Por Aluisio Alves
CAMPOS
DE JORDÃO, São Paulo (Reuters) - O Brasil está costurando com
Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México a criação de um mecanismo que
permitirá flexibilizar o trânsito de recursos entre eles por meio de
fundos de investimentos, disse nesta sexta-feira à Reuters o presidente
da entidade do mercado financeiro Brain, Carlos Takahashi.
O
instrumento, apelidado de passaporte de fundos, é inspirado em um modelo
já existente na Europa (Ucits) e em parte da Ásia (Asean CIS), onde
integra Malásia, Cingapura e Tailândia, entre outros.
"É uma
forma de diversificar os investimentos de forma mais simples e barata do
que das formas que temos hoje, disse Takahashi às margens do 8º
Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais.
Diferente
dos fundos offshore, que exigem uma estrutura mais cara e burocrática, o
produto permite que investidores comprem localmente cotas de fundos
sediados em qualquer dos países membros da parceria, como se fosse um
produto doméstico.
Nesse desenho, um gestor brasileiro poderá
vender nos demais países do acordo parte das cotas de um fundo de
investimento criado e distribuído aqui. Os demais investidores latinos
que entrassem no fundo teriam uma espécie de recibo de cota, modelo
semelhante ao que já acontece com os BDRs, os recibos de ações.
Os
fundos podem ser oferecidos inclusive a investidores de varejo nos
demais países. Para isso, esses produtos precisam ser aderentes às
regras locais da indústria de fundos, explicou o executivo.
Segundo
Takahashi, o assunto já vem sendo discutido há cerca de três anos com
órgãos reguladores do mercado de capitais na América Latina e em breve
pode ser assinado um memorando de entendimentos entre eles para que o
projeto possa entrar em vigor no prazo de um a dois anos.
O projeto tem apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por considera-lo um bem público regional.
Como
não há necessidade de aprovações legislativas prévias dos países
membros da parceria, a expectativa é de que a implementação do
passaporte de fundos seja rápida, concluiu o executivo.
Criada em
2010 com objetivo principal de tornar o Brasil num hub internacional de
investimentos, a Brain é uma entidade apoiada por instituições do
mercado financeiro como Anbima e Febraban.
Nenhum comentário:
Postar um comentário