Mineradora brasileira admitiu a possibilidade em relatório anual entregue à SEC, a CVM americana
Produção de minério de ferro da Vale: companhia pode perder jazida na Guiné
São Paulo - A Vale admitiu que pode perder os direitos de mineração da jazida de Simandou, considerada um dos melhores depósitos de minério de ferro do mundo, na Guiné. Se isso ocorrer, a mineradora perderá 507 milhões de dólares que foram investidos na compra dos direitos.
Em relatório anual entregue à Securities Exchange Commission (SEC), a
CVM americana, a empresa explicou que um novo código de mineração
adotado no país introduziu exigências mais onerosas às mineradoras, como
mais impostos, mais obrigações trabalhistas, mais transparência e
medidas anticorrupção.
Para adequar as empresas às novas regras, o governo lançou um programa
de revisões contratuais que permitiria resultar em renegociações ou até
no cancelamento dos contratos.
Segundo a companhia, a Vale foi notificada pela equipe técnica de que o
governo receberá um parecer negativo da empresa e que ela recomendará o
cancelamento do acordo.
"Não temos acesso ao relatório completo do comitê técnico, mas
entendemos que sua determinação se baseia em práticas de corrupção com
relação à concessão dos direitos de mineração da VBG, antes da aquisição
pela Vale da participação na VBG. Até o quanto sabemos, o comitê
técnico não alegou delito por parte da Vale", diz o relatório.
A Vale é dona, dese 2010, de 51% da companhia VGB, empresa que detém as
concessões de exploração. Se o governo decidir pelo cancelamento, a
mineradora brasileira perderá todo o investimento. A companhia afirma
que, caso isso ocorra, ainda há possibilidade de recurso.
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