terça-feira, 5 de maio de 2015

Empresas de educação perdem R$ 10 bilhões na Bolsa


REUTERS/Neil Hall
Investidor lamenta queda nas ações
Governo afirmou ontem que os gastos com o Fies para este ano acabaram


São Paulo - Se no ano passado, as ações das educacionais eram as queridinhas dos investidores, este 
ano, a situação é completamente diferente.

Para ter uma ideia, em 2014, as ações da Kroton tiveram valorização de mais de 75%. Neste ano, os papéis acumulam perdas de 32%. No caso da Estácio, a queda acumulada neste ano é de 20%.

O valor de mercado das companhias derreteram na Bolsa. Segundo um levantamento da consultoria Economatica, à pedido de Exame.com, juntas, a Estácio, Kroton e Anima somam perdas de 10 bilhões de reais. 

Segundo os dados, valor de mercado da Kroton passou de 25,14 bilhões de janeiro deste ano para 17,99 bilhões de reais em abril, uma queda de 28,44%.

A Estácio teve uma desvalorização de 21,69%. O valor de mercado da companhia passou de 7,42 bilhões de reais para 5,81 bilhões de reais. 

No caso da Anima, a situação é ainda mais dramática. O valor de mercado da empresa passou de 2,92 bilhões de reais para 1,62 bilhões de reais do começo do ano até agora, ou seja, 44,52%.

Fies


As companhias têm sido impactadas diretamente pelas mudanças no Fies. O motivo, de acordo com o operador de mesa da Gradual Investimentos, Paulo Cabral Bastos, é que receita destas companhias estão diretamente atreladas ao programa de financiamento do governo.


Apesar das mudanças serem negativas, Bastos acrescenta que elas eram esperadas já que o o governo iniciou o processo de ajuste fiscal. “Estava claro que afetaria os programas de créditos subsidiados.”

Ontem, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que não há mais recursos disponíveis para o Fies. Neste ano, foram gastos 2,5 bilhões de reais.

“Apesar de ruim para as companhias, a confirmação de que não haverá recursos do Fies farão com que as projeções fiquem mais certeiras.  Agora é certeza que não haverá mais recursos. Mesmo assim, ainda não é possível saber se as ações cairão ainda mais", finaliza Bastos.

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