terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

GE vende mais 205 MW em turbinas eólicas no Brasil

 

O negócio é importante para a fabricante por ser fechado pouco após a queda da demanda por eletricidade no Brasil 

 








São Paulo – O conglomerado norte-americano GE fechou contrato para a venda de 205 megawatts em turbinas eólicas no Brasil, em negócio com a Companhia de Energias Renováveis (CER) que prevê a entrega de 82 máquinas para um complexo a ser construído na Bahia, disse um executivo da companhia à Reuters nesta segunda-feira.

O negócio é importante para a fabricante por ser fechado pouco após a queda da demanda por eletricidade no Brasil em meio à maior recessão em décadas levar o governo federal a cancelar em cima da hora um leilão para contratação de novas usinas eólicas e solares que havia sido agendado para dezembro.

“Para nós, foi um contrato realmente importante, trouxe um grande alívio. Esse volume nos ajuda a passar esse momento até um próximo leilão realmente acontecer… tirando esse projeto da CER, as oportunidades agora estão mais limitadas”, disse à Reuters o líder da GE para energia eólica na América Latina, Jean-Claude Robert.

O executivo estimou que a GE deverá fechar o ano com quase 5 gigawatts em máquinas instaladas no país, número que a manterá como líder no mercado eólico brasileiro.

Ele também ressaltou que as turbinas negociadas com a CER são a primeira venda no país de um novo modelo, com 2,5 megawatts em capacidade instalada, ante 1,7 megawatt da versão anterior do equipamento.

“Para nós era importante ter esse volume extra (em contratos) e também começar a comercializar essa máquina nova para o mercado brasileiro”, disse Robert.
O valor do negócio não foi revelado.

 

Desafio de curto prazo


Um baixo volume de contratação de energia eólica no Brasil em 2015 e o cancelamento do leilão de 2016 criaram um cenário bastante desafiador para os investidores e fornecedores ligados ao setor nos próximos anos, segundo a GE.

A empresa e outros fabricantes de equipamentos, como Vestas e Acciona, investiram em unidades locais nos últimos anos para atender um índice de nacionalização dos equipamentos exigido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao financiar projetos eólicos no país.

Agora, as empresas disputam um mercado que subitamente encolheu e ainda não tem definida uma projeção de retomada.

“O que foi leiloado nos últimos dois anos não é suficiente para sustentar os investimentos que foram feitos no Brasil. Precisamos de volume. Sem volume, toda essa história, que não só a GE, mas que a indústria fez, pode ser fragilizada”, afirmou Robert.

Apesar do alerta, o líder da GE para energia eólica no Brasil garantiu que a empresa tem um horizonte de investimento de longo prazo para o país.

“A GE vai continuar acreditando no Brasil… mas obviamente companhias que não têm essa musculatura da GE podem ser desafiadas de uma maneira maior”, disse Robert.

Ele também comentou que espera um movimento dos investidores e fornecedores do setor em geral para convencer o governo a realizar um leilão neste ano. “Com certeza daqui a pouco vamos precisar de energia de novo”, afirmou.


Sinochem pode vender fatia no campo de Peregrino, em Campos


 

Negócio levaria o conglomerado estatal a deixar um ativo que já foi considerado chave no passado devido aos baixos preços do petróleo





Cingapura / Nova Déli / Pequim – A petroleira chinesa Sinochem estuda a venda de sua fatia de 40 por cento no campo brasileiro de Peregrino, na Bacia de Campos, afirmaram à Reuters quatro fontes com conhecimento do assunto, em um negócio no qual o conglomerado estatal poderia deixar um ativo que já foi considerado chave no passado devido aos baixos preços do petróleo.

A empresa de petróleo e produtos químicos fechou a compra de sua atual participação junto à norueguesa Statoil por 3,07 bilhões de dólares em 2010 –vencendo uma série de rivais chinesas em busca de ativos de alta qualidade. A Statoil detém os outros 60 por cento de Peregrino, que é o maior campo de petróleo pesado operado pela companhia fora da Noruega.

Duas das fontes com conhecimento do assunto disseram que a Sinochem está se movendo para vender a maior participação em óleo e gás que detém no exterior –com capacidade para produzir 100 mil barris por dia –em meio a uma revisão de seus ativos para refletir a queda dos preços do petróleo nos últimos dois anos e meio.

Com isso em mente, disse uma das fontes, a Sinochem está lançando o processo de venda com um grande desconto em relação ao preço pago pela companhia na compra do ativo.

“Peregrino tem sido uma história de sucesso para a Statoil, não apenas tecnicamente, mas também financeiramente. O ativo oferece muito valor e tem um bom operador com a Statoil”, disse Horacio Cuenca, diretor de pesquisa de upstream para a América Latina na consultoria de energia Wood Mackenzie.

As expectativas de longo prazo para os preços do petróleo e os investimentos necessários nos próximos dois a três anos para desenvolver a segunda fase de produção de Peregrino determinarão o valor de qualquer possível venda de participação no ativo, afirmou Cuenca.

O processo para vender a participação brasileira ainda está em fase inicial e uma decisão final dependerá de como as negociações progridem, disseram as fontes familiarizadas com o assunto. As fontes falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a discutir o tema publicamente.

A Statoil preferiu não comentar.

Em uma resposta por e-mail, a assessoria de imprensa da Sinochem disse que a companhia “tem monitorado uma grande quantidade de oportunidades de negócios no mercado e está pronta para reajustar e otimizar sua estrutura de ativos no momento certo”. A Sinochem acrescentou, no entanto, que não faz comentários sobre projetos específicos.

Duas fontes disseram que a intenção da Sinochem de vender a participação foi compartilhada com a indiana Oil & Natural Gas Corporation. A ONGC não respondeu a pedidos de comentário.

Uma fonte disse que a fatia também deve ser oferecida a outros compradores internacionais, incluindo algumas empresas japonesas e a Kuwait Foreign Petroleum Exploration Company, que comprou a participação da anglo-holandesa Shell no campo de gás tailandês Bongkot por 900 milhões dólares no mês passado.

 

SINOCHEM – Gestora de ativos?


A possível venda da participação no campo de Peregrino– localizado a 85 km da costa brasileira– ocorre em um momento em que os preços do petróleo rondam os 50 dólares por barril, bem abaixo das máximas de anos recentes. Essa tendência também levou outros competidores da indústria a considerar a venda de ativos antes valorizados.

“A Sinochem está reajustando sua estrutura de ativos em energia”, disse um veterano da indústria de Pequim familiarizado com a estratégia da empresa. “Como uma produtora de petróleo de médio a pequeno porte, a exposição a ativos de custo mais elevado, como em águas profundas, tornou-se excessivamente desafiadora”.

“A empresa se vê mais como uma gestora de ativos. Isso se tornou mais claro sob a nova administração”, disse o executivo da indústria, referindo-se ao presidente do conselho da Sinochem, Ning Gaoning, que assumiu o cargo no ano passado.

A potencial venda da participação em Peregrino vem também antes da segunda fase do desenvolvimento do projeto, que deve demandar aproximadamente 3,5 bilhões de dólares, com a produção dessa nova fase prevista para o fim da década.

A segunda fase deve agregar cerca de 250 milhões de barris de reservas recuperáveis a Peregrino, que atualmente contém uma reserva estimada entre 300 milhões e 600 milhões de barris de óleo recuperável.


BTG prepara venda de grupo de farmácias BR Pharma por R$ 1



Controle da rede de farmácias deve ser comprado por Paulo Remy, hoje sócio da WTorre

 




São Paulo – A “limpeza” no portfólio de investimentos em empresas do banco BTG Pactual deve continuar nos próximos dias com a venda, por R$ 1, do controle da rede de farmácias BR Pharma ao empresário Paulo Remy, hoje sócio da construtora WTorre, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo fontes, Remy teria experiência em assumir negócios em dificuldades, pois trabalhou na consultoria Galeazzi & Associados, especializada em reestruturações.

A BR Pharma é um dos ativos mais problemáticos na carteira do BTG. O banco tentou montar uma gigante em farmácias a partir de aquisições realizadas em diferentes regiões do País.

No entanto, o negócio revelou-se de difícil retorno e a instituição teve de fazer aportes de capital no ativo. Em janeiro do ano passado, por exemplo, o BTG injetou cerca de R$ 400 milhões na BR Pharma.

Desde que resolveu desistir das farmácias, o BTG vinha vendendo separadamente as marcas. Em novembro de 2015, a Mais Econômica foi repassada ao fundo Verti, por R$ 44 milhões.

Em 2016, foi a vez da Rosário ser vendida à Profarma, por R$ 173 milhões. No entanto, o valor deveria sofrer um desconto, pois boa parte das lojas da Rosário estava enfrentando desabastecimento na época.

Ao passar o controle da BR Pharma adiante, o BTG sai do negócio sem receber nada, mas se livra de pesadas obrigações.

Hoje, a BR Pharma se resume às redes Big Ben, Farmácia Santanna e à cadeia de franquias FarMais.

Somente para comprar a Big Ben, o BTG gastou R$ 453 milhões, em novembro de 2011.

Não é a primeira vez que o BTG investe pesado num ativo para depois repassá-lo adiante com valor simbólico. A rede de varejo fluminense Leader, de apelo popular, foi vendida por R$ 1 ao advogado Fabio Carvalho. A Alvarez & Marsal assumiu a gestão.

O jornal O Estado de S. Paulo procurou a WTorre para falar sobre a entrada de Remy na BR Pharma, mas não obteve retorno. O BTG não quis comentar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


BHP Billiton eleva dividendos em meio a alta das commodities


Presidente executivo da mineradora, Andrew Mackenzie, disse que o foco principal da companhia continua sendo reduzir dívidas





Sydney – A mineradora gigante BHP Billiton recompensou os acionistas com dividendos acima do esperado nesta terça-feira, refletindo uma maior confiança no setor conforme uma alta nos preços das commodities eleva as receitas.

A BHP e outras mineradoras têm aproveitado a alta nos preços das commodities, resultante do apetite renovado da China matérias-primas importadas, que levou os preços do minério de ferro a subir mais de 80 por cento em 2016 e o do carvão a disparar até 300 por cento.

Contudo, o presidente executivo da BHP, Andrew Mackenzie, disse que o foco principal da companhia continua sendo reduzir dívidas, destacando incertezas quanto às perspectivas econômicas e políticas.

O executivo disse que apesar da preferência por fortalecer o balanço, a companhia quis sinalizar aos acionistas um comprometimento com fortes retornos.

O lucro líquido ajustado da companhia no primeiro semestre disparou, crescendo quase oito vezes, para 3,24 bilhões de dólares, ante 412 milhões de dólares na comparação anual. O resultado ficou próximo da estimativa de analistas de 3,4 bilhões de dólares.

A companhia declarou dividendos do primeiro semestre de 40 centavos de dólar por ação, ante 16 centavos há um ano, ultrapassando estimativas do mercado de 34 centavos por ação.


Burger King compra rede de frango frito Popeyes


Depois de retirar oferta de compra pela Unilever, fundos 3G Capital e Berkshire Hathaway buscam nova aquisição

 




São Paulo – A Kraft Heinz, do fundo 3G Capital e da Berkshire Hathaway, retirou sua oferta de US$ 143 bilhões pela Unilever, mas isso não impediu os fundos de buscarem fechar uma nova aquisição este ano.

A Restaurant Brands International, rede de fast food controlada pelo fundos 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann Marcel Telles e Beto Sicupira e pelo fundo Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, acabou de fechar a aquisição da rede Popeyes Louisiana Kitchen, baseada em frango frito.

A RBI é controladora do Burger King e, desde 2014, da canadense Tim Hortons, de doughnuts e cafés. Agora, acabou de abocanhar mais uma concorrente.

O valor da aquisição é de US$ 79 por ação em dinheiro, o que equivale a US$ 1,8 bilhão, um prêmio de 27% em relação ao preço médio das ações nos últimos 30 dias. A transação ainda está sujeita a análises e aprovações dos órgãos competentes.

“A aquisição da Popeyes adiciona uma marca bem-sucedida e altamente conceituada com grande fidelidade dos consumidores à RBI, uma das maiores empresas do mundo em serviços rápidos de restaurantes, que tem duas das redes mais icônicas do setor, Burger King e Tim Hortons”, afirmou a companhia em comunicado.

Fundada em New Orleans em 1972, a rede Popeyes tem mais de 2.600 restaurantes nos Estados Unidos e em outros 25 países. Já a RBI tem mais de 20.000 unidades em 100 países.

Em nota, o CEO da RBI, Daniel Schwartz, afirmou que “Popeye é uma marca poderosa com grande herança na Louisiana que ressoa com consumidores ao redor do mundo”.  “A medida em que Popeyes se torna parte da família RBI, acreditamos que conseguimos entregar crescimento e oportunidades para todos nossos parceiros, incluindo nossos valiosos funcionários e franqueados”, disse.

Para a presidente da companhia de Louisiana, Cheryl Bachelder, “o resultado (dessa parceria) é uma transação que entrega resultados imediatos para os acionistas da Popeye”.

A negociação pela rede Popeyes, de frango frito, começou há alguns meses.

Segundo a Bloomberg, o interesse se renovou na semana passada, quando a empresa fez uma nova oferta pela compra, envolvendo principalmente dinheiro. De acordo com a publicação, o valor de mercado da rede Popeyes é de US$ 1,37 bilhão, enquanto a companhia de Lemann e Buffeff vale US$ 25 bilhões.

Meirelles aponta setores que devem ser privatizados





Ministro citou companhias do setor financeiro , empresas de saneamento e de energia como alvos


Da Redação
redacao@amanha.com.br

 Henrique Meirelles aponta setores que devem ser privatizados

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (foto), afirmou na noite de segunda-feira (20), em entrevista à GloboNews, que o projeto de recuperação fiscal dos Estados exigirá a privatização de empresas de saneamento, eletricidade e do setor financeiro. A primeira versão proposta pela União exigia apenas a criação de um programa de desestatização, sem especificar as áreas que poderiam ser objetos de privatização. O governo do Rio Grande do Sul, por exemplo, tem afirmado que não quer abrir mão do banco estadual. Em contrapartida, tem oferecido outros ativos, como a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a distribuidora de energia CEEE.

Outro ponto destacado por Meirelles é que o ajuste demandará redução da renúncia fiscal dos Estados. Segundo Meirelles, os Estados terão de reduzir em pelo menos 20% os benefícios e incentivos tributários dados a empresas. “O ajuste nos Estados exigirá a proibição de aumentos salariais, de transferências de verbas entre entes federativos e de criação de subsídios, entre outros pontos”, revelou. Por outro lado, Meirelles afirmou que os Estados terão de elevar a arrecadação cortando subsídios já existentes, elevando as contribuições dos servidores e criando novas contribuições, além de fechar empresas públicas inviáveis. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, estima que o projeto de lei seja aprovado na Casa na primeira quinzena de março.


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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Governo busca investidores estrangeiros para mercado de petróleo

 

A refinaria Abreu e Lima, que opera com metade da sua capacidade em Pernambuco, deve ser aberta a parcerias privadas



 
O governo federal vai criar regras com o objetivo de atrair investidores estrangeiros para o mercado de refino de petróleo – hoje controlado quase que exclusivamente pela Petrobras.
 
A refinaria Abreu e Lima, que opera com metade da sua capacidade em Pernambuco, deve ser aberta a parcerias privadas.
 
A reorganização do setor vai ser definida pelo programa Combustível Brasil, lançado hoje (20) pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), no Recife.
 
O programa vai ouvir o setor privado, as refinarias já existentes, órgãos públicos e a Petrobras para estabelecer uma nova regulamentação do setor de modo a atrair investidores estrangeiros, desenvolver regras de acesso, melhorar infraestruturas portuárias e terminais de abastecimento de combustíveis e atuar na precificação dos ativos para garantir investimentos de longo prazo. A ideia é que o mercado tenha um papel maior na regulação do setor, de acordo com o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.
 
De acordo com o secretário, desde a Lei 9.478/1997, que quebrou o monopólio da Petrobras na área, já era permitida a entrada de estrangeiros no refino, mas 20 anos depois mais de 95% do setor ainda está nas mãos da estatal.
 
Para o gestor, é preciso remodelar o setor para aproveitar os potenciais brasileiros – quinto maior mercado de derivados do petróleo e de localização distante dos polos de produção, o que tornaria o país um local atrativo para implantação de novas refinarias privadas.
 
“Hoje a gente está em uma situação diferente, que a Petrobras está procurando atingir metas de desalavancagem, ter uma saúde financeira mais adequada. Tem um déficit de refino que há muito tempo não acontece e esse déficit tem que ser suprido. A gente tem que ter regras claras, robustas, que deem conforto para os investidores. Seja estatal, privado, os investidores vão vir”, afirma Félix.
 
Em entrevista à imprensa antes do evento, o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, disse que cabe à Petrobras decidir sobre a redução da participação no mercado de refino.
 
“Quem vai decidir se vai diminuir a participação é a própria Petrobras, agora o Brasil hoje tem já uma necessidade de refino de óleo. A Petrobras tem tomado algumas decisões de desinvestimento, não sei se é o caso do refino, mas o fato é que o Brasil já é o quinto maior produtor de derivados de petróleo do mundo e a expectativa é que isso possa aumentar com o crescimento da economia.”


Abreu e Lima

 
A refinaria Abreu e Lima é encarada pelo governo como um dos principais potenciais de crescimento do refino nessa remodelagem. Hoje ela opera com parte de sua capacidade, já que as obras foram paralisadas.
 
Segundo o ministro, 40% do óleo diesel S10 consumido no país é produzido no local. Atualmente ela é 100% estatal, pertencente à Petrobras.
 
Para concluir a refinaria, a entrada de investidores privados é estudada, segundo o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Aurélio Amaral.
 
“Para ela se tornar mais rentável e atrair mais investimento há necessidade de atrair parceiros, já que a Petrobras passa por momento de dificuldades em investimento para que a gente possa complementar a produção”, avalia.
 
De acordo com a apresentação do diretor executivo de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, a estatal já havia anunciado em seu Plano de Negócios e Gestão (PNG) de 2017 a 2021 uma reestruturação da empresa no downstream, que são as atividades relacionadas à distribuição e refino de derivados do petróleo.
 
A meta é que o modelo de parcerias com o setor privado em Exploração e Produção de petróleo seja expandido para o refino. A forma como isso será feito ainda está em definição.
 
A Agência Brasil perguntou ao diretor da Petrobras como seria o processo de investimento privado em Abreu e Lima e de quanto seria a redução da participação da estatal no mercado de refino, mas o gestor não quis falar com a imprensa.
 
O governo aposta alto na refinaria nessa remodelagem, segundo o secretário Márcio Félix. “Dentro do país, o local que tem maior perspectiva de curto prazo é Pernambuco. Com a conclusão do segundo módulo, que já está mais de 80% pronto, essa refinaria pode se tornar talvez até a maior do país. Mas esse ativo é da Petrobras. E com o arcabouço regulatório a empresa pode definir nos próximos meses como será feito”.

 

Consulta pública

 
Para fazer a reorganização do mercado, o governo vai ouvir o setor em um workshop que será realizado no Rio de Janeiro nos dias 7 e 8 de março, na sede da ANP. As propostas que resultarem do encontro serão levadas a consulta pública, disponibilizada no site do Ministério de Minas e Energia entre 20 de março a 20 de abril.
 
Um novo workshop será realizado no dia 3 de maio para aprovação do relatório final, no MME, em Brasília, e o projeto será levado à apreciação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no dia 8 de junho, de acordo com o planejamento apresentado hoje.

 

Concentração de mercado

 
O mercado de distribuição de combustíveis no Brasil é dividido basicamente entre quatro grandes corporações, incluindo a Petrobras – 28,6% do bolo é da BR Distribuidora, braço da estatal na área de logística.
 
Ipiranga, com 20,6% do total, e Raízen, com 19,3%, levam as maiores fatias no setor privado. A Ale fica com 4,7% e outras 100 distribuidoras, aproximadamente, respondem por 26,8% do fornecimento.
 
A desconcentração do setor foi alvo de perguntas na apresentação. Márcio Félix disse que esses questionamentos podem ser levados ao workshop do Rio de Janeiro. “Não vai ter assunto proibido”, disse.