Ações de estatais devem apresentar um desempenho positivo – entre elas a paranaense Copel
O mercado repercute nesta
segunda-feira (8) o desempenho de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro
turno. Com a manutenção de seu favoritismo na disputa e a distribuição
das cadeiras da Câmara, na qual a centro-direita chegou perto de 380 – o
que joga a favor da governabilidade de Bolsonaro caso seja eleito,
assim como na potencial aprovação das reformas – os agentes econômicos
reagem positivamente. Perto das 13h, o Ibovespa subia 3,5%, aos 85.210
pontos. Porém, pela manhã chegou a valorizar 6,1%. O giro financeiro já
acumula um total de R$ 12 bilhões. No câmbio, o dólar comercial
acumulava uma retração de 2%, cotado a R$ 3,7768.
Porém,
como a bolsa e o dólar se comportarão a partir de agora? O portal
AMANHÃ ouviu especialistas e recolheu opiniões sobre o tema. O JP Morgan
avalia que o Ibovespa alcançará os 90 mil pontos rapidamente, o que
representa um avanço de 9,3% em relação ao fechamento de sexta-feira
(5). Na visão do banco, ações de estatais devem apresentar um desempenho
positivo – entre elas a paranaense Copel (foto). Em relação aos
cenários para a moeda norte-americana, o JP Morgan estima que a divisa
possa ir até R$ 3,80, uma queda de 1,5%.
Robério
Costa, economista-chefe do Grupo Confidence, avalia que é um momento
especialmente delicado para fazer projeções para o câmbio, sobretudo
durante a fase de definição até o segundo turno. Na possibilidade de
Bolsonaro assumir a liderança imediata das pesquisas, retirando a
incerteza do resultado, é mais provável que o dólar caia, podendo voltar
ao patamar de R$ 3,40. “O mercado vê no candidato a possibilidade da
continuação da política macroeconômica com o ambiente propício para
aprovar reformas constitucionais, principalmente a da previdência”,
entende Costa. Porém, caso as próximas semanas apontem para a virada de
Haddad sobre Bolsonaro, a volatilidade deve se elevar e o câmbio pode
voltar a ficar acima dos R$ 4, podendo superar o recorde dos R$ 4,20.
“Em meio a esses dois cenários, várias combinações podem ser imaginadas.
Nenhum desses movimentos de curto prazo, no entanto, é determinante
para o dólar ao longo do próximo ano. Muito mais importante será o fluxo
de capitais estrangeiros nesse horizonte, que depende do interesse dos
investidores externos no Brasil e das condições da economia global”,
sintetiza Costa.
Nicolas
Takeo, analista da corretora Socopa, também prevê que o Ibovespa possa
alcançar 91 mil pontos no curto prazo. “Os estrangeiros estão
desalocados em [papéis do]
Brasil, assim a vitória de um candidato mais alinhado com o mercado pode
abrir caminho para os investidores recomporem posições em ações de
risco doméstico”, opina Takeo. Para a corretora XP, “a bolsa será um dos
ativos mais atrativos no Brasil (seguido pela curva longa e por último o
dólar), seja pelo desconto que a bolsa negocia em relação ao seu
histórico, pela potencial revisão positiva de lucro para os próximos
anos ou pela alocação baixa a bolsa no Brasil vis a vis o histórico”.
Ainda segundo a XP, vários segmentos poderão se beneficiar com a
presidência exercida por Bolsonaro. “Entre eles, Cemig; bancos, como
Banco do Brasil e Bradesco; Petrobras; companhias áreas, como a Gol;
empresas ligadas ao consumo, como Localiza, B2W e Lojas Americanas; além
do segmento de aço, com Usiminas em foco”, lista a corretora.
De
acordo com a Guide Investimentos, o risco Brasil medido pelo CDS de 5
anos cai 2,6%, abaixo dos 240 pontos. “Os ETFs de Brasil disparam mais
de 6% na Europa, refletindo a força de Jair Bolsonaro, bem como a boa
construção de uma base parlamentar por parte de seu partido, o PSL. O
dia deve ser bastante positivo para os mercados de ações, juros e o
câmbio deve continuar a tendência de apreciação, apesar do movimento
global de aversão ao risco”, avalia Luis Gustavo Pereira, estrategista
da Guide.
http://www.amanha.com.br/posts/view/6375
Nenhum comentário:
Postar um comentário