Redação Reuters
BUENOS AIRES - Os líderes financeiros mundiais reafirmaram
nesta terça-feira seu compromisso de combater o protecionismo mas
pediram por "mais diálogo e ações" em relação ao comércio, poucos dias
antes de entrarem em vigor as tarifas dos Estados Unidos sobre
importações de aço e alumínio.
Os ministros de Finanças e membros de bancos centrais das 20 maiores
economias do mundo, o G20, divulgaram a mudança em seu comunicado, à
medida que o encontro se aproximava de dois dias em Buenos Aires se
aproximava do final em meio a preocupações com uma potencial guerra
comercial.
O comunicado adicionou uma frase que não estava em seu rascunho
inicial, que enfatiza a necessidade de novas negociações sobre questões
comerciais.
"O comércio e investimento internacionais são motores importantes de
crescimento, produtividade, inovação, criação de emprego e
desenvolvimento", afirmou o G20.
"Reafirmamos as conclusões de nossos líderes sobre o comércio na
Cúpula de Hamburgo e reconhecemos a necessidade de um maior diálogo e
ações. Estamos trabalhando para fortalecer a contribuição do comércio
para nossas economias."
O comunicado da Cúpula de Hamburgo, assinado por Trump em julho de
2017, diz que os países do G20 "continuarão a combater o protecionismo,
incluindo todas as práticas comerciais injustas".
Mas também diz na mesma frase que eles "reconhecem o papel dos
instrumentos de defesa comercial legítimos", uma ambiguidade que fornece
aos EUA uma maneira de defender sua motivação para as tarifas. As
tarifas de aço e alumínio se baseiam em uma lei comercial de segurança
nacional da era da Guerra Fria.
A nova abordagem sobre a necessidade de diálogo comercial ocorre no
momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, está preparando
planos para punir a China com tarifas sobre suas práticas de propriedade
intelectual.
Duas autoridades com conhecimento sobre o assunto disseram que Trump
deve impor tarifas de até 60 bilhões de dólares em tecnologia e produtos
de telecomunicações chineses até sexta-feira, no mesmo dia em que uma
tarifa de 25 por cento sobre aço importado e 10 por cento sobre alumínio
será aplicada.
No comunicado final, os ministros do G20 reiteraram suas promessas
tradicionais de se absterem de desvalorizações competitivas e evitar
orientar suas taxas de câmbio para obter vantagens de exportação.
Mas eles também adicionaram um novo posicionamento sobre as taxas de câmbio, enfatizando a estabilidade e a flexibilidade.
"Fundamentos fortes, políticas sólidas e um sistema monetário
internacional resiliente são essenciais para a estabilidade das taxas de
câmbio, contribuindo para crescimento e investimento fortes e
sustentáveis. Taxas de câmbio flexíveis, quando possível, podem servir
como um amortecedor de choques", disse o comunicado.
Reportagem de Jan Strupczewski
https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1GW2KG-OBRBS