terça-feira, 9 de outubro de 2018

Participação de Seripieri na Qualicorp vai a 15% com aquisição de 500,1 mil ações

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A Qualicorp informou nesta terça-feira, 9, que a participação de José Seripieri Filho, detida por intermédio do L2 Participações Fundo de Investimento, alcançou ontem 42.500.010 ações ordinárias, o correspondente a 15,0083% das ações emitidas pela companhia, com a aquisição de 500,1 mil ações. Até então, a participação do fundo L2 Participações era de 14,83%, segundo informações disponíveis no site da B3.

Em comunicado ao mercado, a empresa informa que o objetivo da participação societária é um investimento de longo prazo e não envolve alteração do controle acionário ou de sua estrutura administrativa.

Seripieri se comprometeu a recomprar R$ 150 milhões em ações da administradora de planos de saúde até o fim do ano, após polêmica gerada pelo controverso acordo de não competição firmado na semana passada, que levou a queda de quase 30% nas ações da companhia. O valor é equivalente à indenização recebida pelo executivo na ocasião.


Miolo lança linha Single Vineyard na região Sul


Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre receberão eventos comandados por Adriano Miolo 

 

Por Marcos Graciani

 

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Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre receberão eventos comandados por Adriano Miolo


Adriano Miolo (foto), enólogo e superintendente da premiada vinícola Miolo, lançará a linha Single Vineyard em um tour pelo Sul. Curitiba será a primeira capital a receber o evento no dia 23 de outubro. No dia 25, Florianópolis será palco para a apresentação das novidades. Porto Alegre terá sua vez no dia 31 de outubro. A linha já foi lançada em São Paulo em agosto. Foz do Iguaçu, Recife e Brasília receberam o lançamento em setembro. Na terça-feira (2), a vinícola apresentou os novos rótulos em Belo Horizonte.  

Os rótulos integram uma categoria que carrega um novo conceito de vinhos no Brasil. Single Vineyard é um vinho de um único vinhedo, onde se encontra a máxima expressão do terroir.  A singularidade da linha provém da característica de solo do microlote selecionado onde foram produzidas as uvas. “Nosso objetivo é atender um nicho de mercado, uma categoria na qual ainda não atuávamos. Single Vineyard é um conceito pouco explorado no Brasil e que a Miolo emprega após vários anos de pesquisa e desenvolvimento de parcelas singulares de solo em seus vinhedos. O fato de termos praticamente 1 mil hectares de vinhedos com 275 parcelas mapeadas nos permitiu que realizássemos incontáveis testes em diversos tipos de solos nestes microlotes, num universo de mais de 40 variedades em quatro regiões diferentes do Brasil”, destaca Adriano.

Nas versões Riesling Johannisberg, Touriga Nacional, Pinot Noir e Syrah, a linha Single Vineyard (foto) foi elaborada com uvas dos vinhedos do Rio Grande do Sul e da Bahia. Os vinhos, que apresentam qualidade excepcional, vêm em lotes limitados e numerados, reforçando a exclusividade da proposta e a singularidade de cada garrafa. A nova linha tem como foco o canal on-trade, segmento que inclui restaurantes, wine bars, delis e casas especializadas. São bebidas exclusivas, gastronômicas e que trazem a interpretação ao estilo Miolo de produzir uvas diferenciadas, algumas ainda pouco conhecidas.
Entre as menos conhecidas está a Riesling Johannisberg, estrela do único vinho branco da linha Miolo Single Vineyard. Elaborado na safra 2018 – considerada a melhor da década para a vinícola – esse rótulo tem origem em um microlote do vinhedo da Toca do Tigre, terroir da Campanha Central (RS). A casta é uma das grandes uvas brancas da Alemanha, com personalidade marcada pela elegância e complexidade. Quem dá grandeza destacada à linha Miolo Single Vineyard é a variedade portuguesa Touriga Nacional, que proporciona vinhos sofisticados, sabores intensos e aromas distintos. O vinho, elaborado a partir das uvas colhidas em uma pequena parcela do Vinhedo da Tapera, na Campanha Meridional (RS), já nasceu premiado: este ano foi considerado, pelo Guia Descorchados, como o melhor tinto, com 93 pontos.

Também da Campanha Meridional (RS) vem o Miolo Single Vineyard Pinot Noir, cultivado em um microlote do Vinhedo da Ponte com uma das grandes uvas originárias da região da Borgonha, na França. A cepa entrega vinhos elegantes, delicados e admirados no mundo todo. No Vale do São Francisco, na Bahia, nasce o Miolo Single Vineyard Syrah, elaborado com uvas de um microlote do Vinhedo do Mandacaru. A casta, versátil e bem adaptada ao solo árido às margens do Rio São Francisco, dá origem a um vinho expressivo e complexo.


Serviço – Lançamentos da Single Vineyard no Sul 

Curitiba – 23 de outubro (19h30)Restaurante Saanga Grill
Av. Iguaçu, 2423 – Bairro Água Verde
Valor individual: R$ 115
Valor por casal: R$ 195
Reservas e Informações: (41) 3342-3474
Florianópolis – 25 de outubro (20h)
Restaurante Jay Bistrô
Avenida dos Búzios, 1136 - Jurerê Internacional
Valor por pessoa: 165
Reservas e Informações: (48) 3364-5997
Porto Alegre – 31 de outubro (20h)
Restaurante Le Bistrot
Alameda Alípio César, 22 – Boa Vista
Valor individual: R$ 168
Reservas e Informações: (51) 3346-9257


Indústrias gaúcha e paranaense crescem acima da média nacional


Santa Catarina, porém, teve queda maior, de acordo com dados divulgados pelo IBGE

 

Por Agência Brasil 

 

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Indústrias gaúcha e paranaense crescem acima da média nacional


Apesar da queda de 0,3% na indústria nacional, a produção cresceu em nove dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de julho para agosto deste ano. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, a maior alta foi observada em Mato Grosso (3%), seguido da Bahia (2,7%) e de Pernambuco (2,6%).

Também apresentaram crescimento as indústrias do Ceará (1,5%), Rio Grande do Sul (0,8%), Paraná (0,7%), Minas Gerais (0,5%) e Goiás (0,2%). O IBGE também analisa o comportamento da indústria nos nove estados da Região Nordeste como um todo. Nessa região, a produção cresceu 1,5%. Por outro lado, seis estados tiveram queda na indústria: Amazonas (-5,3%), Pará (-1,1%), Espírito Santo (-0,9%), São Paulo (-0,9%), Santa Catarina (-0,7%) e Rio de Janeiro (-0,3%).

Na comparação com agosto de 2017, a indústria cresceu em 11 dos 15 locais pesquisados, com destaque para Rio Grande do Sul (12,3%), Pernambuco (11,7%) e Pará (11%). Dos quatro locais em queda, o recuo mais acentuado foi observado no Amazonas (-6,7%). No acumulado do ano, também houve altas em 11 dos 15 locais pesquisados. Os maiores crescimentos foram registrados no Amazonas (10,9%) e Pará (9,2%). Quatro locais tiveram queda, as mais expressivas em Goiás (-3,6%) e no Espírito Santo (-3,4%). Já no acumulado de 12 meses, a produção cresceu em 13 locais. Amazonas e Pará tiveram os melhores desempenhos, com altas de 10,1%. Os dois locais em queda foram Espírito Santo (-3,1%) e Minas Gerais (-0,8%).



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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Mercado erra ao subestimar riscos com Bolsonaro, diz economista

Para Paulo Leme, ex-presidente do Goldman Sachs no Brasil, investidores desconsideram falta de habilidade política para aprovar reformas no Congresso

 


Ao preferir o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ao petista Fernando Haddad (PT), o mercado financeiro está “grosseiramente subestimando os riscos futuros”, diz o economista Paulo Leme, professor visitante na Universidade de Miami. Para ele, os investidores estão desconsiderando a falta de habilidade política de Bolsonaro, que deverá pesar na hora de aprovar reformas no Congresso.

O economista, ex-presidente do Goldman Sachs no Brasil, afirma que ambos os candidatos são “péssimos” e a tendência é de deterioração ainda maior do cenário econômico e político brasileiro. “Em resumo, eu vendo”, diz, o economista, usando um jargão do mercado financeiro, que faz referência à aposta de que os ativos vão se desvalorizar. A seguir, trechos da entrevista.

Em abril, o sr. disse que a probabilidade de um candidato do establishment ser eleito era de 60%. O que ocorreu que os 40% prevaleceram?
O mesmo fenômeno que vimos nos EUA e no mundo inteiro. Os formadores de opinião e de preços de mercado não estão conectados com a realidade do País. O Brasil está dividido mais para a esquerda e para a direita do que no centro. E foi nessa leitura que errei grosseiramente. Eu achava que dois terços (da população) estavam no centro. Mas, na realidade, não passa de 20%.

Não houve também uma confusão no mercado entre desejo e realidade?
Acho que sim. Uma coisa é o que você gostaria e outra é a realidade. Mas houve um viés. Esse foi o passado. E o futuro será igual. O mercado está precificando o Haddad como o cenário ruim e, goste ou não goste do Bolsonaro, acha que ele não é tao ruim. Novamente o mercado está grosseiramente subestimando os riscos futuros.
O que tem de ser feito no País de ajuste fiscal e reformas para retomar crescimento e distribuição de renda precisa de habilidade política, o que não vejo nesse candidato. Espero estar errado. O mercado está recaindo em um novo erro ao subestimar a dificuldade de governar, da mesma maneira que superestimou o PIB no começo do ano, superestimou a chance do centro ganhar as eleições e de ter um candidato reformista.

Haddad seria uma opção melhor? Teria capacidade política e interesse em reformas?
Não estou dizendo que seria melhor. O mercado está achando que Bolsonaro seria melhor que Haddad. Eles são péssimos, cada um por suas razões.

Há quem veja o Haddad como um petista moderado…
Acho difícil. Acho que serão as mesmas pessoas (dos governos petistas anteriores) fazendo as mesmas coisas e com resultados piores, porque o País está em condições piores.

Há então uma responsabilidade dos políticos de centro, que não se uniram para lançar uma candidatura competitiva?
Acho que há uma desconexão. As lideranças não fizeram as escolhas acertadas, não só de candidatos como também de coalizões. Há também a questão de que a correia de transmissão está quebrada. Não há formações de novos líderes na velocidade suficiente para preencher esse vácuo deixado penosamente pela Operação Lava Jato.

O sr. está pessimista com os dois candidatos com maior intenção de votos. Acha que a situação vai se deteriorar ainda mais?
Em resumo, eu vendo. Dados os desafios, que são enormes, e que existe uma dificuldade de representatividade política, vai ser uma surpresa para mim, se der certo.

O sr. já falou da necessidade de se fazer ajuste fiscal, mas cuidando do crescimento. Como o novo governo pode fazer isso?
O equilíbrio fiscal tem de ser (buscado) muito rápido e com corte de gastos. Não tem mais ajuste gradual viável.

Com aumento de imposto também?
Tem de ser muito mais na parte de corte de gastos, de subsídios, de transferências. Você vai preencher o outro lado (de receitas) via crescimento da economia. Tem de cuidar de toda a parte estrutural para aumentar a produtividade, o investimento e o consumo privado. Pelo lado da produtividade, você pode fazer no dia zero: cortar barreiras alfandegárias. Isso barateia importação de máquinas.

Tem de ter uma reforma bancária abrangente para aumentar o volume de crédito e reduzir o seu custo. Vai ter de atacar um problema grave de falta de concorrência do setor privado brasileiro. Por último, tem de ter um esforço em mecanismos que atraiam segurança jurídica, regulatória, investimento privado estrangeiro para um grande aumento de obras de infraestrutura, para poder estimular investimento.

Na Argentina, quando Macri chegou ao poder, o mercado comemorou. O projeto dele era estabilizar a economia para atrair investimento estrangeiro, que não chegou. Isso pode ocorrer aqui? A Argentina é um excelente exemplo de que só papo não cola. Lá, não teve ajuste fiscal nenhum. Ele não fez absolutamente nada do que prometeu. O setor privado, o investidor estrangeiro, vai querer ver para crer, não o contrário.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Banco Mundial reduz pela metade previsão do PIB de 2018


Órgão também revisou estimativa para economia brasileira em 2019

 

Por Agência Brasil 

 

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Banco Mundial reduz pela metade previsão do PIB brasileiro
O Banco Mundial (foto) reduziu pela metade a previsão de crescimento da economia brasileira para este ano. No relatório regional semianual “Sobre Incertezas e Cisnes Negros: Como Gerenciar Riscos na América Latina e Caribe”, a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB)caiu de 2,4% de 1,2%. Para 2019, também houve diminuição na estimativa para o crescimento do PIB: de 2,5% para 2,2%.

No relatório, o Banco Mundial lembra que, no fim de junho, o Banco Central reduziu sua estimativa de crescimento em 2018 para 1,6% (a previsão anterior era de 2,6%), após a greve dos caminhoneiros que paralisou setores da economia. “A persistência de grandes e aparentemente intratáveis déficits fiscais, a falta de uma reforma previdenciária significativa e a crescente incerteza política sobre as eleições de outubro, em conjunto com a recente apreensão em mercados de capital internacional, colocaram em questão até mesmo esse crescimento modesto, com a previsão atual [do Banco Mundial] em 1,2% para 2018”, descreve o relatório.



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Dólar e bolsa agora, na visão de especialistas


Ações de estatais devem apresentar um desempenho positivo – entre elas a paranaense Copel

 

Da Redação

 

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Ações de estatais devem apresentar um desempenho positivo – entre elas a paranaense Copel


O mercado repercute nesta segunda-feira (8) o desempenho de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno. Com a manutenção de seu favoritismo na disputa e a distribuição das cadeiras da Câmara, na qual a centro-direita chegou perto de 380 – o que joga a favor da governabilidade de Bolsonaro caso seja eleito, assim como na potencial aprovação das reformas – os agentes econômicos reagem positivamente. Perto das 13h, o Ibovespa subia 3,5%, aos 85.210 pontos. Porém, pela manhã chegou a valorizar 6,1%. O giro financeiro já acumula um total de R$ 12 bilhões. No câmbio, o dólar comercial acumulava uma retração de 2%, cotado a R$ 3,7768.

Porém, como a bolsa e o dólar se comportarão a partir de agora? O portal AMANHÃ ouviu especialistas e recolheu opiniões sobre o tema. O JP Morgan avalia que o Ibovespa alcançará os 90 mil pontos rapidamente, o que representa um avanço de 9,3% em relação ao fechamento de sexta-feira (5). Na visão do banco, ações de estatais devem apresentar um desempenho positivo – entre elas a paranaense Copel (foto). Em relação aos cenários para a moeda norte-americana, o JP Morgan estima que a divisa possa ir até R$ 3,80, uma queda de 1,5%.

Robério Costa, economista-chefe do Grupo Confidence, avalia que é um momento especialmente delicado para fazer projeções para o câmbio, sobretudo durante a fase de definição até o segundo turno. Na possibilidade de Bolsonaro assumir a liderança imediata das pesquisas, retirando a incerteza do resultado, é mais provável que o dólar caia, podendo voltar ao patamar de R$ 3,40.  “O mercado vê no candidato a possibilidade da continuação da política macroeconômica com o ambiente propício para aprovar reformas constitucionais, principalmente a da previdência”, entende Costa. Porém, caso as próximas semanas apontem para a virada de Haddad sobre Bolsonaro, a volatilidade deve se elevar e o câmbio pode voltar a ficar acima dos R$ 4, podendo superar o recorde dos R$ 4,20. “Em meio a esses dois cenários, várias combinações podem ser imaginadas. Nenhum desses movimentos de curto prazo, no entanto, é determinante para o dólar ao longo do próximo ano. Muito mais importante será o fluxo de capitais estrangeiros nesse horizonte, que depende do interesse dos investidores externos no Brasil e das condições da economia global”, sintetiza Costa. 
 
Nicolas Takeo, analista da corretora Socopa, também prevê que o Ibovespa possa alcançar 91 mil pontos no curto prazo. “Os estrangeiros estão desalocados em [papéis do] Brasil, assim a vitória de um candidato mais alinhado com o mercado pode abrir caminho para os investidores recomporem posições em ações de risco doméstico”, opina Takeo. Para a corretora XP, “a bolsa será um dos ativos mais atrativos no Brasil (seguido pela curva longa e por último o dólar), seja pelo desconto que a bolsa negocia em relação ao seu histórico, pela potencial revisão positiva de lucro para os próximos anos ou pela alocação baixa a bolsa no Brasil vis a vis o histórico”. Ainda segundo a XP, vários segmentos poderão se beneficiar com a presidência exercida por Bolsonaro. “Entre eles, Cemig; bancos, como Banco do Brasil e Bradesco; Petrobras; companhias áreas, como a Gol; empresas ligadas ao consumo, como Localiza, B2W e Lojas Americanas; além do segmento de aço, com Usiminas em foco”, lista a corretora.  

De acordo com a Guide Investimentos, o risco Brasil medido pelo CDS de 5 anos cai 2,6%, abaixo dos 240 pontos. “Os ETFs de Brasil disparam mais de 6% na Europa, refletindo a força de Jair Bolsonaro, bem como a boa construção de uma base parlamentar por parte de seu partido, o PSL. O dia deve ser bastante positivo para os mercados de ações, juros e o câmbio deve continuar a tendência de apreciação, apesar do movimento global de aversão ao risco”, avalia Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide. 


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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Crise de identidade impera nas empresas de telecomunicação


Para especialistas, setor precisa modernizar negócios em plena era da transformação digital 

 

Por Agência Brasil 

 

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Para especialistas, setor de telecomunicações precisa modernizar negócios em plena era da transformação digital



Com a transformação digital e o surgimento de inovações no mundo online, as operadoras de telecomunicações entraram em uma “crise de identidade” e precisam se reinventar. A análise foi a principal conclusão de seminário realizado nesta semana pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre o novo ecossistema digital e a sustentabilidade dos modelos de negócio de companhias do setor. O evento buscou discutir os desafios desses mercados em um momento de mudanças econômicas e tecnológicas.

Até a virada dos anos 2000, as chamadas teles se dedicaram a prover serviços clássicos, como telefonia fixa, telefonia móvel, TV paga e, mais recentemente, acesso à internet. Contudo, diversos novas companhias passaram a prover serviços antes de responsabilidade dessas operadoras, como serviços de voz (Skype), mensagens (WhatsApp), músicas (Spotify) e vídeo (YouTube e Netflix). Esses serviços passaram a ser conhecidos como over-the-top (sobre a rede), ou OTTs, por operarem sobre a a infraestrutura que garante o acesso à web. Em anos recentes, essa disputa de mercado vem motivando discussões intensas, seja dentro dos países ou na União Internacional de Telecomunicações. Operadoras tradicionais reclamam das receitas perdidas e da atuação de conglomerados como Facebook, Google e Microsoft sem investimento em redes. Já as gigantes da tecnologia rebatem argumentando que oferecem serviços atendendo à demanda de consumidores, aumentando as opções e gerando inovação.

O superintendente de Competição da Anatel, Abraão Balbino e Silva, apresentou dados registrando perda de lucratividade do setor entre 2010 e 2014. A receita média por usuário também caiu. A participação do segmento no bolo das indústrias de tecnologia da informação foi de 49%, em 2010, para 37%, em 2014. O preço das ações das teles e empresas de internet saiu de um patamar semelhante, em 2010, para uma queda nos primeiros e crescimento dos segundos. Na opinião de Balbino e Silva, o setor não deveria ficar limitado a uma percepção de “concorrência desleal” por parte das empresas de internet, mas compreender que a transformação digital está gerando uma mudança radical no setor, o que gera crise de identidade nas firmas de telecomunicações. “Estamos vivendo uma disrupção nos modelos de comunicação. E isso implica reorganização do ecossistema. O que antes era em camadas vai para uma coisa que não sabe para onde vai em termos de quem faz o quê. É preciso recompor a visão de estratégia”, afirmou.

O representante da consultoria Cullen Internacional, André Moura, destacou entre as reações do setor a onda de fusões e aquisições ocorrida em diversos países. Na Argentina, no ano passado, a operadora Telecom Argentina fundiu-se à Cablevisión. Nos Estados Unidos, a gigante Verizon (telefonia e Internet) adquiriu o Yahoo (serviços online) e a AT&T (telefonia e internet) está tentando comprar o conglomerado TimeWarner (programação e produção de TV paga). No Brasil, a Oi (telefonia e internet) e a Portugal Telecom (telefonia e internet) anunciaram fusão em 2014 e o grupo Vivo/Telefônica (telefonia e internet) comprou a empresa GVT (acesso à internet) em 2015. 

O movimento de concentração seria uma reação à “crise de identidade” dos grupos econômicos do segmento. “Quando você está no processo de decidir quem você é, sai tentando. As fusões e aquisições são para reagir a essa crise de sustentabilidade. Isso se mostra de maneira significativa, envolvendo valores significativos, como caso da AT&T e TimeWarner”, exemplificou. Moura citou casos de fusão de operadoras de telecomunicações com empresas de cabo, de companhias de infraestrutura (como gestoras de torres e de redes de fibra ótica) ou até mesmo teles com produtoras de conteúdo.

Para Fred Moraes, analista do banco Bradesco, a perspectiva é que esse movimento de concentração de mercado continue no Brasil. Ele sugeriu que dos quatro grandes em atuação no país (Claro/Net, Vivo/Telefônica, TIM e Oi), a Oi tende a ter maior dificuldade e pode ser comprada nos próximos anos. “Quando você olha para a Oi hoje, ela tem dificuldade grande de, em 2020, dar continuidade ao negócio. A cada ano que passa, a dívida está aumentando R$ 3,7 bilhões. Apesar da situação [estar] melhor que em anos anteriores, ainda é uma situação complicada”, avaliou Moraes.


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