quinta-feira, 7 de maio de 2015

Fusão entre Monsanto e Syngenta impulsionaria mais negócios



Daniel Acker/Bloomberg
Monsanto
Monsanto: Monsanto abordou a Syngenta para uma aquisição que criaria um gigante com mais de US$ 30 bilhões em receita
 
Brooke Sutherland, da Bloomberg


Uma combinação entre a Monsanto Co. e a Syngenta AG poderia preparar o terreno para outras fusões e aquisições.

A Monsanto abordou a Syngenta para uma aquisição que criaria um gigante no mercado de sementes e produtos químicos para plantações, com mais de US$ 30 bilhões em receita.

Não vai ser fácil conseguir que os reguladores aprovem um acordo – e é possível que ele não se concretize –. Para lidar com as questões antitruste e defender sua proposta, a Monsanto planejou um acordo que inclui a venda de partes da empresa combinada, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

Talvez as maiores preocupações estejam vinculadas ao fato de que a empresa combinada ficaria com uma fatia sem precedentes do mercado de sementes de soja e milho.

As operações da Syngenta nessas áreas seriam atraentes para diversos compradores, como Dow Chemical Co, BASF SE e Bayer AG, disse Colin Isaac, da Atlantic Equities LLP. Até as empresas de private-equity poderiam se interessar.

“Seria muito fácil vender por bons múltiplos os empreendimentos de sementes” da Syngenta, disse Isaac, analista em Londres, em entrevista por telefone. “As pessoas sempre estão tentando comprar participações”.

A DuPont Co. também poderia ser uma compradora para qualquer ativo que for colocado à venda, disse Bill Selesky, analista da Argus Research Co.
 

DuPont-Dow


Existe outra possibilidade: uma vez o investidor ativista Dan Loeb pressionou por uma separação na Dow e o CEO Andrew Liveris insinuou que a empresa está aberta para a possibilidade de vender sua unidade de agricultura.

O fato de a Monsanto se tornar uma concorrente muito mais forte poderia funcionar como um catalisador para a empresa de US$ 60 bilhões pensar mais seriamente em dar o passo para sair desse negócio, que representou cerca de 13 por cento da receita no ano passado, disse James Sheehan, da SunTrust Banks Inc.

Esse segmento ofereceria excelentes opções para a DuPont e sua empresa de sementes Pioneer, disse ele.

“Esse é o acordo que eu sempre esperei que acontecesse”, disse Isaac, da Atlantic Equities, em entrevista por telefone. 

Venda do HSBC atrai bancos do Brasil e do exterior


Chris Ratcliffe/Bloomberg
 
HSBC
HSBC: o banco é avaliado em cerca de US$ 5 bilhões
 
Aline Bronzati, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O Bradesco e o espanhol Santander lideram as apostas como possíveis candidatos para comprar a operação do britânico HSBC no Brasil, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Avaliado em cerca de US$ 5 bilhões, o banco, assessorado pelo Goldman Sachs, abriu alguns números para interessados, de acordo com as mesmas fontes, e estabeleceu junho como o prazo para envio de propostas.

Nesta fase, os interessados manifestam o apetite pelo ativo e assinam um acordo de confidencialidade. O objetivo é concluir a venda em agosto.
Mundialmente, o banco está envolvido em uma série de escândalos e tem apresentado fracos resultados financeiros.
Além de Bradesco e Santander, olharam os números do HSBC, segundo fontes, o Itaú Unibanco e o BTG Pactual. Grupos chineses, o espanhol Inbursa e também o canadense Scotia Bank teriam avaliado a operação.

Com cerca de R$ 168 bilhões em ativos, o HSBC é o sétimo maior banco do País, de acordo com dados do Banco Central.

Considerando os números do primeiro trimestre, o Bradesco, com R$ 1,035 trilhão de ativos, ultrapassaria o montante de R$ 1,2 trilhão, registrado pelo Itaú Unibanco no final do ano passado.

Mais do que colar no Itaú em ativos, ao comprar o HSBC Brasil, o Bradesco estaria protegendo o mercado de um novo concorrente, principalmente dos chineses que sonham em ter mais presença no País.

Já o Santander estaria interessado em ampliar sua escala no País e acelerar o crescimento da filial, que retornou ao posto de líder na geração de resultados do grupo espanhol.

Quando avaliada a rede física do HSBC Brasil, a sobreposição de unidades é menor com o Santander, cuja estrutura está centralizada em São Paulo. São cerca de 830 agências contra mais de 2.250 do espanhol. O Bradesco tem mais de 4.600.

As especulações sobre a venda do HSBC no Brasil cresceram após a divulgação de resultados de 2014, quando o banco anunciou a intenção de se desfazer de ativos na América Latina.

O HSBC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comenta especulações. Goldman, Bradesco e Santander também não comentaram. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

BTG também está no páreo na disputa pelo HSBC, diz jornal



CESAR GRECO/FOTO ARENA
André Esteves, dono do banco BTG Pactual.
André Esteves: com negócio, BTG saltaria da 8ª para a 7ª posição no ranking de bancos do país


São Paulo – Outro banco brasileiro acaba de entrar na lista de interessados pela possível compra da operação do HSBC no país. Trata-se do BTG Pactual, do banqueiro André Esteves.

A informação foi divulgada hoje pelo jornal Valor Econômico, que ainda aponta o principal motivo para tal interesse: dobrar de tamanho no Brasil.

Fechado o negócio, o BTG saltaria da oitava para a sétima posição no ranking de maiores bancos brasileiros, segundo o Banco Central.

Hoje, o banco de investimentos tem ativos avaliados em 154,6 bilhões de reais, enquanto que o HSBC Brasil possui 167,9 bilhões de reais.

Nesta semana, a especulação sobre a possível venda de parte do banco inglês no Brasil foi destaque no mercado.

A aquisição poderia ser concluída até junho e estaria envolvendo alguns dos maiores bancos do país – Itaú, Bradesco e Santander, além de instituições financeiras estrangeiras.

Alibaba anuncia novo comando e lucro surpreendente



Daniel J. Groshong/Bloomberg
Jack Ma, criador do Alibaba
Jack Ma: anúncio foi feito pelo fundador da companhia em teleconferência de resultados
 
 
São Paulo – A partir de domingo, o executivo Daniel Zhang irá substituir Jonathan Lu no comando do Alibaba, protagonista do maior IPO da história, em setembro.
 
O anúncio foi feito pelo fundador da companhia, Jack Ma, depois da divulgação de resultados do primeiro trimestre.

Lu presidia a companhia desde 2013 e, ao contrário de Jack, tinha um estilo bem mais discreto.
"Nós nos complementamos muito bem", disse Lu em uma entrevista à Bloomberg, em 2013. "Ele olha para frente e fora da caixa e eu foco no presente."

A companhia disse que vai trabalhar com Daniel para assegurar uma transição bem sucedida nos próximos meses.
Até o dia 10 de maio, Daniel Zhang segue como chefe de operações da empresa, cargo que ocupa desde setembro de 2013.

Ele está na companhia há oito anos e já ocupou cargos de liderança em toda a organização, além de ser um dos membros da fundação do Alibaba.

Em seu papel como COO, Daniel supervisionou as operações de todas as empresas do Grupo Alibaba na China e internacionalmente.
 

Resultados grandiosos


Fundada em 1999, a empresa asiática teve receita de 2,81 bilhões de dólares no trimestre – valor bem acima do esperado pelos analistas de 2,77 bilhões de dólares no período.

O lucro da empresa foi de 463 milhões de dólares, graças ao aumento de 40% no volume bruto vendido de 97 bilhões de dólares de janeiro a março.

O número mensal de usuários ativos aumentou 77% para 289 milhões e o de compradores globais no ano saltou 37% para 350 milhões.

Em setembro, a companhia conseguiu levantar 21,8 bilhões de dólares em sua abertura de capital, quando os papéis foram negociados a 115 dólares – hoje giram por volta de 80 dólares.

Desemprego é o maior em 2 anos - mas até onde ele vai?


REUTERS/Paulo Whitaker
Desemprego: pessoas olham vagas de trabalho em cartazes no centro de São Paulo
Desemprego: pessoas olham vagas de trabalho em cartazes no centro de São Paulo
São Paulo – Horas após a Câmara dos Deputados aprovar as novas regras do seguro-desemprego, os números da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE mostraram que o desemprego está aumentando.

A taxa pulou de 6,5% no 4º trimestre de 2014 para 7,9% nos três primeiros meses deste ano. É a maior taxa desde o 1º trimestre de 2013, quando estava em 8%. 

A queda já aparecia em indicadores como a Pesquisa Mensal de Emprego do próprio IBGE, mas não deixa de ser uma má notícia para o govenro Dilma, que até pouco tempo tinha o emprego como um dos poucos indicadores positivos para mostrar.

E a queda até demorou a aparecer mais fortemente diante do crescimento zero em 2014 e a perspectiva para 2015 da maior recessão em mais de 20 anos (queda de 1,18%, de acordo com o último boletim Focus).

Como o mercado de trabalho brasileiro é bastante rígido e demitir é caro, as flutuações de atividade têm efeitos retardados sobre o emprego – para o bem e para o mal.

“Mercado de trabalho é a ultima coisa que a gente sente quando tem uma desaceleração. E esse não é o fim do processo: a taxa deve continuar subindo e chegar a cerca de 9% no meio do ano, quando é geralmente o pico”, prevê Sérgio Vale, economista da MB Associados.

O que era um movimento mais da indústria e da construção civil está chegando ao comércio e os serviços, e a tendência é das taxas ficarem mais elevadas por um bom tempo já que não há um horizonte de vigorosa via consumo ou investimento:

“É diferente daquele cenário a partir de 2003, com atividade mais forte. Estes números provavelmente vieram pra ficar”, diz Sérgio.
 

Força de trabalho e educação


Outra coisa que segurou o desemprego por um tempo foi a queda na participação da força de trabalho. um movimento que está se esgotando. A recessão faz com que mais pessoas busquem o mercado - e quando aumenta a força, aumenta também a desocupação.

A renda do Brasil ficou parada em R$ 1.840 entre o 1º trimestre de 2014 e o 1º trimestre de 2015, e isso em um cenário de inflação acima de 8%.

Isso significa que está ficando mais difícil para poucos membros sustentarem o orçamento de uma família:

“Nos últimos anos, a renda real do(a) chefe de família era suficiente e os mais jovens podiam optar só por estudar. Isso manteve o desemprego baixo, mas a desaceleração de renda real deve fazer com que a taxa de participação dê uma volta", diz Rodrigo Miyamoto, economista do Itaú Unibanco.
A maior taxa de desocupação é entre jovens do Sudeste entre 14 e 17 anos: 32,4%.

Idade 1º tri 2014 1º tri 2015
14-17 anos 22,0% 26,3%
18-24 anos 15,7% 17,6%
25-39 anos 6,6% 7,5%
40-59 anos 3,6% 4,0%
60 ou mais 2,1% 2,1%

"O número de estudantes também cresceu bastante nos últimos anos, e agora o aperto nos programas como o FIES tende fazer com que os mais jovens procurem mais o mercado de trabalho”, diz Rodrigo. Miyamoto, economista do Itaú Unibanco.

No geral, a taxa entre aqueles com ensino médio incompleto é quase três vezes maior do que entre aqueles sem instrução, mas grande parte dos com pouca instrução nem está na força:

Nível de instrução Desemprego
Nenhum 5,0%
Fundamental incompleto 6,7%
Fundamental completo 8,3%
Ensino médio incompleto 14,0%
Ensino médio completo 9,4%
Superior incompleto 9,1%
Superior completo 4,6%

O Nordeste lidera em desemprego entre as regiões, mas o aumento anual na região foi menos expressivo do que no Sudeste e Centro-Oeste:
 
Região     1º tri 2014   1º tri 2015
 
 Norte7,7%          8,7%

Nordeste 9,3%          9,6%
Sudeste 7,0%         8,0%
Sul 4,3%         5,1%
Centro-Oeste 5,8%         7,3%
Brasil 7,1%         7,9%

Austrália estuda vender visto permanente de imigração


Governo analisa criar uma loteria ou uma taxa para se obter o documento

Por Infomoney



O governo australiano está estudando a possibilidade de vender o visto para quem queira imigrar para o país, deixando de lado o método de autorização de entrada com base em habilidades ou conexões familiares. O programa de migração da Austrália emite visto de residência permanente para três tipos de migrantes: aqueles com habilidades específicas; aqueles com famílias na Austrália e outros que atendam a critérios de elegibilidade especiais. A Comissão de Produtividade sugere algumas propostas, incluindo a introdução de uma loteria de imigração e a criação de um sistema de pagamento de uma taxa de entrada. A decisão vai ser tomada no final de março de 2016. De acordo com o jornal The Sydney Morning Herald, o esquema poderia ajudar o governo no déficit orçamental, trazendo bilhões de dólares em receita extra e permitindo o corte do número de funcionários públicos que administram o sistema de imigração.


Opções
 

A Comissão estuda permitir um número de lugares para uma loteria, semelhante com o que praticam os Estados Unidos, cuja imigração permite até 50 mil lugares por ano para candidatos de países com baixas taxas de imigração. Já o Senador David Leyonhjelm afirma que um sistema de imigração com base em taxa havia sido apoiado pelo economista ganhador do prêmio Nobel, Gary Becker. De acordo com Becker, um valor de 50 mil dólares australianos (R$ 111.670, de acordo com a cotação de terça-feira) seria o ideal para a entrada no país. “Isso seria uma contribuição financeira substancial para o orçamento da Austrália e que deve deixar os impostos mais baixos”, explica Leyonhjelm. Além disso, por conta da incapacidade de muitos imigrantes de pagar a taxa adiantada, poderia ser considerada a criação de um programa de empréstimo ou desconto no salário. As empresas que necessitam de migrantes qualificados também poderiam pagar a taxa.


Lado contrário
 

A proposta tem alarmado grupos empresariais e sindicatos. Eles reclamam da escassez de profissionais qualificados ser o foco da política de imigração da Austrália. Grupos comunitários também se opõem a movimentos que impeçam os imigrantes mais pobres de entrar no país. O presidente do Conselho Australiano de Sindicatos, Ged Kearney, afirma que a organização está preocupada que o governo esteja focado em permitir que apenas os mais ricos possam emigrar, independentemente de cumprir as exigências atuais, fazendo com que aumente cada vez mais a escassez de imigrantes qualificados.

Gerdau vê cenário “bem desafiador”



Excesso de capacidade mundial de produção de aço e incertezas no Brasil desafiam a maior empresa do sul

Por Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br



Geralmente as audioconferências do Grupo Gerdau com a imprensa costumam durar até uma hora, no máximo, ou até mais. Porém, a sessão realizada nesta quarta-feira (6) para apresentar os resultados do primeiro trimestre foi marcada pela brevidade. Em praticamente meia hora, o diretor-presidente, André Gerdau Johannpeter, e o vice-presidente executivo de finanças e controladoria, André Pires de Oliveira Dias, traçaram um quadro de desafios para a maior empresa do sul, de acordo com o ranking GRANDES & LÍDERES – 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ em conjunto com a PwC. A conferência, enxuta, está em linha com o ritmo dos negócios. Ao longo do trimestre, todos os mercados atendidos pela empresa apresentaram redução de vendas. Já a receita líquida, de R$ 10,4 bilhões, apresentou estabilidade perante o mesmo período do ano anterior. E o lucro encolheu de R$ 440 milhões no primeiro trimestre de 2014 para R$ 267 milhões, em razão do menor resultado operacional e do maior resultado negativo em operações financeiras (veja os principais indicadores na tabela abaixo).

Enquanto o PIB mundial deve crescer 3,5%, o consumo de aço não avançará mais que 0,5%. “O que tem nos preocupado é a exportação muito grande que chega da China somado ao baixo consumo aparente. O cenário é bem desafiador”, revela Johannpeter. Até março, desembarcaram 4,4 milhões de toneladas de aço do gigante asiático na América Latina, volume 32% maior que o de igual período do ano passado. A desaceleração na China, a retração na Rússia e a demanda estável nos Estados Unidos estão fazendo com que o grupo seja cauteloso em fazer qualquer prognóstico de curto ou médio prazos. No entanto, o que se pode dizer é que a perspectiva de redução no consumo de aço no Brasil deve ser de 7,8% em relação a 2014.

No segmento de aços especiais, a companhia vê expansão moderada da demanda nos Estados Unidos e perspectiva de evolução dos mercados da Europa e Índia. Por outro lado, a indústria automotiva brasileira segue enfrentando queda nos volumes de vendas e produção. E a crise deve se intensificar. Até abril, por exemplo, cerca de 250 concessionárias fecharam as portas no Brasil, o que representou um corte de 12 mil empregos. Hoje, a capacidade utilizada de produção na Gerdau em aços especiais é de cerca de 65%. “Para os próximos meses, seguiremos, com cautela, acompanhando a evolução dos mercados em um cenário de excesso de capacidade instalada mundial e de incertezas econômicas no Brasil. Reforço nossa confiança na flexibilidade de nossas operações, fatores essenciais para sairmos desse cenário desafiador ainda mais fortalecidos”, espera Johannpeter. O ajuste da produção à demanda é constante e vem sendo realizado desde o ano passado, quando a companhia fechou a fábrica de Curitiba e suspendeu a produção de aço e laminados na unidade de Araucária.


Zelotes
 

Quando perguntado sobre a Operação Zelotes — que investiga supostos crimes cometidos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), André Dias respondeu dizendo que até o momento a Gerdau não foi contatada por nenhuma autoridade pública a respeito do assunto. Dias afirmou ainda que a empresa possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos. A posição de Dias reflete o mesmo teor do comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no dia 8 de abril deste ano.


1T15
1T14
Variação

Vendas físicas (Mil toneladas)
4,143
4,387
-5,6%
Receita líquida (R$ milhões)
10,447
10,554
-1%
Ebitda (R$ milhões)
1,089
1,196
-8,9%
Margem Ebitda (%)
10,4%
11,3%
 Lucro líquido (R$ milhões)
267
440
-39,3%

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Gerdau vê cenário “bem desafiador”

Excesso de capacidade mundial de produção de aço e incertezas no Brasil desafiam a maior empresa do sul

Por Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br

Geralmente as audioconferências do Grupo Gerdau com a imprensa costumam durar até uma hora, no máximo, ou até mais. Porém, a sessão realizada nesta quarta-feira (6) para apresentar os resultados do primeiro trimestre foi marcada pela brevidade. Em praticamente meia hora, o diretor-presidente, André Gerdau Johannpeter, e o vice-presidente executivo de finanças e controladoria, André Pires de Oliveira Dias, traçaram um quadro de desafios para a maior empresa do sul, de acordo com o ranking GRANDES & LÍDERES – 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ em conjunto com a PwC. A conferência, enxuta, está em linha com o ritmo dos negócios. Ao longo do trimestre, todos os mercados atendidos pela empresa apresentaram redução de vendas. Já a receita líquida, de R$ 10,4 bilhões, apresentou estabilidade perante o mesmo período do ano anterior. E o lucro encolheu de R$ 440 milhões no primeiro trimestre de 2014 para R$ 267 milhões, em razão do menor resultado operacional e do maior resultado negativo em operações financeiras (veja os principais indicadores na tabela abaixo).
Enquanto o PIB mundial deve crescer 3,5%, o consumo de aço não avançará mais que 0,5%. “O que tem nos preocupado é a exportação muito grande que chega da China somado ao baixo consumo aparente. O cenário é bem desafiador”, revela Johannpeter. Até março, desembarcaram 4,4 milhões de toneladas de aço do gigante asiático na América Latina, volume 32% maior que o de igual período do ano passado. A desaceleração na China, a retração na Rússia e a demanda estável nos Estados Unidos estão fazendo com que o grupo seja cauteloso em fazer qualquer prognóstico de curto ou médio prazos. No entanto, o que se pode dizer é que a perspectiva de redução no consumo de aço no Brasil deve ser de 7,8% em relação a 2014.
No segmento de aços especiais, a companhia vê expansão moderada da demanda nos Estados Unidos e perspectiva de evolução dos mercados da Europa e Índia. Por outro lado, a indústria automotiva brasileira segue enfrentando queda nos volumes de vendas e produção. E a crise deve se intensificar. Até abril, por exemplo, cerca de 250 concessionárias fecharam as portas no Brasil, o que representou um corte de 12 mil empregos. Hoje, a capacidade utilizada de produção na Gerdau em aços especiais é de cerca de 65%. “Para os próximos meses, seguiremos, com cautela, acompanhando a evolução dos mercados em um cenário de excesso de capacidade instalada mundial e de incertezas econômicas no Brasil. Reforço nossa confiança na flexibilidade de nossas operações, fatores essenciais para sairmos desse cenário desafiador ainda mais fortalecidos”, espera Johannpeter. O ajuste da produção à demanda é constante e vem sendo realizado desde o ano passado, quando a companhia fechou a fábrica de Curitiba e suspendeu a produção de aço e laminados na unidade de Araucária.
ZelotesQuando perguntado sobre a Operação Zelotes — que investiga supostos crimes cometidos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), André Dias respondeu dizendo que até o momento a Gerdau não foi contatada por nenhuma autoridade pública a respeito do assunto. Dias afirmou ainda que a empresa possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos. A posição de Dias reflete o mesmo teor do comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no dia 8 de abril deste ano.


1T15 1T14 Variação
Vendas físicas (Mil toneladas) 4,143 4,387 -5,6%
Receita líquida (R$ milhões) 10,447 10,554 -1%
Ebitda (R$ milhões) 1,089 1,196 -8,9%
Margem Ebitda (%) 10,4% 11,3% -
 Lucro líquido (R$ milhões) 267 440 -39,3%
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