segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Ações trabalhistas caem quase 70% com indefinições sobre nova legislação


Ações trabalhistas caem quase 70% com indefinições sobre nova legislação


Em quatro tribunais regionais, número de processos despencou em relação à média mensal, porque advogados e trabalhadores estão inseguros quanto à aplicação da reforma, em vigor há um mês, e preferem esperar as primeiras decisões.

Os advogados trabalhistas praticamente pararam no último mês. Como a aplicação da reforma que mudou as relações de trabalho ainda provoca dúvidas entre magistrados, a ordem tem sido esperar as primeiras decisões e “sentir a direção do vento” para retomar os processos. O número de ações que chegam aos tribunais despencou desde que a legislação entrou em vigor, no dia 11 de novembro.

Dados de quatro tribunais regionais – São Paulo, Paraíba, Goiás e Espírito Santo – apontam queda de 67% entre o dia 11 e 6 de dezembro, na comparação com a média mensal, calculada de janeiro a novembro.

Na comparação com os 30 dias anteriores à entrada em vigor da reforma a queda é maior, porque houve uma corrida para dar entrada nos processos antes do início da nova lei. O Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região, em São Paulo, recebeu mais de 12 mil novas ações no dia anterior, contra apenas 27 no dia seguinte. No Espírito Santo, foram 1.418 novos processos depois da reforma, contra 3.322 um mês antes.

O aumento súbito ocorreu no início de novembro, porque muitos trabalhadores foram incentivados a entrar com ações antecipadamente, para que seus casos fossem julgados ainda seguindo a legislação anterior, o que explica o pico no número de novas ações. Grande parte dos magistrados interpreta que os contratos encerrados no período de vigência da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) deverão ser julgados seguindo a legislação antiga.

Mas nem o prazo é consenso. Em São Paulo e Sergipe, dois juízes trabalhistas determinaram que mesmo os processos que chegaram aos tribunais antes da mudança da lei deveriam ser adaptados às novas regras.

José Augusto Rodrigues, especialista em direito trabalhista da Rodrigues Jr. Advogados, critica essa postura dos juízes. “Houve mesmo um movimento dos escritórios no sentido de ‘desovar’ processos. A nova lei prometia acabar com a insegurança jurídica para empregadores e para os trabalhadores. Mas se perguntarmos hoje a advogados ou juízes, ninguém tem um entendimento definido.”

Além de terem desaguado os processos no início do mês passado, os advogados frearam a entrada de ações, para “sentir a direção do vento”. Como a aplicação da reforma ainda provoca dúvidas entre os magistrados, os trabalhadores que podem aguardar para entrar com um processo – antes da prescrição, após dois anos – são aconselhados a esperar até que sejam tomadas as primeiras decisões.


Dúvidas


Entre os tópicos mais polêmicos está a aplicação da nova litigância de má-fé, que pode multar o trabalhador em até 10% do valor da causa e o pagamento de honorários para o advogado da parte vencedora, a chamada sucumbência.

A administradora de empresas Estela de Souza preferiu aguardar. Ex-executiva em uma rede de aluguel de carros, ela planejava ingressar com uma ação contra o antigo empregador, alegando falta de pagamento de horas extras. “Li no jornal que houve um caso na Bahia em que o trabalhador teve de arcar com as custas do processo e o juiz entendeu que ele deveria pagar os honorários do advogado da empresa. É difícil não se sentir insegura. A gente conversa com os advogados e sente que ninguém está 100% certo de como aplicar a reforma.”

Também já há interpretações que questionam decisões tomadas pelas empresas, ainda que não contrariem a nova legislação. Um juiz trabalhista de São Paulo reverteu uma demissão de mais de cem trabalhadores de um hospital. Com a reforma, não é mais preciso consultar o sindicato de uma categoria antes de uma demissão em massa. Para o juiz, a dispensa feria a Constituição.

Na semana passada, uma juíza do Rio concedeu uma liminar que obrigava a universidade Estácio de Sá a suspender a demissão em massa de professores. A instituição havia demitido 1,2 mil docentes em todo o País, alegando que iria contratar outros profissionais, com salários mais baixos.

O presidente da Associação de Advogados Trabalhistas de São Paulo (AATSP), Livio Enescu, diz que em todos os casos de demissão em massa, os juízes deverão barrar a dispensa até que a empresa apresente os nomes dos funcionários demitidos e dos que serão contratados, para evitar que o empregador recontrate os profissionais como intermitentes, por exemplo. “O funcionário só poderia ser readmitido como intermitente após um ano e meio” (O Estado de S.Paulo, 10/12/17


‘Argumentar que a reforma traz mais segurança é errado’

Entrevista com Elizio Perez, juiz do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo

Para Perez, dúvidas que nova legislação gerou indicam que texto que mudou a CLT foi aprovado às pressas

Para o juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª. Região, em São Paulo, Elizio Perez, ao contrário do que argumenta quem defende a reforma trabalhista, o novo texto gera mais dúvidas e inseguranças do que antes dela. O magistrado, que reverteu a demissão em massa de trabalhadores de um hospital em São Paulo no mês passado, diz que as mudanças são complexas demais para terem sido decididas em um tempo tão curto e sem discussão com a sociedade. Leia, a seguir, trechos da entrevista.

Estado: Com o tempo, a reforma tende a reduzir ou aumentar o número de novos processos na Justiça? 
Elizio Perez: Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação precisa e esse primeiro mês não serve de parâmetro. Se a gente olha os números, dá para ver que houve uma redução nos processos, mas acho que esse é um movimento que não tem consistência. Na semana anterior, houve uma distribuição dos processos por parte dos escritórios, que zeraram os processos, por insegurança. Tudo que se disser agora será um exercício de futurologia, mas a tendência é aumentar o número de processos. O único dado concreto é que há muitas dúvidas.

Por que há tantas dúvidas sobre como aplicar a legislação?
Porque a questão é que a reforma foi elaborada em um prazo muito pequeno e a entrada em vigor do texto não foi precedida por um debate com a sociedade. Se essa discussão tivesse sido feita, não teríamos tanta dificuldade em aplicar a nova lei. A impressão que eu tenho é que tudo foi aprovado às pressas e se desconsiderou diversas questões práticas.

Algumas entidades falam em não aplicar a reforma. O sr. pensa assim?
É errado dizer que o juiz deixa de cumprir a lei, ele tem a obrigação de cumprir. O que cabe ao juiz é interpretar as leis. Boa parte dos dispositivos da legislação trabalhista depende de uma interpretação.

Mas há mais simpatia ou antipatia por parte dos juízes em relação à reforma? E por que já há tantos recursos nos tribunais?
Neste momento, só dá para dizer que há muita controvérsia. A finalidade dos recursos nos tribunais é tentar unificar esses entendimentos divergentes, mas como há muitas mudanças ao mesmo tempo, a insegurança é grande.

Não havia mais insegurança jurídica antes da reforma?
O argumento de que a reforma traz mais segurança é errado. Não traz. Se pensarmos, sobretudo, em pequenos e médios empresários, é tranquilo afirmar que eles não estão mais seguros para contratar nas novas modalidades que a reforma trouxe. Talvez as grandes empresas ainda tenham fôlego para entrar na Justiça e suportar algum questionamento.

A antiga CLT não travava o mercado de trabalho? 
Não concordo. Esse argumento volta à discussão, de tempos em tempos. O que inibe a contratação não é a legislação trabalhista, são os indicadores econômicos. É claro que dá para aperfeiçoar a legislação, e isso vinha sendo feito com a CLT. A questão é que o debate não é colocado de uma forma muito honesta, uma coisa é um funcionário que tem poder de negociar verdadeiramente melhores condições de trabalho e para ele não faz sentido ter muita proteção. Outra coisa é um trabalhador em início de carreira, transformado em Pessoa Jurídica e com poder de barganha quase zero (O Estado de S.Paulo, 10/12/17)


‘Não vamos perder tempo com discussões impertinentes’

Entrevista com Marlos Melek, juiz do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná

Para Melek, haverá uma ‘racionalização’ dos processos, com número menor de pedidos por parte dos trabalhadores

Um dos idealizadores da reforma trabalhista, o juiz do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, Marlos Melek, estima que a reforma ainda demore cerca de dois anos para ser assimilada tanto pela sociedade quanto pelos magistrados. Ao Estado, ele rebateu as críticas de que o texto foi aprovado em um período curto demais e que as novas modalidades de contratação devem gerar precarização dos direitos.

Estado: Recentemente, um processo de demissão em massa sem consulta ao sindicato, como autoriza a reforma, foi revertido. Há muitas críticas de entidades de classe ao texto. A reforma não previa esse tipo de questionamento?
Marlos Melek: Por lei, eu não posso comentar a decisão de um colega sobre um caso específico, mas posso dar o argumento que levou a esse artigo da lei. Não há necessidade de negociar com o sindicato a demissão em massa. Se o empregador é livre para contratar cinco pessoas, tem de ser livre para dispensar cinco. O Estado tem de dar suporte para que as pessoas consigam fazer os negócios girarem. Entre 60% e 70% dos empregadores têm no máximo 15 empregados, para quem tem até 15, o que é dispensar em massa? A equipe de redação da lei quis prestigiar a liberdade.

As novas modalidades de contração, como o trabalho intermitente, não geram precarização?
Eu imaginei que a questão do trabalho intermitente traria mais dúvidas, por ser uma forma de trabalho completamente inovadora. Em tempo parcial já existia, a terceirização também. O trabalho intermitente é algo novo, que traz muitas discussões. Mas vi muitos argumentos incorretos a respeito, no sentido de precarização. Estão veiculando, por exemplo, um anúncio de uma rede de fast-food oferecendo um salário baixíssimo por hora. Mas aceita quem quer. Quem consegue contratar uma diarista por menos de R$ 100? As pessoas usam a exceção para falar da regra.

Uma das críticas que se faz à reforma é que ela foi aprovada em tempo muito curto. 
O tempo foi suficiente, estamos debatendo a legislação trabalhista há 70 anos. Direito do trabalho é uma coisa que as pessoas debatem por toda a parte. A Constituição determina o rito de criação de uma lei e foram cumpridos todos os regimentos internos. Eu comecei a auxiliar a Casa Civil da Presidência em outubro do ano passado. Discutimos até o último minuto da votação, em abril. Até o último minuto, no Senado, a gente estava interagindo com os legisladores.

Quanto tempo deve levar para que os magistrados tenham menos dúvidas sobre as novas leis?
As coisas devem se estabelecer em um prazo de um a dois anos. O País vai assimilar a nova lei, aos poucos, e particularmente estou muito feliz. O viés da reforma é dar mais racionalidade à Justiça do Trabalho e dar mais oportunidades para gerar empregos. Eu acredito que vai haver uma contratação vertiginosa no Brasil, os empresários estavam esperando o 11 de novembro, queriam ter mais segurança jurídica.

O número de processos deve continuar em queda, como no primeiro mês?
Eu espero uma diminuição. Talvez não no número absoluto, mas uma racionalização. Se antes um processo vinha com 42 pedidos, deve vir com 10. Não vamos perder tempo com discussões impertinentes

 (O Estado de S.Paulo, 10/12/17)

http://www.brasilagro.com.br/conteudo/acoes-trabalhistas-caem-quase-70-com-indefinicoes-sobre-nova-legislacao.html

Negociações entre UE e Mercosul travam e anúncio de acordo pode ser adiado

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BRASÍLIA (Reuters) - As negociações de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul ainda enfrentam obstáculos por causa da carne bovina e do etanol, e um anúncio de acordo esperado para esta semana pode não acontecer, disseram nesta segunda-feira autoridades envolvidas nas conversas. 

Diplomatas do bloco comercial sul-americano presentes às conversas, ocorridas nos bastidores do encontro de ministros da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Buenos Aires, afirmaram que as autoridades da UE não apresentaram ofertas melhores para as importações de carne bovina e etanol sul-americanos sem tarifas para o bloco, como prometido.

“Basicamente, eles querem que mostremos nossas cartas antes de mostrarem as deles”, disse um diplomata de primeiro escalão de um país do Mercosul à Reuters, pedindo para não ser identificado devido ao estágio delicado das negociações.

A resistência de alguns países-membros da UE às importações agrícolas, como a Irlanda e a França, adiou a negociação do acordo de livre comércio com o Mercosul, que almeja liberalizar o comércio, o investimento, os serviços e o acesso a licitações públicas. 

O presidente Michel Temer, que falou aos repórteres depois de participar da reunião de abertura da OMC no domingo, disse que um anúncio do acordo político estrutural do pacto UE-Mercosul pode ter que esperar até 21 de dezembro, quando os presidentes do bloco se reúnem em Brasília. 

Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores argentino disse que um entendimento sobre a conclusão das negociações, que já duram quase duas décadas, ainda pode acontecer até quarta-feira em Buenos Aires, ou então na semana que vem no Brasil. 

Além da discórdia sobre a quantidade de carne bovina que as nações da UE permitiriam entrar a cada ano livre de tarifas, diplomatas da UE disseram que as regras de origem ainda têm que ser incluídas no acordo político provisório. 

O Brasil disse que isso pode ser acertado nos próximos meses, e um pacto definitivo ser firmado em meados de 2018. 

O Itamaraty minimizou os obstáculos para um acordo.“Sobrou muito pouca coisa para negociar, e não são questões fundamentais”, disse um funcionário, pedindo anonimato. 

Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que integram o Mercosul, estão pressionando por uma melhoria na oferta da UE de importações sem tarifas, pedindo 70 mil toneladas de carne bovina e 600 mil toneladas de etanol por ano.

Por Anthony Boadle; reportagem adicional de Nicolas Misculin em Buenos Aires e Phil Blenkinsop em Bruxelas


Os desafios do agronegócio – Editorial O Estado de S.Paulo


Os desafios do agronegócio – Editorial O Estado de S.Paulo

O agronegócio brasileiro precisa dar um novo salto tecnológico para se manter entre os principais exportadores mundiais e assegurar o adequado suprimento de um mercado interno crescente.

Responsável por alimentar boa parte da população do planeta graças aos avanços alcançados nas últimas décadas, o agronegócio brasileiro precisa dar um novo salto tecnológico para se manter entre os principais exportadores mundiais e assegurar o adequado suprimento de um mercado interno crescente. Ele mostra estar em condições de fazer isso, embora persistam velhos desafios aos ganhos de eficiência e novos estejam sendo colocados ao setor, especialmente no campo da informação. Nunca o produtor teve a seu alcance tantas informações, a maior parte disponível em tempo real, o que tornou vital para sua atividade captar e utilizar as que lhe são de fato eficazes para assegurar maior produtividade.

Temas como esses marcaram os debates e as exposições feitas durante o Summit Agronegócio Brasil 2017, realizado pelo Estado, com patrocínio da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) e do Banco do Brasil. O Summit mostrou que o setor de agronegócio está atento às mudanças tecnológicas que ocorrem em escala global e já incorporou a preservação ambiental como baliza essencial dos projetos destinados a elevar continuamente sua eficiência e conquistar novos mercados.

A transformação da área do Cerrado do Centro-Oeste numa das maiores regiões produtoras de grãos do mundo, o aumento constante da produção sem o aumento da área cultivada na mesma proporção, a posição entre os maiores fornecedores mundiais de diferentes produtos, o peso do agronegócio na geração de superávits comerciais, a melhora do padrão de vida nas principais regiões produtoras, entre outros fatores, não deixam dúvida quanto à notável evolução do setor nos últimos anos, período em que não poucas vezes o País enfrentou crises.

A falta de políticas adequadas que garantam crédito suficiente e acesso ao seguro rural marcou as queixas dos produtores rurais durante décadas, e continua a ser lembrada nos debates sobre os problemas do setor. Outro obstáculo à evolução do setor invariavelmente mencionado no passado – a deficiência da infraestrutura de transportes e de armazenamento – continua a corroer a eficiência da agropecuária brasileira. Perdas de produção e alto custo de transporte reduzem ganhos dos produtores e elevam o preço do produto embarcado nos navios, tornando-o menos competitivo. Também são lembrados o peso dos impostos e a complexidade do sistema tributário, que afetam todo o setor produtivo.

A despeito de liderar as exportações mundiais de diversos itens e estar entre os maiores fornecedores de outros, o Brasil pode conquistar mais espaços no comércio de produtos agroindustriais. O Ministério da Agricultura vê grandes oportunidades para a expansão das exportações do setor, inclusive com o aumento da pauta de produtos exportados. Está em elaboração um programa que permita a conquista de novos mercados e assegure a sustentabilidade do agronegócio em termos ambientais.

A China tornou-se o destino mais importante das exportações brasileiras, inclusive de itens do agronegócio, e, por sua demanda crescente e volumosa, tem sido responsável por fatia expressiva dos resultados positivos registrados pela balança comercial do País. É preciso, porém, reduzir a dependência das exportações para a China, por meio da diversificação dos mercados para os nossos produtos.

Quanto aos avanços tecnológicos, às mudanças que já introduziu no sistema de cultivo e de gerenciamento da produção, responsáveis pelo notável aumento da produtividade nos últimos anos, é preciso acrescentar outras, que exigirão habilidades novas do agronegócio. Num mundo coberto por um “dilúvio” de informação para a agricultura, como o descreveu o pesquisador da Embrapa Evaristo Eduardo de Miranda, “o grande desafio é captar dados importantes e produzir tecnologia com resultado”. Colher e interpretar uma imensa variedade de dados e utilizar a seu favor as novas e sofisticadas ferramentas à disposição é parte desse desafio 

(O Estado de S.Paulo, 10/12/17)

Brasil não terá credibilidade para se financiar sem reforma da Previdência, diz ministro do Planejamento


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SÃO PAULO (Reuters) - O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta segunda-feira que, caso a reforma da Previdência não seja aprovada, o país não terá mais “credibilidade para continuar se financiando”.

Por meio da conta do ministério no Twitter, o ministro disse ainda que a dívida pública pode chegar a 100 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. Em outubro, a relação da dívida bruta com o PIB atingiu 74,4 por cento, de acordo com o Banco Central. 

O governo do presidente Michel Temer tem enfrentado dificuldades para conquistar apoio político à reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem. Além de liberar recursos para emendas parlamentares, Temer também mexeu no primeiro escalão ao indicar o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) como ministro da Secretaria de Governo e agradar sobretudo os parlamentares do centrão. 

O plano do governo é colocar a reforma em discussão nesta semana na Câmara dos Deputados, para que a votação ocorra na próxima semana. 

“A Previdência é a razão do déficit fiscal, representando 57 por cento do total das despesas primárias”, afirmou o ministro do Planejamento. “Por isso, a aprovação da reforma é indispensável para consolidarmos a retomada do crescimento e reequilibrar as contas públicas”, acrescentou. 

Oliveira buscou mostrar que a reforma beneficiará o trabalhador de menor renda e que acabará com os privilégios. O ministro disse que “deputados, senadores, juízes e servidores públicos terão seus benefícios previdenciários públicos limitados ao teto do INSS (5.531,31 reais), assim como ocorre com os trabalhadores do setor privado”. 

Além disso, argumentou que mais de 63 por cento dos trabalhadores já se aposentam por idade e que, no caso dos homens, a idade é de 65 anos. 

“No Norte e Nordeste, a proporção de trabalhadores que já se aposenta por idade é superior a 85 por cento.” 

Oliveira disse ainda que as regras para os trabalhadores rurais não vão mudar, bem como o tempo mínimo de contribuição para os trabalhadores do setor privado se aposentarem, permanecendo em 15 anos. 


 https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1E51MQ-OBRBS



Brasil deve exigir mais de petroleiras em troca de concessões no Repetro


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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo brasileiro decidiu voltar atrás e reduzir o limite do corte nas exigências de conteúdo local para equipamentos de petroleiras, em um movimento que atende parcialmente à indústria fornecedora, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). 

A medida foi tomada como contrapartida para que deputados desistissem de defender uma barreira para a adoção do Repetro, um regime aduaneiro diferenciado para o setor de petróleo e gás, durante a aprovação de uma Medida Provisória sobre o tema no Congresso, na semana passada.

Fruto da negociação, o governo prometeu um Projeto de Lei que contemplaria uma demanda do setor de fornecimento de bens e serviços, que seria a adoção de percentuais mais específicos de conteúdo local, que desse menos margem para a fuga do compromisso, além da elevação de percentuais, explicou o vice-presidente da Abimaq, Cesar Prata. 

“Já está colocada a proposta, já tem um projeto de lei, deve ser votado nesta semana e ele será uma compensação para a ausência de barreiras tarifárias dentro do Repetro”, disse Prata à Reuters, explicando que abrir mão das barreiras para o Repetro não foi uma decisão fácil.

O movimento obrigou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a adiar a publicação de uma resolução que iria permitir a adoção de regras mais flexíveis de conteúdo local para contratos antigos, prevista atualmente para até 13 de dezembro. 

A resolução também vai disciplinar pedidos de isenção de conteúdo local (“waiver”, no jargão do setor) e as transferências de excedente de conteúdo local, todos os mecanismos aplicáveis aos contratos da 7ª à 13ª Rodadas de Concessão, da 1ª Rodada de Partilha da Produção e da Cessão Onerosa. 

“A ANP se sentiu preocupada de fazer alguma coisa (a publicação da resolução) e ir contra ao projeto de lei que será votado agora”, disse Prata. 

O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, afirmou nesta segunda-feira de manhã a jornalistas que pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma extensão do prazo, para que possa obter do governo uma aprovação para elevar e detalhar os percentuais de conteúdo local para plataformas de produção de petróleo. 

Em sua nova proposta, a ANP busca que as plataformas tenham 40 por cento de conteúdo local para engenharia, 40 por cento para máquinas e equipamentos e 40 por cento em construção, integração e montagem. 

Nos valores já aprovados pelo governo, as plataformas teriam apenas um total de 25 por cento de conteúdo local global, sem um detalhamento de onde seriam aplicados. Essa regra recebeu fortes críticas da indústria, uma vez que não detalhava para onde iria o conteúdo local, dando margem para que as petroleiras o cumprissem apenas com serviços. 

“A gente quer criar uma condição para que a indústria destrave, para que (isso aconteça) precisa ter uma resolução que tenha maior probabilidade de ser cumprida efetivamente”, disse Oddone, que afirmou ter a expectativa de que o TCU conceda uma extensão de quatro meses para a publicação. 

Oddone explicou que as empresas poderão aderir aos novos percentuais de conteúdo local ou manter as condições originais dos seus contratos. 

Caso optem por aderir, as companhias não poderão pedir “waiver” sobre o mesmo contrato, segundo explicou Oddone. 

Oddone, no entanto, evitou comentar durante a coletiva de imprensa a decisão tomada em Brasília sobre o projeto de lei ou sobre a validade da medida para futuros leilões.


Por Marta Nogueira

Kroton diz que Fies perdeu relevância para negócio


A estimativa da empresa para 2018 é de que o Fies responda por cerca de 3% das captações em graduação presencial e aproximadamente 1% do total

 


São Paulo – A Kroton Educacional avalia que o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) perdeu relevância do ponto de vista do negócio devido à substancial queda no número de vagas ofertadas , disse nesta segunda-feira o presidente da companhia, Rodrigo Galindo, reconhecendo, contudo, que o programa ainda é uma política pública importante.

A estimativa da empresa para 2018 é de que o Fies responda por cerca de 3 por cento das captações em graduação presencial e aproximadamente 1 por cento do total.

“É uma política pública importante, ainda que não seja tão geradora de valor para companhia”, afirmou Galindo em almoço com jornalistas e executivos, em São Paulo, acrescentando que o planejamento da empresa considera as 100 mil vagas ofertadas na faixa 1 do Fies.

Entre as iniciativas adotadas para compensar o encolhimento do Fies, a Kroton lançou o seu próprio programa de financiamento estudantil, o Parcelamento Estudantil Privado (PEP). Galindo destacou que a companhia vem sendo conservadora nas provisões de inadimplência do PEP e que só terá uma visão mais clara após a graduação dos estudantes. “Ainda é cedo, mas estamos confortáveis com as provisões do PEP”, disse.


https://exame.abril.com.br/negocios/kroton-diz-que-fies-perdeu-relevancia-para-negocio/

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Diretor de marketing da Tecnisa no Corporate Startup Innovation Conference


 

 Líder do programa para startups da construtora estará presente no evento que ocorrerá no dia 12 de dezembro no WTC


Elena Costa é repórter do StartSe.


Diretor de marketing da Tecnisa, Romeo Busarello confirmou participação no Corporate Startup Innovation Conference. Além de liderar o programa de startups da construtora, ele também é professor nas principais universidades de marketing de São Paulo.

Romeo Deon Busarello que acredita que a parceria com startups pode acelerar as inovações em companhias falará sobre o programa que lidera na Tecnisa que tem o objetivo de encontrar soluções inovadoras para diversas áreas da empresa.

O Corporate Startup Innovation Conference será realizado no dia 12 de dezembro no World Trade Center de São Paulo e falará sobre as melhores práticas de conexão entre empresas estabelecidas e startups. O evento é indicado para empreendedores, empresários e executivos.

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https://conteudo.startse.com.br/empreendedores/elena/diretor-de-marketing-da-tecnisa-no-corporate-startup-innovation-conference/