terça-feira, 29 de janeiro de 2019

"Discurso político punitivista encanta muita gente, mas é equivocado" I








São Paulo tem 750 defensores públicos, mas precisa ter 1.349, segundo a Associação Paulista de Defensores Públicos (Apadep). Isso se o diagnóstico do Ministério da Justiça estiver correto. Segundo a pasta, o nível ideal de acesso à Justiça é que haja pelo menos um defensor público para cada grupo de 15 mil pessoas. 

A luta pelo aumento no número de quadros é uma das missões do defensor Augusto Barbosa, eleito para presidir a Apadep entre 2019 e 2020. Em entrevista à ConJur, o defensor conta que a entidade também necessita de um corpo técnico de servidores e estrutura física de prédios. 

Barbosa assume o comando da associação no mesmo período em que Jair Bolsonaro assume a presidência da República. Coincidência, mas a pauta do governo Bolsonaro chega a ser antagônica à razão de ser da Defensoria.

Segundo o novo presidente da Apadep, o governo vem apresentando medidas equivocadas, especialmente em matéria penal, na qual apela ao punitivismo. O defensor observa que a população carcerária brasileira só tem crescido, mas a criminalidade não tem diminuído — uma das justificativas para o discurso do governo é, inclusive, o aumento da violência nas grandes cidades.

"A Constituição prevê diversos valores como dignidade humana, inclusão social, garantias de liberdades, ou seja, de uma proteção dentro de uma democracia liberal, da proteção do indivíduo contra o arbítrio estatal", afirma Augusto Barbosa. "Nossa posição é defender o que diz a Constituição."


Leia a entrevista:


ConJur — O discurso vencedor das eleições foi abertamente punitivista. Alguns governadores chegaram a falar em atirar para matar, ou até aumentar o encarceramento. Como analisa o momento?
Augusto Barbosa  Essa política de encarceramento em massa, que também vem de uma política de combate às drogas, da maneira como é feita no Brasil, é equivocada. Não resolve as questões combatidas e gera outros problemas. O Brasil já é a terceira população carcerária do mundo, estamos atrás apenas dos Estados Unidos e da China, mas não reduziu a criminalidade. Ao contrário, há um fortalecimento das organizações criminosas. Portanto, a postura é equivocada.
É um discurso político que encanta muita gente, mas não resolve o problema social que é tão grave no Brasil. O Brasil é de uma desigualdade social muito clara, tem um déficit em políticas públicas de educação, de moradia, de saneamento básico, e de saúde muito claro também, e a criminalidade tem crescido no Brasil, também em decorrência disso. A gente tem que trabalhar utilizando outros mecanismos, especialmente esses mecanismos de inclusão social. Parece utópico, é possível, desde que haja uma vontade política não só dos governos, mas também da sociedade.

ConJur  Não é raro ver a Defensoria ser acusada de antagonista do discurso hoje vigente, ou de ser contra o combate ao crime.
Augusto Barbosa  A Defensoria Pública, especificamente nas questões do encarceramento em massa e dos aumento de penas, tem que se posicionar de acordo com o que prevê a Constituição. A atuação da Defensoria é eminentemente institucional, não tem qualquer tipo de posicionamento partidário. Nosso posicionamento é: existem valores definidos na Constituição e na legislação e a gente tem que cumprir esses valores. E a Constituição prevê diversos valores como dignidade humana, inclusão social, garantias de liberdades, ou seja, de uma proteção dentro de uma democracia liberal, da proteção do indivíduo contra o arbítrio estatal.

ConJur  Que papel a Defensoria deve ocupar nesse contexto?
Augusto Barbosa  Um espaço um pouco mais além do processo judicial. A gente também tem que começar a ocupar espaços e isso já tem sido feito no âmbito político. A Anadep, a associação nacional dos defensores, tem comissões temáticas e o Condege, que é o Colégio Nacional de Defensores Públicos Estaduais, também têm comissões temáticas e uma delas é justamente na parte de legislação criminal. É um espaço que os defensores públicos podem ocupar, especialmente no Congresso Nacional.

ConJur  Quais as maiores dificuldades da classe em São Paulo? E o que você pretende fazer de medidas práticas na Associação para ajudar?
Augusto Barbosa  Melhoria de estrutura de trabalho, dos prédios e das instalações. Necessidade de formar um corpo técnico que dê apoio aos defensores públicos. Em São Paulo a gente tem 750 defensores públicos, e o ideal, pelos estudos do Ministério da Justiça, é que tivéssemos em São Paulo 2,1 mil defensores públicos. A ideia é de ter um defensor público para cada 15 mil habitantes. Precisamos expandir o número de defensores, mas também o quadro de apoio. A quantidade de pessoas que vão procurar a Defensoria Pública é muito grande. VEm 2017 a gente atendeu cerca de 1,7 milhão. Isso só de atendimentos.

ConJur  Defensores públicos devem pagar anuidade à OAB?
Augusto Barbosa  O defensor público não é um advogado. Uma das vedações para o exercício do cargo de defensor público é advogar. A Constituição fez essa divisão claramente na emenda 80. Nossa atuação processual parece com a do advogado, mas não é igual. Temos estatuto específico, regime próprio, lei orgânica, órgão de fiscalização. A Apadep é uma das autoras nas principais ações para cancelamento da inscrição na Ordem. A gente entrou com um mandado coletivo, 72 colegas, pedindo o cancelamento. Chegou a ser deferido, mas houve recurso de ofício e a OAB reinscreveu esses colegas. A Apadep ajuizou mandado de segurança no STJ e em agosto de 2018 veio uma decisão monocrática favorável ao nosso pleito: para exercício da função basta a nomeação e a posse do cargo.

ConJur  O debate sobre a competência da Defensoria para ingressar com ação civil pública já está pacificado?
Augusto Barbosa  Na parte de ação civil pública, sim. A Lei Complementar 132, de 2009, que alterou a Lei Complementar 80, que estabelece as normas gerais para as Defensorias Públicas, deixa claro que a Defensoria tem legitimidade ativa para ações civis públicas.

ConJur — E quanto à atuação como custus vulnerabilis?
Augusto Barbosa  É importante e salutar, porque traz também esse papel da Defensoria Pública, como um representante não só institucional, mas também social, do setor mais carente da população. Traz esse olhar, traz para o discurso processual, para o debate processual uma visão institucional de alguém que está focado no setor mais hipossuficiente e vulnerável da sociedade.

ConJur  O Tribunal de Justiça de São Paulo é conhecido por ser rigoroso em matéria penal. O presidente do Superior Tribunal de Justiça recentemente deu um pito público na corte paulista por não respeitar súmulas. Qual a relação de vocês com TJ-SP?
Augusto Barbosa  A Defensoria de São Paulo é uma das entidades que mais leva demandas de fato para o STJ e para o Supremo, especialmente o STJ, porque os Habeas Corpus contra acórdãos e decisões do TJ vão parar lá. A gente tem buscado fazer valer o que de fato está nas súmulas do STJ e do Supremo, especialmente na matéria criminal. Se os entendimentos estão sumulados, é porque são decisões que reiteradamente chegam aos tribunais superiores e eles têm inúmeros acórdãos naquele sentido. Fazem as súmulas justamente para que haja uma pacificação da jurisprudência e aquilo alcance todo o país. Portanto, juridicamente, o certo é que o TJ também siga as determinações do STJ e do Supremo. Não só por serem decisões do STJ ou do Supremo, mas porque elas seguem toda essa estrutura normativa. E já há estudos da FGV e até da própria Defensoria mostrando o ganho elevado dos HCs e recursos que impetramos, o que mostra que nossa atuação é técnica e tem resultados importantes.


 https://www.conjur.com.br/2019-jan-27/entrevista-augusto-barbosa-defensor-publico-presidente-apadep

Escritórios dos EUA articulam ações contra a Vale por rompimento de barragem




Pelo menos quatro escritórios de advocacia dos Estados Unidos pretendem entrar com ações coletivas contra a mineradora Vale na Justiça norte-americana, após o rompimento da barragem na mina denominada Córrego do Feijão, em Brumadinho, na sexta-feira (25/1). A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Ações da Vale na Bolsa de Nova York começaram a cair na sexta-feira (25/1), quando a barragem de Brumadinho (MG) rompeu. 
Os advogados afirmam que estão investigando se a empresa omitiu os riscos na barragem de Brumadinho do mercado, divulgando informações falsas aos investidores. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já anunciou que investiga os comunicados da Vale ao mercado brasileiro para saber se a companhia vem omitindo informações dos acionistas.

O Rosen Law foi um dos escritórios que, em comunicado enviado aos investidores, disse que está preparando a ação para "recuperar as perdas sofridas". O mesmo disse o escritório The Schall, que ressaltou que a possível omissão dos riscos burla as regras do mercado de ações dos Estados Unidos, e incentivou os investidores que perderam mais de 100 mil dólares a entrar em contato com eles.

O Wolff Popper e o Bronstein, Gewirtz & Grossman foram os outros dois escritórios que também anunciaram que devem ajuizar ação coletiva contra a Vale em Nova York. De acordo com o jornal, eles ressaltam que ações negociadas na Bolsa local caiu 8% no dia da tragédia e 16% nesta segunda-feira (28/1).


 https://www.conjur.com.br/2019-jan-28/escritorios-eua-articulam-acoes-judiciais-vale

Renner anuncia entrada na Argentina no segundo semestre


Lojas poderão ser abertas em Buenos Aires e Córdoba. Investimento estimado é de aproximadamente R$ 37 milhões.

 

Da Redação


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Atendimento na Lojas Renner


A Lojas Renner (foto) anunciou nesta segunda-feira (28) que estenderá seu plano de internacionalização na América do Sul. A companhia abrirá até três lojas na Argentina no segundo semestre deste ano. As cidades de Buenos Aires e Córdoba devem ser os destinos escolhidos, segundo a Reuters. 

"A escolha da Argentina justifica-se pelo tamanho daquele mercado, pelo ambiente competitivo favorável e pelas oportunidades comerciais do Mercosul, assim como pela similaridade e proximidade com a região Sul do Brasil, onde estão localizados a sede administrativa e um dos centros de distribuição da Lojas Renner", afirmou a Renner em comunicado ao mercado. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, José Galló anunciou que o aporte poderá ser de até R$ 37 milhões. 

De acordo com a Renner, a internacionalização, iniciada com abertura de pontos no Uruguai, teve resultados acima das expectativas, com ótima aceitação dos produtos pelos clientes locais. Analistas do BTG Pactual afirmaram que seguem otimistas sobre Lojas Renner, dado o momento positivo da companhia e potencial de ganho de participação de mercado em um setor ainda altamente fragmentado.


 http://www.amanha.com.br/posts/view/6979


Paraná e Santa Catarina receberão pelo menos 88 unidades

 

Quero-Quero anuncia que abrirá 110 lojas até 2020 

 

Da Redação

 

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Quero-Quero anuncia que abrirá 110 lojas até 2020

A Quero-Quero (foto), que foi comprada pelo fundo de investimento Advent em 2008, abrirá 110 lojas entre este ano e 2020. Desse modo, a rede varejista com sede em Cachoeirinha (RS) passará a ter 410 unidades na região Sul. Paraná e Santa Catarina receberão pelo menos 88 filiais, enquanto no Rio Grande do Sul se estabelecerão as 22 restantes. 

A informação foi veiculada pelo programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, no último domingo (27). Hoje, 39% das 300 lojas da Quero-Quero ficam em cidades com até 25 mil habitantes. E mais de 90% delas se estabelecem em municípios com menos de 500 mil moradores. 

Ao todo serão oferecidos 1,3 mil empregos. De acordo com Peter Furukawa, a expansão só não é mais rápida pela falta de gerentes qualificados nos municípios onde a rede se instala. Atualmente, a Quero-Quero possui 5 mil funcionários. 


http://www.amanha.com.br/posts/view/6981

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Falta o OK do governo: os riscos que a Embraer corre se ficar só

Embraer e Boeing começaram a discutir uma possível combinação de seus negócios um mês depois do anúncio da união das concorrentes Bombardier e Airbus 

 

 Por Redação Exame




A fusão entre Embraer e Boeing, anunciada nesta segunda-feira, evita que a fabricante brasileira de aviões inicie 2019 sozinha num mercado em forte consolidação. Para analistas e especialistas ouvidos por EXAME, a joint venture fechada entre as duas empresas (na qual a Boeing terá 80% das ações), levanta uma série de debates, mas precisa ser feito. O negócio depende agora do aval da presidência, garantido pelo poder de veto que tem sobre a venda da companhia.

O principal argumento em defesa do negócio é uma outra fusão, anunciada em 16 de outubro de 2017. Naquela data, a gigante francesa Airbus, concorrente da Boeing, anunciou a compra do controle da divisão de aeronaves comerciais da canadense Bombardier, concorrente da Embraer. A transação criou uma empresa definida no mercado como “pacote completo”, capaz de fornecer aviões que vão de 100 a 525 assentos. É o que acontece agora com a nova empresa nascida da união de Boeing, que fabrica aviões a partir de 150 assentos, e Embraer, que lidera o segmento de aeronaves para 37 a 130 pessoas.

Embraer e Boeing começaram a discutir uma possível combinação de seus negócios um mês depois do anúncio da união das concorrentes. A Embraer é a maior exportadora de produtos manufaturados do Brasil, com mais de 6 bilhões de dólares anuais em vendas e 18 000 funcionários. A Boeing é a maior fabricante de aviões do mundo, com 95 bilhões de dólares em receitas, 140 000 funcionários.

“Com a fusão com Bombardier, a Airbus poderia adotar uma estratégia comercial de vender aviões menores a preço de custo. Ou seja: a própria concorrente definiria quanto tempo a Embraer sobreviveria”, diz Oscar Malvessi, professor de finanças da FGV-EAESP. Outro risco seria a própria Boeing entrar de cabeça no mercado de aeronaves menores, o que, segundo o Bradesco, tiraria até 30% do valor de mercado da Embraer.

Para a Boeing, juntar-se à Embraer é um contra-ataque aos avanços da Airbus. A empresa americana tem um projeto para uma aeronave média, chamada de 797, que ganha velocidade com a engenharia e a tecnologia da Embraer. A empresa entende que ser mais verticalizada será uma vantagem — a Embraer fabrica, por exemplo, trem de pouso, o que não faz parte da produção da Boeing.

O negócio fechado deixou de fora as áreas de aviação executiva e de defesa e segurança, consideradas estratégicas pelo governo de Michel Temer. Ao mesmo tempo, no Gabinete de Segurança Institucional, a avaliação era de que uma aversão a grupos internacionais pode fazer a Embraer “perder o bonde da história”.

Segundo o advogado Marcelo Godke, especialista em fusões e aquisições, o negócio foi fechado com a preocupação de manter a segurança nacional, mas poderia ter sido ainda mais ambicioso. “A Boeing não tem projetos de aviões de defesa, mas a Embraer tem bons projetos. Eu não tenho dúvida que o negócio vai potencializar o nível de conhecimento”, diz. “O padrão de contratação de equipamento militar já inclui restrição de informações. Vender a Embraer não vai afetar a segurança nacional – deixá-la sozinha, e sob risco, é que poderia afetar”.

Para Malvessi e Godke, o negócio fechado poderia ser uma deixa para o governo repensar o poder de veto para outras estatais (golden share), como de energia e mineração. “O país precisa de contratos bem feitos. Nos Estados Unidos não tem golden share, mas o governo tem a prerrogativa de vetar negócios que considere estratégicos. Mas a regra não pode impedir que nos juntemos aos melhores”, diz Godke.

Malvessi calcula que a golden share tire até 30% do valor de mercado potencial de empresas como a Eletrobrás. Com a anunciada onda de privatizações no próximo governo, a discussão sobre o valor estratégico e o valor financeiro das estatais deve voltar à tona.

Senior anuncia aquisição da Mega Sistemas


Mais de 12 mil empresas passam a ser atendidas pela companhia de SC

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Funcionários da catarinense Senior Sistemas Seguindo o planejamento robusto de dobrar de tamanho nos próximos três anos, a catarinense Senior (foto), referência nacional em soluções para gestão empresarial, anuncia mais uma aquisição. A companhia acaba de adquirir a Mega Sistemas, com sede em Itu (SP), unidades em Curitiba (PR), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), e Natal (RN). O valor do negócio não foi divulgado pela Senior.  


A nova composição visa um fortalecimento no mercado nacional de ERP, além da expansão geográfica da Senior, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Além disso, a aquisição é estratégica, porque apoia na ampliação dos negócios em diversos segmentos. Juntas, as marcas devem alcançar faturamento superior a R$ 400 milhões em 2019. De janeiro a novembro deste ano, a Senior já superou a marca dos R$ 300 milhões de faturamento, número inédito para a companhia.

“Esta é a 12ª aquisição realizada pela Senior nos últimos anos e segue o planejamento de crescimento sustentável da companhia. A Mega é uma empresa consolidada e com grande representatividade, que irá agregar qualidade de produtos e serviços ofertados. Temos agora mais de 12 mil empresas sob nosso portfólio, além de uma representatividade importante em relação à oferta brasileira de ERP e soluções de gestão, já que ambas as marcas possuem soluções bem avaliadas e reconhecidas no mercado”, conta Carlênio Castelo Branco, CEO da Senior. 

A partir de agora a Senior também passa a investir na Zero One, startup de soluções para construção, que até então era investida por acionistas da Mega. A marca conta com dois sistemas 100% cloud: Obra Prima, solução de ERP para construtores de pequeno porte, e Portal de Repasses, para gestão do processo de crédito imobiliário. Wilson Pacheco, fundador da Zero One, também reforça que o investimento pela Senior cria uma nova perspectiva para a marca. “Temos a certeza de que será uma oportunidade de alavancar os negócios e nos tornarmos uma importante opção para o mercado quando o assunto é soluções para transformação digital”, conclui.


 http://www.amanha.com.br/posts/view/6792

Fiesc lança programa para ampliar a internacionalização da indústria de SC


Objetivo é tornar as empresas mais competitivas e prepará-las para as possibilidades que o mercado internacional oferece

Da Redação

redacao@amanha.com.br

 Maria Teresa Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc

A Federação das Indústrias (Fiesc) lançou o Programa de Internacionalização da Indústria de Santa Catarina, na reunião de diretoria da entidade, nesta sexta-feira (14), em Florianópolis. A iniciativa tem o objetivo de tornar as empresas mais competitivas e prepará-las para as diversas possibilidades que o mercado internacional oferece, seja exportação, importação ou alianças para fazer frente aos concorrentes internacionais presentes no Brasil e no exterior. Por meio do programa, a Federação mapeou 60 iniciativas, programas e serviços nacionais e catarinenses, dos quais boa parte são gratuitos, e estão disponíveis às empresas que desejam melhorar o desempenho nessa área. Ao longo do próximo ano, pelo menos 570 indústrias de todas as regiões catarinenses de micro, pequeno, médio e grande portes serão convidadas a participar de encontros e realizar um diagnóstico que vai medir o grau de maturidade da companhia em relação à internacionalização.

“A internacionalização é um dos quatro pilares da nossa gestão ao lado de infraestrutura, inovação e inclusão de pessoas e empresas. A indústria de Santa Catarina tem setores reconhecidos no mercado internacional, mas há um contingente de empresas, principalmente de pequeno e médio portes, que têm grande potencial para avançar nessa área, mas ainda precisam se preparar para isso. Sabemos que a concorrência não é mais local, mas sim, global. Ainda que muitas indústrias não atuem propriamente no comércio internacional, seus produtos e serviços enfrentam a concorrência de empresas do exterior que atuam no mercado brasileiro. Por isso, é essencial ter competitividade”, afirmou Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc. Ele lembra que o plano será apresentado nas 16 vice-presidências da entidade e vai mobilizar lideranças dos mais diversos segmentos.

“Precisamos mudar a chave da compreensão do que é internacionalização”, declarou Maria Teresa Bustamante (foto), presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, lembrando que internacionalização vai muito além da exportação e da importação. “É decisão estratégica da empresa se ela vai exportar, importar ou fazer alianças estratégicas internacionais. O que temos por obrigação, como defensores da indústria, é que as empresas têm de ser competitivas e estar preparadas para enfrentar o concorrente externo, seja em nosso país ou no exterior”, completou. Em sua apresentação, Maria Teresa explicou que a partir da aplicação do diagnóstico individual, a empresa saberá o seu grau de maturidade em relação ao comércio exterior e, com isso, poderá criar um plano de ação. “A partir das respostas, é possível identificar se a empresa está madura para o comércio internacional ou quais os requisitos ela precisa preencher para isso. Há ferramentas que envolvem benefícios fiscais, como o Drawback, por exemplo, que são desconhecidas. Se o diagnóstico mostrar que a empresa precisa avançar em contratos internacionais, vamos qualificá-la para que ela domine isso”, explicou.

A presidente da Câmara recordou que o Brasil tem sua economia aberta e o novo governo tem anunciado a intenção de reduzir alíquotas de importação, o que reforça a importância de a indústria brasileira ampliar sua competitividade para poder fazer frente a essa nova realidade. Dados levantados pela Fiesc mostram que cerca de 6,5 mil indústrias catarinenses exportaram de 2012 a 2017. Dos 50 mil estabelecimentos industriais presentes no estado, 13% atuam em comércio internacional.

s ações já realizadas no âmbito do programa podem ser divididas em quatro fases: mapeamento e análise de programas existentes, estudo e identificação de empresas potenciais, proposta de sensibilização e indicadores de medição. Em 2019 serão realizados 26 eventos regionais de sensibilização, nas 16 vice-presidências da Fiesc, com foco nas micro e pequenas empresas. Os encontros terão dois formatos. Um é o Diálogo Empresarial, focado na alta direção das empresas, e o outro é um workshop que reunirá lideranças das empresas e profissionais de comércio exterior. No segundo semestre está prevista ainda a realização do “Diálogo Empresarial Transfronteiriço para Internacionalização”, no extremo-oeste, e também um encontro em Florianópolis com a participação das empresas sensibilizadas e entidades que integram o ecossistema industrial ligado à internacionalização. No final do próximo ano deve ser lançada uma plataforma on-line que vai permitir maior conexão entre as empresas que atuam na área, vai oferecer inteligência competitiva, capacitação, entre outras ações.

http://www.amanha.com.br/posts/view/6791