quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Justiça no Brasil: uma das mais caras do mundo

 

Brasil lidera em gastos se comparado a EUA e países da Europa 

 

 

Publicado por Pedro Magalhães Ganem

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São 16,5 mil magistrados, 412,5 mil servidores e um gasto anual que totalizou R$ 62,3 bilhões em recursos públicos em 2013. O custo do Poder Judiciário brasileiro é um dos mais altos do mundo, e muito provavelmente o mais alto por habitante dentre os países federais do hemisfério ocidental. Um estudo do doutor em Ciência Política e pós-doutorando Luciano Da Ros, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mostra que a estrutura no Brasil é pesada, ineficiente e cara na comparação com países mais desenvolvidos e ricos.

E a maior fatia do orçamento destinado ao Judiciário cobre despesas com funcionalismo. Por aqui, o percentual com pagamento de pessoal chega a aproximadamente 89% dos gastos, atendo-se a cerca de 70% em média nos países europeus. “Trata-se de um custo altíssimo especialmente ante a conhecida demora das decisões, que gera uma taxa de congestionamento de cerca de 70%”, frisa a pesquisa.


Justia no Brasil uma das mais caras do mundo


Embora os volumosos repasses não gerem celeridade no andamento de processos e na redução dos mesmos, em termos percentuais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) o Brasil gasta mais com o sistema de Justiça do que superpotências e até mesmo vizinhos latino-americanos. Superamos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, Argentina, Chile e Portugal.

“O Poder Judiciário brasileiro é claramente um caso desviante em relação aos demais, sendo sua despesa proporcionalmente muito mais elevada que a de outras nações. Essa despesa se torna proporcionalmente muito alta comparativamente ante a renda média inferior do país”, detalha Da Ros.

O trabalho “O custo da Justiça no Brasil: uma análise comparativa exploratória” é resultado de uma pesquisa ainda em andamento, publicada pelo Observatório de Elites Políticas e Sociais do Brasil, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os caminhos são difíceis no sentindo de corrigir distorções, admite o especialista. Aliás, alegando perdas acumuladas, o Judiciário pleiteia um aumento salarial que virou cabo de guerra entre o Congresso e o governo federal nos últimos meses, devido ao ajuste fiscal diante da crise econômica.

 

Ministério Público consumiu R$ 15 bilhões em 2014


Não só de raízes históricas vive o gigantismo do mundo jurídico. O orçamento total do Ministério Público no Brasil em 2014 foi de R$ 15,4 bilhões, equivalente a 0,32% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Os cálculos de Luciano Da Ros incluem todos os ramos e níveis hierárquicos da instituição e revelam percentual muito elevado em relação a muitos países, como Alemanha. Já o Judiciário (Justiças estadual, federal, trabalhista, militar e eleitoral e seus níveis hierárquicos, da 1ª instância ao Supremo Tribunal Federal e Conselho Nacional de Justiça) gastou 1,3% do PIB.

 

“Ou se reduzem os processos ou os salários”


Os governos estaduais e federal não sinalizam cortar gastos com prestação jurisdicional diante da crise, avalia Luciano Da Ros, autor do estudo sobre o perfil de gastos do Judiciário. Pesquisador do Centro de Estudos Internacionais de Governo (CEGOV), Da Ros diz que o lento sistema de Justiça brasileiro, líder em orçamento, deveria era figurar entre os mais efetivos do mundo.

Segundo o especialista, há pouco incentivo para os tribunais controlarem os próprios gastos, mas, provavelmente, a continuidade de sua autonomia e prestígio no Brasil exigirá que o Poder Judiciário controle os custos “antes que outros Poderes do Estado e a própria população – que é, afinal de contas, quem paga por tudo – sintam que a situação excede os parâmetros aceitáveis”.

A análise mostra o Judiciário com despesas superiores ao de países em vários níveis de desenvolvimento, seja em valores proporcionais à renda média, seja em valores absolutos per capita. 

A maior fatia paga o pessoal, como a grande maioria das nações. Há como mudar isso?

A fração da nossa população economicamente ativa trabalhando junto ao Poder Judiciário é muito elevada por qualquer critério comparativo. E isso decorre não do número de magistrados (próximo da média mundial), mas da sua força de trabalho auxiliar (assessores, estagiários, terceirizados), uma das maiores do mundo. Contratar este número enorme de funcionários com salários superiores à renda média do país vem sendo a principal estratégia para lidar com o igualmente enorme volume de processos que chegam ao nosso Judiciário todo ano. Assim, a diminuição da despesa do Judiciário no  Brasil passará pela redução da carga processual e/ou pela redução dos salários e benefícios.

Nosso Judiciário gasta mal? Nesse contexto de crise, acha que os governos terão disposição de cortar essas verbas?

É difícil dizer, porque demanda avaliar a prestação jurisdicional não só nos custos, mas no acesso, forma de tratamento etc. Nosso Judiciário consome parcela muito elevada da riqueza produzida pelo país. É claro que assegura o cumprimento de contratos, gera segurança jurídica etc., mas uma decisão judicial custar, em valores absolutos, mais no Brasil do que na Itália ou em Portugal deveria fazer refletir sobre a eficiência dessa despesa. Neste cenário, os governos estaduais e federal não parecem dispostos a cortar gastos com prestação jurisdicional mesmo ante o contexto de crise. Cortar gastos no Judiciário dificilmente faz parte da agenda.

Em que medida altos orçamentos deveriam resultar em serviço de Justiça mais célere e efetivo? Você diz que temos poucos juízes para muitos processos que chegam, mas que os magistrados têm equipes grandes para ajudá-los.

Dada a despesa do Judiciário do Brasil em valores absolutos e proporcionais, nossa prestação jurisdicional deveria figurar entre as mais efetivas do mundo. Só que o mesmo caso é examinado diversas vezes por vários magistrados, em razão dos baixos custos do leque de recursos em cada etapa de um processo. O resultado é a demora para a decisão definitiva. Por outro lado, casos semelhantes são tratados isoladamente, sem uniformização jurisprudencial. Assim, só se estabelecem posições claras do Judiciário à sociedade de forma muito lenta, devido à esta repetitividade dos trabalhos da Justiça.

 

O problema se repete no Ministério Público do país?


O diagnóstico em relação ao Ministério Público (MP)é menos claro, o que pede cautela. Se sua despesa não é tão elevada quanto à do Judiciário no Brasil, é muito alta comparativamente, representando o que a maioria dos países dispende com o Poder Judiciário propriamente dito (0,32% do PIB). Embora não haja dados longitudinais, é razoável supor que essa despesa do MP decorre dos enormes poderes acumulados há décadas. Inclusive para verificar prioridades, talvez devamos pensar em indicadores de produtividade no MP envolvendo o custo por denúncias, inquéritos civis, termos de ajustamento de conduta, procedimentos investigatórios criminais, pareceres.

 

CNJ vai detalhar produtividade de juízes


Mais transparência à vista: será possível identificar a produtividade da Justiça em todo o país de forma individualizada e detalhada. “Muito trabalho terá que ser feito para apresentar resultados positivos, mas este trabalho terá que primar por uma gestão pública profissional, atentar para o planejamento estratégico e se pautar pelas boas práticas profissionais”, avalia o capixaba Luiz Cláudio Allemand, representante da classe dos advogados no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle externo do Judiciário.

No próximo ano, o CNJ juntará o módulo “Justiça Aberta” ao “Relatório CNJ em números”, permitindo a identificação dos dados de produtividade por Vara, serventia ou comarca – inclusive identificando os nomes dos juízes e responsáveis, conforme resolução e provimento da Corregedoria do CNJ que trata da produtividade dos magistrados.

Para Allemand, advogado licenciado e mestre em Direito, o grande problema da falta de gestão profissional torna a Justiça cara, como aponta o pesquisador Luciano Da Ros. “É preciso melhorar os números de produtividade para justificar esse gasto, em face do consumo elevado da riqueza do país, que o Judiciário mesmo não produz diretamente”, corrobora.

De todo modo, frisa, o CNJ trabalha para melhorar os números do relatório de 2015 e traçou, em resolução, a estratégia judiciária até 2020. “As metas deste ano estão sendo cumpridas pelos tribunais, tendo o presidente Ricardo Lewandowski editado, ainda, portaria que aprofunda o papel do CNJ como órgão de planejamento estratégico.”


Fonte: GazetaOnline

em busca da mudança de paradigmas
Capixaba, espírita, formado em Direito, atuante e sempre um estudante das áreas jurídicas. Pós-graduado em Processo Civil e pós-graduando em Ciências Criminais. O objetivo é levantar debates acerca das situações jurídicas (e da vida) que nos incomodam e tentar contribuir para a mudança de conceito...

Criador da marca Perini volta ao mercado

 

 

Ronaldo Jacobina

  • Fernando Vivas l Ag. A TARDE
    Almacen Pepe abre as portas, nesta quinta-feira, com um mix de quatro mil itens - Foto: Fernando Vivas l Ag. A TARDE
    Almacen Pepe abre as portas, nesta quinta-feira, com um mix de quatro mil itens
Salvador acordou nesta quinta-feira, 5, com a primeira delicatessen com a assinatura do empresário espanhol Pepe Faro, após cinco anos e quatro meses afastado deste segmento em função do acordo firmado com a marca Cencosud, que adquiriu a rede Perini, em 2010, por US$ 27,7 milhões.

Instalado num prédio de 300 m², na Avenida Paulo VI, na Pituba, o Almacen Pepe abre as portas com um mix de mais quatro mil produtos. Mais de 90% destes são de importados. O restante, de procedência nacional, foi garimpado pelo próprio empresário entre os melhores produtores artesanais do Brasil.

Com um investimento de cerca de R$ 3,5 milhões, a marca pode ser o piloto de uma nova rede. "A ideia é voltar ao mercado varejista e observar como será a aceitação do público. Não temos ainda planos para outras, mas este é um modelo que dá para multiplicar", diz Alexandre Maia, diretor comercial do grupo Carballo Faro, que pertence à família do espanhol.
 

Brinquedo


Envolvido na arrumação da loja, seu Pepe parecia uma criança que recebeu seu brinquedo de volta. De tão contente passou a palavra para os filhos. "O negócio é deles", riu, enquanto se escondia atrás das garrafas para não ser fotografado.  "Ele está muito feliz, só sai daqui de  madrugada, quando tiver tudo pronto", disse a filha Sandra, que, ao lado do irmão André, compõe com o pai a sociedade do novo negócio familiar.

Com um projeto arquitetônico que remete a um charmoso empório europeu, assinado por Euclides Mendonça, a loja conta com áreas de panificação, embutidos, queijos, cortes especiais de carnes, mariscos, vinhos e destilados.

No mezanino foi instalada uma área para atendimento privativo a clientes que querem fazer encomendas, contratar eventos, etc. Depois do Natal, o espaço abrigará também uma sala reservada para degustação, com capacidade para até 30 pessoas.

Curioso é que dos 40 empregados do Almacen Pepe, 99,9% trabalharam na Perini da época de seu Pepe. Mas eles fazem questão de esclarecer: "Não tiramos ninguém de lá. A grande maioria já atuava em outras empresas".
 

Intimidade


O clima entre a equipe e o patrão  é de total sintonia e intimidade. "O que queremos é exatamente isso, manter  esse clima de família, da boa qualidade de serviço, do preço, da oferta de produtos diferenciados que sempre marcaram nossos negócios", diz Maia.

É com essa interação que os Faro planejam reconquistar a clientela que deixaram há cinco anos para se dedicar exclusivamente a importação e distribuição de produtos  por meio da  Carballo Faro.

"O Almacen Pepe agora é um cliente da Carballo Faro", explica o diretor comercial. Sim, mas o que a reportagem viu lá no final da tarde de ontem (quarta-feira), foi tudo junto e misturado. "Está todo mundo vibrando junto e colaborando para deixar a loja pronta para amanhã (quinta-feira)".

A proposta inicial dos sócios é terceirizar a produção. Na área de panificação, por exemplo, buscaram dois parceiros para produzir pães artesanais. Para garantir a qualidade, importaram um padeiro da França para treinar os fornecedores. Completando o mix, o Almacen Pepe conta com uma área de hortifrúti, com produtos selecionados.

6 dados mostram por que governo mudou regra da aposentadoria

 

São Paulo – Uma nova regra para aposentadorias foi sancionada nesta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff. A chamada fórmula 85/95 é uma alternativa ao fator previdenciário e leva em conta a soma da idade do trabalhador com o tempo que ele contribuiu ao INSS.

Isso significa que, ao optar pela nova regra, o contribuinte terá que acumular pontos para receber a aposentadoria integral – 85 para mulheres e 95 para homens. Essa pontuação irá aumentar progressivamente a partir de 2019 até chegar a 90/100. 

De acordo com o governo, a revisão no modelo de previdência é uma forma de acompanhar o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa da natalidade do país. Num futuro próximo, haverá muito mais pessoas se aposentando e menos contribuintes pagando a conta. 

Com as mudanças publicadas hoje, a tendência é que os trabalhadores esperem um pouco mais para se aposentar na expectativa de receber o valor integral sem a aplicação do fator previdenciário. Até 2018, a expectativa do governo é economizar 17,5 bilhões de reais

Navegue pelos slides e veja seis números que ajudam a entender essa mudança e o que ela pode significar para os cofres públicos. 


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BNDES lançam linha de crédito para indústria química


Getty Images
Indústria nos Estados Unidos
Indústria: os contratos firmados terão valor máximo de investimento de R$ 10 milhões para empresas e R$ 20 milhões para contratos com ICTs
 
Idiana Tomazelli, do Estadão Conteúdo


Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lança nesta quinta-feira, 5, em parceria com a Finep (agência de fomento à inovação), o primeiro edital do Programa de Desenvolvimento da Indústria Química (Padiq), que vai oferecer linha de crédito de R$ 2,2 bilhões para o setor.

O anúncio será feito no encerramento do Seminário Produtivo Inovativo Brasileiro, que ocorre no Rio e terá como palestrante o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

O Padiq faz parte do programa Inova Empresa e vai investir em seis linhas temáticas apontadas pelo Estudo de Diversificação da Indústria Química (Ediq) em uma consulta a 45 parceiros (empresas, Instituições de Ciência e Tecnologia - ICTs e pesquisadores).
Entre as principais linhas estão os projetos para a produção de materiais compostos revertidos com fibras, derivados do silício (principalmente para o uso do silicone na construção civil) e produtos químicos de fontes renováveis de matéria-prima.

Dos R$ 2,2 bilhões, R$ 200 milhões serão de recursos não reembolsáveis, enquanto o restante será reembolsável.

Tanto a Finep quanto o BNDES terão, cada um, participação de R$ 1,1 bilhão nos investimentos.

Os contratos firmados terão valor máximo de investimento de R$ 10 milhões para empresas e R$ 20 milhões para contratos com ICTs.

Todos os participantes do edital devem apresentar planos de negócio estruturados, devido ao alto valor investido e pelos riscos tecnológicos e de mercado envolvidos. A avaliação dos resultados das empresas contempladas será realizada a cada dois anos.

A expectativa do plano, segundo as duas instituições de fomento, é suprir as principais demandas do setor, colocando o País como protagonista no mercado mundial e promovendo, além do conhecimento e inovação, mão de obra qualificada, postos de trabalho, renda e qualidade no fornecimento dos serviços.

Bilionário russo quer expandir negócios com fusão Oi e TIM


Bloomberg
Mikhail Fridman, magnata russo

Mikhail Fridman: o magnata russo está apostando menos em uma recuperação rápida do Brasil e mais nos bilhões de dólares em economia potencial de uma fusão com uma concorrente
 
Amy Thomson e Ilya Khrennikov, da Bloomberg

Mikhail Fridman passou os últimos dois anos procurando ativos de telecomunicações até colocar os olhos na operadora de celular mais endividada da América Latina, a Oi.

O magnata russo está apostando menos em uma recuperação rápida da economia brasileira e mais nos bilhões de dólares em economia potencial de uma fusão com uma concorrente.

A LetterOne, empresa de investimento de Fridman, concordou no mês passado em entrar em negociações exclusivas com a Oi para injetar até US$ 4 bilhões para a operadora e ajudá-la em uma possível combinação com a TIM Participações, segunda maior operadora de telefonia celular do Brasil, que é controlada pela Telecom Italia SpA.
Alexey Reznikovich, sócio-gerente do braço de telecomunicação e tecnologia da LetterOne, disse em entrevista na terça-feira que mesmo que um acordo com a TIM não siga adiante, podem existir outros alvos para a Oi.

“Estamos muito abertos a qualquer tipo de possibilidade”, disse Reznikovich de seu escritório em Londres. “O modelo tradicional de telecomunicações está praticamente morto do ponto de vista do investidor. É possível obter retornos e ganhar dinheiro no setor de telecomunicações como um investidor apenas em situações especiais -- em situações em que poderia haver potencial consolidação do mercado ou reestruturação ou refinanciamento da empresa”.

Combinadas, a TIM e a Oi, que está em quarto lugar no mercado de telefonia móvel do Brasil, terão uma participação de cerca de 44 por cento, segundo dados da Anatel. As empresas competem com a Telefônica Brasil e a Claro, do bilionário mexicano Carlos Slim.

“O mercado brasileiro está bastante pronto para uma consolidação”, disse Reznikovich. 

“Considerando sua estrutura, este provavelmente seja o fator mais importante”.

A Telecom Itália poderia iniciar conversas com a Oi somente se tiver o controle da nova empresa, disseram duas fontes com conhecimento do assunto. A operadora italiana inicialmente rejeitou a proposta de Fridman porque a LetterOne provavelmente teria o controle, deixando a empresa italiana com uma participação de 35 por cento, disse uma fonte.

A LetterOne não se oporia a ceder o controle da nova empresa à Telecom Itália, disse outra fonte. Representantes da Oi e da LetterOne preferiram não comentar.

A proposta da LetterOne deu impulso a uma consolidação há muito debatida no maior mercado de telecomunicações da América Latina. No ano passado, a Oi contratou o BTG Pactual -- acionista da Oi -- para analisar uma possível aquisição da TIM. O BTG tem participado ativamente das discussões, embora nenhuma oferta formal tenha sido feita, disse Reznikovich.

Fridman, 51, tem um patrimônio líquido de US$ 12,7 bilhões, segundo o índice Bloomberg Billionaires. Após fazer fortuna com petróleo e bancos, o empresário ampliou os negócios para o setor de telecomunicações em 2001, adquirindo o controle da operadora russa VimpelCom com seus sócios. Após expansão para ex- repúblicas soviéticas e compra de ativos na Itália, a VimpelCom atualmente opera em 14 países.
 

Fusão italiana


Em agosto, a VimpelCom fechou um acordo de fusão de sua unidade italiana, Wind, com a empresa de telefonia celular local de Li Ka-shing, um bilionário de Hong Kong. As empresas projetam uma economia avaliada em mais de 5 bilhões de euros (US$ 5,5 bilhões), excluindo os custos de integração.

A VimpelCom, que tem sede em Amsterdã e ações negociadas em Nova York, buscará vender torres de telefonia celular e ativos de rede para se tornar mais enxuta e poderá adicionar novos mercados no Leste Europeu ou na Ásia, disse Reznikovich, que é também presidente do conselho da VimpelCom.

A companhia não está interessada em adquirir os ativos que a sueca TeliaSonera AB recentemente colocou à venda devido às sobreposições em países como Cazaquistão e Uzbequistão, acrescentou ele.

“Nós precisamos reformular o modelo inteiro”, disse Reznikovich. “Os sistemas de TI estão desatualizados, com diferentes camadas e você não pode coletar ’big data’ de usuários corretamente”.

FHC vive renascimento de sua reputação, diz Economist


Divulgação
Fernando Henrique Cardoso
FHC: “Se você tem a capacidade de conversar com o país e tem uma agenda, o Congresso entra na linha”
 
 
 
São Paulo – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi tema de reportagem publicada hoje (5) pela revista inglesa The Economist. Intitulado “O político como pensador”, o texto ressalta o novo papel de FHC, que aos 84 anos de idade age mais como conselheiro da oposição à Dilma Rousseff que propriamente como um político.

“Enquanto investigações adentram a teia de corrupção na Petrobras, a gigante estatal de petróleo, e está cada vez mais próxima de Lula, FHC aproveita o respeito que conquistou como um antigo estadista”, diz a Economist. “E enquanto o Brasil afunda na crise que ameaça trazer a pior recessão desde 1930, sua antiga política econômica parece muito mais agradável.”

Indo de acordo com a perspectiva do ex-presidente, a revista indica que o drama da crise brasileira é o descontrole do Congresso tanto por falta de comando da presidente Dilma, que tem dificuldade de negociar com o Legislativo para aprovar as reformas necessárias, como pelo modelo de governabilidade das casas, que contam com 28 partidos diferentes na representação política.
“Se você tem a capacidade de conversar com o país e tem uma agenda, o Congresso entra na linha”, diz FHC em entrevista à Economist. “Quando você não tem nem um, nem outro, ele não entra.”

Como exemplo, a revista relembra o auge do Plano Real e as medidas tomadas pelo ex-presidente para desacelerar a inflação entre 1995 e 2003. O texto faz menção ao fato que FHC teve de negociar mais de 35 emendas constitucionais para controlar a economia.

Outro ponto de destaque é a “modernização da economia do país” através de privatizações de grandes empresas estatais, como aconteceu com a Telesp. A “abertura de capital” para investimento e inovação é algo que “não deve acontecer em um futuro próximo”, diz a revista.

A Economist fecha o texto com aspa do ex-presidente dizendo que o país precisa de “um novo foco e um novo líder”. O texto acaba ponderando, no entanto, uma possível culpa de FHC por não ter incentivado a renovação no PSDB, o que poderia ter dado melhores resultados ao partido nas últimas eleições, por exemplo.

Desempenho negativo da indústria faz economia do Sul declinar




No trimestre encerrado em agosto, atividade econômica da região recuou 2,8%, revela BC

Por Agência Brasil
Desempenho negativo da indústria faz economia do Sul declinar

A atividade econômica seguiu em trajetória declinante no país no início do segundo semestre, refletindo, sobretudo, os desempenhos negativos da indústria, das vendas do comércio e do setor de serviços, com impactos relevantes sobre o mercado de trabalho. Essa avaliação consta do Boletim Regional, publicação trimestral divulgada nesta quinta-feira (5) pelo Banco Central (BC), com indicadores econômicos por regiões do país.

Para o BC, as perspectivas de recuperação da atividade econômica dependem fundamentalmente da reversão da confiança de consumidores e empresários nos próximos trimestres, que tende a ser favorecida pelos efeitos das medidas de ajuste na economia. “Adicionalmente, a mudança de patamar da taxa de câmbio deverá seguir favorecendo as regiões onde há maior representatividade das exportações na economia, em especial Centro-Oeste e Sul, com desdobramentos positivos sobre os respectivos mercados de trabalho”, acrescentou o BC.

De acordo com o boletim, as economias regionais repercutiram com intensidades distintas os impactos do atual ciclo. No Sul, o IBCR-S recuou 2,8%. Nessa região, em ambiente de moderação no crédito e de deterioração do mercado de trabalho, destacou-se, no trimestre encerrado em agosto, o impacto dos desempenhos negativos do comércio e da indústria, reduzidos parcialmente pelas trajetórias da agricultura e da balança comercial. No Sudeste, as retrações da produção industrial e das vendas do comércio foram evidenciadas na trajetória do IBCR-SE, que contraiu 0,8%.

No Norte, a atividade econômica na região foi condicionada, no trimestre encerrado em agosto, pelas retrações observadas na produção industrial, nas vendas do comércio e na construção civil. O Índice de Atividade Econômica Regional da Região Norte (IBCR-N) recuou 1,5%, em relação ao trimestre finalizado em maio, de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período).

No Nordeste, houve retrações nas vendas do comércio e na produção industrial, que exerceram desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho – a economia nordestina eliminou 42,9 mil empregos formais no trimestre, ante criação de 48,9 mil vagas em igual período de 2014. Nesse cenário, o IBCR-NE recuou 0,9% em relação ao trimestre finalizado em maio. A economia do Centro-Oeste seguiu em retração no trimestre encerrado em agosto, com resultados negativos da construção civil, das vendas do comércio, do setor de serviços e do mercado de trabalho. O IBCR-CO decresceu 0,6%.