Milton Pomar analisa os movimentos da CMPort no Paraná
A China está avançando sobre o Brasil com a voracidade que
lhe é peculiar, desde que começou a sua longa marcha, há pouco mais de
20 anos, para se tornar a maior economia mundial. Como a estratégia das
empresas chinesas segue a estratégia maior do país, e o Brasil é um
parceiro estratégico para a China, por razões mais que óbvias,
continuarão investindo aqui na compra de portos, aeroportos,
agroindústrias, reservas de petróleo, minas de ferro e de outros metais,
usinas de etanol, e o que mais houver interessante e barato – a
expressão “bacia das almas” está em desuso, mas o seu significado
permanece vivo entre nós, infelizmente.
Notícias sobre
investimentos de grande porte se sucederão nos próximos meses, pois os
chineses retomaram o ritmo em relação ao Brasil. A compra do terminal de
contêineres de Paranaguá (veja mais detalhes aqui),
o porto pelo qual entram e saem milhões de toneladas de fertilizantes e
de soja, negociadas há muitos anos pelo “pool” de cooperativas do
Paraná,, pode ser apenas a primeira. Esse negócio, de R$ 3 bilhões, mais
R$ 1 bilhão prometidos em investimentos no porto, terá fortes
implicações para a agricultura brasileira, historicamente à mercê de
custos elevados de logística, decorrentes do modelo rodoviário
dominante.
Paranaguá é o segundo maior porto do Brasil, uma
referência na exportação de produtos agrícolas do Paraná e Mato Grosso
do Sul, por exemplo. Ao ser vendido para a China Merchants Port, com a
“benção” da Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem,
em evento no Congresso Nacional em fevereiro, o porto de Paranaguá
passa a integrar a estratégia chinesa em relação à compra de alimentos
no mundo, de redução de custos de logística e de intermediação, via
compra direta e fornecimento dos meios de transporte.
Empresas
chinesas quando tomam uma decisão é porque já estudaram o assunto
exaustivamente. Daí a possibilidade de serem verdadeiras as informações
que circulam no Paraná a respeito das novas investidas da CMPort, sobre a
área de Imbocuí, vizinha a Paranaguá, para construção de um novo porto,
e sobre a Rumo Logística, para terem também o modal ferroviário de 12
mil km dessa empresa, que atende de São Paulo ao Rio Grande do Sul,
ganhando escala e consequentemente competitividade.
http://www.amanha.com.br/posts/view/5228
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