quarta-feira, 18 de março de 2015

Real fraco é retrato do empobrecimento do Brasil





Alexandre Battibugli / EXAME
Consumo em loja de roupas
Consumo de roupas: no setor têxtil, a substituição de itens importados já começou



São Paulo - Um dos símbolos dos “anos dourados” que o Brasil viveu na década passada foi o real forte. No auge de nossa festa, em outubro de 2010, precisávamos de apenas 1,65 real para comprar 1 dólar — então enfraquecido pela crise financeira de dois anos antes. Aquela cotação dava a sensação de que estávamos perto da riqueza.

Viajar para o exterior e consumir produtos importados eram escolhas ao alcance de um número de consumidores nunca antes visto na história deste país. Com esse passado recente tão vivo na memória, os brasileiros agora experimentam a sensação inversa: a de que nossas opções estão minguando na mesma medida que a moeda nacional rola ladeira abaixo.

No fechamento desta edição, em 9 de março, a cotação do dólar em relação ao real havia chegado a 3,13. Ou seja, quase a metade do poder de compra que nossa moeda tinha no ápice virou pó. E, dizem os analistas em uníssono, a desvalorização não só veio para ficar como tende a prosseguir nos próximos anos. “O país tentou ir além do que era possível e agora precisa fazer um ajuste à realidade via câmbio”, diz Marcelo Kaiath, diretor de renda fixa e variá­vel do banco Credit Suisse.

O galope do dólar neste início de ano — foram 18% de valorização nos primeiros 68 dias de 2015 — pode dar a impressão de que o ajuste começou há pouco. Na verdade, a moeda americana vem se apreciando frente ao real desde 2011. Há por trás desse movimento diversos fatores.

Um deles é mundial: a economia americana entrou em recuperação e, já há algum tempo, ensaia um aumento de juros, o que provoca a atração de dinheiro para os Estados Unidos e valoriza o dólar. As outras razões são locais.

Desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu o primeiro mandato, a economia brasileira só perde fôlego. Interferências em diversos setores e contas públicas em deterioração tornaram-se constantes. 

Até o ano passado, o governo atuava para conter a oscilação da moeda: desde maio de 2013, o Banco Central (BC) injetou 115 bilhões de dólares no mercado para evitar a depreciação do real.

Depois que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou que o BC não intervirá mais para segurar o dólar, o câmbio voltou a ser flutuante de verdade — e, consequentemente, a refletir mais o dia a dia do país.

Assim é que fatos como as desavenças de Dilma com o Congresso passaram a pressionar diretamente as cotações, somando-se a um quadro de incertezas que inclui o petrolão, o risco de racionamento de energia e a sucessão de indicadores negativos da economia que vêm à tona. O resultado é que nenhuma moeda no mundo perdeu tanto valor quanto o real — a segunda colocada, a lira turca, teve depreciação de 5% no ano.

Nada indica, por ora, que o cenário mudará tão cedo. Por isso, as projeções mais conservadoras, como a do banco Santander, apontam o dólar a 3,40 reais em 2018. A consultoria Tendências vai além: dólar a 3,61 em 2018 e a 3,77 em 2019. Mas a mudança deve ser vista como um “choque de realidade”.

Nos últi­mos anos, o Brasil gastou além da conta e acumulou uma série de problemas insustentáveis. Para citar apenas dois: os déficits em transações correntes e nas contas públicas. O primeiro é o saldo das operações em dólar do Brasil com o mundo (não entram nessa conta investimentos estrangeiros diretos).

Depois de saldos positivos de 2003 a 2007, o indicador, puxado pelo aumento das importações, entrou no vermelho. No ano passado, o déficit chegou a 4,2% do PIB. O limite aceito para um país em desenvolvimento é 4%. Em dólares, o déficit foi de 90 bilhões — o terceiro maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Reino Unido.

O buraco nas contas públicas, que em 2014 su­pe­rou os 6% do PIB (pior que o da combalida Grécia), é outro dado insustentá­vel. A consultoria MB Associados criou um índice de vulnerabilidade, que mede o grau de exposição da moeda a turbulências domésticas e internacionais. Numa lista de 19 países emergentes, o Brasil só está à frente da Venezuela.

A desvalorização do real tem diversos efeitos e o mais visível é o aumento da fogueira da inflação. O economista e consultor Alexandre Schwartsman calcula que uma alta de 10% no dólar pode adicionar até 0,7 ponto percentual ao índice oficial de preços, que terminou fevereiro em 7,7% no acumulado dos últimos 12 meses.

A inflação força o Banco Central a elevar a taxa básica de juro, que já está em 12,75%, apesar do cenário recessivo. Inflação e juros em alta tiram poder aquisitivo da população. Não é por acaso que o consumo cresce mais em períodos de real valorizado do que nos momentos opostos.

Um estudo realizado pela consultoria Tendências mostra que, de 2004 a 2013, quando o dólar estava mais barato, a renda das famílias cresceu à média anual de 5,5%; e as vendas no varejo, a 8%. Nos próximos anos, com o dólar mais caro, o rendimento familiar deve crescer em média 1,6%; e o varejo, 2,2%. Em outras palavras, a festa do consumo ficou no passado.

Parte da influência do dólar na inflação se dá pelo encarecimento de itens importados que não podem ser substituídos por similares nacionais. O grupo francês Saint Gobain, que atua no Brasil nos ramos de fabricação e varejo de material de construção, estuda o repasse da alta dos insumos importados.

Eles chegam a representar 30% do custo de alguns produtos. “Como a inflação sobe mais depressa do que a possibilidade de cortar custos, precisaremos aumentar os preços”, diz Thierry Fournier, presidente do Saint Gobain. O aumento, ao longo de 2015, deve ficar entre 5% e 6%.


Efeito vantajoso


Já as indústrias que exportam esperam um efeito benéfico com a desvalorização do real. “Acreditamos que o dólar vá ficar acima de 3 reais, o que nos dá uma vantagem competitiva”, diz Luís Gustavo Iensen, diretor internacional da fabricante de motores elétricos WEG, de Santa Catarina.

Iensen projeta que, ao se confirmar o cenário, a fatia das exportações no faturamento da WEG poderá aumentar 10 pontos e chegar a 60% nos próximos cinco anos. Outro efeito vantajoso para a indústria é a chance de substituir importações. Boa parte do aumento da demanda por bens de consumo na última década foi atendida por produtos vindos do exterior.

“O período de apreciação cambial coincide com a virada na balança comercial da indústria: de um superávit de 6 bilhões de dólares, em 2006, para um déficit de 109 bilhões, no ano passado”, disse Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em entrevista a EXAME.

No setor têxtil, que fechou o ano passado com déficit de 6 bilhões de dólares — 94% dele causado por artigos asiáticos —, as mudanças já começaram. Confecções nacionais estão ampliando as vendas para substituir roupas que as lojas importavam. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção estima queda de 6% nas importações e aumento de 5% nas exportações neste ano.

Esse movimento não deverá reverter o quadro geral, que aponta uma queda da produção de 0,5% em 2015. “A saída para amenizar a retração no mercado interno é exportar mais, e o câmbio atual­ oferece oportunidades para isso”, diz Rafael Cervone, presidente da associação e sócio da Technotex, confecção do interior paulista.

Mas não dá para esperar um boom de exportações. A recente valorização do dólar foi em boa medida corroída pela inflação, que se manteve sempre perto do teto da meta de 6,5% nos últimos anos. Com ajustes calculados pela inflação, o real ainda é considerado valorizado.

Nas contas de Nelson Marconi, professor de economia da Fundação Getulio Vargas, a preços de 2015, o dólar se manteve acima de 4 reais entre 1999 e 2004 — o pico foi de 5,86 em 2002. O patamar atual está, portanto, bem abaixo do que atingiu naquele período. “A desvalorização do real poderia ser maior se a inflação fosse menor”, diz Marconi. De todos os ângulos que se olhe, há ainda muito ajuste pela frente.

Suíça repatria US$120 mi ligados à corrupção na Petrobras



Paulo Whitaker/Reuters
Logotipo da Petrobras visto em refinaria em Cubatão
Logotipo da Petrobras visto em refinaria em Cubatão: as apurações descobriram mais de 300 contas em mais de 30 bancos na Suíça, que teriam sido usadas no esquema 


 
 
Zurique - A Procuradoria-Geral da Suíça informou nesta quarta-feira que cerca de 120 milhões de dólares em ativos congelados por conta das investigações de corrupção na Petrobras estão sendo repatriados ao Brasil.

"A liberação de mais de 120 milhões de dólares reflete a clara intenção da Suíça de tomar uma posição contra o mau uso de seu centro financeiro para propósitos criminosos, e visa a devolução dos recursos de origem criminosa aos legítimos donos", disse a procuradoria-geral em comunicado nesta quarta-feira.

O valor liberado é apenas uma parte do total de cerca de 400 milhões de ativos congelados em contas na Suíça em função das investigações envolvendo o escândalo da Petrobras.

A procuradoria suíça informou que desde abril do ano passado iniciou nove investigações sobre o caso Petrobras, com o objetivo de apurar cerca de 60 relatórios sobre transações suspeitas apontadas pela operação Lava Jato, que apura um esquema de pagamento de propina com recursos de licitações fraudadas na estatal, com envolvimento de políticos, empreiteiras e ex-diretores da petroleira.

As investigações envolvem oito cidadãos brasileiros, além de pessoas ainda não identificadas.

De acordo com a nota da procuradoria, as apurações descobriram, até o momento, mais de 300 contas em mais de 30 bancos na Suíça, que aparentemente foram usadas em processo de pagamento de propina no esquema.

O comunicado foi divulgado após dois dias de trabalhos entre o procurador-geral da República do Brasil, Rodrigo Janot, com o seu colega suíço, Michael Lauber, em Brasília.

Acusações de corrupção na Petrobras têm abalado o Brasil, com partidos de oposição pedindo ao Supremo Tribunal Federal (STF) investigação do envolvimento da presidente Dilma Rousseff no caso.

Dilma tem negado ter conhecimento sobre a corrupção na Petrobras enquanto era presidente do Conselho de Administração, em período em que muitos dos supostos desvios aconteceram. Ela tem defendido uma investigação completa.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Mais de 80% de candidatos ao Fies podem ficar fora


Divulgação
Sala de aula
Sala de aula: as instituições de ensino passaram a buscar alternativas para atenuar a situação financeira de seus estudantes 


Juliana Schincariol, da REUTERS
 
 
Rio de Janeiro - Cerca de 80 por cento dos calouros que pretendem usar o financiamento estudantil do governo federal podem ficar fora do programa, e as instituições de ensino passaram a buscar alternativas para atenuar a situação financeira de seus estudantes após as mudanças do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

O Ministério da Educação (MEC) já sinalizou que o cadastro de novos alunos ficará restrito a um terço do efetuado no ano passado, disse à Reuters Romário Davel, consultor da Hoper, uma das principais consultorias focadas no mercado de educação do país. 

Ele acrescentou que o número pode ser ainda menor que o divulgado pelo ministério. 

"Na prática, a queda é de mais de 80 por cento de alunos do Fies", disse, referindo-se às dificuldades dos alunos entrantes em se cadastrar no programa neste ano. Ao final de fevereiro, entidades do setor educacional esperavam uma demanda de 500 mil estudantes para novos contratos.

Após anunciar mudanças nas regras do financiamento no final do ano passado, o MEC optou por fechar o sistema do Fies para cadastro e reabri-lo entre 23 de fevereiro e 30 de abril. Até então, ele estava disponível continuamente.

Desde então, os alunos vêm enfrentando lentidão e instabilidade no sistema, além de novas regras que vão sendo conhecidas a conta-gotas. Para os novos contratos, os estudantes estão ficando em média seis horas em frente ao computador para conseguir efetivar uma inscrição, disse Davel, da Hoper. 

Tradicionalmente, o primeiro semestre representa cerca de 35 por cento do número total de alunos de uma instituição de ensino, também segundo a consultoria.

Além da pressão sobre a captação de alunos, o resultado financeiro das instituições de ensino também deve ser prejudicado, segundo a consultoria. A margem de contribuição dos alunos iniciantes costuma ser mais alta do que a de veteranos, devido a atividades acadêmicas de custo menor para as empresas. 

"Há expectativa de queda significativa em número (de alunos), mas no resultado financeiro o impacto será ainda maior", disse Davel, estimando que os primeiros impactos aparecerão nos balanços do primeiro trimestre, tradicionalmente o mais relevante para as companhias.


CORRENDO POR FORA


Enquanto isso, cresce o espaço para o crédito estudantil privado, cuja representatividade ainda é ínfima no país. Em 2014, o desembolso do governo para o Fies chegou a quase 14 bilhões de reais para 1,9 milhão de estudantes, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento para Educação (FNDE).

A Ideal Invest, que oferece o programa de financiamento estudantil Pravaler e tem o Itaú Unibanco como um dos sócios, afirma ser o único participante do mercado que oferece uma linha de crédito para toda a graduação e repassou cerca de 1 bilhão de reais desde 2006 a 50 mil alunos.

"A gente espera que mais do que dobre nos próximos três anos com o aumento da demanda", disse o diretor-executivo da Ideal Invest, Carlos Furlan. A companhia de ensino superior Estácio adiantou os planos de oferecer o serviço de financiamento no segundo semestre e fechou uma parceria com o Pravaler.

Além da Estácio, a Anima Educação também avalia formas de facilitar o crédito a seus alunos, por meio da oferta de uma combinação de financiamentos.

"A gente lançou de maneira mais forte o Pravaler e estamos discutindo internamente com outros parceiros como a gente pode financiar este aluno", disse o diretor-presidente da companhia, Daniel Castanho, na teleconferência de resultados da empresa em fevereiro. Enquanto isso, o Santander Brasil está entre bancos que oferecem alguns produtos de crédito para educação e que avalia ampliar linhas ao segmento.

"Isso (oferecer uma linha de crédito para graduação) pode virar um plano futuro para o Santander", disse o superintendente do Santander Universidades, um programa do banco, Daniel Mitraud. Atualmente a filial brasileira do banco espanhol oferece crédito para gastos extraordinários, como para renovação de matrículas.

Porém, o Santander Brasil reconhece que o Fies ainda é um produto "imbatível" para o cliente, por conta dos juros de 3,4 por cento ao ano. "Um banco dificilmente consegue produzir um produto destes, a gente precisa acompanhar um pouco mais para avaliar o que efetivamente vai acontecer", acrescentou o executivo ao ser questionado sobre oportunidades abertas pelas mudanças no Fies.


RENOVAÇÃO DO FIES 


Enquanto alunos tentam se inscrever no Fies e escolas avaliam mecanismos próprios de financiamento, entidades que representam o setor movem múltiplos processos contra o MEC.

Uma das principais queixas refere-se à regra definida pelo ministro da Educação, Cid Gomes, de autorizar acesso ao Fies apenas às escolas que reajustaram as mensalidades este ano em até 6,4 por cento. 

No Rio Grande do Sul, onde o reajuste médio das mensalidades foi de 7,5 por cento, a orientação do sindicato local é para as instituições de ensino cobrarem a diferença dos alunos. 

A decisão, segundo o presidente do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS), Bruno Eizerik, visa ser uma medida paliativa enquanto não sai uma liminar na Justiça pedida pela entidade contra as mudanças no Fies.

"Vamos fazer aditamentos com 6,41 por cento enquanto não sai a liminar. E se houver a diferença, que se cobre do aluno", disse ele. 

O sindicato espera que o resultado do pedido de liminar seja conhecido na próxima semana. A ação faz parte de uma estratégia da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) para que os sindicatos estaduais entrem com suas próprias ações na Justiça contra as novas regras do Fies, enquanto aguardam por uma decisão judicial nacional.

Até o momento, instituições de Alagoas, Sergipe e Rondônia tiveram pedidos de liminar concedidos, o que suspendeu algumas das mudanças no Fies nestes Estados, como a exigência de nota mínima no (Enem) para alunos e a trava sobre reajuste das mensalidades.

Kroton e Anima afirmaram que até o momento, a diferença entre o financiamento e a mensalidade não está sendo cobrada para alunos que possuem Fies. 

A Anima, cujo aumento médio foi de 8 por cento, disse que avalia como vai reaver esta diferença, seja por meio de pedido de ressarcimento ao governo federal ou orientação para que os alunos paguem o valor ou contratem outro financiamento.

No grupo Ser Educacional, o aumento médio das mensalidades foi de 7 por cento e a diferença será cobrada.

"O valor desta diferença fica em torno de 2 a 6 reais para o nosso ticket médio", disse o presidente da empresa, Jânyo Diniz.

Rede varejista inglesa é vendida por apenas uma libra





Simon Dawson/Getty Images
Rede de lojas de departamento do Reino Unido BHS
BHS: o grupo de investidores, chamado Retail Acquisitions, foi criado especialmente para comprar a rede 





São Paulo - A BHS, rede de lojas de departamento do Reino Unido, foi vendida para um grupo de investidores. O inusitado dessa transação é o seu valor simbólico, de apenas uma libra.

O grupo, chamado Retail Acquisitions, foi criado especialmente para comprar a rede. Ele é dirigido pelo ex-banqueiro Keith Smith, que se especializou em criar empresas de fachada para aquisições.
A empresa foi vendida sem nenhuma dívida, mas por um valor apenas simbólico.

A BHS fazia parte do grupo Arcadia, que também concentra as varejistas TopShop, Burton e Evans. O Arcadia é controlado pelo Sir Philip Green e sua família, por meio da Taveta Investments. 

Então British Home Stores, ela  foi adquirida por Sir Philip Green pelo valor de 200 milhões de libras. Foi inaugurada em 1928 por um grupo de empreendedores americanos. 

Acabou perdendo apelo nos últimos anos entre seu público feminino, ao mesmo tempo em que não se adaptou ao comércio eletrônico. A varejista perdeu mais de 800 mil consumidores nos últimos cinco anos, a medida em que o seu público vai envelhecendo. A média de idade é de 55 anos para cima.

O negócio emprega mais de 11 mil funcionários e tem 171 lojas próprias no Reino Unido, além de 88 franquias na Rússia e no Oriente Médio. A rede amargou perdas de mais de 70 milhões de libras no último ano. O prejuízo foi ainda maior em 2012, quando atingiu 116 milhões de libras.

“A BHS continua desafiadora, e esse setor do varejo continua sendo difícil, ainda que o forte crescimento online ajudou a consolidar o desempenho no ano passado”, segundo o relatório anual de resultados, divulgado pelo Arcadia Group em agosto do ano passado.

O grupo Retail Acquisitions afirmou que o objetivo é expandir a rede de alimentos, colocando-se no nível do concorrente Simply Food. O BHS Food está sendo testado em três unidades, por enquanto. Eles também irão ampliar as vendas de artigos para casa.

Hellofood recebe aporte de US$110 milhões




Reprodução
HelloFoods, serviço de entrega de alimentos online
HelloFood: em 2013 e 2014, o hellofood já havia recebido R$ 335 milhões em aportes globais de fundos investidores 

 
 
Rio de Janeiro - A hellofood, empresa de pedidos de comida online presente em 40 países, anunciou nesta quinta-feira ter recebido aporte de 110 milhões de dólares, aproximadamente 341 milhões de reais, que serão aplicados principalmente no mercado brasileiro. 

O aporte foi feito pela investidora alemã Rocket Internet e será aplicado em tecnologia, principalmente no canal móvel, e em atendimento ao cliente. 

A empresa anunciou uma série de aquisições no mês passado, comprando sete concorrentes na Ásia e outros no Oriente Médio.

Também houve aquisições em Índia, México, Rússia e Leste Europeu.

Segundo o presidente da hellofood Brasil, Marcelo Ferreira, o aporte da Rocket Internet permite que a empresa continue o processo de expansão executado desde que desembarcou no Brasil.

"Completamos dois anos de operação no Brasil no mês passado e alcançamos bons resultados por meio de uma estratégia agressiva, crescendo organicamente e também por meio de aquisições", disse.

Em 2013 e 2014, o hellofood já havia recebido 335 milhões de reais em aportes globais de fundos investidores.

Mulheres buscam igualdade e equilíbrio






 ecofeminismo2






Por Ana Alves Alencar e Antonio Fernando Pinheiro Pedro



Considerada ainda, em muitos lugares do mundo, como ser inferior e submisso aos homens, a mulher, ao longo da história, busca incessantemente  reafirmar sua condição de igual  capacidade e  independência no meio em que vive.

Devido seu vínculo antropo-cultural, de zelar pelo ambiente familiar, cuidar da casa, a  figura da mulher sempre esteve associada à própria natureza, à Mãe Terra.

Assim, como nosso planeta, a mulher vem sendo tratada com desrespeito, explorada predatoriamente, ao mesmo tempo em que recai sobre ela, a responsabilidade da preservação e continuidade da espécie.

Em 1974, surgiu o termo ecofeminismo, utilizado por Françoise d’Eaubonne, em sua obra “Le Feminism ou la Mort” (Feminismo ou a Morte), que o definia como “a capacidade das mulheres, como impulsoras de uma revolução ecológica, de ocasionar e desenvolver uma nova estrutura relacional de gênero entre os sexos, bem como entre a humanidade e o meio ambiente.”

Amplamente disseminado, o ecofeminismo passou a ser uma bandeira de luta, principalmente para mulheres das regiões mais pobres e mais opressivas do planeta.

O movimento fez surgir projetos, empreendeu lutas e fez surgir líderes femininas em prol da causa da proteção e preservação da natureza, articulada com a luta pela igualdade de direitos e de responsabilidades entre mulheres e homens.

O ecofeminismo busca pôr fim à cultura patriarcal, de submissão da mulher frente ao homem e aos governos, busca uma relação de parceria, de igualdade e melhoria de condições de vida. Na defesa do meio ambiente, busca a valorização de todos os seres e da vida, como um bem a que todos tem direito.

Existem pelo mundo várias definições e ações ecofeministas, algumas mais radicais, outras mais flexíveis. Todas tem em comum a união do movimento feminista com o movimento ecológico, a articulação entre ações de luta por direitos iguais entre homens e mulheres e ações em prol da sustentabilidade na defesa do meio ambiente.

A defesa da natureza e o desenvolvimento de uma vida sustentável é o meio que muitas mulheres estão encontrando para não apenas melhorar as condições de vida de sua família e da sua comunidade mas, também, mostrar sua capacidade, competência, força e  coragem para obter liderança e conquistas em sociedades opressoras, discriminadoras e violentas onde vivem.

Ecofeministas declaradas ou não, as mulheres têm tomado a frente  na defesa da preservação do meio ambiente, desde aquelas que trabalham e lutam no seu bairro, comunidade, tribo, no emprego, até  mesmo as que já se encontram no alto escalão de empresas, de órgãos governamentais e na liderança de órgãnismos não governamentais.

A sensibilidade feminina, aliada à sua força natural, tem sido fator determinante no empoderamento ecofeminista, com destaque para várias líderes mundo afora.

Vandana Shiva, física, filósofa, pacifista e feminista,  é uma das pioneiras do movimento ecofeminista e diretora do Research Foundation for Science, Technology and Ecology.

Foi pioneira na luta por um modelo de desenvolvimento ecológico e centrado no papel das mulheres. Hoje, essa ativista indiana continua a advogar os direitos dos pequenos agricultores e a sua soberania sobre sementes agrícolas.

As norte-americanas Becky Straw e Jody Landers se conheceram na África e desde então juntaram forças para ajudar pessoas necessitadas e ainda colaborar com a preservação ambiental.

Fundaram o The Adventure Project que realizam trabalhos que impactam as áreas da saúde, qualidade de vida, geração de renda e o meio ambiente das comunidades atingidas pelo projeto.

A jovem norte-americana Mariah Smiley, com apenas 14 anos fundou o Drops Love, que a partir de doações de um(1) dólar pessoa, constrói poços artesianos em comunidades carentes da América Latina, onde não há água potável de fácil acesso.

Na Europa o movimento é bastante organizado, com destaque para movimentos na França e  na Espanha.

Muitas  mulheres, de todas as idades, em vários lugares do mundo, têm se tornado autoras de projetos na área da sustentabilidade, mesmo sem a bandeira do ecofeminismo.

No Brasil, embora o termo ecofeminismo seja ainda usado timidamente, é comum vermos, espalhadas pelas cinco regiões, líderes femininas em comunidades pobres.

No entanto, apesar do discurso oficial, não há programas efetivos de governo e ONG´s, dedicados a investir nessas mulheres. Muitas necessitam de apoio tecnico, orientação legal e aporte financeiro mínimo para desenvolver seu trabalho em defesa da preservação ambiental, de seus direitos e assunção de responsabilidade social e ambiental na comunidade em que vivem.

Iniciativas brasileiras, nesse campo, já ocorreram: microcrédito, programas assistenciais cujo protagonista responsável por receber o benefício é a mãe de família, etc. No entanto, não alcançaram até o momento uma escala digna de obter um apoio expressivo do movimento ecofeminista.

Com certeza, esse é um bom campo para unir esforços de homens e mulheres, em iguais condições, para buscar qualidade na melhoria das condições de vida no Brasil.



 ecofeminismo


ecofeminismo
Fontes: Ecodesenvolvimento.org, Servicioskoinonia.org, Pandoraesuacaixa.blogspot, pessoas.hsw.uol.com.br, Unisinos.br
Imagens tiradas da internet
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Mulheres buscam igualdade e equilíbrio


ecofeminismo2
ecofeminismo


Por Ana Alves Alencar e Antonio Fernando Pinheiro Pedro

Considerada ainda, em muitos lugares do mundo, como ser inferior e submisso aos homens, a mulher, ao longo da história, busca incessantemente  reafirmar sua condição de igual  capacidade e  independência no meio em que vive.
Devido seu vínculo antropo-cultural, de zelar pelo ambiente familiar, cuidar da casa, a  figura da mulher sempre esteve associada à própria natureza, à Mãe Terra.
Assim, como nosso planeta, a mulher vem sendo tratada com desrespeito, explorada predatoriamente, ao mesmo tempo em que recai sobre ela, a responsabilidade da preservação e continuidade da espécie.
Em 1974, surgiu o termo ecofeminismo, utilizado por Françoise d’Eaubonne, em sua obra “Le Feminism ou la Mort” (Feminismo ou a Morte), que o definia como “a capacidade das mulheres, como impulsoras de uma revolução ecológica, de ocasionar e desenvolver uma nova estrutura relacional de gênero entre os sexos, bem como entre a humanidade e o meio ambiente.”
Amplamente disseminado, o ecofeminismo passou a ser uma bandeira de luta, principalmente para mulheres das regiões mais pobres e mais opressivas do planeta.
O movimento fez surgir projetos, empreendeu lutas e fez surgir líderes femininas em prol da causa da proteção e preservação da natureza, articulada com a luta pela igualdade de direitos e de responsabilidades entre mulheres e homens.
O ecofeminismo busca pôr fim à cultura patriarcal, de submissão da mulher frente ao homem e aos governos, busca uma relação de parceria, de igualdade e melhoria de condições de vida. Na defesa do meio ambiente, busca a valorização de todos os seres e da vida, como um bem a que todos tem direito.
Existem pelo mundo várias definições e ações ecofeministas, algumas mais radicais, outras mais flexíveis. Todas tem em comum a união do movimento feminista com o movimento ecológico, a articulação entre ações de luta por direitos iguais entre homens e mulheres e ações em prol da sustentabilidade na defesa do meio ambiente.
A defesa da natureza e o desenvolvimento de uma vida sustentável é o meio que muitas mulheres estão encontrando para não apenas melhorar as condições de vida de sua família e da sua comunidade mas, também, mostrar sua capacidade, competência, força e  coragem para obter liderança e conquistas em sociedades opressoras, discriminadoras e violentas onde vivem.
Ecofeministas declaradas ou não, as mulheres têm tomado a frente  na defesa da preservação do meio ambiente, desde aquelas que trabalham e lutam no seu bairro, comunidade, tribo, no emprego, até  mesmo as que já se encontram no alto escalão de empresas, de órgãos governamentais e na liderança de órgãnismos não governamentais.
A sensibilidade feminina, aliada à sua força natural, tem sido fator determinante no empoderamento ecofeminista, com destaque para várias líderes mundo afora.
Vandana Shiva, física, filósofa, pacifista e feminista,  é uma das pioneiras do movimento ecofeminista e diretora do Research Foundation for Science, Technology and Ecology.
Foi pioneira na luta por um modelo de desenvolvimento ecológico e centrado no papel das mulheres. Hoje, essa ativista indiana continua a advogar os direitos dos pequenos agricultores e a sua soberania sobre sementes agrícolas.
natureza é feminina
As norte-americanas Becky Straw e Jody Landers se conheceram na África e desde então juntaram forças para ajudar pessoas necessitadas e ainda colaborar com a preservação ambiental.
Fundaram o The Adventure Project que realizam trabalhos que impactam as áreas da saúde, qualidade de vida, geração de renda e o meio ambiente das comunidades atingidas pelo projeto.
A jovem norte-americana Mariah Smiley, com apenas 14 anos fundou o Drops Love, que a partir de doações de um(1) dólar pessoa, constrói poços artesianos em comunidades carentes da América Latina, onde não há água potável de fácil acesso.
Na Europa o movimento é bastante organizado, com destaque para movimentos na França e  na Espanha.
Muitas  mulheres, de todas as idades, em vários lugares do mundo, têm se tornado autoras de projetos na área da sustentabilidade, mesmo sem a bandeira do ecofeminismo.
No Brasil, embora o termo ecofeminismo seja ainda usado timidamente, é comum vermos, espalhadas pelas cinco regiões, líderes femininas em comunidades pobres.
No entanto, apesar do discurso oficial, não há programas efetivos de governo e ONG´s, dedicados a investir nessas mulheres. Muitas necessitam de apoio tecnico, orientação legal e aporte financeiro mínimo para desenvolver seu trabalho em defesa da preservação ambiental, de seus direitos e assunção de responsabilidade social e ambiental na comunidade em que vivem.
Iniciativas brasileiras, nesse campo, já ocorreram: microcrédito, programas assistenciais cujo protagonista responsável por receber o benefício é a mãe de família, etc. No entanto, não alcançaram até o momento uma escala digna de obter um apoio expressivo do movimento ecofeminista.
Com certeza, esse é um bom campo para unir esforços de homens e mulheres, em iguais condições, para buscar qualidade na melhoria das condições de vida no Brasil.

ecofeminismo
Fontes: Ecodesenvolvimento.org, Servicioskoinonia.org, Pandoraesuacaixa.blogspot, pessoas.hsw.uol.com.br, Unisinos.br
Imagens tiradas da internet
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Mulheres buscam igualdade e equilíbrio


ecofeminismo2
ecofeminismo


Por Ana Alves Alencar e Antonio Fernando Pinheiro Pedro

Considerada ainda, em muitos lugares do mundo, como ser inferior e submisso aos homens, a mulher, ao longo da história, busca incessantemente  reafirmar sua condição de igual  capacidade e  independência no meio em que vive.
Devido seu vínculo antropo-cultural, de zelar pelo ambiente familiar, cuidar da casa, a  figura da mulher sempre esteve associada à própria natureza, à Mãe Terra.
Assim, como nosso planeta, a mulher vem sendo tratada com desrespeito, explorada predatoriamente, ao mesmo tempo em que recai sobre ela, a responsabilidade da preservação e continuidade da espécie.
Em 1974, surgiu o termo ecofeminismo, utilizado por Françoise d’Eaubonne, em sua obra “Le Feminism ou la Mort” (Feminismo ou a Morte), que o definia como “a capacidade das mulheres, como impulsoras de uma revolução ecológica, de ocasionar e desenvolver uma nova estrutura relacional de gênero entre os sexos, bem como entre a humanidade e o meio ambiente.”
Amplamente disseminado, o ecofeminismo passou a ser uma bandeira de luta, principalmente para mulheres das regiões mais pobres e mais opressivas do planeta.
O movimento fez surgir projetos, empreendeu lutas e fez surgir líderes femininas em prol da causa da proteção e preservação da natureza, articulada com a luta pela igualdade de direitos e de responsabilidades entre mulheres e homens.
O ecofeminismo busca pôr fim à cultura patriarcal, de submissão da mulher frente ao homem e aos governos, busca uma relação de parceria, de igualdade e melhoria de condições de vida. Na defesa do meio ambiente, busca a valorização de todos os seres e da vida, como um bem a que todos tem direito.
Existem pelo mundo várias definições e ações ecofeministas, algumas mais radicais, outras mais flexíveis. Todas tem em comum a união do movimento feminista com o movimento ecológico, a articulação entre ações de luta por direitos iguais entre homens e mulheres e ações em prol da sustentabilidade na defesa do meio ambiente.
A defesa da natureza e o desenvolvimento de uma vida sustentável é o meio que muitas mulheres estão encontrando para não apenas melhorar as condições de vida de sua família e da sua comunidade mas, também, mostrar sua capacidade, competência, força e  coragem para obter liderança e conquistas em sociedades opressoras, discriminadoras e violentas onde vivem.
Ecofeministas declaradas ou não, as mulheres têm tomado a frente  na defesa da preservação do meio ambiente, desde aquelas que trabalham e lutam no seu bairro, comunidade, tribo, no emprego, até  mesmo as que já se encontram no alto escalão de empresas, de órgãos governamentais e na liderança de órgãnismos não governamentais.
A sensibilidade feminina, aliada à sua força natural, tem sido fator determinante no empoderamento ecofeminista, com destaque para várias líderes mundo afora.
Vandana Shiva, física, filósofa, pacifista e feminista,  é uma das pioneiras do movimento ecofeminista e diretora do Research Foundation for Science, Technology and Ecology.
Foi pioneira na luta por um modelo de desenvolvimento ecológico e centrado no papel das mulheres. Hoje, essa ativista indiana continua a advogar os direitos dos pequenos agricultores e a sua soberania sobre sementes agrícolas.
natureza é feminina
As norte-americanas Becky Straw e Jody Landers se conheceram na África e desde então juntaram forças para ajudar pessoas necessitadas e ainda colaborar com a preservação ambiental.
Fundaram o The Adventure Project que realizam trabalhos que impactam as áreas da saúde, qualidade de vida, geração de renda e o meio ambiente das comunidades atingidas pelo projeto.
A jovem norte-americana Mariah Smiley, com apenas 14 anos fundou o Drops Love, que a partir de doações de um(1) dólar pessoa, constrói poços artesianos em comunidades carentes da América Latina, onde não há água potável de fácil acesso.
Na Europa o movimento é bastante organizado, com destaque para movimentos na França e  na Espanha.
Muitas  mulheres, de todas as idades, em vários lugares do mundo, têm se tornado autoras de projetos na área da sustentabilidade, mesmo sem a bandeira do ecofeminismo.
No Brasil, embora o termo ecofeminismo seja ainda usado timidamente, é comum vermos, espalhadas pelas cinco regiões, líderes femininas em comunidades pobres.
No entanto, apesar do discurso oficial, não há programas efetivos de governo e ONG´s, dedicados a investir nessas mulheres. Muitas necessitam de apoio tecnico, orientação legal e aporte financeiro mínimo para desenvolver seu trabalho em defesa da preservação ambiental, de seus direitos e assunção de responsabilidade social e ambiental na comunidade em que vivem.
Iniciativas brasileiras, nesse campo, já ocorreram: microcrédito, programas assistenciais cujo protagonista responsável por receber o benefício é a mãe de família, etc. No entanto, não alcançaram até o momento uma escala digna de obter um apoio expressivo do movimento ecofeminista.
Com certeza, esse é um bom campo para unir esforços de homens e mulheres, em iguais condições, para buscar qualidade na melhoria das condições de vida no Brasil.

ecofeminismo
Fontes: Ecodesenvolvimento.org, Servicioskoinonia.org, Pandoraesuacaixa.blogspot, pessoas.hsw.uol.com.br, Unisinos.br
Imagens tiradas da internet
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Mulheres buscam igualdade e equilíbrio


ecofeminismo2
ecofeminismo


Por Ana Alves Alencar e Antonio Fernando Pinheiro Pedro

Considerada ainda, em muitos lugares do mundo, como ser inferior e submisso aos homens, a mulher, ao longo da história, busca incessantemente  reafirmar sua condição de igual  capacidade e  independência no meio em que vive.
Devido seu vínculo antropo-cultural, de zelar pelo ambiente familiar, cuidar da casa, a  figura da mulher sempre esteve associada à própria natureza, à Mãe Terra.
Assim, como nosso planeta, a mulher vem sendo tratada com desrespeito, explorada predatoriamente, ao mesmo tempo em que recai sobre ela, a responsabilidade da preservação e continuidade da espécie.
Em 1974, surgiu o termo ecofeminismo, utilizado por Françoise d’Eaubonne, em sua obra “Le Feminism ou la Mort” (Feminismo ou a Morte), que o definia como “a capacidade das mulheres, como impulsoras de uma revolução ecológica, de ocasionar e desenvolver uma nova estrutura relacional de gênero entre os sexos, bem como entre a humanidade e o meio ambiente.”
Amplamente disseminado, o ecofeminismo passou a ser uma bandeira de luta, principalmente para mulheres das regiões mais pobres e mais opressivas do planeta.
O movimento fez surgir projetos, empreendeu lutas e fez surgir líderes femininas em prol da causa da proteção e preservação da natureza, articulada com a luta pela igualdade de direitos e de responsabilidades entre mulheres e homens.
O ecofeminismo busca pôr fim à cultura patriarcal, de submissão da mulher frente ao homem e aos governos, busca uma relação de parceria, de igualdade e melhoria de condições de vida. Na defesa do meio ambiente, busca a valorização de todos os seres e da vida, como um bem a que todos tem direito.
Existem pelo mundo várias definições e ações ecofeministas, algumas mais radicais, outras mais flexíveis. Todas tem em comum a união do movimento feminista com o movimento ecológico, a articulação entre ações de luta por direitos iguais entre homens e mulheres e ações em prol da sustentabilidade na defesa do meio ambiente.
A defesa da natureza e o desenvolvimento de uma vida sustentável é o meio que muitas mulheres estão encontrando para não apenas melhorar as condições de vida de sua família e da sua comunidade mas, também, mostrar sua capacidade, competência, força e  coragem para obter liderança e conquistas em sociedades opressoras, discriminadoras e violentas onde vivem.
Ecofeministas declaradas ou não, as mulheres têm tomado a frente  na defesa da preservação do meio ambiente, desde aquelas que trabalham e lutam no seu bairro, comunidade, tribo, no emprego, até  mesmo as que já se encontram no alto escalão de empresas, de órgãos governamentais e na liderança de órgãnismos não governamentais.
A sensibilidade feminina, aliada à sua força natural, tem sido fator determinante no empoderamento ecofeminista, com destaque para várias líderes mundo afora.
Vandana Shiva, física, filósofa, pacifista e feminista,  é uma das pioneiras do movimento ecofeminista e diretora do Research Foundation for Science, Technology and Ecology.
Foi pioneira na luta por um modelo de desenvolvimento ecológico e centrado no papel das mulheres. Hoje, essa ativista indiana continua a advogar os direitos dos pequenos agricultores e a sua soberania sobre sementes agrícolas.
natureza é feminina
As norte-americanas Becky Straw e Jody Landers se conheceram na África e desde então juntaram forças para ajudar pessoas necessitadas e ainda colaborar com a preservação ambiental.
Fundaram o The Adventure Project que realizam trabalhos que impactam as áreas da saúde, qualidade de vida, geração de renda e o meio ambiente das comunidades atingidas pelo projeto.
A jovem norte-americana Mariah Smiley, com apenas 14 anos fundou o Drops Love, que a partir de doações de um(1) dólar pessoa, constrói poços artesianos em comunidades carentes da América Latina, onde não há água potável de fácil acesso.
Na Europa o movimento é bastante organizado, com destaque para movimentos na França e  na Espanha.
Muitas  mulheres, de todas as idades, em vários lugares do mundo, têm se tornado autoras de projetos na área da sustentabilidade, mesmo sem a bandeira do ecofeminismo.
No Brasil, embora o termo ecofeminismo seja ainda usado timidamente, é comum vermos, espalhadas pelas cinco regiões, líderes femininas em comunidades pobres.
No entanto, apesar do discurso oficial, não há programas efetivos de governo e ONG´s, dedicados a investir nessas mulheres. Muitas necessitam de apoio tecnico, orientação legal e aporte financeiro mínimo para desenvolver seu trabalho em defesa da preservação ambiental, de seus direitos e assunção de responsabilidade social e ambiental na comunidade em que vivem.
Iniciativas brasileiras, nesse campo, já ocorreram: microcrédito, programas assistenciais cujo protagonista responsável por receber o benefício é a mãe de família, etc. No entanto, não alcançaram até o momento uma escala digna de obter um apoio expressivo do movimento ecofeminista.
Com certeza, esse é um bom campo para unir esforços de homens e mulheres, em iguais condições, para buscar qualidade na melhoria das condições de vida no Brasil.

ecofeminismo
Fontes: Ecodesenvolvimento.org, Servicioskoinonia.org, Pandoraesuacaixa.blogspot, pessoas.hsw.uol.com.br, Unisinos.br
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Dafiti lança coleção de roupas e abre 1ª loja em São Paulo


Divulgação Dafiti
 
 
Loja da Dafiti, a primeira da varejista online, aberta em São Paulo
Marca Dafiti: a maioria das peças expostas na loja física é da coleção criada pela própria empresa
 
 
 
São Paulo – Quem passa pela esquina da Oscar Freire com a Rua da Consolação, um dos centros mais badalados da moda paulistana, poderá conhecer a loja física da Dafiti.

Trata-se da primeira ideia concreta da varejista online de levar moda para públicos diversos, incluindo as pessoas que ainda tem receio de comprar roupas online.

No local será possível provar peças das oito marcas próprias da empresa, também lançadas hoje, além de conhecer melhor os produtos.

A proposta, que recebeu um investimento de R$ 1 milhão, foi baseada em novas apostas do e-commerce mundial, que visam aproximar empresas de clientes.

E o conceito é realmente diferente do encontrado em lojas convencionais.


Loja física, mas digital


Para começar, o endereço é temporário e existirá, com toda certeza, até o fim de junho. Depois, nem a empresa sabe.

“Pelo retorno de marketing e vendas, veremos se valerá a pena estender o ponto ou abrirmos em outra cidade”, afirmou Malte Horeyselk, um dos quatro sócios-fundadores da empresa.

A expectativa é de faturar até R$ 3 milhões com vendas de março a junho com o novo canal.

Na loja, não será possível pagar com cartão, nem levar os produtos comprados ali para casa.

“A primeira coisa a fazer ao entrar é acessar o wifi, se logar no aplicativo, identificar que está na loja e, depois, escolher a peça que será provada, por meio da leitura digital do código de identificação do produto”, explica Malte Huffmann, também sócio-diretor.

O pagamento é feito via web e as compras entregues até no mesmo dia, dependendo do horário. Para trocas, o prazo é de dois dias, como já vigora no site.


Fast fashion


Com três andares, dois para o público feminino e um para o masculino, o endereço contará com 15 funcionários e uma oferta alta de opções.

Serão 1.500 peças expostas, todas renovadas a cada 15 dias.

Um conceito de fast fashion que a Dafiti está seguindo na criação de suas roupas, acessórios e calçados de marca própria.

A missão de criar produtos de bom gosto com tanta rapidez ficará a cargo dos 15 estilistas já contratados pela empresa, vindos de redes especializadas, como Zara e C&A.

A maior parte dos itens da loja será da marca própria, 60% deles, sendo o restante das outras vendidas pela Dafiti também na loja virtual.

“Teremos uma coleção de 8.000 a 10.000 peças da marca Dafiti em nossa coleção de outono/inverno, todas disponíveis a preços acessíveis no site”, afirma Horeyselk.


Única sobrevivente 


A Dafiti já vinha testando, desde o ano passado, a produção de peças de marca própria. Eram 12, no total, mas delas só restará a marca Five Blue.

As demais deram origem a quatro marcas femininas, duas masculinas, além de uma de calçados e acessórios, todas 100% desenvolvidas pela companhia. Os 120 fornecedores serão basicamente os mesmos.