Os dados mais recentes sobre a economia brasileira parecem
indicar que a recuperação está mais disseminada entre os setores, e não
apenas concentrada no agronegócio. Essa é a avaliação do economista e
ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, da consultoria
Schwartsman e Associados.
Ele chama a atenção para o fato de o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), que fechou o segundo trimestre com expansão de 0,25%, ter avançado pelo segundo trimestre consecutivo. Para Schwartsman, o processo de recuperação deve continuar no segundo semestre e permitir crescimento “razoável” para o País em 2018, de 2,5%. Confira os principais trechos da entrevista.
Qual é a percepção em relação à recuperação da economia?
Os dados têm mostrado tendência de recuperação. Não é uma recuperação extraordinária, é bastante modesta, mas está em linha com o esperado. Do ponto de vista do IBC-Br, estamos falando de dois trimestres consecutivos de expansão, algo que não víamos desde o fim de 2013. O IBC-Br em si não diz muita coisa, porque é apenas um número agregado, mas quando olhamos para o conjunto das evidências – varejo, produção industrial, serviços – a recuperação parece mais disseminada. O desempenho no primeiro trimestre esteve muito ligado à agricultura, mas no segundo trimestre o crescimento parece ser mais difundido por outros setores. Em particular, o consumo, que seria capturado pelas vendas no varejo, sugere que alguma reação está vindo por aí.
Esse processo de recuperação continua no segundo semestre?
Acredito que sim. Todas as condições que levaram a isso estão presentes e se intensificam. Em particular, o efeito mais vigoroso da queda da taxa de juros (Selic) acontece agora. E já temos sinais de recuperação da renda do trabalho. Tudo isso aponta para um consumo um pouco mais forte na segunda metade do ano. Em 2017, o crescimento como um todo não vai ser grande coisa, mas 2018 pode apresentar um número mais razoável, de 2,5%. As coisas parecem estar, aos poucos, indo para o lugar, apesar dos muitos desafios.
A dificuldade do governo para colocar a área fiscal em ordem pode prejudicar o crescimento?
Sim, mas não no horizonte próximo. É uma vulnerabilidade óbvia do País que ninguém está prestando muita atenção – fora os economistas. Mas o fato é que isso é possível porque estamos em um mundo de juros muito baixos e de investidores globais dispostos a correr riscos. Quando a maré está alta, você pode nadar pelado. O problema é quando a maré baixar. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
Ele chama a atenção para o fato de o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), que fechou o segundo trimestre com expansão de 0,25%, ter avançado pelo segundo trimestre consecutivo. Para Schwartsman, o processo de recuperação deve continuar no segundo semestre e permitir crescimento “razoável” para o País em 2018, de 2,5%. Confira os principais trechos da entrevista.
Qual é a percepção em relação à recuperação da economia?
Os dados têm mostrado tendência de recuperação. Não é uma recuperação extraordinária, é bastante modesta, mas está em linha com o esperado. Do ponto de vista do IBC-Br, estamos falando de dois trimestres consecutivos de expansão, algo que não víamos desde o fim de 2013. O IBC-Br em si não diz muita coisa, porque é apenas um número agregado, mas quando olhamos para o conjunto das evidências – varejo, produção industrial, serviços – a recuperação parece mais disseminada. O desempenho no primeiro trimestre esteve muito ligado à agricultura, mas no segundo trimestre o crescimento parece ser mais difundido por outros setores. Em particular, o consumo, que seria capturado pelas vendas no varejo, sugere que alguma reação está vindo por aí.
Esse processo de recuperação continua no segundo semestre?
Acredito que sim. Todas as condições que levaram a isso estão presentes e se intensificam. Em particular, o efeito mais vigoroso da queda da taxa de juros (Selic) acontece agora. E já temos sinais de recuperação da renda do trabalho. Tudo isso aponta para um consumo um pouco mais forte na segunda metade do ano. Em 2017, o crescimento como um todo não vai ser grande coisa, mas 2018 pode apresentar um número mais razoável, de 2,5%. As coisas parecem estar, aos poucos, indo para o lugar, apesar dos muitos desafios.
A dificuldade do governo para colocar a área fiscal em ordem pode prejudicar o crescimento?
Sim, mas não no horizonte próximo. É uma vulnerabilidade óbvia do País que ninguém está prestando muita atenção – fora os economistas. Mas o fato é que isso é possível porque estamos em um mundo de juros muito baixos e de investidores globais dispostos a correr riscos. Quando a maré está alta, você pode nadar pelado. O problema é quando a maré baixar. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
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