Governo analisa criar uma loteria ou uma taxa para se obter o documento
O governo australiano está estudando a possibilidade de vender o
visto para quem queira imigrar para o país, deixando de lado o método de
autorização de entrada com base em habilidades ou conexões familiares. O
programa de migração da Austrália emite visto de residência permanente
para três tipos de migrantes: aqueles com habilidades
específicas; aqueles com famílias na Austrália e outros que atendam a
critérios de elegibilidade especiais. A Comissão de Produtividade sugere
algumas propostas, incluindo a introdução de uma loteria de imigração e
a criação de um sistema de pagamento de uma taxa de entrada. A decisão
vai ser tomada no final de março de 2016. De acordo com o jornal The
Sydney Morning Herald, o esquema poderia ajudar o governo no déficit
orçamental, trazendo bilhões de dólares em receita extra e permitindo o
corte do número de funcionários públicos que administram o sistema de
imigração.
Opções
A Comissão estuda permitir um número de
lugares para uma loteria, semelhante com o que praticam os Estados
Unidos, cuja imigração permite até 50 mil lugares por ano para
candidatos de países com baixas taxas de imigração. Já o Senador David
Leyonhjelm afirma que um sistema de imigração com base em taxa havia
sido apoiado pelo economista ganhador do prêmio Nobel, Gary Becker. De
acordo com Becker, um valor de 50 mil dólares australianos (R$ 111.670,
de acordo com a cotação de terça-feira) seria o ideal para a entrada no
país. “Isso seria uma contribuição financeira substancial para o
orçamento da Austrália e que deve deixar os impostos mais baixos”,
explica Leyonhjelm. Além disso, por conta da incapacidade de muitos
imigrantes de pagar a taxa adiantada, poderia ser considerada a criação
de um programa de empréstimo ou desconto no salário. As empresas que
necessitam de migrantes qualificados também poderiam pagar a taxa.
Lado contrário
A proposta tem alarmado grupos
empresariais e sindicatos. Eles reclamam da escassez de profissionais
qualificados ser o foco da política de imigração da Austrália. Grupos
comunitários também se opõem a movimentos que impeçam os imigrantes mais
pobres de entrar no país. O presidente do Conselho Australiano de
Sindicatos, Ged Kearney, afirma que a organização está preocupada que o
governo esteja focado em permitir que apenas os mais ricos possam
emigrar, independentemente de cumprir as exigências atuais, fazendo com
que aumente cada vez mais a escassez de imigrantes qualificados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário