A peça mais cara não passará dos 150 reais e estratégia é ganhar na quantidade de produtos vendidos, diz Kristen Strickler, diretora de marketing da marca
Forever 21 no shopping Morumbi, em São Paulo: loja terá roupas femininas, lingeries, sapatos e acessórios
São Paulo – No próximo sábado, às 10 horas da manhã, quem estiver no shopping Morumbi, em São Paulo, provavelmente vai se deparar com uma fila de meninas em frente à nova loja da Forever 21.
Depois de meses de negociações, a marca finalmente abrirá lojas no
Brasil e, para a surpresa de muitos, chegou mantendo os baixos preços
pelos quais é conhecida no restante do mundo.
Até o fim do ano, serão abertas sete lojas no país: duas em São Paulo, duas no Rio de Janeiro, uma em Ribeirão Preto, uma em Porto Alegre e outra em Brasília.
A inauguração da primeira loja do Rio será no dia 22 de março, no
shopping Village Mall, na Barra da Tijuca. Por enquanto, será a única no
país que disponibilizará a linha masculina. Em Porto Alegre, a abertura
será em abril.
EXAME.com visitou a nova loja de São Paulo, que começa a receber
clientes no próximo dia 15. É possível encontrar regatas femininas por 8
reais, calças jeans por 30 e pouquíssimas peças acima dos 120 reais.
Nada além dos 150 reais.
“Não teríamos vindo ao Brasil se não tivéssemos como manter nossos
patamares de preço”, diz Kristen Strickler em entrevista a EXAME.com.
Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista:
EXAME.com: As brasileiras são grandes consumidoras de suas
lojas há bastante tempo. Vocês não demoraram demais para chegar ao país?
Kristen Strickler: Nós estamos tentando entrar no
Brasil já há algum tempo, mas precisávamos ter certeza de que
conseguiríamos manter os preços baixos pelos quais somos conhecidos lá
fora. A maior parte da nossa expansão para a América Latina ocorreu no
ano passado, e o sucesso na região nos deu a certeza de que estávamos
prontos para entrar no país.
EXAME.com: Muitas lojas estrangeiras vêm ao Brasil com preços
baixos, mas depois não conseguem mantê-los por conta dos impostos e do
alto custo das importações. Vocês vão conseguir garantir o preço baixo?
Kristen: Definitivamente sim. Não temos nenhuma
intenção de aumentar os preços no Brasil. Claro que há fatores que não
podemos controlar, como o câmbio do dólar para o real, mas são variáveis
que nós já levamos em conta, e esse foi um dos motivos para nós termos
demorado tanto para chegar aqui. Não queríamos entrar no Brasil e ter de
aumentar nossa faixa.
EXAME.com: Como vocês pretendem lidar com a competição, tanto
das concorrentes estrangeiras quanto das grandes lojas brasileiras de
varejo?
Kristen: Todo mundo que trabalha com roupas enfrenta
uma concorrência forte, mas nós acreditamos que trazemos algo diferente.
Em primeiro lugar, nós captamos as tendências muito bem, o que nos dá
uma vantagem grande.
Depois, nós trazemos produtos novos para a prateleira todos os dias, e
nunca em grandes quantidades. Então, há novidades sempre e você não
precisa se preocupar com outra pessoa levando a mesma peça que você.
EXAME.com: Por que você acredita que sua marca faz tanto sucesso entre as brasileiras?
Kristen: A Forever 21 tem sede em Los Angeles, que é
um lugar muito ousado, onde a moda é feita de modo muito experimental, e
acredito que as brasileiras gostem disso. Nós acreditamos que possamos
entregar produtos que nenhuma outra loja tem.
EXAME.com: Quais foram os maiores desafios para a entrada no Brasil?
Kristen: Aqui no Brasil, as estações do ano são
invertidas e tivemos de nos adaptar a isso. Mas o maior desafio com
certeza foi adequar nossas operações de distribuição e logística para
conseguirmos manter os preços baixos e ainda assim manter o negócio
lucrativo.
EXAME.com: Haverá um escritório da Forever 21 no Brasil?
Kristen: Por enquanto, não. Temos uma joint venture
com uma empresa panamenha que nos ajudou nas operações de logística e de
busca por boas localizações de lojas, e eles têm um escritório aqui.
EXAME.com: Há planos de produzir diretamente no país?
Kristen: Ainda não, mas essa possibilidade não é
descartada. Estamos esperando os resultados dessas primeiras lojas para
sabermos se valerá a pena. Mas a reação das nossas clientes quando
anunciamos a loja foi tão fantástica que estou bem otimista.
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