A
exemplo de Portugal, onde foi constituída mais de uma centena de firmas
“facilitadoras” de negócios e obtenção da cidadania europeia, o
Paraguai está se tornando a Suíça da América do Sul. Um festival de
consultings vai abrindo caminho para empresas brasileiras tendo ao fundo
a trilha sonora das guarânias.
Estima-se que, em 2017, mais de 300 firmas
surgiram em Assunção com origem em capitais brasileiros. Dando boas
vindas a legiões de executivos estão auditoras, advisers e consultoras
que podem ser encontradas a granel na internet. A abertura de uma
fileira de empresas não está relacionada a serviços bancários de lavação
de dinheiro - indústria financeira em decadência no Paraguai.
Os brasileiros seguem para lá para se
livrar do Custo Brasil, especialmente do assassinato fiscal de todo o
dia. Abrir uma empresa no Paraguai rende muitos benefícios. Os fatores
de produção são amplamente vantajosos, tais como imposto único apenas na
saída do bem exportado, custo de energia 70% inferior, tributação no
salário 65% menor e ausência de taxação sobre a renda da indústria,
contando com ofertas de uma infraestrutura competitiva e completa a
apenas 11 km do Brasil.
Isto em um ambiente político estável e
favorável ao mercado, com uma economia que cresce 3,5% ao ano. Parece
até uma propaganda de resort. O paradoxo é que o país mais ameaçador ao
Brasil com o contrabando nas fronteiras é o mesmo invadido por
brasileiros ávidos por formalizar seus negócios e se livrar de condições
inóspitas ao capital. Vai que há um pouco disso tudo misturado
(Relatório Reservado, 13/3/18)
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