sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Santander se prepara para comprar ativos do Citi no país






Mario Tama/AFP
O banco americano Citigroup
Citigroup: Santander contratou bancos para assessorar compra de ativos no Brasil e na Argentina, segundo uma fonte
 
Cristiane Lucchesi e Pablo González, da Bloomberg


O Banco Santander, maior banco da Espanha, contratou o Credit Suisse para assessorá-lo na aquisição de ativos de varejo do Citigroup no Brasil, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

O Santander, cuja unidade brasileira gera cerca de 19 por cento das receitas da empresa com sede em Madri, também contratou uma unidade do Lazard na Argentina para assessorar sua proposta de compra dos ativos do Citigroup no país, disseram as pessoas, pedindo anonimato porque as negociações são privadas.

A empresa espanhola não apresentou proposta pela unidade do Citigroup da Colômbia, que também está à venda, disseram as pessoas.

O Itaú Unibanco, maior banco do Brasil em valor de mercado, e o Banco Safra, de propriedade do bilionário Joseph Safra, apresentaram oferta apenas pelos ativos brasileiros, segundo as pessoas.

Nenhuma empresa está interessada nos ativos dos três países, disseram as pessoas.

O Citigroup informou em fevereiro que venderia suas operações de banco de varejo e cartões de crédito nos três países e que manteria, em todos eles, as divisões que atendem clientes institucionais e corporativos.

As operações de varejo da empresa com sede em Nova York nunca atingiram a escala necessária para terem sucesso no Brasil e na Argentina, disseram analistas do setor na época.

O presidente do Banco Santander Brasil, Sérgio Rial, disse no mês passado que a empresa estava interessada nos negócios do Citigroup, sem oferecer mais detalhes.

 

Valor contábil


Os negócios locais do Citigroup tinham um valor contábil de R$ 5 bilhões (US$ 1,54 bilhão) no Brasil em dezembro, 1,7 trilhão de pesos colombianos (US$ 590 milhões) na Colômbia em setembro e cerca de 10,3 bilhões de pesos argentinos (US$ 691 milhões) em patrimônio líquido na Argentina.

Na Argentina, o Banco Macro contratou o JPMorgan Chase & Co. como assessor e o Banco de Galicia y Buenos Aires contratou o Goldman Sachs, disseram as pessoas. O ativo é avaliado em US$ 300 milhões, disse uma das pessoas.

Na Colômbia, o Grupo Aval Acciones y Valores e o Bank of Nova Scotia apresentaram propostas, segundo uma pessoa.

O Citigroup espera anunciar as vendas em setembro, disse Hélio Magalhães, presidente do banco no Brasil, no início do mês. Magalhães disse que não vê grandes obstáculos para a aprovação do negócio pelo órgão antimonopolista do Brasil, o Cade.

Tito Labarta, analista do Deutsche Bank, disse que a unidade brasileira do Citigroup pode ser avaliada em até R$ 7,9 bilhões em um relatório de 21 de junho, acrescentando que a empresa poderia receber ofertas de até 1,6 vez o seu valor contábil.

Ele disse que a compra pode fazer sentido para o Santander do ponto de vista estratégico, “mas não melhoraria significativamente a posição doméstica do banco, que ainda ficaria atrás de seus principais concorrentes”. O Itaú foi “visto como mais sensível ao preço”, disse Labarta.

Representantes do Santander, do Scotiabank e do Lazard não responderam aos e-mails em busca de comentário. Citigroup, Credit Suisse, Itaú, Safra, Macro, Galicia, JPMorgan, Goldman Sachs e Grupo Aval preferiram não comentar.

Para não deixar o consumidor mentir





Daniel Piardi explica como o neuromarketing mostra caminhos que podem permitir às marcas “ler a mente” do consumidor


Por Antenor Savoldi Jr
antenor@amanha.com.br





 

O administrador de empresas Daniel Piardi (foto) dedicou-se por praticamente um ano a um mestrado em neuromarketing pela Florida Christian University (FCU) que implantou um núcleo no Paraná. 
Segundo ele, as pesquisas tradicionais precisam ouvir cerca de 2 mil pessoas para que tenham pouca margem de erro. Com o neuromarketing, é possível aumentar o nível de confiança e, ao mesmo tempo, diminuir o número de entrevistados. Na entrevista a seguir, o pesquisador caxiense também detalha como o desenvolvimento dessa área abriu novas possibilidades que podem permitir às marcas “ler a mente” de seus consumidores. 

Que avanços o neuromarketing pode trazer às pesquisas de mercado?
 

O neuromarketing alia o marketing tradicional à ciência, buscando explicar o processo da tomada de decisão no momento da compra, entender como funciona o cérebro. Com o conhecimento da lógica do consumo, o neuromarketing tenta entender quais são os desejos, impulsos e motivações da pessoa, as reações neurológicas que determinam os impulsos externos que recebemos e ativam o nosso inconsciente. Segundo estudos, 95% das nossas decisões estão no inconsciente. Quando recebemos um estímulo externo, nossa memória que estaria adormecida acaba tomando uma decisão, a decisão racional.



Que tipo de tecnologias estão envolvidas nessa possível “leitura da mente e das emoções” do consumidor?
 

“Leitura” é o que podemos medir. Usando um equipamento um pouco mais complexo, o de ressonância magnética, conseguimos saber quais são as áreas do cérebro que estão sendo estimuladas. Isso é muito utilizado na indústria do cinema, para saber se um filme está ativando mais a parte visual, mais o sistema límbico e emocional, ou se ele está ativando a parte do cérebro ligada à audição. Outra tecnologia é o eye tracking, que consegue monitorar onde o olhar está fixado por mais tempo, e qual caminho ele faz. Também existe o mapeamento facial através de uma câmera: pelas microexpressões faciais, podemos saber se uma pessoa respondeu uma coisa, mas seu semblante diz o contrário. Outra tecnologia é a condutância de pele. Quando sentimos medo, o dedo expele um suor. Existem aparelhos capazes de medir, e são muito utilizados na indústria de perfumes. Pode ser que, ao ser entrevistado, o consumidor diga que gostou de um cheiro, mas a pele pode dizer o contrário, e não vai deixar ele mentir.


O que as pesquisas em neuromarketing já dizem sobre nossas reações no momento da escolha de um produto? 
 

O neuromarketing não é uma ciência nova. É uma nova maneira de estudar o próprio marketing, porque seguimos atrás das mesmas respostas que se buscam com a pesquisa tradicional. Mas agora anulamos um critério, que antes ficava em aberto: a chance de a pessoa mentir, ou ser tendenciosa para agradar a quem está perguntando, ou ao dono da pesquisa. O que se mede não é o que ela está dizendo, mas o que ela está sentindo. Tanto que, na pesquisa de neuromarketing, não é necessário sequer interagir com a pessoa. Um eletroencefalograma, por exemplo, pode mostrar o nível de relaxamento ou atenção a determinada imagem ou vídeo, sem que a pessoa expresse ou verbalize qualquer tipo de resposta. 


E como ficam as pesquisas tradicionais de comportamento do consumidor?
 

Numa pesquisa tradicional, para chegar a uma margem de erro de dois pontos para cima ou para baixo, é necessário ouvir cerca de 2 mil pessoas. Com o neuromarketing, posso diminuir muito o número de entrevistados, e ao mesmo tempo aumentar o nível de confiança da pesquisa. Existem literaturas dizendo que o uso do neuromarketing tem níveis de assertividade que chegam a 95% em suas pesquisas, muito acima das pesquisas tradicionais.


Sobre o que trata o “gerenciamento de expectativas” nas pesquisas em neuromarketing?
 

O cérebro humano é composto por três “partes”: o sistema reptiliano, responsável pelo comportamento instintivo, de sobrevivência e reprodução; o sistema límbico, que gerencia as emoções; e o neocortex, responsável pela parte racional e consciente. A compra acontece no momento que em que o consumidor estiver insatisfeito. Por exemplo, você compra um automóvel zero. Depois de um ano, a indústria já vai ter um novo lançamento, e está jogando o consumidor diretamente para uma zona de frustração. Mas, ao mesmo tempo, ela já tem a solução pronta, que é o novo modelo. Outro exemplo é o jogo CandyCrush. É um jogo de recompensa. 

Quando você atinge um estágio, ele vai te dizer palavras de recompensa, mas ao mesmo tempo ele vem com uma fase mais difícil, e joga o usuário para a frustração. No momento que ele não conseguir passar por aquela fase, e deixar de jogar por cinco dias, aquela fase vai se tornar mais fácil. Isso porque nosso cérebro reptiliano quer conquistar, colecionar. O software entende essa mecânica e faz esse gerenciamento. O mesmo vale para as redes sociais, que acabam viciando as pessoas nas recompensas, que são as curtidas, o fato de ser comentado. Por natureza, gostamos de ser reconhecidos pelo outro. A questão é que essas empresas entendem disso e criam essas expectativas. Elas mesmas colocam o cliente na frustração, mas o importante é criar e oferecer a solução.


Como se dá a formação de profissionais para trabalhar na área?
 

Existem algumas barreiras. Uma é na academia tradicional, que não possui profissionais prontos nessa área para poder passar a formação adiante. A outra é que, no Brasil, isso tudo é muito novo. Mas já existem alguns cursos. Estou montando um laboratório para promover cursos fora da academia, porque, se não há entrada no nível acadêmico, existe para a prática. Muitas pessoas estão falando sobre isso. O neuromarketing está voltado para o mercado. Podemos aplicar a neurociência em todas as áreas de gestão de uma empresa, desde a parte da liderança até a parte do marketing, e a parte econômica.


Qual o cenário das pesquisas no exterior? 
 

Os países com maior liderança nessa área são Alemanha, Holanda e Portugal, que têm muita literatura e pesquisas na área. Em aparelhos e softwares, há muita coisa na Europa e nos Estados Unidos. O governo Obama liberou uma grande verba para o projeto BRAIN (Brain Research through Advancing Innovative Neurotechnologies) para investigar o cérebro humano – o órgão que é responsável por tudo, mas o menos explorado até então, não pela área médica, mas pela de ciências sociais e econômicas.  Os americanos hoje vêm avançando muito nessa área, porque  estão investindo pesado, recuperando o tempo perdido. 

E, claro, fazem questão de ser autoridades em tudo o que fazem. Eles podem começar depois, mas vão investir alto para se tornarem a referência. Na questão de pesquisas, está aberto tanto para que uma pesquisa aqui no Brasil seja reconhecida mundialmente como  para uma pesquisa em outro país — desde que haja o engajamento e a busca para isso. O meu caso é um exemplo. No Brasil, minha pesquisa demorou a ter relevância, enquanto fora do Brasil ela foi bem aceita. Até brinco que “santo de casa não faz milagre”. Com a visibilidade que tive fora, o pessoal daqui abre as portas, muitas vezes, para poder ouvir uma palestra, se aprofundar, conhecer um pouco mais o tema. 


Quando uma empresa prioriza a possibilidade de direcionar o impulso do consumidor, quais os riscos de a qualidade de seu produto ficar em segundo plano?
 

O consumidor pode ser atraído para pegar determinado produto na gôndola. Mas, se ao chegar em casa, e experimentar o produto, ele não atingir o seu objetivo, vai sentir uma frustração. E se houver uma frustração com a qualidade do produto, não terá sido fechado o ciclo de uma boa lembrança emocional. É preciso tomar cuidado para não haver esse tipo de problemas. Quem vê de fora pode pensar em usar (o neuromarketing) só para fazer a venda mas, sem a qualidade, não terá a revenda.


Como as empresas e marcas menores, que focam exclusivamente a qualidade do produto, podem lidar com esse novo cenário sem ser prejudicadas? 
 

Existem empresas que têm produtos bons, mas não estão sabendo se comunicar com o consumidor. A teoria estuda cases de empresas de maior porte, mesmo aqui do Brasil, como a Boticário, a P&G e a Unilever. As grandes empresas fazem pesquisas de maneira restrita, e não divulgam seus resultados, mas usando seus exemplos é possível fazer uma aplicação para as empresas menores. Em 2012, com base na literatura e no acesso que tinha aos laboratórios como pesquisador, conseguimos aplicar essas informações e pesquisas para uma pequena empresa familiar, a Vergel Alimentos. Em dois anos, o faturamento aumentou quatro vezes. Isso sem mudar nada na formulação dos produtos, apenas o posicionamento que ocupavam nas gôndolas de supermercado. 


Qual o investimento necessário para que qualquer empresa possa se beneficiar do neuromarketing? 
 

O que é ainda um pouco caro são os equipamentos, e a montagem do laboratório com essas tecnologias. Esse custo  de consultoria e pesquisa pode variar de R$ 45 mil até R$ 1 milhão, dependendo da complexidade. Para utilizar ressonância magnética, por exemplo, é preciso uma parceria com um laboratório que tenha o aparelho e profissionais da área que vão se disponibilizar a trabalhar nesse projeto. Mas a ideia é criar um laboratório para tornar as pesquisas viáveis para pequenas e médias empresas. As grandes empresas já têm acesso à tecnologia e capacidade para fazer  os investimentos.


Qual a importância da compreensão dos princípios do neuromarketing pelo consumidor? E qual a chance de ele ser induzido a consumir, não pela qualidade, mas por impulsos que não controla?
 

O papel do marketing das empresas é estimular os consumidores. Se uma empresa fizer algo que não é ético, ela será percebida pelo mercado, que seleciona os melhores. Todas as empresas que utilizam o neuromarketing também têm produtos de qualidade. Para o consumidor, não existe nenhum tipo de problema. Sempre existe, claro, a possibilidade de que eventualmente as empresas venham a utilizar alguma informação para vender uma quantidade maior, ou fazer algo voltado à parte econômica – por exemplo, “leve 3 pague 2”. Mas essas coisas a gente já conhece do mercado, nada que não exista.


Você menciona que muitas marcas atuam como uma religião para os consumidores, como a Apple. Há um limite ético por parte das empresas para esse tipo de estímulo à “irracionalidade”?
 

Lá naquela parte do nosso cérebro reptiliano, consta que, por natureza, nós, seres humanos, gostamos de cultuar algo. Notamos em comum, nessas empresas de mercado de luxo, ou de produtos com maior valor agregado, que todas acabam tendo suas bases muito parecidas com a religião. Os templos são as lojas. O líder é o CEO, o presidente da empresa, ou o fundador, que é visto como uma autoridade. Seria o santo deles. E todo o ritual é o que se faz para uma venda, como a fila na qual as pessoas passam a madrugada para ter a oportunidade de ser os primeiros a comprar. No momento em que entendemos o que leva a pessoa a tomar sua decisão por uma coisa, e não por outra, é possível montar um ritual, inclusive para finalizar uma venda, ou aproximar a pessoa da marca. A ética aponta mais para “não se aproveitar disso”, ou não tornar as pessoas dependentes. Mas, independentemente disso, há pessoas que só têm prazer consumindo.


Você produziu uma pesquisa que busca na genética explicações para o perfil de liderança de determinados empresários. A que resultados você chegou?
 

Em 2013, uma Universidade College de Londres fez uma pesquisa com 4 mil pessoas, identificando qual era o gene que definia a liderança. Foi encontrado o gene RS4950, que, dependendo da sua composição química, revelaria uma maior ou menor propensão de alguém ser líder. Como nasci na serra gaúcha, sempre quis entender por que a região, um lugar de área territorial pequena e acidentada, possui tantas empresas importantes. 

Busquei entender o perfil das pessoas, na sua parte genética e na memética – que envolve o ambiente na qual elas cresceram. Comparei empreendedores, pessoas em cargo de lideranças, e liderados, coletando o material genético de 66 pessoas. Fizemos a análise, cruzando com entrevistas de cada um. Ficou comprovado que, na serra gaúcha, há uma maior probabilidade de haver pessoas com gene da liderança, se comparado ao estudo feito entre britânicos e americanos. Ou seja, o gene é relevante. Mas também ficou comprovado que os empreendedores da região têm influencia do meio e da sua criação. Cerca de 70% dos que são empreendedores hoje tinham o pai ou a mãe empreendedores. Ao mesmo tempo, 70% dos que hoje são funcionários tinham o pai ou a mãe funcionários de empresas. Isso quer dizer que a genética é relevante, mas a memética, o ambiental, é determinante.


Se existe um “gene da liderança”, pode existir também um “gene do consumo”?
 

Existem pessoas dependentes de consumo, pois o ato de compra libera dopamina. O prazer de consumir, devido à descarga deste neurotransmissor, está relacionado a biologia humana, e não à genética. Pode ser porque ela tenha a recompensa da dopamina através de um alimento, ou correndo de carro, ou fumando um cigarro. É preciso ter cuidado para não virar um vício. Além do gene da liderança, também existem pesquisas sobre a genética de pessoas mais propensas a cometer crimes. 

Até o momento, não foi identificado um gene específico para o consumo. Mas tudo é ainda muito novo. Podem surgir novas teorias. Mas é importante lembrar que um gene isolado não é responsável pelo nosso comportamento. Sofremos influência da cultura na qual vivemos. 


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Vevo contrata Goldman para buscar até US$ 500 mi, diz jornal





Reprodução/Exame.com
site que reproduz vídeos musicais Vevo
Vevo: empresa quer levantar entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões para expansão internacional
 
Da REUTERS


O serviço de vídeos de música online Vevo contratou o Goldman Sachs para levantar até 500 milhões de dólares junto a novos investidores, publicou o Financial Times, nesta sexta-feira, citando fontes.

A Vevo, fundada em 2009 pela Universal Music Group e Sony Music, espera levantar entre 300 milhões e 500 milhões de dólares para sua expansão internacional, aquisições potenciais e desenvolvimento de serviços móveis e de televisão, segundo o jornal.
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Representantes da Vevo não responderam a pedidos de comentários. O Goldman Sachs não comentou o assunto.


10 novidades sobre o mercado que você precisa saber




Marcos Santos/USP Imagens
Notas de real
Arrecadação de impostos: recessão vai afetar receitas dos governos federal, estaduais e municipais
 
 
 
 
São Paulo - Confira as principais novidades do mercados desta sexta-feira (19):


Recessão deve levar carga tributária ao menor nível em 15 anos

A carga tributária brasileira (volume de impostos arrecadados em relação ao PIB) caminha para fechar o ano no menor patamar em 15 anos, afetada pela recessão econômica.

Estudo mostra que o total de impostos pagos aos governos federal, estaduais e municipais chegará a 33,15% do PIB, menor nível desde 2001, quando a relação era de 32,05%.
 

Anúncio de pacote de concessões e privatizações fica para setembro


O Planalto decidiu esperar a aprovação do Congresso da medida provisória que cria o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) para anunciar o primeiro pacote de concessões e privatizações.

Assim, segundo a Folha de S.Paulo, o anúncio ficou para setembro. Há receio de que, sem a criação do PPI, a insegurança jurídica afaste investidores e prejudique os negócios.
 

Justiça anula acordo entre Samarco, Vale, BHP e União


Atendendo a pedido do MPF, a Justiça anulou o acordo firmado entre União, os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e a empresa Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton, para a recuperação da bacia do Rio Doce.

O acordo, que prevê a recuperação dos rios depois do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), faz parte de uma ação civil pública.
 

Petros cobra R$ 843 milhões da Vale Fertilizantes


O Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, está cobrando R$ 843 milhões da Vale Fertilizantes para sanar o deficit do plano Petros Ultrafértil.

Em fevereiro, a Vale pediu formalmente para sair do fundo, mas uma decisão ontem na Justiça a obrigou a permanecer no negócio até que os pedidos de ressarcimento sejam julgados.
 

Camargo Corrêa diz não ter data para fechar venda da CPFL


A Camargo Corrêa informou que não possui neste momento confirmação ou previsão de quando poderá ser fechada a venda de sua fatia na elétrica CPFL Energia à chinesa State Grid.

Em comunicado à CVM, a Camargo Corrêa disse ainda que desconhece "quaisquer notícias ou intenções" da State Grid em fechar o capital da CPFL.
 

Embraer se defende de críticas do sindicato dos metalúrgicos


Depois de ser criticada pelo sindicato de metalúrgicos por ter anunciado um plano de demissões voluntárias (PDV), a Embraer divulgou comunicado se defendendo.

"O programa, como o próprio nome diz, é de caráter voluntário: ou seja, cabe ao empregado decidir se adere ou não. A iniciativa, informada na semana passada, é parte de uma série de medidas de redução de custos para superar o cenário desafiador enfrentado hoje pela indústria global aeroespacial e de defesa", diz a companhia.
 

Eletropaulo fala em acordo para encerrar ação da Eletrobras


A Eletropaulo espera resolver ainda neste ano uma disputa judicial da Cteep com a Eletrobras que já se arrasta por 28 anos e pode chegar a R$ 2,5 bilhões, segundo o Valor Econômico.

A empresa acredita, no entanto, que pode chegar a um acordo com a Eletrobras, caso a Justiça tome uma decisão desfavorável para a Eletropaulo.
 

Novo consórcio deve apresentar plano para Oi


Um novo consórcio se formou para apresentar um plano de reestruturação financeira para a Oi, de acordo com o Valor Econômico.

Fazem parte do grupo os escritórios de advocacia Felsberg e Morrison & Foerster; o ex-presidente da Claro João Cox; o ex-presidente da TIM, Mario Cesar de Araújo; a butique de investimento ACGM; e a Íntegra Associados.
 

NEC Corp. adquire a brasileira Arcon


A japonesa NEC Corporation comprou a empresa brasileira de segurança cibernética Arcon Informática por R$ 60 milhões.

O grupo adquiriu 75% da Arcon, segundo informações do Valor Econômico. Os outros 25% continuam nas mãos de Marcelo Barcellos, fundador da empresa, que mantém a presidência.
 

Petrolíferas travam "briga de bar" por corte de custos


Em todo o setor petrolífero, as empresas cortaram as despesas com serra elétrica, reduzindo os gastos para o período de 2015 a 2020 em US$ 1 trilhão, por meio de demissões de funcionários, adiamento de projetos, mudança de técnicas de perfuração e ajustes nos trabalhos terceirizados, de acordo com a empresa de consultoria Wood Mackenzie.

Isso protegeu os negócios diante da queda de 60% dos preços do petróleo desde 2014. Agora, as produtoras querem mostrar que podem fazer com que essas economias perdurem, mas os prestadores de serviços tentam reverter perdas.


Com quiosques, The Body Shop quer dobrar de tamanho até 2023





Divulgação/The Body Shop
Novo modelo de quiosque da The Body Shop
Novo quiosque: formato permite testar o potencial de venda dos shoppings com invstimento menor que o das lojas
 
 
 
 
São Paulo - A franquia de cosméticos inglesa The Body Shop tem um plano de expansão audacioso para o Brasil: dobrar o número de pontos de venda até 2023. Atualmente, são 111.

A marca espera alcançar a meta com um novo modelo de quiosque, desenvolvido para o país. Ela não abre os investimentos no projeto.

"É um formato que permite testar o potencial do shopping com um investimento menor do que o das lojas, o que é um atrativo para os franqueados", diz Nathalie de Gouveia, diretora de comercial e expansão da empresa no Brasil.

A The Body Shop, que pertence ao grupo L'Oréal, desembarcou por aqui no fim de 2013, quando comprou 51% rede gaúcha Empório Body Store, que na época tinha 124 lojas.

A ideia era aproveitar a capilaridade da brasileira para introduzir o rótulo no país e, aos poucos, migrar as unidades, mas mantendo no portfólio os produtos locais de melhor saída.

Em 2014, a joint venture chegou a anunciar que teria 500 estabelecimentos em cinco anos. Mas, os planos foram mudando junto com o cenário macroeconômico e, seis meses atrás, a inglesa comprou a fatia restante na (antiga) parceira.

Nos últimos três anos, 65 pontos da Empório foram transformados em The Body Shop. Ainda restam 25, que devem ser convertidos até o primeiro trimestre de 2017.

Algumas unidades precisaram ser fechadas, porque não atendiam a todos os padrões da nova bandeira.
 

Prioridades


Segundo a The Body Shop, a prioridade ainda é se expandir por meio de lojas. Os quiosques devem servir de "aperitivo" para que os franqueados se interessem por abrir unidades maiores. O foco são os shoppings e aeroportos.

A Empório Body Store já tinha uma estrutura de quiosque, mas em tamanho menor e sem um espaço para o cliente se sentar e testar o produto, diferentemente da nova.

"Um dos diferenciais da nossa marca é o serviço e o modelo antigo não permitia o atendimento personalizado", comenta Nathalie.

Os 10 quiosques que já existiam devem continuar operando no formato anterior. O primeiro no estilo atual foi inaugurado em junho, no terminal de Congonhas, em São Paulo – o único ponto de venda que pertence à marca, e não a um empreendedor.

Outros dois já estão previstos para o aeroporto de Vitória, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Eles devem ser abertos em setembro e outubro, respectivamente.

O novo quiosque pode ter 6 ou 9 metros quadrados, enquanto as lojas têm 40 metros quadrados.

O investimento para o franqueado é de 70.000 mais mobiliário e taxas operacionais, num total de 100.000 a 150.000 reais, dependendo do pedido inaugural. Para as lojas, o aporte fica entre 350.000 a 400.000 reais.

"Outra vantagem do quiosque é que ele não precisa de licitação para ser instalado nos aeroportos nem sofre cobrança de CDU (cessão de direito de uso) nos shoppings, ao contrário da loja", destaca Karina Meyer, diretora de Marketing da The Body Shop no Brasil.
 

Mas e a crise?


Segundo a varejista de cosméticos, apesar da crise, apostar no país ainda é vantajoso.

"O Brasil é um dos mercados mais importantes do mundo para o nosso setor. Agora, somos uma marca mais conhecia e desejada pelos clientes e pelos lojistas. Acreditamos que temos potencial para ser líder na linha de skin care (de cuidados com a pele)", diz Nathalie de Gouveia.

A categoria já responde por 15% das vendas locais.

O comércio de produtos de beleza movimenta 30,2 bilhões de dólares por aqui. É o quarto maior mercado do mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Japão, conforme dados da Euromonitor.

De 2015 para 2014, o segmento, que tinha sido impulsionado pelo estímulo do governo ao consumo e a ascensão da classe C, sofreu uma retração de quase 8% – a primeira em 20 anos.

A queda foi motivada pela recessão econômica e o consequente desemprego das famílias, de acordo com a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).

Apesar disso, o nicho apresenta resiliência em comparação com outras categorias do varejo.

"O segmento menos impactado foi exatamente o dos produtos de uso pessoal [em que se encaixam os cosméticos]. Porque existe uma preferência por certas marcas, diferentemente do que acontece com aqueles de uso coletivo, como itens de limpeza", explica o professor Claudio Felisoni, presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo).

As estimativas da Euromonitor para o setor nos próximos anos são positivas, com crescimento esperado de 14,3% entre 2015 e 2020.

De acordo com números da consultoria, O Boticário lidera com folga o varejo especializado em beleza no país, com uma participação de mercado de 48,5%. Na sequência, vem a L'Acqua di Fiori, com 3,1%, e a L'Occitane, com 1,3%.

Já em relação às fabricantes, quem mais vende no Brasil é a Unilever, com market share de 12,2%. 

Em segundo lugar fica a Natura, com 11,1%. O Boticário aparece em terceiro, com uma fatia de 10,9%, e a P&G em quarto, com 9,7%. A L'Oréal é a quinta, com 6,8%.
 

Desempenho


A The Body Shop não abre seu faturamento local. Mas, globalmente, ela teve uma receita de 398,6 milhões de euros no primeiro semestre, queda de 0,6% frente a igual intervalo de 2015.

A conta considera apenas as atividades que já estavam funcionando no mesmo período do ano passado. Incluindo expansões e aquisições na comparação, o recuo foi maior, de 3,2%.

A The Body Shop encerrou 2015 com 3.102 lojas no mundo todo.

Já as vendas da L'Óréal, como um todo, somaram 6,34 bilhões de euros nos seis primeiros meses do ano, crescimento de 4,2% na primeira comparação na base ajustada e de 0,6% na reportada.

De acordo com a empresa, o fluxo de compradores em seus pontos de venda no país caiu 15% no primeiro trimestre, frente a igual intervalo do ano passado.

De abril a junho, porém, com a ajuda da comemoração do Dia das Mães, a queda foi menor na mesma comparação, de apenas um dígito.

Hoje, dos produtos da marca vendidos no Brasil, sem contar aqueles que eram da Empório Body Store, 99% são importados. A ideia é ter 20% deles fabricados internamente até 2020.

Neste ano, a empresa deve lançar cerca de 70 produtos no país, incluindo inovações e extensão das linhas já existentes.


A startup brasileira que vai fazer prédios com impressão 3D




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Anielle Guedes, fundadora da Urban 3D, que quer revolucionar a construção civil
Anielle Guedes, fundadora da Urban 3D, que quer revolucionar a construção civil
São Paulo – A falta de moradia adequada é um dos maiores desafios globais hoje. No Brasil, mais de 11 milhões de pessoas vivem em favelas, segundo dados do último Censo. E a jovem empreendedora Anielle Guedes quer ajudar a acabar com esse problema.

Com apenas 23 anos, Anielle é dona da Urban 3D, uma startup que tem chamado a atenção da ONU e do governo norte-americano. A empresa quer “apenas” revolucionar uma das indústrias mais estratégicas do mundo: a construção civil. Como? Usando tecnologias de ponta como robótica, impressão 3D, internet das coisas e softwares avançados de gestão.

“Queremos tirar a construção civil da idade da pedra. Ainda hoje esse setor usa processos extremamente artesanais, com muita perda de material. Queremos trazê-lo para o que chamamos de manufatura avançada”, explica.


Como funciona?


O processo da Urban 3D funciona assim: A empresa vende sua tecnologia para construtoras interessadas. A partir daí, elabora um projeto e constrói uma fábrica de concreto pré-fabricado usando os aparatos tecnológicos mais modernos.

“Na fábrica eu tenho um robô que é capaz de ler um projeto em 3D. Nessa leitura, ele vai identificar onde tem parede de concreto, quais são os buracos, onde estão os canos etc. Então, ele imprime um molde em 3D e depois entra com o concreto”, explica a empreendedora.

As placas depois recebem sensores que serão usados para rastreamento em estoque, transporte e para acompanhamento dentro da obra.
 
O próprio material usado nessas placas também pode ser diferente: a startup oferece ao cliente a possibilidade de usar concreto reciclado e até mesmo materiais como plástico na massa, tornando a obra mais sustentável e mais barata. 

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Imagem do braço robótico, uma das estruturas da fábrica de concreto da Urban 3D

Imagem do braço robótico, uma das estruturas da fábrica de concreto da Urban 3D
 
Com isso, a expectativa é que seja possível erguer um prédio de 12 andares em apenas algumas semanas, com economia de 30% em relação ao custo de um prédio feito com concreto pré-fabricado. 

Em relação a um processo que não usa o pré-fabricado, a economia pode ser muito maior e chegar a 80%.

“É como se comparássemos a cozinha da avó a uma cadeia de fast food. O modo de produzir é muito diferente”, compara Anielle.
 
E completa: “Com isso, vamos transformar a indústria em algo mais eficiente pra que haja mais acesso a moradia e infraestrutura adequada. É uma solução de mercado para que isso exista”.

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Imagem da fábrica automatizada de concreto da Urban 3D
Imagem da fábrica automatizada de concreto da Urban 3D

Fundada em 2015, a startup tem hoje duas construtoras clientes, uma em São Paulo e uma em Minas Gerais, além de um contrato em discussão na região Nordeste e outras empresas interessadas no Sul do país, Rio de Janeiro e interior de São Paulo. Os contratos já existentes estão em fase de elaboração do projeto executivo, para então iniciar a construção da fábrica.

A empresa já recebeu um aporte com valor não revelado e está neste momento com sua segunda rodada de investimentos aberta. “Tem muita gente interessada, no Brasil e no exterior. Porque isso é algo que precisa ser feito, a indústria precisa dessa mudança. Se não formos nós, outra pessoa vai fazer”, afirma a empreendedora.
 

Causa da moradia


Anielle chama a atenção pela inteligência. A jovem foi tradutora da anistia internacional aos 12 anos e iniciou duas graduações (física e economia), que abandonou por serem “muito engessadas”.

Ela já palestrou em mais de 14 países em organizações como ONU, G20 e Banco Mundial e está entre os 30 jovens mais talentosos abaixo de 30 anos da Revista Forbes 2016.

Em 2014, Anielle foi fazer uma pós-graduação na Singularity Universtiy, da Nasa, onde entrou em contato com muitas das tecnologias que usa hoje em seu negócio.

Porém, o interesse pelo problema da moradia veio antes. Em 2012, ela trabalhou como tradutora para uma equipe do MIT (Massachusetts Institute of Technology), que veio ao Brasil estudar as favelas e para isso passou um tempo vivendo em algumas favelas e São Paulo.

“Conheci um pouco dessa realidade de perto e vi como a falta de infraestrutura afeta várias áreas da vida da pessoa. Não é só não ter uma casa. É não ter um endereço fixo, e isso te impedir de arrumar trabalho. Ou viver em condições insalubres, e seus filhos ficarem muito doentes”, conta.

“Essa foi uma experiência impactante para mim e me fez estar comprometida com a causa da moradia. Do outro lado, o que encontrei foi uma indústria completamente ineficiente. É como se tivesse oferta de um lado e demanda do outro e elas não estivessem se cruzando”, completa a empreendedora.

Os desafios de fazer esses dois lados se cruzarem, no entanto, são muitos. Afinal, não é fácil quebrar paradigmas numa indústria tão poderosa como a da construção civil -- a começar pela predominância dos homens à frente das empresas do setor.

“Hoje fica claro para mim que existe um preconceito inerente. É como se, por ser mulher e jovem, eu tivesse que provar 30 vezes mais a minha capacidade. É como se automaticamente eu não tivesse credibilidade. Já ouvi muita coisa, como ‘Tem um engenheiro homem por aí?’. Mas acredito que esse tipo de coisa se dissipa com fatos e realizações”, afirma.

Considerando os planos ambiciosos de Anielle, isso não será problema. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Investimentos das empresas atingem menor nível desde 2009



Thinkstock
Construção, construtora
Construção: setor é o que tem o pior índice capex/depreciação no país, de 33,6%
 
 
 
 
São Paulo - Os investimentos das empresas de capital aberto no Brasil atingiram o menor patamar desde 2009, de acordo com estudo da Economatica.

O cálculo foi feito a partir da relação capex/depreciação. Na fórmula, a compra líquida de ativo permanente anualizado de cada companhia é dividida pela depreciação, amortização e exaustão de fluxo de caixa anualizado.
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A mediana desse índice para as corporações brasileiras ficou em 112% em junho deste ano, menor nível da amostra desde dezembro de 2009, quando estava em 157,8%.

Apesar disso, o resultado indica que o investimento das empresas brasileiras é de 1,12 vez a depreciação, ou seja, é suficiente para cobrir a desvalorização dos ativos do parque industrial do país.

O levantamento leva em conta dados financeiros contábeis encaminhados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em todos os trimestres analisados.

A consultoria faz a ressalva de que a quantidade de companhias que reportaram os números varia a cada data, e portanto, a amostra varia.

Abaixo, veja a comparação do desempenho das empresas brasileiras com o das empresas dos Estados Unidos:

Gráfico da Economatica sobre capex das empresas
 

Por setor

O setor com a melhor mediana para o índice capex/depreciação é o de água, esgoto e outros sistemas, com 271,5%. Em seguida, aparece o de energia elétrica, com 211,4%.

Alguns segmentos apresentaram indicadores abaixo de 100%, o que indica que os investimentos não cobrem a depreciação. Entre eles, o pior resultado ficou com o de construção, com 33,6%. Compare na tabela:

Tabela da Economatica sobre capex das empresas