Com aquisições em áreas vizinhas ao seu negócio, o grupo Fleury (FLRY3)conseguiu
no ano passado fortalecer sua atividade principal: o de medicina
diagnóstica. O crescimento orgânico em exames ganhou musculatura a
partir de segmentos, que, a princípio, parecem distantes, como o negócio
de oftalmologia e ortopedia, por exemplo. Segundo a presidente do
grupo, Jeane Tsuisui, a estratégia tem garantido à empresa a construção
de um ecossistema de saúde. A ideia, após as primeiras compras, é seguir
consolidando o mercado de diagnósticos, diz a executiva.
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Para colocar os pés nesses novos nichos, a companhia comprou no
ano passado a Vita, focada em consultas e cirurgias ortopédicas. Também
concluiu as aquisições da Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha e do Centro
de Infusões Pacaembu, ingressando em segmentos onde ainda não atuava.
"Estamos fortalecendo nosso posicionamento em medicina
diagnóstica e indo além, criando outros serviços para o paciente se
manter engajado em sua jornada de saúde", comenta a médica, que
Jeane
Tsuisui, CEO do Fleury: "Estamos fortalecendo nosso posicionamento em
medicina diagnóstica e indo além" (Exame/Leandro Fonseca)
Com aquisições em áreas vizinhas ao seu negócio, o grupo Fleury (FLRY3)conseguiu
no ano passado fortalecer sua atividade principal: o de medicina
diagnóstica. O crescimento orgânico em exames ganhou musculatura a
partir de segmentos, que, a princípio, parecem distantes, como o negócio
de oftalmologia e ortopedia, por exemplo. Segundo a presidente do
grupo, Jeane Tsuisui, a estratégia tem garantido à empresa a construção
de um ecossistema de saúde. A ideia, após as primeiras compras, é seguir
consolidando o mercado de diagnósticos, diz a executiva.
Para colocar os pés nesses novos nichos, a companhia comprou no
ano passado a Vita, focada em consultas e cirurgias ortopédicas. Também
concluiu as aquisições da Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha e do Centro
de Infusões Pacaembu, ingressando em segmentos onde ainda não atuava.
"Estamos fortalecendo nosso posicionamento em medicina
diagnóstica e indo além, criando outros serviços para o paciente se
manter engajado em sua jornada de saúde", comenta a médica, que
completou recentemente um ano à frente da empresa.
No caso da clínica de ortopedia, o grupo passou a oferecer uma
consulta integrada com o diagnóstico, para não haver "tantas idas e
vindas", além da própria fisioterapia e da cirurgia, quando necessária. A
executiva diz que isso não apenas promove uma melhor experiência como
também reduz o desperdício do sistema.
Com essa estratégia, o resultado recente já mostrou que o
caminho rende frutos. Com o impulso trazido por esses novos negócios, a
empresa registrou no ano passado um crescimento orgânico de 24% da área
de diagnóstico.
Setor aquecido
Em um momento em que o setor de saúde fervilha com movimentos
de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), Tsuitsui garante
que o grupo manterá a disciplina de capital. "Temos uma equipe de
M&A, que foi fortalecida. Estamos olhando negócios com disciplina
para ter o retorno adequado", diz.
Recentemente, o Fleury chegou a entrar na disputa pela compra
da Alliar, dona do laboratório CDB. Depois disso, anunciou a compra do
Laboratório Marcelo Magalhães, de Pernambuco, por R$ 384,5 milhões,
segunda maior aquisição da história do grupo. Fora isso mostrou que
mantém apetite em crescer no seu negócio chave, o de medicina
diagnóstica. Dessa forma, outras aquisições no setor-chave do Fleury
seguem em estudo.
A executiva afirma que, apesar de todo o setor estar atento
para aquisições na área hospitalar, essa não é a estratégia do grupo. Os
hospitais, segundo ela, são considerados parceiros para a empresa.
"Cerca de 90% da jornada de cuidado do cliente é ambulatorial. E ainda
temos uma jornada de crescimento nesse segmento", diz.
Além das aquisições, outro modelo que tem ajudado a sustentar o
crescimento do Grupo Fleury é o de atendimento domiciliar - que ajudou a
expandir a penetração do grupo nas regiões e ampliar a participação de
mercado, sem a necessidade de abrir novos laboratórios. Segundo a
presidente, o cálculo é de que seriam necessárias 26 unidades de
atendimento para suportar esse crescimento.
Tsuitsui destaca que o atendimento móvel não faz na casa do
paciente apenas a coleta para exames de sangue, por exemplo, mas também
já permite a realização de exames mais complexos, como polissonografia e
ultrassonografias.
Vale investir?
No mercado, no entanto, os investidores olham com cautela para a
estratégia da empresa. No ano, a ação acumula queda de cerca de 7%.
"À medida que o Fleury se afasta gradualmente de seu negócio
principal, altamente lucrativo, ainda não está claro se conseguirá
manter sua lucratividade historicamente forte", apontam os analistas
Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, do BTG Pactual.
"A empresa está apresentando bons sinais de crescimento. As
aquisições, os serviços internos e a diversificação fornecem os
componentes necessários. No entanto, ainda é possível que o retorno
progressivo dos pacientes possa explicar parcialmente a demanda após a
pandemia", afirma em relatório o analista Maurício Cepeda, do Credit
Suisse.