A J&F, empresa que controla a JBS, contratou o banco BR
Partners para fazer a mediação entre a família Batista, dona de cerca de
43% do grupo, e o braço de participações do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o BNDESPar, que detém 21,3%
da companhia de alimentos.
O colegiado da JBS tem nove conselheiros: dois independentes, dois
indicados do BNDESPar e o restante é formado por executivos do grupo e
representantes da família Batista.
Na votação, segundo apurou o Estado, apenas os integrantes que
representam o banco de fomento – Claudia de Azeredo Santos e Maurício
Luchetti – votaram pela saída de Wesley.
O argumento pela permanência do controlador, que tem mandato até
2019, é o de que Wesley é considerado peça importante nas renegociações
de dívidas da companhia. Também fazem parte do conselho Tarek Faharat
(atual presidente do colegiado), José Batista Sobrinho (o Zé Mineiro,
fundador do grupo), Gilberto Xandó (presidente da Vigor), Humberto
Farias (executivo da Âmbar) e o próprio Wesley Batista. Sérgio Waldrich
(ex- Bunge) e Norberto Fatio(da consultoria Sotegen) são os integrantes
independentes.
Ponte.
O BR Partners, que assessorou o grupo francês
Casino, dono do Grupo Pão de Açúcar, na disputa societária com Abilio
Diniz, vai propor ao BNDESPar adiar a assembleia, marcada para
sexta-feira, por 90 dias, para que os acionistas busquem uma solução
amigável entre eles. Procurado, o BR Partners e J&F não quiseram se
manifestar sobre o assunto. O banco de fomento não retornou os pedidos
de entrevista.
O Estado apurou que o banco de investimento vai tentar marcar uma reunião com o BNDESPar antes da assembleia.
No mesmo fato relevante divulgado ontem, a JBS informou que está
implementado mudanças, entre elas a aprovação no conselho de
administração do afastamento de Joesley Batista; a contratação do
escritório americano White & Case para implementar o programa
de compliance, que dará maior transparência à companhia, além da busca
de uma consultoria para avaliar os riscos e gestão financeira da
empresa.
O grupo, que colocou à venda diversos ativos para fazer frente ao acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões fechado com o MPF, renegocia o alongamento de dívidas de cerca de R$ 20,5 bilhões com bancos.
Nos últimos meses, a companhia se desfez de importantes negócios, como Vigor (vendida para o grupo mexicana Lala), Alpargatas (para Cambuhy e Itaúsa, empresas de investimentos de sócios do Itaú Unibanco), além das operações da América do Sul da JBS (para o Minerva).
O grupo negocia ainda a venda da Moy Park (complexo de carne processada com base na Irlanda), da Âmbar (energia) e da Eldorado (celulose). Há negociações em andamento com a empresa asiática APP, mas fontes do mercado afirmam que a Fibria teria interesse no negócio.
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