quarta-feira, 27 de maio de 2015

Transações Comerciais entre China e Brasil

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Para fortalecer as negociações entre empresários brasileiros e chineses, alguns bancos no Brasil fazem contratos e pagamento com moeda chinesa, o renminbi.

Brasil e China têm se tornado aliados comercialmente. Nos últimos anos, por exemplo, o uso do renminbi ou yuan, como também é conhecida a moeda chinesa, vem ganhando cada vez mais espaço nas negociações entre os empresários dos dois países. Essas transações têm sido tão importantes que já despertaram algumas instituições financeiras a criar produtos para atender a maior demanda por renminbi.

Contas podem ser abertas em renminbi, além de outras transações e acordos que o governo chinês já tenha licenciado. Os bancos brasileiros têm trabalhado com a meta de viabilizar pagamentos de empresas no Brasil que precisam fazer seus acertos em renminbi com clientes e fornecedores chineses.

“O exportador chinês tem preferido cada vez mais fechar os negócios ou fazer acordos comerciais com as empresas brasileiras em renminbi ao invés do dólar, que é ainda a moeda mais usada hoje em dia, por estar mais confortável em fazer as transações na moeda à qual todos os seus custos estão atrelados”, explicou o superintendente-executivo de multinacionais do HSBC, Leandro Borges.

“No futuro próximo, essa demanda por renminbi será muito mais forte do que é hoje e a tendência das empresas chinesas é de que elas exportem e transacionem bem mais em renminbi”, explicou o executivo. As negociações entre países emergentes, que incluem as operações como financiamento ao comércio exterior já representam boa parte das receitas da divisão de multinacionais bancárias, sobretudo devido aos negócios entre Brasil e China.

Segundo o diretor de negócios internacionais do Banco do Brasil, Admilson Monteiro Garcia, as operações de financiamento às exportações para a China, grande parte por meio de contratos como Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), já representam cerca de 30% do total de financiamentos dessa área. “Aliás, o volume de ACC e ACE que o banco fechou em 2012 foi recorde histórico”, completa Garcia.

Assim, empresários brasileiros podem fechar contratos em moeda chinesa para evitar o risco de possíveis perdas por conta da variação cambial. Os economistas responsáveis por essas mudanças nas agências bancárias acreditam que a facilidade em contratar recursos na própria moeda chinesa vai fortalecer ainda mais a corrente comercial entre os dois países. “Isso porque, na via de regra, o exportador brasileiro para China busca um hedge cambial qualquer para se proteger de uma eventual variação forte das cotações”, explica Garcia.

Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Ivan Ramalho, o desempenho impressionante do comércio bilateral com a China, deverá se manter nos próximos anos. “Apesar de algumas análises sobre o arrefecimento do crescimento da economia chinesa, tenho absoluta convicção de que a China vai continuar sendo o maior parceiro comercial do Brasil”, afirmou Ramalho. “Mas ao contrário das economias ocidentais e desenvolvidas, a economia da China vai continuar crescendo”.

O desafio do Brasil, de acordo com ele, é buscar a diversificação na sua pauta de exportação para a segunda maior economia mundial. Hoje a maior concentração de negociação entre Brasil e China está concentrada em quatro commodities: minério de ferro, petróleo, soja e açúcar.

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