Rio Grande do Sul e Santa Catarina concentram aproximadamente 90% do carvão mineral do Brasil
Uma política de desenvolvimento da matriz energética, levando
em consideração a utilização do carvão, foi a pauta da visita do
governador José Ivo Sartori e do ministro de Minas e Energia, Fernando
Coelho Filho, à Mineração a Céu Aberto do Baixo Jacuí e às instalações
da Copelmi Mineração, em Butiá, na segunda-feira (24). Também visitaram o
local, o secretário de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, e o
secretário de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia,
Vicente Lôbo.
Sartori agradeceu a visita do ministro para conhecer
o trabalho que vem sendo feito no Rio Grande do Sul, no âmbito da
extração de carvão mineral, e disse que o Estado está fazendo a sua
parte. "Em 2016 lançamos nosso plano de energia do Estado. E agora, no
começo deste semestre, vamos enviar para a Assembleia Legislativa o
Plano Carboquímico do Rio Grande do Sul, extremamente importante para
essa região que deseja o desenvolvimento e atração de investimentos",
afirmou o governador. Em missão oficial ao Japão, no último mês de
junho, Sartori visitou a Usina Hitashinaka Power Plant, em Tokai-Mura
(Ibaraki), e participou de reuniões sobre a exploração sustentável do
carvão e a possibilidade de aproveitamento da tecnologia japonesa no Rio
Grande do Sul. Além desses encontros, o governador reuniu-se com
executivos da Copelmi e das empresas PWC Advisory LLC, Tokyo Eletric
Power Company Holdinfs e IHI Corporation. Já existe, concluído, um
estudo de viabilidade para a construção, no Rio Grande do Sul, de uma
usina térmica de carvão de alta eficiência para geração de energia
idêntica à que foi visitada no Japão pela missão gaúcha.
O
ministro Coelho Filho disse que seu roteiro desta segunda-feira começou
em Santa Catarina, em Criciúma, e destacou que para o Ministério de
Minas e Energia essas visitas são importantes para ter um olhar mais
atento. Os dois Estados concentram aproximadamente 90% do carvão mineral
do Brasil. Cerca de 14 empresas utilizam o carvão mineral no Brasil, a
maior parte delas na Região Sul. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina
e no Paraná, a cadeia Termelétrica gera em torno de 53 mil empregos
diretos e indiretos e movimenta cerca de R$ 12 bilhões ao ano.
Segundo
Coelho Filho, essa é uma indústria que movimenta a economia, com
geração de emprego e renda, e sinaliza a investidores que o país está
trabalhando. "A ideia é elaborar, assim como o Estado está fazendo, um
planejamento com começo, meio e fim da utilização do carvão mineral, do
ponto de vista do fornecimento energético, e enviar ao congresso",
destacou. Questionado sobre a inclusão do carvão no próximo leilão de
energia, o ministro afirmou que o governo federal pretende abrir um novo
processo em novembro ou dezembro deste ano e disse que em agosto um
grupo de trabalho será criado, com diversas áreas afins, para estudar a
questão. O último leilão de energia que teve um projeto a carvão
concorrendo ocorreu em 2014. "Se tivermos tempo hábil queremos incluir.
Não sei se vai ser no volume que todos esperam, mas queremos fazer um
leilão contemplando o maior número de fontes possíveis ainda este ano",
destacou.
O ministro revelou que o volume a ser contratado na
próxima disputa pode não ser muito grande, pois houve uma retração do
consumo de energia por conta da crise econômica; contudo, a ideia é
contemplar o maior número de fontes energéticas possíveis. Coelho Filho
acrescentou que o governo federal já tem uma consulta pública lançada, e
a meta é enviar em setembro para o Congresso o novo marco do setor
elétrico. A perspectiva é propiciar o desenvolvimento da matriz
energética, abrangendo todas as fontes. "As próprias lideranças (do
carvão) não querem ir além do percentual que têm hoje, querem manter o
que têm, mas, para isso, precisam de contratos novos de energia",
comentou.
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