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São Paulo é cidade brasileira mais bem colocada, mas aparece apenas na 32º posição com 24,6 pontos
São Paulo - As cidades brasileiras
estão ficando para trás. Esta é a conclusão da nova edição do estudo
Cidades Globais, da consultoria americana A.T. Kearney divulgado nesta
quarta-feira.
O relatório, que mede o desempenho atual e o potencial futuro de 125
cidades distribuídas por seis regiões do planeta, avaliou seis cidades
brasileiras: Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Rio de
Janeiro e São Paulo.
O Rio de Janeiro é a cidade brasileira que tem o maior potencial futuro. Já São Paulo é a representante do país com o melhor desempenho atual - mesmo assim, muito atrás das cidades com as melhores avaliações.
O levantamento traz dois rankings: um que mede a situação atual das
cidades (Índice de Cidades Globais - ICG) e outro que mede o potencial
futuro destes lugares para atrair e reter capital, ideias e pessoas do
mundo todo (Visão Geral das Cidades).
Nenhuma cidade brasileira aparece entre as 25 melhores colocadas em
nenhum dos dois rankings - e apenas Nova York e Londres estão entre as
10 primeiras posições nas duas avaliações.
As cidades são avaliadas em comparação a uma "cidade perfeita", que
receberia 100 pontos. Nova York, que é a primeira colocada no ranking
ICG marcou apenas 63 pontos - o que mostra que o mundo ainda está longe
de ter um município ideal.
São Paulo, no entanto, apesar de ser a cidade brasileira mais bem
colocada, aparece na 32º posição com só 24,6 pontos. Em 2008, na
primeira edição deste estudo, a capital paulista aparecia uma posição à
frente.
De acordo com François Santos, que é sócio do escritório brasileiro da
A.T. Kearney, São Paulo e as outras cidades brasileiras estão evoluindo
em velocidade muito menor que as outras grandes cidades do mundo.
"De 2008 para cá, olhando os indicadores, São Paulo não piorou. Em
alguns indicadores, a cidade até evoluiu, mas as outras cidades
progrediram em velocidade maior e se distanciaram", afirma Santos.
Quando se olha pro futuro, a situação é ainda pior. Nenhuma cidade
brasileira fica entre as 60 com mais potencial de desenvolvimento. São
Paulo, por exemplo, despenca para a 82ª posição.
Segundo ele, um dos fatores que explica tal distanciamento é a falta de inovação no país. " O Brasil é pouco inovador quando comparado a essas grandes metrópoles", diz.
Veja na tabela abaixo o desempenho das cidades brasileiras nos dois rankings
Cidade | Posição no Índice de Cidades Globais (ICG) | Pontuação no ICG | Posição no ranking ICG em 2008 | Posição no ranking de Visão Geral das Cidades |
---|---|---|---|---|
São Paulo | 32º | 24.6 | 31º | 82º |
Rio de Janeiro | 53º | 17.95 | 47º | 69º |
Porto Alegre | 88º | 7.4 | primeira vez que foi avaliada | 96º |
Belo Horizonte | 93º | 6.7 | primeira vez que foi avaliada | 92º |
Salvador | 99º | 6.1 | primeira vez que foi avaliada | 94º |
Recife | 101º | 5.6 | primeira vez que foi avaliada | 88º |
O Índice de Cidades Globais mede o desempenho atual
baseado na atividade de negócios, capital humano, troca de informações,
experiência cultural e engajamento político.
Já o ranking Visão Global das Cidades avalia o
potencial futuro delas baseado na taxa de evolução de quatro áreas: bem
estar pessoal, economia, inovação e governança.
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