quarta-feira, 26 de março de 2014

Juro médio das operações de crédito é o maior desde maio de 2012

Por Eduardo Campos e Monica Izaguirre | Valor
 
BRASÍLIA  -  (Atualizada às 11h42) Os juros médios cobrados pelo sistema financeiro nas suas operações de crédito subiram de 20,7% ao ano para 20,9% ao ano entre janeiro e fevereiro, maior patamar desde maio de 2012. A alta mensal acontece em linha com a continuidade do movimento de aumento da taxa básica de juro, que está em 10,75% ao ano.

Os dados, divulgados pelo Banco Central (BC), mostram que o custo médio do dinheiro subiu 2,4 ponto percentual desde que o Copom começou a apertar as condições monetárias em abril do ano passado.

Em fevereiro, a alta dos juros foi mais forte nas operações contratadas com pessoas físicas, cujas taxas médias subiram de 26,8% em janeiro para 27,2% em fevereiro, maior patamar desde maio de 2012. Já para as pessoas jurídicas as taxas apontaram alta de 0,1 ponto, para 16%, vindo de 15,9% em janeiro.

A alta dos juros cobrados pelo sistema financeiro em fevereiro é explicada pelos spreads bancários, que avançaram em 0,4 ponto, para 12,2 ponto percentual em fevereiro. O spread é a diferença entre os custos de captação dos bancos e o percentual cobrado dos clientes nos empréstimos. O custo médio de captação dos bancos não contribuiu para a alta do juro, ao cair 0,2 ponto, de 8,9 ponto em janeiro para 8,7 ponto em fevereiro.

Nas operações de crédito com pessoas físicas, o spread passou de 17,3 pontos percentuais para 18 pontos percentuais de janeiro para fevereiro. No crédito às empresas, foi verificada alta de 7,6 pontos para 7,7 pontos.

O BC apontou ainda que o saldo dos empréstimos e financiamentos do sistema financeiro nacional (SFN) aumentou 0,6% em fevereiro, fechando o mês em R$ 2,733 trilhões. Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para os 12 meses encerrados em cada período, o estoque de crédito no Brasil manteve-se em 55,8% de janeiro para fevereiro.

O crescimento de 0,6% observado em relação à carteira toda do sistema foi puxado mais pelas operações com recursos obrigatórios, o chamado crédito direcionado, que aumentou 1,2% e atingiu R$ 1,240 trilhão.
O saldo dos empréstimos originados de recursos de livre aplicação pelo sistema financeiro subiu apenas 0,1% de janeiro para fevereiro, fechando o bimestre em R$ 1,492 trilhão.

Olhando só para o crédito livre, os números do BC mostram expansão de 0,4% no saldo das operações com empresas e retração de 0,3% na parte da carteira relativa à clientela de pessoas físicas.
Houve concessões de crédito livre novo para as famílias, mas elas foram 0,9% menores em fevereiro do que em janeiro. Já o fluxo de crédito novo com recursos livres para as empresas aumentou 4% nessa mesma comparação.

Quanto às operações feitas a partir de recursos direcionados, o BC observou aumento de 1,2% no estoque. Olhando só para essa parte da carteira do sistema financeiro, o saldo subiu 0,8% para as empresas e 1,8% para as famílias. Já as concessões foram 5,2% maiores que em janeiro, com variação mais expressiva no caso do crédito novo a empresas (7,6%) do que a pessoas físicas (1,8%).

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