sexta-feira, 22 de maio de 2015

Por que homens confiam mais que mulheres na busca de emprego


Ingram Publishing/Thinkstock
Homem em escritório
Homem em escritório: eles também foram mais propensos a dizer que a faculdade os preparou bem e que seu primeiro emprego seria bem pago
 
Akane Otani, da Bloomberg


Na hora de procurarem seu primeiro emprego depois da faculdade, homens levam uma clara vantagem sobre mulheres: eles se sentem mais seguros de que terão sucesso, e uma maior proporção deles espera um bom salário, mostram novos dados.

Apenas 16 por cento das universitárias disseram ter “confiança absoluta” em conseguir um emprego depois de se formar, frente a 27 por cento dos universitários, segundo o motor de busca de emprego Monster, que consultou 1.500 adultos em abril.

Os homens não somente foram mais propensos a se sentir melhor em relação à possibilidade de arrumar emprego.

Eles também foram mais propensos a dizer que a faculdade os preparou bem para sua carreira e que seu primeiro emprego seria bem pago: 48 por cento deles esperavam ganhar mais de US$ 50.000 por ano no seu primeiro emprego, crença compartilhada por apenas 33 por cento das mulheres, concluiu a pesquisa.
 

Sugestões


A pesquisa pode estar baseada em uma amostra relativamente pequena, mas enfatiza investigações anteriores que sugeriram que homens tendem a ter mais confiança e assertividade em relação às suas capacidades do que as mulheres.

Em uma famosa revisão interna, a Hewlett-Packard concluiu que seus funcionários eram mais propensos a solicitarem promoções quando acreditavam que reuniam 60 por cento das qualificações listadas, ao passo que suas funcionárias se abstinham de se candidatar a menos que achassem que tinham 100 por cento das qualificações.

Outros estudos sugeriram que mulheres podem negociar menos do que homens e experimentam mais ansiedade quando estão negociando.

Uma conclusão comum de tais pesquisas é que as mulheres precisam ser mais enérgicas e se defender mais. Outros, no entanto, dizem que apontar para as mulheres por não serem suficientemente audazes é não entender a ideia.

“Isto não é um problema de confiança das mulheres. Na verdade, nem sequer se trata delas”, diz Anna Beninger, diretora de pesquisa da Catalyst, uma organização sem fins de lucro que defende o avanço das mulheres no trabalho.

“Trata-se mesmo dos desafios substanciais enfrentados pelas mulheres em um patamar organizacional”.


Apoio


Vários estudos apoiam o ponto de vista de Benninger.
No ano passado, analisamos dados da Bloomberg e descobrimos que mesmo com níveis similares de experiência e formação, as mulheres com MBA recebem salários mais baixos do que os homens.

Mulheres também têm mais dificuldades do que homens para achar um patrocinador, uma figura fundamental que possa atuar como defensor delas no local de trabalho; nem homens nem mulheres gostam delas como chefes; e são penalizadas com maior frequência por tentarem negociar a compensação.

Em outras palavras, a “falta de confiança” exibida pelas mulheres poderia ser um realismo frio, não um traço inerente do seu caráter.

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