SÃO PAULO - Um
clima de expectativa predomina nos mercados financeiros domésticos
nesta quinta-feira, com investidores à espera do tão aguardado anúncio
dos novos ministros da Fazenda e do Planejamento, que vão definir o rumo
da política econômica e, espera o mercado, promover ações que resgatem a
credibilidade do governo.
É dado como certo que Joaquim Levy será confirmado como ministro da Fazenda, Nelson Barbosa assumirá o Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini será mantido como presidente do Banco Central. Os três nomes são bem vistos pelo mercado pelo seu perfil mais ortodoxo e técnico.
Não se espera, contudo, que os novos ministros já anunciem medidas hoje e que a posse ainda leve alguns dias. Enquanto aguardam o anúncio, investidores compram ações, mas evitam movimentações mais fortes nos mercados de câmbio e juros.
No exterior, em um dia sem a referência dos mercados americanos, fechados por um feriado, as atenções se voltam para o petróleo. O barril do Brent e do WTI caem cerca de 4%, nas mínimas em quatro anos. A onda de vendas ganhou força após a Opep decidir manter a produção diária, contrariando demandas por um corte que poderia dar algum suporte aos preços.
Câmbio
Operadores do mercado de câmbio mantêm uma postura defensiva nesta quinta-feira, com o dólar operando próximo da estabilidade após acumular queda de 1,60% nos últimos dois dias. Investidores evitam movimentos mais bruscos na expectativa pela confirmação dos principais nomes da equipe econômica e, sobretudo, por sinalizações sobre que medidas serão tomadas para ajustar as contas públicas. “Mas o mercado espera que as medidas sejam anunciadas oficialmente pelo menos na posse. Hoje, se não houver um sinal mais claro sobre isso, talvez o dólar não oscile tanto”, diz o operador de câmbio de uma asset.
Às 13h51, o dólar comercial caía 0,22%, a R$ 2,5015, após máxima de R$ 2,5173 e mínima de R$ 2,4978. O dólar para dezembro operava estável, a R$ 2,5025.
Juros
O feriado em Wall Street e a espera pelo anúncio oficial da equipe econômica justificam uma sessão lenta de negócios e oscilações modestas das taxas de juros. Às 13h54, na BM&F, contratos de DI janeiro/2017 operam a 12,14%, de 12,10% ontem. Contratos de DI janeiro/2021 eram negociados a 11,70% ao ano, de 11,65%. DI janeiro/2016 oscilava de 12,34% para 12,33%.
Bolsa
O Ibovespa opera em alta, em um dia em que o destaque é o fraquíssimo volume financeiro. O índice subia 1,06% às 13h55, para 55.683 pontos, com o mercado na expectativa do anúncio a nova equipe econômica do segundo mandato do governo Dilma Rousseff.
O volume financeiro era de R$ 1,7 bilhão. A liquidez é reduzida pois não há a referência de Wall Street, que não opera hoje em função do feriado em celebração a Dia de Ação de Graças.
A Guide Investimentos diz, em nota, que o mercado comprou a ideia de melhora no setor fiscal brasileiro. Prova disso é a pressão de baixa sobre a parte mais longa da curva de juros. “A percepção de risco diminui e o motivo por trás disso é a expectativa de que a próxima equipe econômica, conduzida por Joaquim Levy, faça um ajuste nas contas públicas”, diz a casa. Outro sinal também foi dado pela própria presidente Dilma, como destaca matéria de hoje de Ribamar Oliveira, do Valor, comenta a Guide.
Dilma vetou artigo da Lei Complementar 148 que ela mesma propôs no Congresso no ano passado. Este artigo desobrigava o governo de compensar, com o aumento de impostos, as desonerações tributárias que implicassem em diminuição de receitas.
Um operador comenta que Vale e as siderúrgicas e mineradoras se recuperam hoje, após forte tombo ontem. As altas das ações da Rio Tinto e da BHP no exterior também contribuem para a melhora. Vale PNA sobe 1,42%, Vale ON ganha 1,50%, CSN avança 1,96% e Usiminas sobe 2,12%. Gerdau PN tem valorização de 1,30%. As commodities metálicas operam em leve alta em Londres.
Mercados internacionais
Em dia de feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, com os mercados fechados no país, as ações se concentram nas economias da Europa e da Ásia. Além de vários indicadores europeus terem sido divulgados, a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) atraía a atenção, para se saber se os membros da Opep poderiam chegar a um acordo para cortar a produção e fazer os preços da commodity reagir.
A decisão tomada foi, porém, de manter a cota atual de produção, de 30 milhões de barris ao dia, segundo uma autoridade do Kuwait, o que provoca queda forte nos mercados da commodity.
Na Alemanha, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável na preliminar de novembro na comparação com outubro, avançando 0,6% no ano. O CPI harmonizado do país ficou estável no mês e subiu 0,5% no ano em novembro – essa taxa anual estava em 0,7% em outubro.
O CPI anual harmonizado da Alemanha é o mais baixo desde fevereiro de 2010. Na avaliação do economista Carsten Brzeski, do ING, o dado de inflação alemão “poderia ser o prelúdio para outra revisão para baixo nas previsões de inflação do BCE”, o Banco Central Europeu. O economista Marco Wagner, do Commerzbank, afirmou que a expectativa é que os preços de energia caiam mais nos próximos meses, o que poderia provocar um recuo maior no CPI da zona do euro.
O presidente do BCE, Mario Draghi, falou nesta quinta-feira na Finlândia. Ele disse que irá considerar, se necessário, a adoção de novas medidas que deem suporte às expectativas de inflação. Segundo Draghi, a equipe do BCE foi comunicada de que deve se preparar para a contingência de que novas medidas de estímulo venham a ser necessárias.
As bolsas europeias operaram em alta durante a manhã na maior parte do tempo. Às 14h00, a Bolsa de Londres caía 0,05%, a de Frankfurt avançava 0,60% e a de Paris tinha alta de 0,29%. O euro recuava a US$ 1,2496.
Nos mercados asiáticos, as bolsas fecharam hoje sem sinal único. A Bolsa de Tóquio caiu pelo segundo dia, com o recuo do dólar ante o iene e a realização de lucros após altas recentes. Além disso, o feriado nos EUA diminuiu os volumes na capital japonesa.
É dado como certo que Joaquim Levy será confirmado como ministro da Fazenda, Nelson Barbosa assumirá o Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini será mantido como presidente do Banco Central. Os três nomes são bem vistos pelo mercado pelo seu perfil mais ortodoxo e técnico.
Não se espera, contudo, que os novos ministros já anunciem medidas hoje e que a posse ainda leve alguns dias. Enquanto aguardam o anúncio, investidores compram ações, mas evitam movimentações mais fortes nos mercados de câmbio e juros.
No exterior, em um dia sem a referência dos mercados americanos, fechados por um feriado, as atenções se voltam para o petróleo. O barril do Brent e do WTI caem cerca de 4%, nas mínimas em quatro anos. A onda de vendas ganhou força após a Opep decidir manter a produção diária, contrariando demandas por um corte que poderia dar algum suporte aos preços.
Câmbio
Operadores do mercado de câmbio mantêm uma postura defensiva nesta quinta-feira, com o dólar operando próximo da estabilidade após acumular queda de 1,60% nos últimos dois dias. Investidores evitam movimentos mais bruscos na expectativa pela confirmação dos principais nomes da equipe econômica e, sobretudo, por sinalizações sobre que medidas serão tomadas para ajustar as contas públicas. “Mas o mercado espera que as medidas sejam anunciadas oficialmente pelo menos na posse. Hoje, se não houver um sinal mais claro sobre isso, talvez o dólar não oscile tanto”, diz o operador de câmbio de uma asset.
Às 13h51, o dólar comercial caía 0,22%, a R$ 2,5015, após máxima de R$ 2,5173 e mínima de R$ 2,4978. O dólar para dezembro operava estável, a R$ 2,5025.
Juros
O feriado em Wall Street e a espera pelo anúncio oficial da equipe econômica justificam uma sessão lenta de negócios e oscilações modestas das taxas de juros. Às 13h54, na BM&F, contratos de DI janeiro/2017 operam a 12,14%, de 12,10% ontem. Contratos de DI janeiro/2021 eram negociados a 11,70% ao ano, de 11,65%. DI janeiro/2016 oscilava de 12,34% para 12,33%.
Bolsa
O Ibovespa opera em alta, em um dia em que o destaque é o fraquíssimo volume financeiro. O índice subia 1,06% às 13h55, para 55.683 pontos, com o mercado na expectativa do anúncio a nova equipe econômica do segundo mandato do governo Dilma Rousseff.
O volume financeiro era de R$ 1,7 bilhão. A liquidez é reduzida pois não há a referência de Wall Street, que não opera hoje em função do feriado em celebração a Dia de Ação de Graças.
A Guide Investimentos diz, em nota, que o mercado comprou a ideia de melhora no setor fiscal brasileiro. Prova disso é a pressão de baixa sobre a parte mais longa da curva de juros. “A percepção de risco diminui e o motivo por trás disso é a expectativa de que a próxima equipe econômica, conduzida por Joaquim Levy, faça um ajuste nas contas públicas”, diz a casa. Outro sinal também foi dado pela própria presidente Dilma, como destaca matéria de hoje de Ribamar Oliveira, do Valor, comenta a Guide.
Dilma vetou artigo da Lei Complementar 148 que ela mesma propôs no Congresso no ano passado. Este artigo desobrigava o governo de compensar, com o aumento de impostos, as desonerações tributárias que implicassem em diminuição de receitas.
Um operador comenta que Vale e as siderúrgicas e mineradoras se recuperam hoje, após forte tombo ontem. As altas das ações da Rio Tinto e da BHP no exterior também contribuem para a melhora. Vale PNA sobe 1,42%, Vale ON ganha 1,50%, CSN avança 1,96% e Usiminas sobe 2,12%. Gerdau PN tem valorização de 1,30%. As commodities metálicas operam em leve alta em Londres.
Mercados internacionais
Em dia de feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, com os mercados fechados no país, as ações se concentram nas economias da Europa e da Ásia. Além de vários indicadores europeus terem sido divulgados, a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) atraía a atenção, para se saber se os membros da Opep poderiam chegar a um acordo para cortar a produção e fazer os preços da commodity reagir.
A decisão tomada foi, porém, de manter a cota atual de produção, de 30 milhões de barris ao dia, segundo uma autoridade do Kuwait, o que provoca queda forte nos mercados da commodity.
Na Alemanha, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável na preliminar de novembro na comparação com outubro, avançando 0,6% no ano. O CPI harmonizado do país ficou estável no mês e subiu 0,5% no ano em novembro – essa taxa anual estava em 0,7% em outubro.
O CPI anual harmonizado da Alemanha é o mais baixo desde fevereiro de 2010. Na avaliação do economista Carsten Brzeski, do ING, o dado de inflação alemão “poderia ser o prelúdio para outra revisão para baixo nas previsões de inflação do BCE”, o Banco Central Europeu. O economista Marco Wagner, do Commerzbank, afirmou que a expectativa é que os preços de energia caiam mais nos próximos meses, o que poderia provocar um recuo maior no CPI da zona do euro.
O presidente do BCE, Mario Draghi, falou nesta quinta-feira na Finlândia. Ele disse que irá considerar, se necessário, a adoção de novas medidas que deem suporte às expectativas de inflação. Segundo Draghi, a equipe do BCE foi comunicada de que deve se preparar para a contingência de que novas medidas de estímulo venham a ser necessárias.
As bolsas europeias operaram em alta durante a manhã na maior parte do tempo. Às 14h00, a Bolsa de Londres caía 0,05%, a de Frankfurt avançava 0,60% e a de Paris tinha alta de 0,29%. O euro recuava a US$ 1,2496.
Nos mercados asiáticos, as bolsas fecharam hoje sem sinal único. A Bolsa de Tóquio caiu pelo segundo dia, com o recuo do dólar ante o iene e a realização de lucros após altas recentes. Além disso, o feriado nos EUA diminuiu os volumes na capital japonesa.