quarta-feira, 20 de maio de 2015

Cidades do Brasil ficam para trás em rankings de progresso


Friedemann Vogel/Getty Images
 
Visão de São Paulo
São Paulo é cidade brasileira mais bem colocada, mas aparece apenas na 32º posição com 24,6 pontos
 
 
 
São Paulo - As cidades brasileiras estão ficando para trás. Esta é a conclusão da nova edição do estudo Cidades Globais, da consultoria americana A.T. Kearney divulgado nesta quarta-feira. 

O relatório, que mede o desempenho atual e o potencial futuro de 125 cidades distribuídas por seis regiões do planeta, avaliou seis cidades brasileiras: Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

O Rio de Janeiro é a cidade brasileira que tem o maior potencial futuro. Já São Paulo é a representante do país com o melhor desempenho atual - mesmo assim, muito atrás das cidades com as melhores avaliações. 

O levantamento traz dois rankings: um que mede a situação atual das cidades (Índice de Cidades Globais - ICG) e outro que mede o potencial futuro destes lugares para atrair e reter capital, ideias e pessoas do mundo todo (Visão Geral das Cidades).

Nenhuma cidade brasileira aparece entre as 25 melhores colocadas em nenhum dos dois rankings - e apenas Nova York e Londres estão entre as 10 primeiras posições nas duas avaliações. 
 
As cidades são avaliadas em comparação a uma "cidade perfeita", que receberia 100 pontos. Nova York, que é a primeira colocada no ranking ICG marcou apenas 63 pontos - o que mostra que o mundo ainda está longe de ter um município ideal.

São Paulo, no entanto, apesar de ser a cidade brasileira mais bem colocada, aparece na 32º posição com só 24,6 pontos. Em 2008, na primeira edição deste estudo, a capital paulista aparecia uma posição à frente.

De acordo com François Santos, que é sócio do escritório brasileiro da A.T. Kearney, São Paulo e as outras cidades brasileiras estão evoluindo em velocidade muito menor que as outras grandes cidades do mundo. 

"De 2008 para cá, olhando os indicadores, São Paulo não piorou. Em alguns indicadores, a cidade até evoluiu, mas as outras cidades progrediram em velocidade maior e se distanciaram", afirma Santos. 

Quando se olha pro futuro, a situação é ainda pior. Nenhuma cidade brasileira fica entre as 60 com mais potencial de desenvolvimento. São Paulo, por exemplo, despenca para a 82ª posição. 

Segundo ele, um dos fatores que explica tal distanciamento é a falta de inovação no país. " O Brasil é pouco inovador quando comparado a essas grandes metrópoles", diz.

Veja na tabela abaixo o desempenho das cidades brasileiras nos dois rankings

Cidade Posição no Índice de Cidades Globais (ICG) Pontuação no ICG Posição no ranking ICG em 2008 Posição no ranking de Visão Geral das Cidades
São Paulo 32º 24.6 31º 82º
Rio de Janeiro 53º 17.95 47º 69º
Porto Alegre 88º 7.4 primeira vez que foi avaliada 96º
Belo Horizonte 93º 6.7 primeira vez que foi avaliada 92º
Salvador 99º 6.1 primeira vez que foi avaliada 94º
Recife 101º 5.6 primeira vez que foi avaliada 88º

O Índice de Cidades Globais mede o desempenho atual baseado na atividade de negócios, capital humano, troca de informações, experiência cultural e engajamento político.

Já o ranking Visão Global das Cidades avalia o potencial futuro delas baseado na taxa de evolução de quatro áreas: bem estar pessoal, economia, inovação e governança.

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