Para fortalecer as negociações
entre empresários brasileiros e chineses, alguns bancos no Brasil fazem
contratos e pagamento com moeda chinesa, o renminbi.
Brasil e China têm se tornado aliados
comercialmente. Nos últimos anos, por exemplo, o uso do renminbi ou
yuan, como também é conhecida a moeda chinesa, vem ganhando cada vez
mais espaço nas negociações entre os empresários dos dois países. Essas
transações têm sido tão importantes que já despertaram algumas
instituições financeiras a criar produtos para atender a maior demanda
por renminbi.
Contas podem ser abertas em renminbi, além de outras transações e acordos que o governo chinês
já tenha licenciado. Os bancos brasileiros têm trabalhado com a meta de
viabilizar pagamentos de empresas no Brasil que precisam fazer seus
acertos em renminbi com clientes e fornecedores chineses.
“O exportador chinês tem
preferido cada vez mais fechar os negócios ou fazer acordos comerciais
com as empresas brasileiras em renminbi ao invés do dólar, que é ainda a
moeda mais usada hoje em dia, por estar mais confortável em fazer as
transações na moeda à qual todos os seus custos estão atrelados”,
explicou o superintendente-executivo de multinacionais do HSBC, Leandro
Borges.
“No futuro próximo, essa demanda por
renminbi será muito mais forte do que é hoje e a tendência das empresas
chinesas é de que elas exportem e transacionem bem mais em renminbi”,
explicou o executivo. As negociações entre países emergentes, que
incluem as operações como financiamento ao comércio exterior já
representam boa parte das receitas da divisão de multinacionais
bancárias, sobretudo devido aos negócios entre Brasil e China.
Segundo o diretor de negócios
internacionais do Banco do Brasil, Admilson Monteiro Garcia, as
operações de financiamento às exportações para a China, grande parte por
meio de contratos como Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e
Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), já representam cerca de 30%
do total de financiamentos dessa área. “Aliás, o volume de ACC e ACE
que o banco fechou em 2012 foi recorde histórico”, completa Garcia.
Assim, empresários brasileiros podem
fechar contratos em moeda chinesa para evitar o risco de possíveis
perdas por conta da variação cambial. Os economistas responsáveis por
essas mudanças nas agências bancárias acreditam que a facilidade em
contratar recursos na própria moeda chinesa vai fortalecer ainda mais a
corrente comercial entre os dois países. “Isso porque, na via de regra, o
exportador brasileiro para China busca um hedge cambial qualquer para
se proteger de uma eventual variação forte das cotações”, explica
Garcia.
Na opinião do presidente da Associação
Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Ivan Ramalho, o
desempenho impressionante do comércio bilateral com a China, deverá se
manter nos próximos anos. “Apesar de algumas análises sobre o
arrefecimento do crescimento da economia chinesa, tenho
absoluta convicção de que a China vai continuar sendo o maior parceiro
comercial do Brasil”, afirmou Ramalho. “Mas ao contrário das economias
ocidentais e desenvolvidas, a economia da China vai continuar crescendo”.
O desafio do Brasil, de acordo com ele, é
buscar a diversificação na sua pauta de exportação para a segunda maior
economia mundial. Hoje a maior concentração de negociação entre Brasil e China está concentrada em quatro commodities: minério de ferro, petróleo, soja e açúcar.
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