Os efeitos de curto prazo da decisão dos britânicos de sair da União da Europeia estão sendo contidos, mas há incertezas sobre o crescimento global futuro, avaliou o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn (foto). “Acredito que o cenário global é desafiador. Vamos enfrentar volatilidade e choques aos longos dos anos. O choque mais recente é o chamado Brexit [saída dos britânicos da União Europeia]”, declarou Goldfajn.
O presidente do BC afirmou que o Brexit traz implicações principalmente no comércio e no crescimento global. “Ainda não estão totalmente mapeadas a consequências para o futuro. Há que se observar o impacto no mundo e por consequência no Brasil. Deve reduzir, de alguma forma, o crescimento global e pode influenciar o crescimento no Brasil”, avaliou. Goldfajn reiterou que os bancos centrais de 60 países, reunidos no último final de semana, se comprometeram a monitorar os efeitos do Brexit e usar instrumentos que forem necessários.
Barack Obama
O presidente norte-americano Barack Obama fez um apelo por cautela ao mercado financeiro internacional. "Tem havido um pouco de histeria após a votação pró-Brexit, como se a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estivesse se dissolvendo e como se cada país [do bloco europeu] estivesse correndo para seu próprio canto. Mas não é isso o que está acontecendo”, lembrou Obama em declaração à NPR, uma rede de emissoras públicas dos Estados Unidos.
Para Obama, o atual momento serve para analisar a integração do bloco europeu. "A melhor maneira de se pensar sobre o momento atual é que um botão de pausa foi pressionado no projeto de integração europeia”, reiterou. O presidente dos Estados Unidos acrescentou que chegou o momento de a Europa tomar um fôlego e descobrir como pode manter algumas identidades nacionais. Segundo Obama, é hora de se perguntar como manter os benefícios da integração e como lidar com algumas frustrações que os próprios eleitores estão sentindo.