Como Zuckerberg acumula o cargo de chairman e CEO, a companhia tem um alto risco de governança
Hoje, o risco de governança da rede social é 10, o mais alto da escala feita pelo Institutional Shareholder Services (ISS).
Os acionistas fazem parte do grupo SumOfUs, que responsabiliza organizações pelos seus papéis em questões como direitos humanos e mudanças climáticas.
Segundo eles, a presidência do conselho deve ser ocupada por um membro independente do conselho. Caso esse membro deixe de ser independente, o documento sugere a criação de uma regra para que um novo membro seja escolhido para ocupar a presidência do conselho em até 60 dias.
O documento cita o antigo presidente do conselho da Intel, Andrew Grove: “Se o CEO é um funcionário da empresa, ele precisa de um chefe e esse chefe é o conselho. O chairman comanda o conselho. Como o CEO pode ser seu próprio chefe?”
A independência do conselho, alegam, é necessária depois da decisão da diretoria de aprovar uma nova estrutura de capital.
No ano passado, Zuckerberg anunciou que iria transferir 99% de suas ações para a Chan Zuckerberg Initiative, instituição que ele controla com sua esposa, e mais tarde doar esta fortuna para a caridade.
No entanto, para continuar com poder de voto mesmo tendo transferido suas ações, Zuckerberg criou uma nova classe de acionistas.
Por isso, diz o documento, um conselho independente é o primeiro passo para que todos os acionistas tenham representação nas decisões da empresa.
Além disso, os acionistas argumentam que “uma liderança independente do conselho seria particularmente construtiva no Facebook, já que nossa companhia enfrenta críticas crescentes a respeito do seu papel na promoção de notícias falsas, censura, discursos de ódio e inconsistências na aplicação das diretrizes e políticas de conteúdo da comunidade do Facebook, propagandas direcionadas baseadas na raça, colaboração com o reforço da lei e outros agentes governamentais e apelos à responsabilidade em relação aos impactos das práticas do Facebook nos direitos humanos”.