Yuri Gripas/Reuters
Lagarde: "O que se precisa é de uma cultura que leve os banqueiros a
fazer o que é certo, inclusive quando ninguém está olhando", diz a
diretora.
Da AFP
Washington - A diretora geral do FMI, Christine Lagarde, pediu, nesta quarta-feira, maior moderação nos salários dos executivos de empresa, especialmente dos bancos.
"Os incentivos vinculados a práticas de compensação devem mudar, para
que as recompensas não estejam atreladas a ações de curto prazo e
tomadas de risco excessivas", disse Lagarde em um fórum em Washington.
"Os pacotes de compensação podem se estruturar para favorecer os
desempenhos a longo prazo e a solidez da empresa", acrescentou.
Lagarde apontou a possibilidade de que se apliquem sistemas em que as
instituições financeiras cancelem o pagamento a executivos cujas ações
gerem maus desempenhos da empresa e a obriguem a buscar ajuda
governamental.
Também disse que é preciso dar mais poderes aos acionistas sobre a remuneração dos dirigentes.
Lagarde afirmou que estudos do FMI sobre 800 bancos de 72 países
mostraram que os que permitem que seus acionistas se pronunciem sobre as
remunerações dos dirigentes passou de 10% em 2005 a 80% atualmente.
Advertiu que modificar os acordos de pagamento e endurecer a regulação
não são o suficiente para reduzir os riscos excessivos assumidos pelos
bancos, como os que causaram a crise financeira de 2008.
"O que se precisa é de uma cultura que leve os banqueiros a fazer o que
é certo, inclusive quando ninguém está olhando", ressaltou.
Segundo Lagarde, incluir mais mulheres nos cargos de direção das empresas pode contribuir.
"Que haja mais mulheres líderes. Isso também ajudaria. Muitos estudos
mostram que a liderança feminina é mais inclusiva", afirmou.
Finalmente, a diretora lembrou que 2 bilhões de pessoas no mundo ainda
não têm conta bancária, motivo pelo qual deve-se lutar contra a
"exclusão financeira".
Nenhum comentário:
Postar um comentário