segunda-feira, 6 de julho de 2015

Fraude na Petrobras Distribuidora ajudou UTC, diz auditoria



Divulgação
UTC Engenharia atua em refinaria
UTC Engenharia: a auditoria interna da Petrobras identificou irregularidades nas obras da UTC que somam cerca de R$ 650 milhões
 
Andreza Matais, do Estadão Conteúdo

Brasilía - Auditoria interna na Petrobras Distribuidora, a BR, identificou irregularidades no processo de licitação de três obras tocadas pela UTC que somam cerca de R$ 650 milhões.

O dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, e a subsidiária da Petrobras são investigados pela Operação Lava Jato por suspeita de direcionamento de contratos.

A BR não repassou para a reportagem cópia do relatório de auditoria sob alegação de que o documento é sigiloso, porém confirmou que foram identificados "indícios de inconformidades com as normas da companhia para a realização de processos licitatórios".
De acordo com a subsidiária da Petrobras, os relatórios foram enviados, em maio, ao Ministério Público do Rio de Janeiro e à Procuradoria-Geral da República.

Os contratos com a UTC foram assinados na gestão do atual presidente da BR, José Lima de Andrade Neto. Na nota, a companhia negou que ele tenha sido responsabilizado no relatório de auditoria pelas irregularidades.
 

Padrinhos


Lima Neto foi indicado para o cargo na BR pelo ex-ministro de Minas e Energia e senador Edison Lobão (PMDB-MA) e pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), ambos investigados pela Operação Lava Jato.

Pessoa disse em sua delação que repassou R$ 20 milhões a aliados de Collor como comissão por contrato de R$ 650 milhões fechado entre sua empresa e a BR Distribuidora.

O delator contou que a oferta de contrato para a UTC foi feita pelo ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos, amigo do ex-presidente da República, em conversa com o então diretor da BR, o engenheiro José Zonis.
 

Defesa


Por meio de nota, a assessoria de Ramos informou que as declarações que citam seu nome "revelam uma profunda e completa desconexão com a verdade e portanto são estrategicamente mentirosas".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Investidores reduzem expectativas para Samsung




Divulgação/Samsung
 
Carregador sem fio do Galaxy S6
Galaxy S6: a perspectiva média de analistas para o lucro operacional da Samsung no segundo trimestre é de 7,2 trilhões de wons, acima dos 6 trilhões do primeiro trimestre
 
Da REUTERS

Seul - Dúvidas sobre as perspectivas de vendas dos novos celulares inteligentes da Samsung estão atingindo as expectativas de investidores sobre uma rápida recuperação da gigante sul-coreana, apesar do lucro da empresa continuar se recuperando em relação aos níveis do ano passado.

Depois de atingir um pico em meados de maio, impulsionada por resenhas positivas do aparelho Galaxy S6, o preço das ações da Samsung tem recuado, acumulando desvalorização de 6 por cento no ano.

Problemas de escassez de oferta da tela curvada do modelo S6 edge e dificuldades macroeconômicas na Europa e China reduziram expectativas para as vendas do aparelho.
"Depois dos resultados do primeiro trimestre, o consenso do mercado para o balanço do segundo trimestre era de que (o lucro operacional) seria de bem mais de 7 trilhões de wons (6,22 bilhões de dólares).

Mas agora eu creio que se o primeiro número não começar com seis, não será um choque", afirmou Park Jung-hoon, analista do HDC Asset Management.

A perspectiva média de analistas para o lucro operacional da Samsung no segundo trimestre é de 7,2 trilhões de wons, acima dos 6 trilhões do primeiro trimestre.

Dos 39 analistas consultados pela Thomson Reuters, 20 reduziram suas perspectivas nos últimos 30 dias em uma média de 3,9 por cento.

Os resultados da Samsung devem ser publicados no final de julho. A empresa deve divulgar na terça-feira informações preliminares sobre o desempenho do período.


Bradesco financiará compra de esportivos da Fiat Chrysler


Bloomberg
Fiat Chrysler Automobilies
Fiat Chrysler: expectativa é que a linha gere cerca de 100 milhões de reais por mês
 
Da REUTERS

São Paulo - O Bradesco anunciou nesta segunda-feira uma parceria com a Fiat Chrysler no Brasil para financiar a compra de utilitários esportivos da montadora, incluindo as marcas Jeep, Chrysler e Dodge.

A expectativa é que a linha gere cerca de 100 milhões de reais por mês, chegando a 2 bilhões de reais ao final de dois anos, disse à Reuters o diretor-executivo do Bradesco Altair Antonio de Souza.
O acordo vai na contramão do mercado automotivo, que vem mostrando sucessiva contração de produção e vendas, na esteira da frágil atividade econômica do país.
A Anfavea, associação das montadoras, informou nesta manhã que o setor encerrou o semestre com queda de 18,5 por cento na produção, para 1,277 milhão de unidades.

Na semana passada, a representante das concessionárias, Fenabrave, revelou que as vendas recuaram 17,5 por cento ante janeiro a junho do ano passado, no pior semestre desde 2007.

Representantes das montadoras quanto das concessionárias têm dito que entre as principais causas da queda nas vendas estão a falta de confiança do consumidor diante da ameaça do desemprego e a escassez de crédito por parte dos bancos, devido ao receio de maior inadimplência.

Segundo Souza, a política de aprovação de crédito do Bradesco para compra de automóveis não mudou, mas o banco tem especial interesse pelo mercado de veículos de mais alto padrão.

"Esse segmento atrai um público diferenciado, geralmente dá uma entrada maior", disse o executivo à Reuters.

O executivo evitou mencionar as taxas oferecidas para esta linha, dizendo apenas que será "competitiva". Os prazos serão de 48 a 60 meses, disse.


Nos EUA, seguradora Aetna compra rival Humana por US$ 37 bi



thinkstock
Dólares:
Dólares: a Aetna informou que pagará cerca de US$ 230 por ação da Humana

Nova York - A seguradora Aetna anunciou nesta sexta-feira, dia 3, que vai comprar a rival Humana por US$ 37 bilhões, em um negócio que envolveu as maiores empresas do setor nos Estados Unidos.
A Aetna informou que pagará cerca de US$ 230 por ação da Humana. 

O valor representa um prêmio de 23% sobre o valor de fechamento da ação em 2 de julho. Fonte: Dow Jones Newswires.

Corrida para abocanhar escolas coloca Kroton contra KKR


Germano Lüders/EXAME
 
Sala de aula da Kroton
Sala de aula da Kroton: Kroton e um punhado de bilionários apostam que as matrículas em escolas privadas continuarão fortes mesmo com a retração econômica
Christiana Sciaudone e Denyse Godoy, da Bloomberg


São Paulo - A administradora de universidades Kroton Educacional SA está estudando entrar na briga pelas lucrativas escolas privadas de Ensino Fundamental e Médio do Brasil. A empresa vai enfrentar uma forte concorrência.

A Kroton se junta, assim, ao fundo de private equity KKR Co. e a um punhado de bilionários que apostam que as matrículas em escolas privadas continuarão fortes mesmo com a retração econômica.

Para a Kroton, o segmento é uma nova área de crescimento depois que o governo da presidente Dilma Rousseff reduziu o financiamento barato para estudantes universitários, derrubando as ações da Kroton e colocando um fim a seus três anos de reinado como ação de maior retorno no Brasil.
Enquanto o financiamento estudantil é afetado pelas medidas do governo para reforçar suas contas fiscais, os investidores dizem que as famílias, pressionadas pela desaceleração econômica, desistirão de jantar fora e de viajar ao exterior, mas não voltarão a colocar os filhos em escolas públicas.

O aumento do número de matrículas em escolas privadas é um legado duramente conquistado na década de expansão econômica que impulsionou quase 45 milhões de pessoas à classe média.

“Tudo indica que sim, estaremos interessados nesse negócio, e vamos querer ser um player relevante no setor”, disse o CEO da Kroton, Rodrigo Galindo, em 30 de junho, em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo, acrescentando que a decisão final será tomada no mês que vem.

“A ideia é comprar as melhores escolas em uma determinada cidade e usar essa marca para crescer organicamente em outros bairros e nas cidades vizinhas”.

Financiamentos estudantis


No ano passado, a Kroton se tornou a maior empresa educacional listada em Bolsa do mundo com a aquisição da Anhanguera, sua maior rival.

A Kroton, que tem sede em Belo Horizonte, aproveitou a onda da primeira geração de estudantes universitários custeados pelo programa de financiamento estudantil do governo, conhecido como Fies, que oferecia taxas de 3,4 por cento.

Nos três anos em que a Kroton liderou o índice acionário Ibovespa, o valor de suas ações se multiplicou por sete.

Tudo isso mudou neste ano. O Ministério da Educação do Brasil surpreendeu os mercados e provocou a queda das ações da empresa no último dia de negociação de 2014, quando publicou novas regras que limitaram o acesso aos financiamentos estudantis e alteraram os prazos de pagamento às faculdades.

De lá para cá, a pasta ampliou ainda mais as restrições, o que significa que apenas 37 por cento dos futuros estudantes da Kroton, aproximadamente, estariam qualificados para o financiamento. Cerca de 56 por cento do corpo discente atual da empresa utiliza financiamento do Fies, disse Galindo.

O Ministério da Educação não respondeu a um telefonema e um e-mail em busca de comentário.

“O Fies foi o grande impulso para essas empresas e para suas ações, mas elas não deveriam ter achado que o programa seria eternamente daquele jeito”, disse Danilo de Júlio, analista da Concórdia Corretora, que classifica a ação com o equivalente a hold (manter).

“É positivo que a empresa esteja procurando novos negócios, mas vai levar um tempo até que as escolas de Ensinos Fundamental e Médio representem uma parte significativa de sua receita”.

Em 2014, a Cognita Schools, da KKR, comprou parte de uma escola do Rio de Janeiro dois anos depois de adquirir uma instituição em São Paulo, onde os colégios mais caros cobram mais de US$ 25.000 por ano.

O bilionário Júlio Bozano disse, em uma reportagem em dezembro, que levantaria R$ 800 milhões (US$ 254 milhões) para um fundo de educação.

E o bilionário Jorge Paulo Lemann é o investidor principal da Gera Capital Venture, um fundo focado em educação que, no ano passado, buscava investir em escolas de ensinos Fundamental e Médio, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.

A KKR, a Cognita, a Gera e o fundo de investimento de Bozano não retornaram imediatamente os pedidos de comentário.

Indústria automotiva eliminou 7,6 mil vagas no 1º semestre




zdravkovic/Thinkstock
 
Trabalhador da indústria
Apenas o segmento de autoveículos registrou retração de 0,8% no número de empregados em junho na comparação mensal, ao encerrar o mês com 120.142 funcionários
 
Igor Gadelha, do Estadão Conteúdo

São Paulo - A indústria automobilística brasileira eliminou 7,6 mil vagas no primeiro semestre deste ano, divulgou nesta segunda-feira, 6, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). 

Só em junho, foram cortados 1,271 mil postos de trabalho. Após as recentes medidas de ajuste da produção à baixa demanda, o setor encerrou o sexto mês de 2015 com 136.929 empregados, 0,9% a menos do que em maio e 9,6% inferior ao contingente de trabalhadores de junho do ano passado.

Apenas o segmento de autoveículos registrou retração de 0,8% no número de empregados em junho na comparação mensal, ao encerrar o mês com 120.142 funcionários. Em relação a junho do ano passado, a queda foi ainda maior, de 8%.
Já o segmento de máquinas agrícolas teve recuo de 1,9% no número de empregados em junho ante maio e tombo de 19,6% na variação anual, ao somar 16.787 funcionários.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a indústria automobilística brasileira tem, nesta segunda-feira, 36,9 mil metalúrgicos afastados. Ele calcula que essa quantidade equivale a quase 27% do efetivo total do setor até maio (138,2 mil trabalhadores).

O número leva em conta os trabalhadores afastados por férias individuais e coletivas, lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), licença remunerada, dentre outras medidas de corte de produção adotadas tanto por montadoras de veículos quanto por fábricas de máquinas agrícolas e rodoviárias.

Moan ressaltou que as empresas devem adotar medidas de corte de produção para ajustar estoques pelo menos até agosto deste ano.

Em junho, o estoque total de veículos nos pátios das concessionárias e das montadoras era suficiente para 47 dias de vendas, ante 51 dias em maio.

Dilma está tranquila sobre pedidos de impeachment, diz Temer




REUTERS/Ueslei Marcelino
 
 
A presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer
A presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer: ele disse que vai permanecer na articulação política 

Maria Carolina Marcello, da REUTERS


Brasília - O governo se mobilizou nesta segunda-feira para desmontar a tese de crise e de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff e aproveitou também para minimizar rumores de um desembarque do vice-presidente Michel Temer da articulação política. 

Em entrevista coletiva após cerca de três horas de reunião com Dilma e representantes de partidos que compõem a base, Temer afirmou que a presidente não está preocupada com as movimentações da oposição sobre o impeachment. 

O vice apontou a possibilidade de um impedimento como "algo impensável", assim como fizeram os demais integrantes da coordenação.
"Em primeiro lugar, vocês sabem que a presidente está inteiramente tranquila em relação a isso", disse a jornalistas. Segundo Temer, não há crise política, uma vez que o governo obteve o apoio do Congresso Nacional para aprovar, a duras penas, as prioritárias medidas do ajuste fiscal. O vice-presidente afirmou ainda que a questão econômica está sendo "ajustada". 
"Não podemos ter a esta altura, quando o país tem uma grande repercussão internacional, nós não podemos ter uma tese (impeachment) dessa natureza sendo patrocinada por vários setores, nós temos que ter tranquilidade institucional", defendeu o vice. 
O governo vem passando por um período de baixa popularidade, impulsionada pelo fraco desempenho da economia e por denúncias de corrupção na Petrobras. 
Soma-se ao cenário uma relação já desgastada com o Congresso Nacional e com o seu maior aliado, o PMDB, partido que é presidido por Temer.


Diga que fico


Temer afirmou ainda que permanece na articulação política, estando designado pela presidente para ocupar o cargo ou não. Durante a entrevista, ele recebeu o apoio público dos demais ministros presentes na coletiva --Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), Gilberto Kassab (Cidades)-- e ainda do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS). 

Essa especulação se vou deixar a articulação política ou não, eu acho um pouco fora de prumo", disse o vice a jornalistas. "O que se espera do vice é que ajude na articulação política." Para Temer, a atuação da oposição pelo impeachment da presidente é "fruto do momento democrático que vivemos". 

Ele disse ainda que a oposição ajuda o governo ao criticar e fiscalizar. Ele negou, no entanto, acreditar que lideranças do PMDB --como os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e Renan Calheiros (AL)-- estariam envolvidos na discussão sobre um eventual afastamento de Dilma. 

"Eu não creio que eles estejam dispostos a isso... não levariam adiante essa hipótese", disse. Também respondeu comentários de Cunha, feitos na semana passada, de que estaria sendo "sabotado por parte do PT" e por isso deveria deixar a articulação política do governo.

"Não há sabotagem nenhuma, há naturais dificuldades", afirmou o vice, referindo-se aos trâmites administrativos e burocráticos para a liberação de recursos de emendas parlamentares e para a indicação de nomes para cargos do terceiro escalão do governo.