A francesa Louis Dreyfus Company deverá
capitalizar a Biosev em US$ 1 bilhão para destravar as negociações da
controlada brasileira com os bancos credores para rolar sua dívida,
segundo informações da agência Bloomberg confirmadas pelo Valor.
A companhia
sucroalcooleira tenta repactuar dívidas de R$ 3,66 bilhões com bancos
antes do fechamento da atual período fiscal, em 31 de março, referente à
safra sucroalcooleira 2017/18.
A injeção foi uma
exigência dos bancos, que queriam que a Biosev apresentasse garantias
para negociar novas condições, de acordo com uma fonte.
A LDC deverá se
comprometer a converter uma parte dos créditos que tem a receber da
Biosev em ações, na forma de adiantamento para futuro aumento de
capital, segundo a fonte. O valor seria em torno de US$ 750 milhões. A
outra parcela da capitalização, de US$ 250 milhões, deverá vir por meio
de aporte direto de capital, segundo a Bloomberg.
No fim do último
trimestre (encerrado em 31 de dezembro), a Biosev registrava em seu
balanço que devia R$ 617,4 milhões em mútuo a sua controladora.
Considerando todos os valores devidos à LDC, que incluem contratos de
fornecimento e adiantamentos, a Biosev tinha um passivo com a LDC de R$
1,1 bilhão. O montante representa cerca de 10% de todo o passivo da
Biosev no fim do último trimestre, de R$ 10,08 bilhões.
As transações da
companhia com a LDC têm crescido nos últimos trimestres e passaram a
ganhar ênfase dos auditores de seus balanços a partir do quarto
trimestre da safra 2016/17. Com a garantia da LDC, a Biosev deverá
destravar a renegociação junto a dois sindicatos de bancos.
A necessidade de
renegociar as dívidas já era admitida pela própria companhia em seu
último balanço, quando escreveu, nas notas explicativas, que "a
capacidade de a companhia continuar com a normalidade das suas operações
depende da obtenção de capital adicional, da renovação de linhas de
crédito e da geração de operações lucrativas". A Biosev também indicava
que, se sua atividade operacional não gerasse caixa suficiente, seria
preciso "buscar financiamento adicional da dívida".
As saídas avaliadas
nos últimos tempos iam da captação de novos recursos via pré-pagamento
de exportações até a oferta pública de ações no Brasil e no exterior,
como chegou a informar a Biosev em fatos relevantes no ano passado.
Nesta safra, a Biosev
acumulou prejuízo de R$ 823,1 milhões e, no fim de dezembro, a dívida
líquida era 3,4 vezes maior que seu lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização (Ebitda) (Assessoria de Comunicação, 19/3/18)
http://www.brasilagro.com.br/conteudo/uma-saida-para-a-divida-da-biosev-.html
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