Rafa Rivas/AFP
Energia eólica: a capacidade instalada da LAP deve chegar a 330 megawatts no fim de 2016
Da REUTERS
São Paulo - O BTG Pactual,
o fundo de infraestrutura P2 e a GMR oficializam nesta quinta-feira a
venda conjunta de 100 por cento da empresa de energia renovável Latin
America Power (LAP) para o grupo norte-americano SunEdison por valor não
revelado.
A venda acontece quase três anos após o BTG Pactual e o P2Brasil, fundo
de infraestrutura que tem Pátria Investimentos e Promon como sócios,
terem investido juntos 450 milhões de dólares para ficarem com 43,8 por
cento cada da LAP. O restante ficou com a GMR.
A capacidade instalada da LAP, que opera pequenas centrais
hidreletricas e usinas eólicas no Chile e no Peru, deve chegar a 330
megawatts no fim de 2016. A expectativa é que a companhia coloque em
operação outros 660 MW nos próximos cinco anos.
Segundo executivos do BTG e do P2, o objetivo inicial era que o
desinvestimento fosse feito entre 2017 e 2018, mas a busca de
investidores internacionais por projetos que rendem bons dividendos fez
ambas as casas anteciparem o ciclo.
"Foi um valor significativamente acima do que esperávamos", disse à
Reuters o sócio de Investimentos em Infraestrutura do BTG Pactual,
Renato Mazzola, sobre a venda. A SunEdison vai realizar a compra por
meio da Terraform Global, subsidiária criada para operar ativos de
energia fora de Estados Unidos e Canadá. A empresa pediu no início do
mês autorização para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla
em inglês) e recebeu injeção de 1,6 bilhão de reais em ativos da
Renova
Energia.
A operação acontece num momento em que países como Peru, Chile,
Colômbia e México ganham maior atenção dos investidores internacionais
interessados em ativos na América Latina, em detrimento do Brasil.
Segundo André Sales, sócio do fundo P2, o ambiente de negócios contribuiu para atrair estrangeiros para a LAP.
De parte do BTG Pactual, essa é a segunda transação anunciada pelo
grupo comandado por André Esteves em menos de um mês. No fim de abril, a
companhia informou que o grupo de private equity Carlyle investiu 600
milhões de dólares para ficar com 8 por cento do capital da rede
hospitalar Rede D’or São Luiz, no qual o BTG é um dos sócios.
Na LAP, o investimento do BTG foi feito por meio do fundo de
infraestrutura II, no qual a fatia de recursos próprios do banco é de
cerca de 20 por cento.
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