segunda-feira, 15 de junho de 2015

Salão aeronáutico de Le Bourget abre com anúncio da Embraer de novos pedidos




O 51º Salão Aeronáutico de Le Bourget, perto de Paris, foi inaugurado nesta segunda-feira com o anúncio da Embraer Defense & Security de mais de 100 pedidos que podem chegar a 8 bilhões de reais.

A tradicional disputa entre Airbus e Boeing também marcou o primeiro dia do evento, com o anúncio de pedidos multimilionários e um clima de otimismo no setor para os próximos 20 anos.

O presidente francês, François Hollande, inaugurou o Salão, que se realiza a cada dois anos em alternância com o Salão de Farnborough, na Grã-Bretanha, e espera receber 315.000 visitantes, dos quais 140.000 são profissionais do setor.

Todas as atenções se voltaram para os anúncios de compra que pautam tradicionalmente esta data.
Neste sentido, a brasileira Embraer concluiu um contrato com a República do Mali para a venda de seis aviões de combate A-29 Super Tucano e que inclui um "apoio logístico" e um programa de "treinamento para os pilotos e mecânicos".

Além disso, a companhia anunciou ter recebido 103 novos pedidos de três empresas americanas e uma chinesa, por um total de 2,6 bilhões de dólares.

O maior pedido foi da americana Aircastle e inclui 50 exemplares da futura gama E-Jets E2. Os outros contratos são das companhias United Airlines (28 aviões), Colorful Guizhou Airlines (17) e SkyWest Airlines (8).

As entregas dos pedidos se iniciarão em 2018 e se estenderão até 2021, indicou a Embraer em um comunicado.

Entre os pedidos milionários envolvendo outras empresas, destaca-se o da Saudi Arabian de 20 Airbus A330-300 Regional e 30 A320ceo, por 8 bilhões de dólares.

Já a companhia americana GE CapitalAviation fez um pedido de 60 Airbus A320neo, por 6,37 bilhões de dólares.

A companhia aérea nacional indonésia Garuda assinou uma opção de compra de 60 Boeing, no valor de 10,9 bilhões de dólares. Se o pedido for confirmado, será o primeiro anúncio da empresa americana na mostra deste ano.

Airbus e Boeing aumentaram as suas previsões de crescimento para os próximos 20 anos.

Airbus estima as necessidades das companhias aéreas em 32.600 aparelhos nesse período (+4% em comparação com a previsão anterior), o que representa um mercado de 4,9 bilhões. A Boeing aumentou em 3,5%, a 38.050 unidades, estimadas em 5,6 bilhões de dólares.

Há dois anos, a Airbus registrou pedidos no valor de 39,3 bilhões, enquanto a rival de Seattle arrecadou 38 bilhões.

O setor se apoia no forte crescimento do tráfego aéreo global, que passou de 100 milhões de passageiros em 1960 para pouco mais de 3.000 milhões de euros em 2013. "Este ano, cerca de três bilhões de pessoas vão viajar de avião e em 2034 esse número terá subido para 7 bilhões", prevê Randy Tinseth, vice-presidente de marketing da Boeing.

Finalmente, o Salão de Le Bourget vai acolher 2.260 expositores este ano, 5% a mais que em 2013, metade dos quais estrangeiros de 47 países.

BRICs ainda apresentam grande potencial econômico apesar de crescimento desacelerado nos últimos anos

O seminário internacional “BRICS: Challenges and Opportunities” teve como objetivo discutir o futuro, a diversidade e a integração das economias dos membros do BRICs; a estratégia geopolítica da China; as oportunidades para o Brasil; além dos desafios de crescimento do bloco.
Nos dias 9 e 10 de junho, o Centro FGV Crescimento e Desenvolvimento promoveu o primeiro seminário internacional “BRICS: Challenges and Opportunities”, com objetivo de discutir o futuro, a diversidade e a integração das economias dos membros do grupo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul); a estratégia geopolítica da China; as oportunidades para o Brasil; além dos desafios de crescimento do bloco. Na abertura do evento, estavam presentes Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da FGV; Rubens Penha Cysne, diretor da FGV/EPGE - Escola Brasileira de Economia e Finanças; e Pedro Cavalcanti Ferreira, diretor do FGV Crescimento e Desenvolvimento e professor da FGV/EPGE.

Pedro Cavalcanti ratificou a importância do Centro, que foi criado para fomentar o crescimento de pesquisas a fim de encontrar respostas às muitas questões a serem estudadas. “Nosso objetivo é entender os motivos que levam alguns países a serem ricos, outros a serem deixados para trás, entender os milagres de crescimento, entre outros temas”, disse. Na sequência, o presidente da FGV destacou alguns pontos importantes para se discutir sobre BRICs, entre os quais estavam o que este conjunto realmente significa em termos econômicos e geopolíticos.

O seminário, ministrado em inglês, contou com um painel apresentado por João Victor Issler e Roberto Castello Branco, diretores do FGV Crescimento e Desenvolvimento, sobre semelhanças e diferenças entre os BRICs, destacando a coincidência do ciclo econômico destes países.  Segundo Castello Branco, apesar de ter o crescimento fortemente desacelerado desde 2011, o grupo BRICs é formado por economias importantes, que representam 29% do Produto Interno Bruto (PIB) global e têm grande potencial de crescimento, com destaque para a China. "A China está desenvolvendo ativamente iniciativas para ganhar poder global, tanto no mundo das finanças quanto politicamente, e desafiar a liderança dos Estados Unidos. Esses países se organizaram num grupo formal. O resultado disso ainda não sabemos: se [o grupo] é apenas uma peça do tabuleiro de xadrez ou se é realmente um mecanismo que vai estimular maior integração econômica entre esses países e ganhos reais", destacou.

Castello Branco também ressaltou que os países têm várias características comuns de economias emergentes, embora tenham diferenças de experiência com a economia de mercado e a estrutura econômica. "O Brasil se parece mais com uma economia madura, desenvolvida, com muito consumo, serviços e um país urbano, em contraste com a China, que é mais investimento e menos consumo, mais indústria e menos serviço. A Índia é a mesma coisa. O Brasil é uma economia fechada para o comércio internacional, enquanto os outros são abertos, o que sugere ser uma fonte importante de baixa produtividade no Brasil. Falta disposição e competição", afirmou.

Em seguida, houve um debate sobre BRICs e a geopolítica, com a participação de Jonathan Fenby, da consultoria britânica Trusted Souces; Octavio Amorim Neto, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV/EBAPE); e Oliver Stuenkel, coordenador da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV/CPDOC)  e do Instituto Global Public Policy, instituição de pesquisa com sede em Berlim. Recentemente, Stuenkel lançou o livro sobre o tema, o “The BRICS and the Future of Global Order”, que oferece uma referência histórica definitiva.  A obra  faz narrativa cronológica e relato analítico sobre o conceito BRICs desde sua a origem, em 2001, até o agrupamento político atual. Além disso, analisa o que a ascensão dessas potências significa para o futuro da ordem global.

No segundo dia, Murilo Ferreira, CEO da Vale, e Mauricio Mesquista, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), falaram sobre a relação econômica entre China e América Latina.  Apesar de apresentar dados que comprovam a queda de crescimento do PIB chinês ao longo dos últimos anos – subindo apenas 7% no primeiro semestre de 2015 – Murilo Ferreira se mostrou otimista quanto ao futuro do parceiro. O presidente da Vale afirma que o governo chinês está agindo prontamente para apoiar o mercado doméstico e criar demanda para seus produtos e serviços fora do país.

Os painéis seguintes foram sobre a Índia e a África do Sul, com Eswar Prasad, da Cornell University, e Jean-François Brun, da Université d’Auvergn, ambos pesquisadores associados ao FGV Crescimento e Desenvolvimento. O seminário foi encerrado com um painel sobre os desafios de crescimento da China, com Yang Yao, da Universidade de Pequim, e Fernando Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE).

Câmbio e crise favorecem compras e fusões no setor elétrico




UWMadison/ThinkStock
 
Energia eólica
"As operações envolvendo energia eólica são o carro-chefe, respondendo por cerca de 30 por cento do total", diz o sócio da PwC Brasil André Castelo
 
Da REUTERS

São Paulo - O Brasil já registra mais fusões e aquisições no setor elétrico neste ano, uma tendência que deve se repetir ao longo do segundo semestre, com grandes grupos internacionais e fundos de private equity aproveitando oportunidades no país em um momento de real desvalorizado e crise de oferta de energia, segundo especialistas.

O país somou 23 operações de fusões e aquisições entre janeiro e o início de junho, contra 19 registradas no primeiro semestre completo do ano passado, apontou levantamento da Pricewaterhousecoopers (PwC), com investidores de olho no preço da energia, que tem se mantido mais alto tanto no mercado de curto prazo quanto nos leilões realizados pelo governo, para entrega nos próximos anos.

A presença estrangeira tem crescido nos negócios, com participação em 44 por cento dos acordos fechados em 2015, contra 26 por cento em 2014, disse o sócio da PwC Brasil André Castelo, em entrevista à Reuters.
"As operações envolvendo energia eólica são o carro-chefe, respondendo por cerca de 30 por cento do total", ressaltou ele, referindo-se ao maior interesse de estrangeiros nesses ativos de energia renovável.

Castelo apontou o segmento de geração como o que mais atrai investidores, seguido por transmissão e distribuição.

Já o sócio da consultoria EY Marcos Quintanilha acredita que a retomada dos acordos é puxada por esses motivos pontuais do setor no país, e não está associada a um fluxo de maior otimismo com a economia do Brasil.

"O ano de 2014 foi muito fraco em termos de volume de transações, provavelmente por receio dos investidores em relação à estabilidade das regras e da regulação depois da Medida Provisória 579/12 e suas consequências", analisou. 

Analistas e advogados especializados em fusões e aquisições ouvidos pela Reuters acreditam que empresas chinesas com presença no país podem fechar em breve novas aquisições nas áreas de geração e transmissão. Nesse segundo segmento, há também empresas espanholas de olho em negócios.

Outras companhias que anunciaram investimentos recentes no país, como a norte-americana SunEdison e a gestora canadense de recursos Brookfield, são apontadas como agentes que devem manter o interesse em ativos brasileiros.


Lava-jato


Também é esperado que empresas investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, partam para a venda de ativos para fazer caixa, em meio às dificuldades criadas pelas investigações sobre suas atividades, o que pode impulsionar acordos de fusões e aquisições.

A Petrobras tem um plano de desinvestimentos de até 13,7 bilhões de dólares em 2015 e 2016, no qual 40 por cento devem ser obtidos pela área de Gás & Energia. A Eletrobras, que anunciou recentemente a contratação de um escritório de advocacia para investigar eventuais irregularidades em seus empreendimentos, também deverá ir ao mercado, oferecendo empresas de distribuição e participações minoritárias em Sociedades de Propósito Específico (SPEs).

"Com certeza, haverá interessados. Tudo depende de valores, mas haveria, sim, apetite. São ativos que na mão de quem sabe gerenciar podem fazer toda a diferença", afirmou o sócio do escritório de advocacia Pinheiro Neto José Oliva.

Além das estatais, construtoras envolvidas na Lava Jato também devem engrossar o movimento de aquisições, ao colocar no mercado projetos de suas divisões de energia elétrica. A Engevix, por exemplo, já vendeu a participação em empresas de transmissão e geração neste ano.
 

Private Equity


De acordo com a PwC, fundos de private equity responderam por 35 por cento das transações de fusões e aquisições de ativos de energia elétrica até junho de 2015, contra 22 por cento ao longo de todo o ano de 2014. "Sem dúvida, agora é o momento dos fundos, tanto locais quanto internacionais.

Eles têm feito muitas captações e estão com recursos disponíveis para investimento. Hoje eles têm mais experiência em Brasil e devem ser players interessantes nesse mercado, uma vez que o setor privado institucional está com menos apetite nesse momento", explicou o advogado Robertson Emerenciano, sócio do escritório Emerenciano, Baggio e Associados.

A Positiva, empresa de energia criada por ex-executivos da ex-MPX (hoje Eneva) que recebeu aporte de um fundo do banco inglês Barclays, considera que essas operações podem ser um mecanismo importante para apoiar as companhias em um momento em que o financiamento está mais escasso. 

"Existe um grupo de fundos olhando o Brasil com lupa.

A combinação de um real mais barato com o setor elétrico um pouco combalido dá um cenário interessante para a atuação deles, que têm o DNA de entrar em um momento de baixa para recuperar valor", afirmou Leandro Cunha, diretor financeiro da Positiva.

Conselho Federal da OAB estuda mais restrições a publicidade de escritórios



OAB aprova advocacia pro bono no Brasil (Foto: Eugenio Novaes - CFOAB)



Com as discussões sobre a reforma do Código de Ética da Advocacia, as regras sobre a publicidade de escritórios voltaram a ser motivo de briga na advocacia. O assunto começou a ser discutido neste domingo (14/6) no Conselho Pleno, mas a proposta em pauta foi alvo de tantas críticas que o presidente do conselho federal, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, decidiu adiar o debate para a próxima reunião.

A proposta levada à pauta era que os escritórios só pudessem manter sites próprios. Todas as demais formas de divulgação ficariam proibidas. Em linhas gerais, as bancas não poderiam manter páginas em redes sociais, patrocinar eventos, ainda que jurídicos ou acadêmicos, e nem comprar espaços em quaisquer veículos de comunicação.

Seria uma regra ainda mais restritiva do que a atual – justamente a que se pretende reformar. Hoje, os escritórios são proibidos de fazer publicidade nos moldes de mercados normais. O logotipo do escritório pode estar nos jornais, mas não pode anunciar algo como “os melhores advogados de Família do país”, por exemplo.

A proposta de restrição foi retirada de pauta principalmente a pedido do Centro de Estudos de Sociedades de Advogados (Cesa) e dos conselheiros federais de São Paulo. “Queremos que o Código de Ética seja um conjunto de princípios norteadores. Os detalhes devem vir depois, em provimentos”, explica o presidente do Cesa, Carlos José Santos Silva, o Cajé.

Segundo ele, é um erro entrar em pormenores num Código de Ética, que é feito para durar anos sem alterações. “Como podemos falar em site, ou em rede social, Facebook, LinkedIn, se daqui cinco anos essas coisas podem desaparecer?”, questiona Cajé.

O presidente do Cesa também aponta para uma disparidade de discursos entre o que aconteceu neste domingo no Conselho Pleno e o que pensa advocacia. Alguns advogados reclamaram que, se for liberada a publicidade, só “o grande poder econômico” é que será favorecido. Seria uma forma de beneficiar as grandes bancas.

Entretanto, segundo Cajé, o que o jovem advogado costuma criticar é justamente o contrário. Quanto mais restrições à publicidade, melhor fica para as grandes sociedades de advogados, que já têm seus nomes estabelecidos e suas fatias de mercado garantidas. “Claro que há pontos que devemos discutir, e ainda podemos avançar em muita coisa. Mas jamais podemos retroceder. O que o Conselho precisa fazer é ouvir a advocacia, principalmente o jovem advogado”, afirma Cajé.

Gol oferece serviço Wi-Fi com foco em cliente corporativo



Divulgação/Facebook
Avião da GOL Linhas Aéreas
Avião da GOL Linhas Aéreas: a companhia estuda esse serviço há cerca de um ano e meio
Luciana Collet, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A Gol lança, nesta segunda-feira, 15, um serviço de conexão wi-fi para internet, via satélite, com o qual pretende atrair o cliente de perfil corporativo, que garante uma maior rentabilidade para a companhia aérea, além de uma alternativa de obter receitas adicionais, uma vez que parte das opções será paga.

Segundo o presidente da empresa, Paulo Sérgio Kakinoff, a companhia estuda esse serviço há cerca de um ano e meio e a decisão de investimento, cujo valor não foi divulgado, levou em consideração a necessidade de alcançar um patamar conservador de receita para alcançar o break-even da solução. 

"Será uma fonte extra de receita e precisamos alcançar patamar conservador de plataforma paga para alcançar break-even, esse porcentual, posso assegurar, não é elevado", disse, acrescentando que o potencial de receitas adicionais é interessante. Ele não revelou qual montante de receita adicional que a companhia está estimando em termos absolutos.

A Gol afirma ser a primeira aérea da América Latina a anunciar esse serviço. Segundo o diretor de Produto da Gol, Paulo Miranda, o serviço estará disponível em todos os voos da companhia, domésticos e internacionais e inclui, além do acesso à internet, outras soluções de entretenimento como TV ao vivo, pay-per-view e jogos, além do mapa de voo.

A expectativa é de que esteja completamente implementado, para suas 140 aeronaves, até 2018, sendo que a primeira aeronave equipada com a tecnologia deve estar em operação no primeiro semestre do ano que vem.

Ele admitiu que a falta de alternativas de entretenimento nos voos da companhia foi um fator relevante para a implementação da solução. 

"A falta de entretenimento sempre foi apontada pelos nossos clientes como um item a ser melhorado", disse, ponderando que o foco é o wi-fi, que permite aos cerca de 55% de passageiros corporativos sigam conectados e trabalhando durante os voos. 

Kakinoff acrescentou que a Gol também anunciará outras novidades para o novo desenho de seu produto ao longo do ano.

Código de Ética da Advocacia liberará pro bono para pessoa física

OAB aprova advocacia pro bono no Brasil (Foto: Eugenio Novaes - CFOAB)




Nas discussões da reforma do Código de Ética da Advocacia, o Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil decidiu liberar a advocacia pro bono para pessoas físicas que não puderem pagar por assistência jurídica. Foi aprovado neste domingo (14/6) o texto que constará de capítulo sobre o tema no Código de Ética. Em agosto será editado um provimento para regulamentar a questão.

O texto aprovado neste domingo foi levado ao Conselho Pleno pelo Instituto Pro Bono com apoio do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (Cesa). Segundo a norma, a advocacia pro bono é a prestação de serviços jurídicos para quem não dispõe de “recursos para a contratação de profissional”. O parágrafo 2º é o que libera para pessoas naturais.

A nova regra proíbe o uso de pro bono para fins eleitorais ou políticos e nem “beneficiar instituições que visem a tais objetivos”. Também ficará proibido advogar de graça como forma de publicidade para captação de clientes.

A advocacia pro bono, ou de graça, é uma das grandes discussões da advocacia brasileira. O que vigora hoje é um provimento da OAB de São Paulo que permite advogar de graça apenas para ONGs ou entidades sem fins lucrativos.

Editada sob a presidência do advogado Carlos Miguel Aidar, a norma teve por espírito a ideia de que a advocacia gratuita para pessoas naturais é papel da Defensoria Pública, e não de advogados privados. Outra grande insegurança da OAB é que o pro bono seja usado como forma de captação de clientes.

Do lado de quem apoia a prática está a noção de que a OAB não deve interferir em quanto cada advogado cobra para defender seus clientes. Principalmente na advocacia criminal, o pro bono é largamente utilizado.

O presidente do CesaCarlos José Santos da Silva, comemora a decisão da OAB. "O pro bono sempre foi feito e serve para valorizar a advocacia. Hoje é um dia histórico para o Brasil, pois garantimos que os escritórios possam ajudar os necessitados sem que fiquem preocupados com uma possível repercussão negativa."

Por sua vez, o presidente do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, afirma que a advocacia brasileira se inspira "na boa e justa luta do colega Luiz Gama, que atuou na libertação dos escravos no país" para continuar "ajudando na construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna".

Leia o capítulo sobre advocacia pro bono do novo Código de Ética da Advocacia:

Art. 30. No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar como defensor nomeado, conveniado ou dativo, o advogado empregará o zelo e a dedicação habituais, de forma que a parte por ele assistida se sinta amparada e confie no seu patrocínio.

§ 1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional.
§ 2º A advocacia pro bono pode ser exercida em favor de pessoas naturais que, igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado.
§ 3º A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela.

CVS compra farmácias da Target por US$ 1,9 bi


As farmácias da Target passarão a operar como unidades da CVS, afirmou a empresa em comunicado 




São Paulo - A CVS Health Corp. irá adquirir a divisão de clínicas e farmácias da Target por 1,9 bilhão de dólares. Dessa forma, a rede de farmácias, que é a segunda maior nos Estados Unidos, terá 1.660 novas unidades

As farmácias da Target serão reformadas e passarão a exibir a nova marca. Elas passarão a operar como unidades separadas dentro das lojas da Target, afirmou a CVS em comunicado.

A Target também possui cerca de 80 clínicas médicas, que serão renomeadas como CVS MinuteClinic. Nos próximos três anos, a CVS irá abrir cerca de 20 novas clínicas médicas, dentro de lojas da Target.

As duas empresas também irão investir em um novo formato: a TargetExpress, uma loja em tamanho menor que incluirá uma farmácia CVS. As companhias esperam abrir cerca de 10 lojas nesse modelo nos próximos dois anos. 

Segundo o Wall Street Journal, o acordo permitirá que a Target atraia mais consumidores para suas lojas, ao oferecer serviços de saúde.

Ao mesmo tempo, isenta a empresa da divisão de farmácias, que não gera lucros tão altos quanto os segmentos em que a empresa é mais forte, como produtos para bebês, crianças e bem estar. 


Expansão


Essa é a segunda aquisição da CVS este ano. Em maio, ela adquiriu a Omnicare Inc. por 12,7 bilhões de dólares.

A Omnicare entrega medicamentos e ajuda funcionários de casas de idosos a administrar os remédios em seus pacientes. Ela tem aproximadamente 13.000 funcionários em 160 cidades.

No Brasil, a rede está de olho na Drogaria Pacheco São Paulo (DPSP). A CVS, que já é dona da rede de farmácias Onofre, tem interesse de expandir seus negócios no Brasil.