Dado Galdieri/Bloomberg
Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro
São Paulo - A inflação de março foi a maior em 12 anos graças a um aumento de 22% nas tarifas da energia elétrica.
Em abril, o item cedeu - e o IPCA também - mas o acumulado mostra que os consumidores estão pagando bem mais pela luz.
O aumento nos últimos 12 meses chega a 85% em Curitiba e 72% em São
Paulo, com média de 59,93% nas 13 áreas metropolitanas monitoradas pelo
IBGE. A menor alta é em Salvador: 36%.
E a conta ainda pode continuar aumentando: nesta semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs um aumento de 15,16% a partir do dia 4 de julho, no que será a quarta revisão tarifária da companhia
Veja na tabela:
Região | Alta em 2015 | Alta nos últimos 12 meses |
---|---|---|
Curitiba | 49,81% | 85,51% |
São Paulo | 47,93% | 72,03% |
Porto Alegre | 45,96% | 71,89% |
Goiânia | 41,76% | 65,16% |
Campo Grande | 40,12% | 52,37% |
Belo Horizonte | 38,48% | 41,05% |
Rio de Janeiro | 36,61% | 54,24% |
Brasília | 35,82% | 56,68% |
Fortaleza | 30,37% | 47,95% |
Vitória | 26,34% | 65,10% |
Salvador | 18,31% | 36,04% |
Belém | 16,21% | 52,05% |
Recife | 13,87% | 36,55% |
Brasil | 38,12% | 59,93% |
A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e
de Consumidores Livres (Abrace), que representa grupos como Alcoa,
Gerdau, Braskem, Vale e Votorantim, acaba de entrar na Justiça contra a cobrança de um dos encargos embutidos na conta, a Contribuição de Desenvolvimento Energético (CDE).
De acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) no final
de abril, as dificuldades vividas pelo setor elétrico nos últimos anos
possuem "estreita relação" com deficiências da atuação governamental no setor.
O TCU nota que a Medida Provisória 579, que antecipou a renovação das
concessões de energia elétrica em geração e transmissão, não teve os
efeitos esperados e permitiu apenas uma redução inicial e provisória dos
preços de energia.
Aproximadamente um terço da energia nova
a ser gerada por projetos previstos para o intervalo de 2015 a 2020
está em empreendimentos paralisados ou com obras não iniciadas.
A recessão econômica ajudou a causar uma queda de 4,1% no consumo em abril, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
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