Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Cientista defende que a bebida é fortemente dependente das memórias e emoções
Por Marcos Graciani
graciani@amanha.com.br
Um copo de vinho, quem diria, também pode ser um excelente
exercício para o cérebro. Esta é a tese do neurocientista Gordon
Shepherd, da Faculdade de Medicina de Yale, nos Estados Unidos. Ele
afirma que beber vinho desperta reações tanto nas partes sensoriais como
emocionais do cérebro. No seu livro “Neuroenology: How the Brain
Creates the Taste of Wine”, o especialista criou o termo
"neurogastronomia" para descrever o estudo de como o cérebro cria a
sensação de sabor. No mesmo livro, Shepherd defende que o gosto é apenas
uma ilusão, produzida pelos nossos sentidos e emoções que
posteriormente irá traduzir a percepção que temos dos alimentos e
bebidas.
"O sabor não está no vinho. O sabor é criado pelo cérebro
de quem o ingere num processo que implica o movimento do vinho através
da boca e do ar infundido pelo álcool através do nariz, fazendo com que o
cérebro formule o sabor. A parte mais importante desta ativação do
cérebro está no momento em que expiramos o ar infundido com o aroma que
cheiramos”, explicou ao jornal britânico Daily Mail.
O cérebro
constrói uma imagem das cores através de informações que os olhos
retiram de como a luz atinge os objetos em volta. "As moléculas do vinho
não têm sabor nem cheiro, mas quando estimulam os nossos cérebros, é
criado o sabor da mesma forma que cria a cor", afirmou o especialista à
Rádio National Public. O neurocientista crê que o vinho é fortemente
dependente das nossas memórias e emoções, conclui, então, que beber
vinho estimula mais o cérebro que ouvir música ou resolver uma equação
matemática.
A
XP Investimentos bate recordes de ativos sob custódia e de captação,
prepara o lançamento de um banco e projeta se transformar na maior casa
de investimentos do Brasil em cinco anos. Para que isso aconteça, terá
de superar as maiores instituições financeiras e seu novo sócio, o Itaú
1. Carlos Ferreira, head de
renda variável / 2. Julio Capua, CFO / 3. Daniel Lemos, COO e head de
produtos / 4. Guilherme Benchimol, fundador e CEO / 5. Gabriel Leal,
head comercial e de relacionamento com clientes / 6. Fernando
Vasconcellos, head de marketing (Crédito: Gabriel Reis)
Márcio Kroehn
No próximo dia 30 de agosto, Guilherme
Benchimol, fundador e CEO da XP Investimentos, estará em Chamonix, nos
Alpes franceses, para dar início a uma longa jornada de 120 quilômetros.
Ele terá até 34 horas para cumprir o percurso e vencer uma elevação
aproximada de 7,2 mil metros de altitude. Se conseguir completar a
Ultra-Trail du Mont-Blanc, Benchimol terá superado a barreira centenária
pela segunda vez em poucos dias. A primeira, alcançada no dia 15, não
foi um feito exclusivo do ultramaratonista, embora a escalada também
tenha sido íngreme.
A empresa independente de investimentos, criada por ele em 2001, numa
pequena sala de Porto Alegre, bateu a marca de R$ 100 bilhões sob
custódia em ações, fundos, seguros, previdência, renda fixa, tesouro
direto e investimentos no exterior. Há sete anos, a companhia tinha um
centésimo desse valor. No final deste ano, a projeção indica que a XP
chegará a R$ 130 bilhões, um volume possível pelos recordes mensais de
captação. Em agosto, a casa deve atrair R$ 5 bilhões de novos recursos.
“O que a gente tinha sob custódia em todo o ano de 2010 a gente capta,
agora, em poucos dias”, diz Benchimol (leia entrevista aqui).
Tanto apetite por recordes tem uma justificativa. Em cinco anos, a XP
quer se tornar a maior casa de investimentos do Brasil, superando Banco
do Brasil, Itaú e Bradesco. Esses três principais bancos comerciais do
País concentram mais da metade dos R$ 3,3 trilhões em investimentos de
cerca de 30 milhões de brasileiros. Para superar esses bancões, a XP
terá de multiplicar por, pelo menos, nove vezes o seu volume atual sob
custódia. Para alcançar os R$ 900 bilhões, Benchimol acredita em dois
pilares: qualidade na prestação de serviço e oferta de bons produtos. O
primeiro ponto é seu exército de agentes autônomos de investimento, que
são os especialistas responsáveis por convencer uma pessoa comum a
trocar o tradicional relacionamento com o banco pela XP.
“Não é criar mercado, é convencê-lo de que investir com a gente é
incomparavelmente melhor do que em qualquer outro banco comercial do
Brasil”, diz Benchimol. Na visão da empresa, os investimentos precisam
ser tratados como a saúde: um especialista é muito mais preciso que um
clínico geral. Há cinco anos, a XP tinha pouco mais de 880 agentes
autônomos, número que está próximo de 2,4 mil. Daqui a três anos, o
objetivo é ter 10 mil. Cabe a esses “soldados” mostrar que um fundo com
características idênticas na XP e num grande banco, por exemplo, tem
retornos distintos.
Ainda há centenas de fundos DI que cobram taxas de administração
perto de 3% ao ano. A XP tem um produto com características semelhantes a
0,3%. “Sempre tivemos metas audaciosas por acreditar que existe
uma oportunidade muito grande no Brasil de oferecer um serviço
diferente para investimentos”, afirma Gabriel Leal, head
comercial e de relacionamento com cliente do Grupo XP. A solução foi
ofertar fundos de terceiros. “Até pouco tempo atrás, os bancos
rejeitavam conceitos como assessoria de investimentos ou plataforma
aberta. Hoje, o jogo virou”, complementa Fernando Vasconcellos, head de
marketing.
O segundo pilar de Benchimol é a oferta de produtos. Sua prateleira
tem mais de 25 emissores de renda fixa e oferece mais de 400 fundos de
investimento, como os da Verde Asset, Adam Capital, Garde Asset e AZ
Quest (os fundos são responsáveis por metade da captação da XP). A Verde
Asset Management, por exemplo, do badalado gestor Luis Stuhlberger,
detém R$ 32 bilhões sob gestão e não é acessível a todo tipo de
investidor, por exigir um valor alto para aplicação. Em abril, a XP
passou a distribuir um desses fundos, com tíquete de R$ 50 mil. “A XP
tem sido mais rápida e aproveitado as oportunidades de mercado, como as
debêntures de infraestrutura, em 2012, e a oferta de CDB”, diz Daniel
Lemos, Chief Operating Officer e head de produtos do Grupo XP. “Cada vez
tem mais concorrência e a velocidade de acompanhar o nosso movimento
tende a diminuir.”
Dentro dessa oferta de plataforma aberta, cabe até um banco. É isso o
que eles querem mostrar ao mercado, assim que o Banco Central emitir a
autorização para o funcionamento do Banco XP. O processo está em análise
há mais de um ano pela autoridade monetária e a expectativa é que
consiga entrar em atividade no primeiro semestre de 2018. A diferença do
banco da XP é que ele será uma marca ao lado das outras e não a
principal atividade. Como será isso? Um cliente poderá fazer todos os
tipos de operações financeiras com a XP, mas a conta corrente, o cartão
de crédito e o financiamento não serão as principais. O modelo é
inspirado na gigante americana Charles Schwab, criada no início da
década de 1970, em São Francisco, como uma corretora de valores.
A Schwab, que hoje tem US$ 3,1 trilhões sob custódia, mexeu com a
estabilidade de tradicionais casas, como o Merrill Lynch, ao cortar
drasticamente as taxas dos investidores. Ao longo do tempo, foi uma das
pioneiras na negociação online de ações e ampliou a oferta de aplicações
aos clientes, como fundos de investimento e títulos do Tesouro dos
Estados Unidos. Assim como a XP quer oferecer produtos bancários, a
Schwab tem essa possibilidade entre seus serviços, num total de 1,2
milhão de contas. Mas o modelo americano foi colocado à prova quando a
Schwab saiu às compras após o estouro da bolha da internet, em 2000, e
adquiriu o private bank US Trust e o banco de investimentos Soudview. A
diversificação afastou a empresa daquilo que a diferenciou do mercado. A
XP quase caiu nessa mesma tentação.
No início do ano passado, quando o Citigroup anunciou a intenção de
vender a operação de varejo do Citi no Brasil, a XP apareceu como um
potencial interessado. O mercado comenta que a avaliação da XP foi muito
séria, inclusive envolvendo seus investidores estrangeiros, que
poderiam fazer o aporte de capital. Mas, além da entrada de competidores
como Santander e Itaú (que arrematou o banco por R$ 710 milhões), os
sócios da XP avaliaram que não queriam ser vistos nem como banqueiros
nem como vorazes compradores de um ativo pouco estratégico. “O Guilherme
tem uma obsessão por novos projetos, por tentar e errar”, diz um
ex-sócio, que deixou a empresa em 2012. “Mas uma de suas características
é começar pequeno e não perder o controle.”
Durante um ano e meio, Benchimol viveu um dos poucos momentos
em que ele se tornou um passageiro da agonia. Um fantasma passou a
ameaçá-lo após a XP ter sido vítima de roubo de informações
confidenciais. Uma quadrilha montou um email falso para capturar a senha
de acesso à plataforma da empresa. Um funcionário não se deu
conta do golpe, colocou seus dados e os bandidos conseguiram 29 mil
dados de clientes. Com isso, passaram a chantagear Benchimol, que se
recusou a pagar R$ 22 milhões em bitcoins (moeda virtual que não deixa
rastros) para se ver livre dessa ameaça. O episódio é tratado com muito
cuidado internamente, pois o erro poderia ter custado caro. Ele serviu
para aumentar os níveis de segurança de acesso ao sistema. Hoje, todos
têm um token de acesso.
A XP não comenta o assunto, apenas informa que todos os detalhes
foram enviados às autoridades para investigação da Polícia Federal, do
Ministério Público Federal e do Banco Central. Recém-formado em economia
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Benchimol passou a fazer
parte do time da corretora Investishop. Sua missão era vender uma
plataforma virtual de negociação de ações, num momento de crescente
interesse pela tecnologia. Mas o projeto não deu certo e ele foi
demitido. Benchimol se mudou para uma corretora gaúcha, mas o projeto
não vingou. Em Porto Alegre, conheceu Marcelo Maisonnave, com quem criou
a própria empresa de investimentos, que chamaram de XPTO, por total
falta de criatividade – com o tempo, decidiram cortar pela metade a
marca.
Além dos dois sócios, eles tinham dois estagiários. Um deles, porém,
decidiu trocar a startup pela segurança do salário do JP Morgan. Para
não perder metade da equipe, os sócios decidiram oferecer 10% de
participação a Ana Clara Sucolotti. A XP só conseguiu sobreviver graças à
adoção do modelo de partnership. Dessa sociedade, Ana Clara e Guilherme
engataram um namoro e depois se casaram. Ela já deixou a empresa. O
modelo inicial deu tão certo que se transformou na base de tudo o que a
XP fez dali para frente. Julio Capua, CFO do Grupo XP, foi o quarto
sócio da empresa. Para convencê-lo a entrar para o time, ofereceram uma
participação no negócio.
“Aprendemos desde cedo a dividir para crescer, pois sempre
acreditamos que o nosso sucesso dependeria de pessoas”, afirma ele.
“Desde o início nos inspiramos em alguns modelos bem sucedidos de
partnership do mercado. No começo era uma necessidade, pois não tínhamos
dinheiro para atrair executivos seniores para a empresa.” A XP, de
fato, não importa em dividir e sente que profissionais trabalham melhor
quando têm algo a perder. Mas para ser sócio não basta ter performance. A
meritocracia tem o mesmo peso que o comportamento e a cultura.
A XP quer um alinhamento horizontal e, internamente, todos afirmam
que não querem ter como sócio alguém desagradável. DINHEIRO conversou
com dois ex-funcionários que relativizam essa história. “Alguns sócios
não têm esse comportamento exemplar de dividir e ensinar. Há, sim, quem
queira atropelar o outro para ganhar participação”, afirmou um deles. “É
como acontece em todo o mercado financeiro.” Hoje, são 32 sócios com
mais de 0,5% da Holding e mais de 200 associados com participação
acionária, além dos seis sócios majoritários.
SONHO GRANDE
Os planos de sonho grande de Benchimol e
sua trupe ganharam um atalho no início de maio, quando o Itaú anunciou a
compra de 49,9% da empresa por R$ 5,7 bilhões, o que elevou o valor de
mercado para R$ 12 bilhões. A XP quadruplicou de tamanho em 12 meses. Em
abril de 2016, a General Atlantic, fundo americano de private equity,
já havia feito uma injeção de capital na empresa e adquirido a
participação do fundo inglês Actis. A operação, naquele período, avaliou
a XP em R$ 3 bilhões. Ali, o plano era alcançar os grandalhões do
mercado financeiro em 10 anos.
“O Itaú é um selo de qualidade, que nos agrega uma estrutura sólida e
consistente”, afirma Benchimol. “Antes era preciso explicar que a XP
começou em 2001, em Porto Alegre. Com o Itaú como sócio, encurtamos essa
história. Fica mais simples e mais fácil mostrar credibilidade e
convencer o cliente que somos uma empresa séria.” A assinatura do
contrato com o Itaú aconteceu um dia depois de a XP ter protocolado na
Comissão de Valores Mobiliários o prospecto para o seu lançamento
inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), na bolsa de valores. O plano
era acessar o mercado e aumentar a governança corporativa, uma
exigência que clientes mais endinheirados começaram a fazer para
acreditar na solidez da instituição financeira que vai movimentar seus
investimentos.
O interessante dessa história é que o IPO e a associação com o Itaú
caminharam juntos. Em janeiro, no início do road show para apresentar a
XP a investidores, Benchimol almoçou com Roberto Setubal, na sede do
banco. Ali, desenharam uma carta de intenções numa folha de papel
sulfite. Naquele momento, o fundador da XP colocou o Itaú como seu Plano
A, por tudo o que o banco poderia agregar à sua empresa. Mas ele não
tinha como paralisar o processo do IPO, principalmente porque era o
único que a empresa poderia controlar. Se não vingasse com o Itaú, a XP
não atrasaria os seus planos.
O mercado comenta que grandes fundos internacionais, como o Temasek,
de Singapura; o Texas Pacific Group (TPG); o chinês GAC eram potenciais
interessados em ancorar o IPO, termo utilizado no mercado para garantir
que a operação seja bem-sucedida. O Itaú, porém, interrompeu esse
processo e formalizou o que Benchimol e Setubal tinham colocado na folha
A4 naquele almoço: o Itaú tinha interesse na independência da XP e
nesse novo modelo de negócio para os investimentos, enquanto a XP
ganhava a confiança de um importante parceiro, sem abrir mão do
controle. “A XP é o maior caso de sucesso do empreendedorismo dos
últimos 30 anos”, afirmou Setubal, durante a Expert, um evento
organizado pela sua nova sócia. “A empresa está três anos à frente da
concorrência. Ela vai tirar todos os bancos da zona de conforto, como
tirou o Itaú.”
A Ultrapar divulgou Fato Relevante com seu posicionamento
sobre o parecer dado pela Superintendência Geral (SG) do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que recomendou ao Tribunal do
órgão a reprovação da compra da Liquigás, controlada pela Petrobras,
pela Ultragaz, do Grupo Ultra.
Além de lembrar que o parecer da SG não é vinculativo, e que cabe ao
Tribunal do Cade a decisão final sobre a operação, a Ultrapar ressalta
que seguirá buscando a aprovação junto ao Tribunal, “de maneira a
afastar as preocupações concorrenciais apontadas pela SG”.
A Petrobras também se manifestou, e afirma que as duas companhias
“acreditam que há iniciativas capazes de solucionar as preocupações
concorrenciais levantadas pela SG e continuarão colaborando com o Cade,
com vistas a obter a aprovação desta operação”.
Maior empresa de franquias do Brasil com mais de 4 mil pontos
de venda, o Grupo Boticário prevê a abertura de mais 100 unidades em
2017, conforme afirmou o presidente, Artur Grynbaum. Ele participa do
Latam Retail Show, evento do setor de varejo em São Paulo nesta
terça-feira, 29.
O número de aberturas previstas é equivalente ao de 2016, quando a
companhia também inaugurou 100 pontos de venda. Até o momento este ano,
já foram 44 novos pontos, disse Grynbaum.
O executivo considerou que o desempenho da companhia tem sido
superior ao da média do mercado de cosméticos. Em 2015 e 2016, a
indústria de cosméticos teve quedas consecutivas de vendas da ordem de
6% e 9% respectivamente.
Já o Grupo Boticário cresceu 8,6% e 7,5% nestes mesmos anos.
A empresa indonésia Asia Pulp & Paper (APP) está em negociações
avançadas para fechar a compra da brasileira Eldorado Celulose,
controlada pela J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Segundo
fontes próximas à transação, a aquisição do controle da companhia deve
ser anunciada nos próximos dias, por cerca de R$ 15 bilhões.
Metade desse valor deve ir para o caixa da J&F, que detém uma
participação de 80% na Eldorado. A outra metade seria usada para pagar
dívidas da companhia, que giram em torno de R$ 8 bilhões.
Em nota, a J&F disse que não comentaria as negociações e reiterou
“que os processos seguem os trâmites usuais para operações dessa
natureza.”
Além da proposta da empresa indonésia, que está sendo assessorada
pelo banco BTG, a Eldorado recebeu outras ofertas. Segundo informou a
Coluna do Broadcast na edição de ontem, a Fibria, maior companhia do
setor, estaria disposta a pagar até US$ 12 bilhões pelo ativo. A chilena
Arauco, que chegou a negociar de forma exclusiva com a Eldorado,
ofertou R$ 14 bilhões pela companhia, valor que caiu a R$ 11,5 bilhões
após auditoria nas contas da empresa. Um dos fatores que atualmente
contamina o balanço da Eldorado é o fato de créditos tributários, como
ICMS, serem contabilizados como geração de caixa.
A Eldorado também tem os fundos de pensão Funcef (Caixa) e Petros (da
Petrobrás) como acionistas. Funcef e Petros fazem parte do fundo de
investimento (FIP) Florestal, que também tem a holding dos irmãos
Batista como sócio.
Vários ativos da J&F, dona da Friboi, foram colocados à venda
após as delações dos irmãos Batista, em maio. O grupo já vendeu
importantes negócios, como as operações de carnes da América do Sul para
o frigorífico Minerva, por US$ 300 milhões; a Alpargatas, para a
Cambuhy e Itaúsa, por R$ 3,5 bilhões; e a Vigor, para o grupo mexicano
Lala, por R$ 5,7 bilhões.
Em maio, os irmãos Batista fecharam acordo de leniência com o
Ministério Público Federal e se comprometeram a pagar multa de R$ 10,3
bilhões.
A J&F, empresa que controla a JBS, contratou o banco BR
Partners para fazer a mediação entre a família Batista, dona de cerca de
43% do grupo, e o braço de participações do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o BNDESPar, que detém 21,3%
da companhia de alimentos.
O colegiado da JBS tem nove conselheiros: dois independentes, dois
indicados do BNDESPar e o restante é formado por executivos do grupo e
representantes da família Batista.
Na votação, segundo apurou o Estado, apenas os integrantes que
representam o banco de fomento – Claudia de Azeredo Santos e Maurício
Luchetti – votaram pela saída de Wesley.
O argumento pela permanência do controlador, que tem mandato até
2019, é o de que Wesley é considerado peça importante nas renegociações
de dívidas da companhia. Também fazem parte do conselho Tarek Faharat
(atual presidente do colegiado), José Batista Sobrinho (o Zé Mineiro,
fundador do grupo), Gilberto Xandó (presidente da Vigor), Humberto
Farias (executivo da Âmbar) e o próprio Wesley Batista. Sérgio Waldrich
(ex- Bunge) e Norberto Fatio(da consultoria Sotegen) são os integrantes
independentes.
Ponte.
O BR Partners, que assessorou o grupo francês
Casino, dono do Grupo Pão de Açúcar, na disputa societária com Abilio
Diniz, vai propor ao BNDESPar adiar a assembleia, marcada para
sexta-feira, por 90 dias, para que os acionistas busquem uma solução
amigável entre eles. Procurado, o BR Partners e J&F não quiseram se
manifestar sobre o assunto. O banco de fomento não retornou os pedidos
de entrevista.
O Estado apurou que o banco de investimento vai tentar marcar uma reunião com o BNDESPar antes da assembleia.
No mesmo fato relevante divulgado ontem, a JBS informou que está
implementado mudanças, entre elas a aprovação no conselho de
administração do afastamento de Joesley Batista; a contratação do
escritório americano White & Case para implementar o programa
de compliance, que dará maior transparência à companhia, além da busca
de uma consultoria para avaliar os riscos e gestão financeira da
empresa.
O grupo, que colocou à venda diversos ativos para fazer frente ao
acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões fechado com o MPF, renegocia o
alongamento de dívidas de cerca de R$ 20,5 bilhões com bancos.
Nos últimos meses, a companhia se desfez de importantes negócios,
como Vigor (vendida para o grupo mexicana Lala), Alpargatas (para
Cambuhy e Itaúsa, empresas de investimentos de sócios do Itaú Unibanco),
além das operações da América do Sul da JBS (para o Minerva).
O grupo negocia ainda a venda da Moy Park (complexo de carne
processada com base na Irlanda), da Âmbar (energia) e da Eldorado
(celulose). Há negociações em andamento com a empresa asiática APP, mas
fontes do mercado afirmam que a Fibria teria interesse no negócio.
Houve alta do índice em 11 dos 19 segmentos avaliados
Por Agência Brasil
redacao@amanha.com.br
O Índice de Confiança da Indústria avançou 1,4 ponto em
agosto, totalizando 92,2 pontos, segundo levantamento da Fundação
Getulio Vargas (FGV) divulgado nesta terça-feira (29) em São Paulo.
Houve alta do índice em 11 dos 19 segmentos industriais avaliados.
O
Índice da Situação Atual subiu 1,6 ponto para 90,0 pontos, o maior
valor desde maio de 2014. Contribuiu para o resultado a melhor percepção
sobre o nível dos estoques. A parcela de empresas que avaliam os
estoques como excessivos caiu de 12,1% em julho para 10,8% em agosto, o
menor percentual desde fevereiro de 2014.
Aumentou também o
percentual de empresas que consideram o nível de estoques insuficiente:
de 3,3% para 3,6% entre julho e agosto. Na avaliação da FGV, após piora
consecutiva por quatro meses, as empresas continuam com estoques
industriais indesejados em agosto.
O Índice de Expectativas
aumentou 1,0 ponto e foi para 94,4 pontos. Contribuíram as melhores
perspectivas para a produção nos três meses seguintes. O levantamento
registrou alta na proporção de empresas prevendo produção maior de 29,1%
para 34,2%. Aquelas que estimam produção menor passaram de 17,7% para
20,2% do total. Com o resultado, o indicador de produção prevista
avançou 2,9 pontos, para 96,3 pontos. O Nível de Utilização da
Capacidade Instalada recuou 0,6 ponto percentual em agosto para 74,1%,
nível próximo ao de junho e inferior à média no ano, de 74,5%.