segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Federações do Sul encaminham manifesto a políticos




Objetivo é fortalecer a economia 

Da Redação
redacao@amanha.com.br


As federações das indústria do Paraná, de Santa Catarina e Rio Grande do Sul lançaram nesta sexta-feira (14), em conjunto com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o manifesto “O Brasil que queremos”. No documento, enviado a políticos  e industriais dos três estados, as entidades observam que o país vive um momento grave e complexo e propõem a construção de uma agenda de fortalecimento da economia. “Precisamos chamar atenção para a necessidade imperiosa de uma atenção especial para a indústria, com redução imediata dos custos de produção, evitando, assim, que o custo dos ajustes fiscais recaia, sobretudo, sobre os trabalhadores que estão perdendo o seu emprego”, afirmou Glauco José Côrte, presidente da Fiesc.

As federações pedem, também, que todos os poderes políticos se unam e ajam efetivamente em favor do crescimento brasileiro. "Todos sabemos da seriedade do momento no País, que requer entendimento e responsabilidade", ressalta Heitor José Müller, presidente da Fiergs.
Acompanhe abaixo a íntegra do manifesto:


O Brasil que todos queremos

 
O Brasil vive um momento grave e complexo. É preciso evitar que a crise se aprofunde e torne ainda mais difícil a superação dos problemas.

Há um problema de confiança que mina as decisões dos indivíduos e empresas e aprofunda a recessão. O impasse político imobiliza o País, paralisa decisões, eleva custos e gera incertezas sobre o futuro. O País está sendo derrotado pelo pessimismo.

A responsabilidade de reverter esse quadro e gerar uma agenda é de todos. É papel do sistema político construir soluções e atuar de forma que os impasses sejam superados. O Brasil já enfrentou outros momentos difíceis e graves. E soube enfrentá-los. 

Este ambiente penaliza trabalhadores, empresas e consumidores. A indústria tem sua capacidade de produzir, investir e gerar emprego e renda comprometida.

O momento é de chamar todos à responsabilidade. É preciso que todas as forças políticas adotem ações efetivas para o Brasil voltar a crescer. É preciso que o Congresso e o executivo convirjam e se mobilizem para viabilizar uma agenda para o fortalecimento da economia. Temos que prosseguir com o reequilíbrio fiscal e as reformas estruturais. É preciso que o Judiciário siga cumprindo seu trabalho constitucional com firmeza e independência e que não perca de vista a preservação das empresas, responsáveis pela geração de emprego e renda.

Não podemos assistir passivos à deterioração do País. O atual ambiente precisa ser transformado.

A indústria brasileira propõe um diálogo com os Poderes da República e a sociedade para buscar soluções e construir uma agenda em favor da modernização institucional, política e econômica do País. Precisamos mirar no que é mais importante e trabalharmos para a construção de um Brasil democrático e próspero.

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Totvs anuncia compra da Bematech



Empresa paranaense será adquirida por R$ 550 milhões

Da Redação

redacao@amanha.com.br


A Totvs celebrou um acordo para comprar a totalidade das ações da Bematech (foto) por aproximadamente R$ 550 milhões em dinheiro e ações. Os acionistas da Bematech receberão 0,0434 ação ordinária da Totvs para cada ação que tiverem, além de R$ 9,35 por ação. O montante representa R$ 467,4 milhões em dinheiro e R$ 82,5 milhões em ações da Totvs. Essa avaliação representa prêmio de 56% em relação valor de mercado da Bematech de hoje, de cerca de R$ 351 milhões na bolsa.

Segundo as empresas, a reorganização societária resultará em uma operação combinada com receita líquida de R$ 2,2 bilhões no ano passado. “A estratégia adotada pela Bematech desde a sua fundação está alinhada com o direcionamento estratégico da companhia”, declarou, em nota, Rodrigo Kede, presidente da Totvs. Ainda de acordo com o executivo, a Bematech ampliará enormemente a presença da Totvs no segmento de varejo.

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Totvs anuncia compra da Bematech

Empresa paranaense será adquirida por R$ 550 milhões

Da Redação

redacao@amanha.com.br
A Totvs celebrou um acordo para comprar a totalidade das ações da Bematech (foto) por aproximadamente R$ 550 milhões em dinheiro e ações. Os acionistas da Bematech receberão 0,0434 ação ordinária da Totvs para cada ação que tiverem, além de R$ 9,35 por ação. O montante representa R$ 467,4 milhões em dinheiro e R$ 82,5 milhões em ações da Totvs. Essa avaliação representa prêmio de 56% em relação valor de mercado da Bematech de hoje, de cerca de R$ 351 milhões na bolsa.

Segundo as empresas, a reorganização societária resultará em uma operação combinada com receita líquida de R$ 2,2 bilhões no ano passado. “A estratégia adotada pela Bematech desde a sua fundação está alinhada com o direcionamento estratégico da companhia”, declarou, em nota, Rodrigo Kede, presidente da Totvs. Ainda de acordo com o executivo, a Bematech ampliará enormemente a presença da Totvs no segmento de varejo.

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Mercado acredita em queda da economia também em 2016




Segundo Focus, projeção é que haja queda de 0,15% no PIB no próximo ano

Por Ag
 ência Brasil

Instituições financeiras passaram a acreditar em queda da economia não só neste ano, mas também em 2016. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia. 

Na semana passada, a expectativa era estabilidade para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 2016. Agora, a projeção é que haja queda de 0,15% no PIB, no próximo ano. Para este ano, a projeção continua piorando: a estimativa de queda passou de 1,97% para 2,01%, no quinto ajuste seguido.

Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 5%, este ano, contra 5,21% previstos na semana passada. Em 2016, há expectativa de recuperação do setor, com crescimento de 1%, ante a previsão anterior de 1,15%.

O encolhimento da economia vem acompanhado de inflação acima da meta (4,5%, com limite superior de 6,5%). Mas, pela primeira vez depois de 17 semanas seguidas, a projeção parou de subir. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi mantida em 9,32%. Para o próximo ano, a projeção passou de 5,43% para 5,44%.

Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Mas a promessa do BC é entregar a inflação na meta somente em 2016. O BC indicou que não deve elevar a Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro. Segundo o BC, os efeitos de elevação da Selic levam tempo para aparecer. Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana (desconsidera os extremos da estimativa) para o fim do próximo ano passou de 12% para 11,88% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 7,66% para 7,67%, este ano. Para o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 7,69% para 7,74%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 9,17% para 9,23%, este ano.

A projeção para a cotação do dólar, ao final este ano, subiu pela quarta vez seguida, ao passar de R$ 3,40 para R$ 3,48. Para o fim de 2016, na terceira alta seguida, a projeção passou de R$ 3,50 para R$ 3,60.

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Mercado acredita em queda da economia também em 2016

Segundo Focus, projeção é que haja queda de 0,15% no PIB no próximo ano

Por Agência Brasil

Instituições financeiras passaram a acreditar em queda da economia não só neste ano, mas também em 2016. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia. Na semana passada, a expectativa era estabilidade para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 2016. Agora, a projeção é que haja queda de 0,15% no PIB, no próximo ano. Para este ano, a projeção continua piorando: a estimativa de queda passou de 1,97% para 2,01%, no quinto ajuste seguido.
Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 5%, este ano, contra 5,21% previstos na semana passada. Em 2016, há expectativa de recuperação do setor, com crescimento de 1%, ante a previsão anterior de 1,15%.
O encolhimento da economia vem acompanhado de inflação acima da meta (4,5%, com limite superior de 6,5%). Mas, pela primeira vez depois de 17 semanas seguidas, a projeção parou de subir. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi mantida em 9,32%. Para o próximo ano, a projeção passou de 5,43% para 5,44%.
Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Mas a promessa do BC é entregar a inflação na meta somente em 2016. O BC indicou que não deve elevar a Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro. Segundo o BC, os efeitos de elevação da Selic levam tempo para aparecer. Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana (desconsidera os extremos da estimativa) para o fim do próximo ano passou de 12% para 11,88% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 7,66% para 7,67%, este ano. Para o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 7,69% para 7,74%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 9,17% para 9,23%, este ano.

A projeção para a cotação do dólar, ao final este ano, subiu pela quarta vez seguida, ao passar de R$ 3,40 para R$ 3,48. Para o fim de 2016, na terceira alta seguida, a projeção passou de R$ 3,50 para R$ 3,60.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Contratos com escritórios de advocacia são nova frente da Lava Jato, diz PF






A nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira (13), abre uma frente a ser explorada na investigação: contratos com escritórios de advocacia, que seriam usados para o pagamento de propina, segundo a Polícia Federal.

"Podemos estar diante de um novo modelo: depois das consultorias, das empresas de fachada e das agências de publicidade, surgem os escritórios de advocacia", disse o delegado federal Igor Romário de Paula, que coordena as investigações.

Quatro escritórios foram alvo de busca e apreensão nesta quinta: dois em Curitiba, um em São Paulo e outro em Porto Alegre. Segundo as investigações, eles receberam parte do dinheiro repassado pelo esquema.

Os valores vinham da empresa Consist, que já foi alvo da fase anterior da Lava Jato. Ela fazia a gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores federais, que foram acordados com a Associação Brasileira de Bancos pelo Ministério do Planejamento.

Segundo as investigações, a Consist repassava 40% de seu faturamento a empresas indicadas pelos operadores Milton Pascowitch e Alexandre Romano –ex-vereador em Americana (SP) pelo PT–, que foi preso temporariamente nesta quinta acusado de ser um operador do esquema. Os dois são ligados ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também preso na Lava Jato.

As notas fiscais dos pagamentos feitos aos escritórios pela Consist eram "ideologicamente falsas", disseram os investigadores. Os contratos falam em "honorários advocatícios", mas os sócios da Consist admitiram, segundo os policiais, que nunca houve prestação de serviços à empresa.

Foram R$ 21 milhões movimentados em pagamentos aos escritórios, entre 2010 e 2015. Um dos contratos soma R$ 7,2 milhões.

Em pesquisa em fontes abertas, os investigadores não encontraram ações de empresas do Grupo Consist que foram defendidas pelos advogados beneficiados pelos repasses.
 

GLEISI HOFFMANN


Em Curitiba, os escritórios investigados prestavam serviços para o PT e candidatos do partido; pertencem aos advogados Guilherme Gonçalves e Sacha Reck, que eram sócios até o ano passado.

Gonçalves é advogado do Diretório Estadual do PT no Paraná e atuou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2008, 2010 e 2014. Também coordenou a campanha de Ratinho Júnior (PSC-PR) à Prefeitura de Curitiba, em 2012.

Seu escritório, segundo as investigações, recebeu R$ 7,2 milhões da Consist entre 2010 e 2015.

O escritório de Gonçalves, segundo a Folha apurou, enviou documentos à PF para comprovar que houver prestação de serviços não só em relação ao caso em questão, mas em outros, inclusive com interposição de ações.

Em São Paulo, o escritório Oliveira Romano Sociedade de Advogados, que pertence a Romano, também foi alvo de busca e apreensão.

Em Porto Alegre, houve busca e apreensão no Portanova Advogados Associados, que recebeu R$ 270 mil entre janeiro e maio deste ano da Consist Business.

"Eles podem ter recebido por serviços prestados a terceiros. É algo que ainda será alvo de investigação", disse o delegado Márcio Anselmo.

Na decisão que autorizou as buscas e apreensões, o juiz federal Sergio Moro pondera que "não está claro se os dirigentes desses escritórios participaram conscientemente da fraude ou de crimes supostamente perpetrados pela Consist e por Alexandre Romano".
 

OUTRO LADO


O advogado Guilherme Gonçalves confirma que prestou serviços à Consist. "Eu tenho contrato, impetrei ação em Goiás, fiz parecer jurídico, fiz consultoria", disse à Folha. Segundo ele, o escritório deu assessoria jurídica à empresa, na área de Direito Administrativo, para o contrato das operações de crédito consignado.

Gonçalves afirma ter trocado e-mails e participado de reuniões com o diretor jurídico da Consist, Valter Pereira, e disse que recebia valores periodicamente em troca do serviço. Quem o indicou para o trabalho foi Alexandre Romano. No entanto, Gonçalves nega qualquer irregularidade."O que eu recebi está absolutamente nos termos do contrato, por serviços prestados", afirmou. "Cumpri meu papel de advogado."

O escritório informa ter fornecido à Polícia Federal os comprovantes de sua atuação, e disse estar em total cooperação com os investigadores. Em nota também destacou que não há ligações entre o antigo sócio de Gonçalves, o advogado Sasha Reck, e a Consist.

Reck, cujo escritório também foi alvo da operação, afirmou que compareceu espontaneamente à Polícia Federal para prestar esclarecimentos e forneceu documentos provando que nunca atendeu a Consist nem recebeu honorários da empresa.

"O escritório, na sua antiga composição, já mantinha clara divisão entre seus sócios, devido à notória especialização em áreas diferentes do direito, os quais possuíam carteiras próprias de clientes, sem comunicação, inclusive financeira, entre ambos", escreveu o advogado, em petição encaminhada à Justiça no final da manhã.

Alvo de um mandado de busca e apreensão em Porto Alegre, o Portanova Advogados Associados, afirma que seu escritório tinha a Consist como cliente, prestando serviços como de consultoria previdenciária e propositura de ação para reaver parte do FGTS depositado pela empresa (tese jurídica que questiona parte do fundo de garantia depositado pelas empresas e que vão para o governo, e não para o trabalhador), entre outras.

O advogado Daisson Portanova, do Portanova Advogados Associados, nega que tenha emitido notas frias em favor da empresa. "Temos contrato, notas fiscais e balancete que comprovam o serviço prestado, inclusive e-mails cobrando atrasos no pagamento", disse ele.

O PT de Americana informou que Romano deixou os quadros do partido em 2005 e que, no tempo em que ele esteve no partido, "nenhum tipo de denúncia houve".

"Portanto, as atividades particulares que estão sob investigação, período entre 2010 e 2015, não guardam qualquer relação com sua militância partidária no PT", informou a sigla.


Colaboraram GRACILIANO ROCHA e BELA MEGALE, de São Paulo

Advogado da campanha de Gleisi recebeu R$ 7,2 mi de alvos da Lava Jato GRACILIANO ROCHA


Responsáveis pela coordenação jurídica das campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2008, 2010 e 2014, escritórios do advogado Guilherme Gonçalves receberam R$ 7,2 milhões de empresas suspeitas de participarem do esquema de corrupção e pagamento de propina ligado à atuação da empresa de tecnologia Consist no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Segundo a investigação, os pagamentos suspeitos começaram após a assinatura de acordo de cooperação técnica entre o Ministério do Planejamento em 2010 - à época ocupado por Paulo Bernardo (PT-PR), marido de Gleisi -, a Consist e a Associação Brasileira de Bancos e o Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada.

Pelo acordo, a Consist passou a gerir o sistema de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento a partir dos dados de 2 milhões de servidores federais. A empresa era remunerada pelos bancos com uma parte da amortização mensal de cada empréstimo de funcionário público.

A tese do Ministério Público é que os cerca de R$ 53 milhões pagos pela Consist às empresas indicadas pelos operadores - o ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano (PT), preso hoje, e Milton Pascowitch - seriam, na realidade, propina pela prestação de serviços nos empréstimos consignados junto ao Ministério do Planejamento.

De acordo com investigadores da Operação Lava Jato, os pagamentos aos escritórios de advocacia foram feitos a pedido do ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano (PT), preso hoje sob suspeita de ser um dos operadores do esquema que envolvia um sistema para a concessão de empréstimos consignados.

Segundo a investigação, o escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck Advogados recebeu R$ 4,65 milhão entre setembro de 2010 e janeiro de 2013 diretamente da Consist Software e R$ 423 mil entre janeiro e abril de 2012. Uma outra empresa do grupo Consist, a SWR Informática, realizou repasses que somaram R$ 1,2 milhão entre fevereiro de 2013 e janeiro do ano passado.

Com o desmembramento da sociedade de advogados, o especialista em direito eleitoral que assessorou as campanhas de Gleisi passou a atuar no escritório Gonçalves, Razuk, Lemos & Gabardo Advogados recebeu R$ 957 mil entre maio de 2014 a março de 2015 da Consist Business Software a título de honorários advocatícios.

De acordo com os investigadores, a Consist pagou propina ao PT para ser beneficiada como operadora dos sistemas de empréstimo consignado, através de dois operadores indicados por João Vaccari Neto - Milton Pascowitch, que se tornou delator, e Alexandre Romano.

Uma das novidades da fase Pixuleco 2 da Operação Lava Jato foi a suspeita de que escritórios de advocacia poderiam estar sendo usados para escoar a propina.

Também foram alvos de busca os escritórios Oliveira Romano Sociedade de Advogados, do próprio Alexandre Romano, e o Portanova Advogados Associados, que recebeu R$ 270 mil entre janeiro e maio deste ano da Consist Business.
 

OUTRO LADO


Por meio de assessoria, a senadora Gleisi Hoffmann disse que não existe nenhuma relação entre pagamentos da Consist ao advogado Guilherme Gonçalves e as suas campanhas eleitorais. Segundo a congressista, o advogado tem trabalhado em suas campanhas desde 2008 - muito antes da assinatura do acordo técnico entre a Consist e o Ministério do Planejamento.

Conforme a assessoria, Gonçalves, que já militou no PT, prestou assessoria jurídica às campanhas de Gleisi para prefeita de Curitiba (2008), ao Senado (2010) e ao governo do Paraná (2014). O advogado, frisou a assessoria, também trabalhou para outros candidatos e partidos.
 

OUTRO LADO


O advogado Guilherme Gonçalves confirma que prestou serviços à Consist. "Eu tenho contrato, impetrei ação em Goiás, fiz parecer jurídico, fiz consultoria", disse à Folha. Segundo ele, o escritório deu assessoria jurídica à empresa, na área de Direito Administrativo, para o contrato das operações de crédito consignado.

Gonçalves afirma ter trocado e-mails e participado de reuniões com o diretor jurídico da Consist, Valter Pereira, e disse que recebia valores periodicamente em troca do serviço. Quem o indicou para o trabalho foi Alexandre Romano. No entanto, Gonçalves nega qualquer irregularidade."O que eu recebi está absolutamente nos termos do contrato, por serviços prestados", afirmou. "Cumpri meu papel de advogado."

O escritório informa ter fornecido à Polícia Federal os comprovantes de sua atuação, e disse estar em total cooperação com os investigadores. Em nota também destacou que não há ligações entre o antigo sócio de Gonçalves, o advogado Sasha Reck, e a Consist.

Reck, cujo escritório também foi alvo da operação, afirmou que compareceu espontaneamente à Polícia Federal para prestar esclarecimentos e forneceu documentos provando que nunca atendeu a Consist nem recebeu honorários da empresa.

"O escritório, na sua antiga composição, já mantinha clara divisão entre seus sócios, devido à notória especialização em áreas diferentes do direito, os quais possuíam carteiras próprias de clientes, sem comunicação, inclusive financeira, entre ambos", escreveu o advogado, em petição encaminhada à Justiça no final da manhã.

Alvo de um mandado de busca e apreensão em Porto Alegre, o Portanova Advogados Associados, afirma que seu escritório tinha a Consist como cliente, prestando serviços como de consultoria previdenciária e propositura de ação para reaver parte do FGTS depositado pela empresa (tese jurídica que questiona parte do fundo de garantia depositado pelas empresas e que vão para o governo, e não para o trabalhador), entre outras.

O advogado Daisson Portanova, do Portanova Advogados Associados, nega que tenha emitido notas frias em favor da empresa. "Temos contrato, notas fiscais e balancete que comprovam o serviço prestado, inclusive e-mails cobrando atrasos no pagamento", disse ele.

O PT de Americana informou que Romano deixou os quadros do partido em 2005 e que, no tempo em que ele esteve no partido, "nenhum tipo de denúncia houve".

"Portanto, as atividades particulares que estão sob investigação, período entre 2010 e 2015, não guardam qualquer relação com sua militância partidária no PT", informou a sigla.

Como o Brasil atrapalhou o Alibaba do outro lado do mundo


Chris Ratcliffe/Bloomberg
 
Jack Ma, fundador do Alibaba
Jack Ma, fundador do Alibaba: vendas para mercados internacionais cresceram 40%
 
 
 
São Paulo – As retrações dos mercados brasileiro e de outros emergentes podem atrapalhar os negócios de um gigante mundial? O Grupo Alibaba prova que sim.
 
A empresa chinesa de comércio eletrônico, dona dos sites AliExpress e Taobao, divulgou ontem o balanço do segundo trimestre, com vendas menores.

De abril a junho, a companhia teve uma receita de 81 milhões de dólares atribuída a mercados internacionais, valor 40% acima do mesmo período do ano anterior.
A porcentagem de crescimento, no entanto, foi a menor já registrada pela empresa entre resultados trimestrais – de janeiro a março, o aumento foi de 53%.

“O resultado se deve a desaceleração de demanda e significativa depreciação de moedas em alguns de nossos principais mercados, como Rússia e Brasil”, justificou a empresa em relatório.

De janeiro a junho, a receita total do grupo, incluindo as vendas na China, chegou a 3,2 bilhões de dólares, valor 28% maior em relação aos seis primeiros meses de 2014.

Porém, bem abaixo da média de 56% de crescimento registrado pela companhia nos últimos três anos.

Os números desagradaram os investidores que fizeram com que as ações da empresa caíssem mais de 6% na Nasdaq.