Produção industrial
Maior parque industrial do País, região não registrava três meses consecutivos de alta desde 2012.
Maior parque industrial do País, a indústria paulista mostrou recuperação recente na produção. Em três meses de crescimento, a região acumula uma expansão de 4,5%, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria de São Paulo não registrava três meses consecutivos de alta desde 2012, quando avançou por quatro meses seguidos, de maio a agosto, período em que acumulou avanço de 5,2%.
Segundo Rodrigo Lobo, analista da Coordenação de Indústria do IBGE,
existe uma melhora no parque industrial paulista, mas que precisa ser
relativizada. "A gente vê uma retomada nos últimos três meses muito
focada em algumas atividades industriais, como a produção da indústria
alimentícia, calcada na cana de açúcar em maio e junho, e de veículos
automotores, por conta da maior produção de automóveis em maio. E na
comparação com o mesmo período do ano anterior, esse segundo mês de
crescimento consecutivo é devido a uma base de comparação muito baixa",
ponderou Lobo.
No primeiro semestre de 2017, São Paulo teve ligeiro recuo de 0,1% na produção industrial, mas a queda se dá sobre uma base de comparação muito deprimida, já que a indústria local tinha recuado 8,6% no primeiro semestre de 2016, completou Lobo. "São sete semestres consecutivos de quedas para São Paulo. É preciso esperar novos avanços antes de falar numa recuperação mais consistente e mais disseminada entre as atividades da indústria paulista", avaliou o analista do IBGE.
Apesar
dos avanços recentes, a indústria de São Paulo ainda opera 21,9% abaixo
do pico de produção alcançado em março de 2011. O índice de difusão,
que mostra o porcentual de produtos com crescimento na produção, ficou
em 48,9% em junho. "Ainda é menos da metade dos produtos com aumento na
produção", observou Lobo.
Entre as 18 atividades industriais, nove
registraram crescimento na produção em junho ante junho de 2016. Os
destaques foram os avanços em produtos alimentícios (18,7%), veículos
automotores (14,5%) e máquinas e equipamentos (11,1%). "Não é
crescimento disseminado ainda", concluiu Lobo.
Desempenho por região.
Entre maio e junho, a expansão da atividade industrial no Estado de São
Paulo foi de 0,8%. Embora a média da indústria nacional tenha ficado
estável (0,0%) em junho ante maio, nove dos 14 locais pesquisados
tiveram avanços na produção. Os destaques positivos foram o Rio de
Janeiro (3,1%), Amazonas (2,8%), Pernambuco (1,7%) e Minas Gerais
(1,6%). A indústria fluminense reverteu parte da queda de 3,6% acumulada
nos meses de abril e maio; enquanto o Amazonas retomou o crescimento
após recuar 3,4% no mês anterior. Em Pernambuco, o resultado significa a
quarta taxa positiva consecutiva, o equivalente a um ganho acumulado de
4,8%. Já a indústria mineira eliminou o recuo de 0,2% verificado em
maio.
Os demais desempenhos positivos foram do Paraná (0,5%), Espírito Santo (0,1%), Ceará (0,1%) e Goiás (0,1%). Na direção oposta, os locais com perdas mais acentuadas em junho foram a Bahia (-10,0%) e a Região Nordeste (-4,0%), com o parque industrial baiano eliminando o avanço de 5,1% registrado no mês anterior, enquanto o Nordeste voltou a cair após acumular expansão de 2,8% nos meses de abril e maio. Houve quedas ainda no Rio Grande do Sul (-1,1%), Pará (-0,4%) e Santa Catarina (-0,1%).
Em relação a junho do ano passado, o setor industrial registrou expansão em junho deste ano em oito dos 15 locais que integram a Pesquisa Industrial Mensal. O Espírito Santo (10,0%) teve o crescimento mais intenso, puxado pelos avanços registrados pelas indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados) e produtos alimentícios (bombons e chocolates em barras, açúcar cristal, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e massas alimentícias secas).
Os demais resultados positivos foram no Ceará (4,3%), São Paulo (3,0%), Minas Gerais (2,9%), Rio Grande do Sul (2,1%), Paraná (0,5%), Goiás (0,4%) e Amazonas (0,1%). No total nacional, a indústria cresceu 0,5% nesse tipo de comparação.
A queda mais acentuada foi registrada pela Bahia (-10,9%), pressionada pelo comportamento negativo vindo dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, naftas para petroquímica e óleos combustíveis) e de metalurgia (barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre).
Também houve perdas na Região Nordeste (-5,1%), Pernambuco (-2,9%), Pará (-2,1%), Santa Catarina (-0,9%) e Rio de Janeiro (-0,1%). O IBGE ressalta, porém, que o mês de junho de 2017 teve 21 dias úteis, o equivalente a um dia útil a menos do que igual mês de 2016. Mato Grosso (0,0%) repetiu o patamar registrado em junho de 2016.
(O Estado de
S.Paulo)
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