O diretor financeiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas
Gomes, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o pedido de devolução
antecipada de mais cerca de R$ 100 bilhões de empréstimos de longo prazo
ao Tesouro Nacional ainda não foi encaminhado “nem formalmente, nem
informalmente” pela equipe econômica do governo, mas já é esperado pelo
banco de fomento.
“Não foi encaminhado formalmente e não está em discussão, mas
isso é uma realidade orçamentária. Não é uma questão do BNDES com o
Tesouro Nacional, é uma realidade orçamentária. A partir daí temos que
seguir os passos orçamentais, como vai ser, quando vai ser, mas é uma
necessidade orçamentária da União hoje”, declarou em conversa com
jornalistas. Ele frisou que o banco “está sempre preparado para fazer
fluxo de caixa com vários cenários”.
Como o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo
Estado, revelou, o retorno desse dinheiro ao caixa da União em 2018 deve
estar previsto na proposta de projeto de Orçamento para o ano que vem,
que será encaminhada ao Congresso nesta quinta-feira, 31.
Ao ser questionado sobre o assunto por jornalistas, Thadeu de
Freitas afirmou não ver “nenhum inconveniente em nada disso em qualquer
circunstância”. “O que é momento ideal? Aquele que o banco estiver com
condições favoráveis para não depender mais desses recursos. Nesse
momento depende, mas não tanto.”
Ele destacou que, embora o banco não tenha sido comunicado, o
pedido é esperado devido à devolução de outros R$ 100 bilhões pelo BNDES
ao Tesouro no fim do ano passado. “Já teve uma devolução, então é uma
questão de tempo, o que não pode é atrapalhar a chamada dinâmica do
banco, o que atrapalharia a União também, já que o banco paga dividendos
para a União”, afirmou.
Thadeu de Freitas declarou que não existe a possibilidade de o
banco negar um eventual pedido de devolução, mas que é possível
negociar questões como volumes e forma de transferência, por exemplo.
“Vai depender do momento específico da devolução. A maneira mais formal
de devolução seria em títulos, porque pegou (o empréstimo) em títulos,
devolve em títulos. Talvez essa seja a forma de devolução”, disse o
diretor.
Ele conversou com a imprensa no Senado, onde participa na
tarde desta quarta-feira, 30, de uma audiência pública da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de
irregularidades no BNDES. A oitiva também terá a participação do
procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União
(TCU), Júlio Marcelo de Oliveira.
Após enfrentar dois meses de resistência de parlamentares, a
CPI do BNDES foi instalada há cerca de um mês para investigar
empréstimos concedidos pelo banco de fomento desde 1997, no âmbito do
programa de globalização das companhias nacionais.
http://www.istoedinheiro.com.br/bndes-ainda-nao-recebeu-pedido-do-governo-de-devolucao-de-r-100-bi-diz-diretor/
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