m. Na sequência em acesso diário vem o rádio, com
audiência de 21% e tempo médio de exposição de 3 horas.
A pesquisa diz que 31% dos lares brasileiros são atendidos por um
serviço pago de TV, enquanto a TV aberta está presente em 91% dos
domicílios brasileiros. Entre os entrevistados, 24% afirmam ter ambas as
formas de acesso, havendo correlação entre renda e acesso à TV paga. A
antena parabólica está presente nos lares de 37%, sendo mais comum no
interior do país.
Os dados do levantamento mostram que a maioria dos brasileiros (75%)
não costuma ler jornal impresso, enquanto 6% da população tem o hábito
de leitura diária de jornais, com média de 1h05m dedicada à leitura.
Notícias locais (33%), esportes (25%) e notícias de âmbito nacional
(21%) são os assuntos de maior interesse dos leitores entrevistados.
Revistas impressas - semanais - são consumidas por 7% dos
entrevistados, que afirmam ler publicações uma vez por semana ou mais. O
total de leitores diários de revistas representa 1%.
Ao questionar o nível de confiança dos entrevistados na mídia em
geral, as notícias veiculadas em jornais impressos são as que apresentam
maior índice (53% dos leitores dizem confiar sempre ou muitas vezes),
seguidas das notícias veiculadas por rádio e TV, tecnicamente empatadas
(50% e 49% respectivamente). Propagandas veiculadas por jornais
impressos apresentam maior nível de confiança entre os usuários (47%),
seguidas por anúncios de rádio e TV (ambos com 42%) e de revistas
impressas (36%).
A pesquisa afirma que a internet é o meio de comunicação cuja
utilização mais cresce entre os brasileiros, embora o levantamento não
apresente perguntas referentes a migração de plataforma por parte de
usuários de veículos de comunicação. A pesquisa aponta que 53% dos
entrevistados nunca usam ou não costumam usar a internet, enquanto 26%
dos entrevistados fazem uso diário da rede mundial de computadores, com
uma média diária de uso de 3h40m.
A segmentação dos resultados de frequência de uso mostra que o hábito
de acessar a internet é mais comum na população mais jovem, nos maiores
centros urbanos e nos estratos de maior renda e escolaridade. A
pesquisa destaca o peso das redes sociais - em especial o Facebook -
entre os acessos diários e os sites mais são citados por usuários como
fonte de informação.
Com menor nível de confiança entre os entrevistados estão notícias
publicadas por blogs - apenas 22% dos pesquisados confiam sempre ou
muitas vezes nesse tipo de conteúdo -, seguidas de notícias de redes
sociais (24%) e de sites (28%). O índice de confiança de anúncios de
blogs é de 19%.
Tendências
Na avaliação da Secom, cabe ao governo estar atento a tendências de
consumo de mídia nos próximos anos, tendo em vista a adesão aos meios
digitais de comunicação, “procurando sempre a maior qualidade na sua
comunicação, de forma técnica e transparente”.
A intenção do governo é repetir anualmente a pesquisa para “descrever
as mudanças tecnológicas e comportamentais que afetam a utilização dos
meios de comunicação”.
O documento foi apresentado no Palácio do Planalto pelo ministro da
Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann. De acordo com a
Secom, a pesquisa custou R$ 2,4 milhões e foi realizada pelo Ibope por
meio de licitação.
A abrangência nacional da pesquisa é destacada pela Secom. O
levantamento foi elaborado entre agosto e outubro do ano passado, com a
participação de especialistas e acadêmicos em pesquisas de opinião
pública, e contemplou 75 perguntas feitas a 18.312 brasileiros, em 848
municípios.
A Secom destacou no documento que estudos semelhantes comumente
difundidos no setor privado “privilegiam ou limitam” as amostras aos
grandes centros urbanos, o que, na avaliação da pasta, “reduz ou até
mesmo elimina” a presença do interior do país.
“No setor público, entretanto, a natureza da relação entre governos e
cidadãos exige uma comunicação para todos, e não apenas com
brasileiros-consumidores”, diz o documento, cuja íntegra está disponível
na página da Secom na internet.
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